Nessa semana (19) comemorou-se o Dia da Bandeira - esta que é um dos nossos grandes símbolos nacionais e que representa os elementos do Brasil: azul do céu, verde das matas e o amarelo do sol e riquezas*. Recentemente (09), o designer Hans Donner - criador de várias aberturas, vinhetas e outras artes da Globo - apresentou um upgrade da bandeira brasileira durante o Fórum do Amanhã, que aconteceu em Tiradentes (MG). Donner manteve as cores da flâmula tradicional, mas trouxe conceitos contemporâneos, acréscimo de palavra e nova disposição da faixa branca central. Será que as mudanças propostas foram interessantes? Será que interferiram na identidade nacional?
Em minha opinião, a bandeira tornou-se mais viva e jovem. Acredito que Hans Donner manteve a sua essência, sem criar inovações impertinentes e incabíveis. A utilização do degradê é algo que gosto muito, mas não sei se - caso a nova bandeira seja adotada - ele ficaria interessante em impressões em papéis, confecção de tecidos e outros objetos com a flâmula. Teria de haver um cuidado muito grande para não distorcer as cores e modificar seus tons. Algo não tão preocupante com a bandeira tradicional, já que são cores únicas, em um único tom (Tudo bem, que vez ou outra vejo variações de verdes, amarelos e azuis de uma bandeira pra outra ou de um objeto para o outro). Veja a nova proposta de Donner, em comparação com a bandeira tradicional:
E aí, gostaram?
Nesse post discorrerei os seguintes tópicos: mudanças na bandeira; a moda degradê; e a nova bandeira está aprovada?
Mudanças na bandeira
Hans Donner trabalha nesse projeto há mais de 10 anos. São mudanças sutis, mas que fizeram uma diferença imensa. É possível perceber que a bandeira tomou forma e volume, em comparação à antiga que é chapada e plana. Além disso, as cores em degradê trouxeram frescor e jovialidade. Por último, a mudança de direção da faixa branca e o acréscimo da palavra 'Amor' tem um significado especial.
Forma e volume
Uma sombra faz toda a diferença né? E na bandeira de Hans Donner ela deu forma e volume ao losango e ao círculo da bandeira. Parece que ela salta sobre os nossos olhos. Possui uma tridimensionalidade incrível. Imagino se ela fosse adotada, como ficaria em tecidos e materiais.
Cores
O verde - que vai do mais claro até o mais escuro; o amarelo - que sai do mais forte para o mais fraco; e até mesmo o azul - que muda gradativamente do bebê até o intenso. Tudo isso é o efeito degradê que Donner utilizou. O interessante perceber é que o verde, amarelo e azul da bandeira original estão contidos na nova, em um tom ou local.
Nova palavra e disposição da faixa
Donner acrescentou a palavra 'Amor', junto à 'Ordem e Progresso'. Para ele, é o verbete que faltava no pendão e que faz toda a diferença. Em minha opinião o amor é um sentimento nobre, essencial na vida do ser humano. Renato Russo e Paulo da bíblia já diziam que "Ainda que falasse a língua dos homens e não tivesse amor, nada seria". De fato é uma palavra forte, contudo deve-se tomar cuidado para não banalizá-la, já que, em minha opinião, 'ordem e progresso' foram.
Outra mudança é a disposição da faixa, que agora está voltada para cima, sugerindo o poder das três palavras, de acordo com Donner:
"A frase que sobe tem poder. Queremos sinalizar esse poder, essa mudança que é necessária. Como está, a frase indica inferioridade".
Desse modo, a nova bandeira não somente traz mudanças artísticas e de designer, mas a sugestão de mudanças políticas necessárias no Brasil. Um resgate dos valores, uma perspectiva positiva do país, uma nova visão e a possibilidade de novas esperanças e um futuro melhor.
Hans Donner utilizou uma tendência marcante no design, nas propagandas e marcas atualmente: o degradê.
A moda degradê
O degradê é um efeito interessante, criativo e despojado, presente na decoração, moda, arte, entre outros. Ele também é conhecido como efeito ombrê (Uma clara referência ao efeito dos cabelos com as pontas mais claras). Em junho de 2016 mostrei como o degradê - também conhecido como gradiente - tem sido adotado por várias marcas e logomarcas.
O degradê, quando bem utilizado traz jovialidade e contemporaneidade. Contudo, basta uma mistura errada de cores, para ele se tornar brega e desarmonioso. Na proposta da nova bandeira do Brasil acredito que ele fora utilizado corretamente, pois o degradê é feito com cores únicas, sem a mistura de outras.
