quarta-feira, 22 de novembro de 2017

Como a campanha do 'Novembro Azul' vai para o caminho errado

 A faixa azul simboliza campanha de prevenção e combate ao câncer de próstata. | Diocese de Osasco




Caros leitores, todos os anos vejo a mesma palhaçada a respeito da condução da propaganda de prevenção do câncer de próstata. A cada Novembro Azul a masculinidade é atacada, achincalhada e até culpada para "explicar" o motivo dos homens não se cuidarem de doenças, em especial a da próstata. Se no Outubro Rosa a mulher é exaltada e vista como guerreira, corajosa e autônoma, no Novembro Azul o homem é apresentado como um rude, selvagem, bobo e medroso.

Não obstante (em conjunto com os movimentos revolucionários) tudo o que é masculino é atacado de todas as formas para diminuir o orgulho do homem e dele em ser e se sentir homem. Na real, apenas culpá-lo pelo estágio avançado da doença é muito infeliz no meio de tanta ignorância. Quero que você reflita: se for leitor homem, lembre-se de quantas vezes foi ensinado e incentivado a cuidar da saúde; caso leitora mulher, rememore quantas vezes viram suas mães incentivarem os meninos a mesma coisa.

É claro que nós homens sequer temos tempo em olhar para nossa saúde - exceto a cultura do físico e afins - mas é mentira que apenas o preconceito e o fato de ser e agir como homem é fator que impede o hábito anual de fazer o exame. Pessoalmente, sou o mais cuidadoso no assunto e faço exames periódicos, mas faço isso porque cheguei num estágio da vida em que estou mais para mim do que para a vida laboral e cotidiana.



Como o tema do exame poderia ser abordado?


Em 1º de agosto de 2015 fiz o texto O Homem, o Atlas e seus desafios em que mostrei a importância e relevância do homem na jornada na terra e sua diferença no mundo. Destaco este trecho:

"Desde os primórdios, enquanto as mulheres ficaram nas cavernas cuidando da prole exercendo atividades domésticas, os homens iam à caça, mesmo correndo o risco do animal – por vezes maior que ele – devorá-lo. Nas histórias militares, este ser cheio de testosterona conquistou impérios e defendeu sua civilização para proteger os fisicamente mais fracos. No RMS Titanic “mulheres e crianças primeiro” foram a escolha masculina em nome da sobrevivência ao naufrágio das águas geladas do atlântico norte. No desastre nuclear de Chernobyl os “liquidadores” arriscaram suas vidas para evitar que a Europa inteira fosse vítima da ameaça atômica. Enfim, arriscamos nossas vidas porque sabemos quem e como somos. Não nos permitimos ver nossos entes queridos chorarem, passarem por altos riscos e, muito menos, que estes sejam feridos.

Na ciência e tecnologia criamos vacinas, desenvolvemos as técnicas de armazenamento da comida, antes da invenção da geladeira. Willis Carrier salvou a todos com sua invenção – o ar condicionado. Não há sufoco no calor! O imperador Carlos Magno foi corajoso em enfrentar os islâmicos na Batalha de Poitiers, caso contrário, todos nós escreveríamos da direita para a esquerda; mulheres seriam apedrejadas ao menor sinal de ‘desobediência’; e muitas coisas que não cabem falar aqui."




A pergunta que fica: se o homem fez tudo isso para que cheguemos ao mundo contemporâneo e geralmente seguro, por que nas campanhas reduzi-lo a mero medroso com medo de virar gay por "ter medo de gostar e repetir"? Ora, sempre vemos o homem se jogar no escuro e desconhecido para conquistar e, por consequência, ganhar reconhecimento e liderança por parte dos demais.

Um dos meios para convencê-lo a fazer o exame é mostrar o que ele é: um super-herói capaz de mover mundos e fundos para melhorar a si e os demais. Porém, como todo herói há aquela "criptonita" de cada dia, e o câncer de próstata é uma delas. E não, não estou de mimimi e vitimismo! Apenas uma constatação clara do que vejo (É assim que um jornalista age, crianças!). O homem deve ser convencido a se cuidar porque ELE É IMPORTANTE PARA TODO NÓS! É o pai, irmão, marido, namorado, avô e tio que precisamos estar por perto e portanto é necessário fazer o exame.


Hábitos e rotinas



Vá num hospital ou no posto de saúde (em especial no período diurno) e encontre um homem economicamente ativo para se examinar ou se cuidar. Você dificilmente o verá! Por sua importância ele sequer tem tempo para falar de saúde. O homem, como chefe de família, não encontrará disponibilidade para isso. E veja se no ano inteiro você o vê sistematicamente para o exame de toque retal assim como as mulheres e o câncer de útero e/ou mama, por exemplo. Eu, particularmente, estou aposentado da atividade jornalística e tenho tempo e consciência para isso, ao contrário do seu João, seu José que mal se alimenta direito e precisa voltar para casa, tomar banho e encontrar a paz após o dia de trabalho.

Por que não criar uma rotina de cuidado da saúde? Afinal é mais barato que tratar uma doença em estágio avançado. Em vez de falar de "preconceito", por que não abordar os feitos masculinos e ao mesmo tempo provar que nós somos seres humanos com prazo de validade?

Se querem que os homens se tratem, que os vejam com respeito as suas trajetórias. Se temos um mundo seguro é porque houveram homens que morreram em prol da manutenção de nossa existência enquanto seres humanos. Ficar nessa besteira de brincar com o dedo, debochar da masculinidade e fazer do homem mero bicho selvagem e burro de nada adianta, além do que ver todos os XY afastados dos consultórios médicos e perto da morte.

Até mais, pessoal. J-J
















Por: Pedro Blanche

4 comentários :

  1. Eu acho que é errado pensar em "atingir a masculinidade" porque acho que isso é um termo que faz com que os homens fiquem cada vez mais e mais se fingindo de machão. O que acontece real é que a sociedade ainda vive na onda de que só as mulheres se cuidam e como se ir ao médico fosse custar seu emprego. Enfim, são vários erros enraizados na sociedade que ainda usa termos como "masculinidade" e "feminilidade" como forma de definir homens e mulheres, como se cada pessoa não tivesse sua própria forma de viver.

    www.vestindoideias.com

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    1. Esse discursinho de DCE cai por terra porque o que está relatado é fato. Quantos homens foram educados por suas mães a se cuidarem? Por que o estado não fazem ações comunitárias de saúde aos homens em horários alternativos, pois a maioria está no trabalho e estudando? E em relação a achar que o termo é camuflagem para "se fingir de machão" tudo não passa de clichê do movimento feminista em minar tudo o que é e representa ser homem. | PEDRO BLANCHE

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  2. Engraçado que aqui tudo se distorce né, vivemos em uma sociedade muito fechada e isso é uma pena =(

    http://www.cherryacessorioseafins.com.br/

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    1. Que "sociedade" é essa que leva culpa de tudo e não tem cara de nada? Esperava mais de ti. | PEDRO BLANCHE

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