terça-feira, 14 de novembro de 2017

A defesa do indefensável: Rachel Sheherazade defende William Waack, Boris Casoy e Reinaldo Azevedo

















U
ma atitude de uma jornalista na semana passada (10) me revoltou. Trata-se da âncora do jornalismo do SBT, Rachel Sheherazade, que defendeu o colega de profissão William Waack e sua posição racista e preconceituosa. Claro que os internautas sensatos partiram para o ataque contra Rachel. Eu também partiria. Mesmo também sendo jornalista, não posso corroborar com o comentário de Waack, muito menos com o posicionamento de Rachel que, além de estar ao lado do agora ex âncora do Jornal da Globo, ainda "passou a mão na cabeça" de figuras como Boris Casoy e Reinaldo Azevedo.

A jornalista foi conhecida por sua opinião forte, polêmica e incisiva. Isso chamava a atenção dos telespectadores, críticos e profissionais da área. Agora, ela também imprimiu uma opinião forte, mas acabou que seu tiro saiu pela culatra. Seu pecado foi confundir o profissionalismo de Waack, com sua falta de caráter; foi relativizar o racismo e preconceito; e foi colocar no mesmo saco liberdade de expressão e a opinião canalha de Waack. 

Este post terá o objetivo de destrinchar os seguintes tópicos: comentário racista de Waack; defesa infeliz de Rachel Sheherazade; Amenizando as falas de Boris Casoy e Reinaldo Azevedo; Rachel Sheherazade; e o desejo de Rachel.


Comentário racista de Waack

Durante o intervalo de um noticiário da TV Globo, em frente à Casa Branca, Waack (sem saber que estava sendo gravado) faz o seguinte comentário para outro jornalista, após alguém buzinar na rua (com grifos):

"Tá buzinando por quê, seu merda do cacete? Não vou nem falar, porque eu sei quem é... é preto. É coisa de preto!"


No vídeo, dá pra perceber claramente que Waack cochicha com o colega para não ser ouvido pelos outros, mas o áudio e as imagens foram bem captadas por um ex-funcionário da Globo que "não acreditou que estava ouvindo aquilo e resolveu gravar". Assista e tire suas próprias conclusões:


O que mais me indigna no vídeo não é a buzina nem a intolerância um tanto mal educada de Waack com relação à ela, mas o comentário racista e como ele é repercutido depois. O ex âncora, que tem a pele branca, dissemina sua fala cheia de preconceitos para o outro, que também é branco. Logo depois os dois riem como se aquilo tivesse muita graça. Esse é só um simples exemplo de como os brancos podem ser sádicos, covardes e incompassivos com os negros. O riso debochado dos jornalistas representa a supremacia branca e como ela ainda é impiedosa com os negros.

A atitude de Waack foi rechaçada não só por populares, como pela própria Globo, que afastou o jornalista da programação. Um limite e um basta tiveram que ser dados, pois, ao contrário do que se imagina, o racismo ainda é presente. Leia o comunicado da emissora (com grifos):

A Globo é visceralmente contra o racismo em todas as suas formas e manifestação. Nenhuma circunstância pode servir de atenuante. Diante disso, a Globo está afastando o apresentador William Waack de suas funções em decorrência do vídeo que passou hoje a circular na internet, até que a situação esteja esclarecida.

Nele, minutos antes de ir ao ar num ao vivo durante a cobertura das eleições americanas do ano passado, alguém na rua dispara a buzina e, Waack, contrariado, faz comentários, ao que tudo indica, de cunho racista. Waack afirma não se lembrar do que disse, já que o áudio não tem clareza, mas pede sinceras desculpas àqueles que se sentiram ultrajados pela situação.

William Waack é um dos mais respeitados profissionais brasileiros, com um extenso currículo de serviços ao jornalismo. A Globo, a partir de amanhã, iniciará conversas com ele para decidir como se desenrolarão os próximos passos.”


O afastamento de jornalistas, celebridades e artistas após infortúnios é uma atitude protocolar da Globo. O mesmo já aconteceu com Victor, do Victor e Léo, e com José Mayer. Essa é a atitude mais sensata da emissora que não quer ser vinculada com atitudes racistas, violentas e de assédio, por exemplo. Mais do que perder um grande talento ou um ás do jornalismo, o canal preocupa-se com sua reputação. 

Contudo, Waack foi defendido e teve sua atitude relativizada pela colega de profissão, Rachel Sheherazade.