As inspirações para o efeito gradiente vão desde o mar, até as cores da natureza. Leia o que a Casa Vogue disse sobre (com grifos):
O degradê, quando bem utilizado traz jovialidade e contemporaneidade. Contudo, basta uma mistura errada de cores, para ele se tornar brega e desarmonioso. Na proposta da nova bandeira do Brasil acredito que ele fora utilizado corretamente, pois o degradê é feito com cores únicas, sem a mistura de outras.
As inspirações para o efeito gradiente vão desde o mar, até as cores da natureza. Leia o que a Casa Vogue disse sobre (com grifos):
"Com inspiração no mar e nas cores da natureza poente ou nascente, o degradê [...] é um poderoso acessório para deixar a vida mais calma. Com influências presentes no sereísmo, tendência forte para a temporada, a gradação de cores, do mais fraco para o mais forte (ou vice versa) dá versatilidade."
Calma e versatilidade podem ser percebidas na nova bandeira nacional, e acredito que mais que na tradicional.
Mesmo com essas características do degradê, muitas empresas que utilizavam-no em suas logos, tem optado por um visual de cores únicas e chapadas, como Layon Yonaller mostrou na semana passada que aconteceu com a nova logo da RedeTV!. Uma das características do flat design, dentre outras, é o abandono do gradiente, de acordo com o site 2op:
"Adeus ao degradê nas marcas: com cores definidas e chapadas, o minimalismo dá adeus ao degradê."
Desse modo, enquanto uns optam pelo menos é mais (Minimalismo e abandono do degradê), outros pelo gradiente, versatilidade e jovialidade. No final, tudo fica bonito e agradável.
Agora, resta saber se as mudanças na nova bandeira e o degradê foram aprovados.
A modernização da bandeira representa inovação e pode ser aprovada por aqueles que anseiam por mudanças estruturais no Brasil. Uma bandeira como essa propõe uma ruptura aos anos negros que vivemos na política. Quem se interessa por quebras de paradigmas com certeza deve ter gostado dela.
Em uma matéria do Extra, tiveram comentários bem divididos acerca da nova bandeira. Selecionei alguns:
"Por que ele não faz mudança na bandeira do pais dele a Holanda. Ele é bom mesmo de criar vinhetas."
"Há certas coisas que é muito complicado se mexer. A Bandeira Nacional, nem pensar. Hino Nacional também. Veja, nós deveríamos ter um hino que qualquer cidadão cantasse. Fizeram um hino muito longo, o que prejudica demais decorar. A língua portuguesa, um idioma que o sujeito nasce e morre sem saber corretamente. Nisso poderíamos mexer sim, mas os ilustres não permitem e só complicam cada vez mais, como se isso nos ajudasse em alguma coisa."
"Precisa de mudanças mesmo. O amarelo poderia representar nossas matas em chamas, o verde representaria o Distrito Federal com sua altíssima concentração de dólares. O azul deixaria de existir já que nosso céu é cinzento e o branco continuaria mas representando a pureza que existe na mesa e na conta do trabalhador."
E claro que a zoeira na internet surgiu e tiveram aqueles que também propuseram mudanças na bandeira. Separei algumas bem divertidas:
Mudar a nossa bandeira será algo bem difícil. Desde sua criação, ela só fora modificada em 1889, com o acréscimo das estrelas. Para Donner avançar com sua proposta ele necessita reunir pelo menos 100 mil assinaturas a fim de levar seu projeto ao Congresso Nacional. As mudanças em seu design dependem da maioria simples nas duas casas do Legislativo. E você, gostou das mudanças? J-J
*Ao contrário do que a sabedoria popular afirma, o verde e o amarelo não representam nossa mata e nossas riquezas. O verde é símbolo da Casa de Bragança, a quem pertencia Dom Pedro I, enquanto o amarelo representa a Casa de Habsburgo, da imperatriz Maria Leopoldina (que era austríaca). O lema "Ordem e Progresso" foi inspirado a partir dos ideias da corrente filosófica positivista, que valorizava o pensamento científico e racional. (Revista Galileu)
Por: Emerson Garcia
Na minha opinião, é totalmente desnecessária
ResponderExcluirnem estamos tendo Ordem e Progresso...
Blog Entrelinhas
Mais legal seria deixar a faixa sem nada escrito e totalmente branca né? Rs
ExcluirEu nem sabia dessa mudança.. vocês sempre me informando dos fatos..
ResponderExcluirwww.vivendosentimentos.com.br
Saiba que aqui você está bem informada. Bom restante de final de semana.
ExcluirEu vi isso hahaha, cara... talvez até tenhamos 'amor', mas 'ordem e progresso' é de uma falta imensa. rs
ResponderExcluirBlog: O Planeta Alternativo
Eu acho que não temos nenhum dos três.
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