Defesa infeliz de Rachel Sheherazade

O comentário racista de Waack pode ser endossado? Para Rachel sim! Mesmo que ela não tenha dito isso com todas as letras. Veja a postagem em seu Instagram:





Vou transcrever seu comentário (com grifos):

"Um dos jornalistas mais brilhantes da TV brasileira foi o último alvo dos fundamentalistas da moral seletiva. Caiu na armadilha pérfida dos coleguinhas invejosos, esquerdistas acéfalos e medíocres de todas as nuances. O "hipocritamente correto" venceu mais uma vez. Feriu de morte o brilhante Paulo Francis, atropelou Boris Casoy, trapaceou Reinaldo Azevedo e agora condenou à execração pública William Waack. E o jornalismo brasileiro fica a poucos passos da total acefalia

#semWaacknãodá"



Agora, vou dividir por tópicos, para facilitar o entendimento e a compreensão.



1- Brilhante ele pode até ser: Brilhantismo e profissionalismo não podem ser maiores que um comentário preconceituoso e racista. A Rachel fala de 'esquerdistas acéfalos' e de um jornalismo acéfalo, mas ela também agiu assim. Colocar as qualidades profissionais de Waack acima do seu comentário racista é ser acéfalo, não pensar e ter merda na cabeça. Antes dele ser profissional, ele é um ser humano e, aliás, um péssimo ser humano diga-se de passagem.



2- "Caiu na armadilha...": Agora mostrar a faceta de alguém é criar armadilhas? O ex funcionário da Globo agiu de forma extraordinária e, acredito, não para ferrar Waack, mas para mostrar quem ele realmente é. Não teve essa de inveja, nem de 'golpe' da esquerda, nem nada. Rachel quis politizar uma questão que tem a ver com falta de caráter e apenas isso. Me parece que Rachel é de direita e que todos os fatos que observa já fala: "Isso foi a esquerda". Não é bem assim. 



3- A moral seletiva e "O 'hipocritamente correto' venceu mais uma vez...": Desde quando selecionamos aquilo que é passível de criticar ou rechaçar? Agir com racismo é péssimo, assim como com preconceito à classe LGBTQ+. Quando observamos quaisquer dessas atitudes não estamos selecionando nada. Quando Rachel fala do 'hipocritamente correto' diz que as pessoas que criticaram a atitude de Waack também possuem preconceitos enraizados, o que até pode ser verdade, mas a jornalista, com isso, relativiza o comentário racista do ex âncora da Globo, além de passar a mão na sua cabeça. Na entrelinha, quem deveria continuar vencendo é o 'brilhante jornalista', porém racista pra cacete. 



4- "Total acefalia": Para Rachel, sem o brilhantismo de Waack (#semWaacknãodá) o jornalismo passará a ser burro, sem reflexões e capacidade de pensar. Se sem Boris Casoy e Reinaldo Azevedo já estava ruim, imagina sem Waack agora?! Mas é preferível ter um jornalismo acéfalo, do que um com preconceituosos. "Mas, Emerson, ele comentou em off e isso não tem nada a ver com a profissão dele". Tem sim, já que ele entraria no ar e estava de terno e gravata. Se ele dissesse isso em uma roda de bar ou entre amigos era uma coisa (E teria que lidar com outras esferas!), mas ele disse como jornalista e ao vivo. Graças, que sua fala foi capturada. O jornalista pode, em algumas vezes, imprimir sua opinião, mas o que Waack fez no vídeo foi imprimir uma opinião racista e escrota



Amenizando as falas de Boris Casoy e Reinaldo Azevedo

A âncora do principal jornal do SBT além de defender Waack, ainda defende seus coleguinhas de direita: Boris Casoy e Reinaldo Azevedo. Vamos relembrar o que ela disse?

 "O "hipocritamente correto" venceu mais uma vez. Feriu de morte o brilhante Paulo Francis, atropelou Boris Casoy, trapaceou Reinaldo Azevedo e agora condenou à execração pública William Waack."



Pelo que ela fala, parece que os jornalistas sofreram verdadeiras tragédias profissionais e foram injustiçados, não é? Contudo, do mesmo modo que ela relativizou o comentário racista de Waack, ela o fez com as atitudes de Casoy e Azevedo, achando que as pessoas se esqueceram delas. Mas estou aqui para relembrar.

O Boris Casoy, famoso âncora, foi afastado do jornalismo televisivo logo após agir com preconceito com os garis. O caso tanto repercutiu que o experiente jornalista foi condenado a pagar R$ 60 mil ao gari ofendido. Para Rachel Boris caiu na armadilha. Armadilha esta que nos fez saber quem realmente ele é. Para ela, o jornalista foi uma vítima da esquerda, que gravou sua fala de propósito e abriu seu áudio. Como se falar o que ele falou em off ou abertamente fizesse muita diferença. Vamos ao vídeo (Preste atenção no pedido de desculpas):





Vou transcrever o que Boris disse e a fala da produção:

"Que merda, dois lixeiros desejando felicidades do alto das suas vassouras. Dois lixeiros... o mais baixo da escala do trabalho. 


- Deu pau, deu pau. Tá sem ar."


Agora, pergunto à defensora Rachel: como pode ter sido armadilha, se foi um defeito técnico?! O interessante também é o pedido de desculpas do jornalista no outro dia, com a voz toda empostada e culpabilizando o problema técnico: "Ontem, em um vazamento de áudio..."

O comentário de Boris demonstra um preconceito escrachado à profissão dos garis, como se ela não tivesse sua importância, nem que ele precisasse que os garis juntassem o lixo da sua casa, que, com certeza, deve conter papéis higiênicos com seu cocô. A fala do jornalista mostra o preconceito velado das pessoas de maior poder aquisitivo e com uma profissão bem remunerada em relação aos garis - que fazem parte de uma profissão como qualquer outra e é um trabalho digno como qualquer um.

Reinaldo Azevedo, por sua vez, pediu demissão da Veja e Jovem Pan, após divulgação de grampo de suas conversas com a irmã de Aécio Neves. Este final também foi mostrado por Pedro Blanche aqui no blog. A derrocada definitiva foi resultado de várias atitudes e comportamentos nada jornalísticos e imparciais do jornalista. Reinaldo fez de um tudo: trapaceou, enganou, mentiu. Pedro realizou uma linha do tempo sobre isso:


1 - Tudo começou no dia 11 de maio de 2016, quando apontei suas trapaças jornalísticas.
3 - Por causa deste post supracitado o JJ conseguiu o maior número de visitas em sua história. Agradeci dois dias depois.

4 - Já no dia 16 de novembro do mesmo ano mostrei a guinada decadente do Frangonaldo e suas posturas.



Mesmo com todos esses apontamentos, agora Rachel o defende. Defende o que ele disse em áudio vazado, suas posturas e atitudes jornalísticas. É de lascar, não é?!

Será que por defender as atitudes de William Waack, Boris Casoy e Reinaldo Azevedo, a âncora do SBT Brasil não tem um pouco do perfil, postura e atitude deles?


Rachel Sheherazade


Rachel é famosa por sua opinião forte e de reflexões profundas. Ela era acostumada a falar o que pensava, até que se envolveu em várias polêmicas por conta disso. Foi ela quem disse "Adote um bandido" e "A opinião de um artista sobre política não vale nada". Tais comentários renderam a ela uma denúncia por apologia ao crime e a censura de sua opinião pelo patrão do SBT. A posição da jornalista agora é mais contida e cuidadosa, de acordo com a linha editorial da emissora. Ela foi proibida de expor sua opinião pessoal sobre os assuntos. 

Quando Rachel defende Waack, Casoy e Azevedo ela mostra que é a favor da opinião pessoal no jornalismo porque isso fazia parte de seu perfil. Pra ela não importa se esta seja dotada de preconceitos, estereótipos ou tenha teor racista. O que importa mesmo é que ela seja falada aos quatro ventos. A própria Rachel pôde ser vista (Ênfase no PÔDE SER!) como preconceituosa quando pouco se linchou para os direitos humanos dos bandidos. Desse modo, "Adote um bandido" equipara-se, para ela, ao "Que merda, dois lixeiros desejando felicidades do alto das suas vassouras" e "Não vou nem falar, porque eu sei quem é... é preto. É coisa de preto!".

A jornalista fala de "criar armadilhas" sobre a opinião dos jornalistas. Será que ela acredita que o que foi dito por eles deveria ser falado sem filtros e vazamentos de áudios? Ao vivo? Ou essa fala deveria ser dita em off, em uma roda de bar com amigos?! Acredito, piamente, que ela queria que as opiniões preconceituosas, racistas e inverdadeiras fossem ditas em rede nacional, a julgar o seu perfil de opinar ao vivo


O desejo de Rachel

Não há com defender o indefensável. E não há como encobrir opiniões nojentas, imbecis e preconceituosas debaixo de uma carreira jornalística brilhante. William Waack, Boris Casoy e Reinaldo Azevedo (Esse não!) são brilhantes? Sim, são, mas não posso relativizar e amenizar suas atitudes, mesmo sendo da mesma profissão que eles.

O que Rachel Sheherazade quer é que passemos a mão em suas cabeças e deixemos que eles emitam suas opiniões. Na verdade, seu desejo é que os adotemos. Adotemos esses 'bandidos' que cometem crimes de preconceito, racismo e trapaças jornalísticas. Aí não. Não mesmo! J-J






Por: Emerson Garcia

2 comentários :

  1. Rachel Sherazade é MUITO complicado. Eu morro de vergonha das coisas que ela faz/fala, mas defender o Waack foi o cúmulo. O caso do Casoy eu estava na faculdade ainda quando aconteceu, uma pena que em 10 anos, não evoluímos =\

    Beijinhos
    n. // www.fashionjacket.com.br

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    Respostas
    1. Pois é. E acredita que ela tirou a foto do Instagram dela? Por que será né?

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