quarta-feira, 4 de maio de 2016

Entendendo a bagunça – parte 2: Brilhante Ustra não pode ser acusado de tortura

Lá vamos nós de novo! | Diversas imagens de internet


Esta é uma série de textos para entender os pormenores pós-impeachment e ela não terá um número de partes definidas por haver possibilidade de um extra. “Papo reto” e sem “muralismos” – termo criado por Dias Gomes em definir os que ficam em cima do muro – porque não tenho medo de “ofendidos” e “especialistas” dispostos a derrubar argumentos por meio de ofensas e chavões ao modo papagaio.

A primeira parte pode ser vista aqui.


A referência mal vista

No mesmo dia 17 de abril, o deputado federal pelo PSC do Rio de Janeiro citou o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra e fez referências ao regime militar (1964-1985) ao declarar voto no plenário da Câmara dos Deputados. Foi o que bastou para condenarem o ato. Até já apelaram para Haia com acusação de “crimes contra a humanidade”.

Ao ir ao link da moção, o pessoal que pede a condenação do político cita fatos já esclarecidos, como o da Preta Gil e a dos imigrantes (o último, debati em três partes no blog: PARTE 1, PARTE 2 e PARTE 3). Uma da citações anotadas no pedido a Haia que me chamou atenção:

“Em novembro de 2010, ele afirmou que os usuários de maconha deveriam levar “palmada” para que não se tornem usuários de cocaína”.


No mais, o pedido feito pela União Brasileira de Escritores (UBE) é um amontoado de mentiras e equívocos esclarecidos em outros tempos. Agora, o que me deixa em dúvidas (DEBOCHE!) é por que a UBE se preocupa com os drogados ao citar esta declaração? Eu, hein!


De volta ao passado


Militares em Brasília | O Estado de S. Paulo


A condenação à fala do parlamentar de Campinas deve-se a uma “história oficial” de que a queda de João Goulart foi “um golpe feito pela elite com auxílio da CIA e que este regime torturou e matou muita gente que lutava pela democracia”. Você, leitor do Jovem Jornalista, já aprendeu isso com o seu professor maconheiro de História e de Ciências Humanas.

Mas... quem sabe que numa história há três verdades? A minha, a sua e a que realmente aconteceu. Vou resumir: ao contrário do que eu, você e muita gente aprendeu, os acontecimentos de 1964 não se originaram porque havia uma luta entre “militantes bonzinhos e militares malvados”.

Resumindo: pelo menos, desde o início da década de 1960, os comunistas no Brasil quiseram repetir os mesmos passos do ditador cubano Fidel Castro e do guerrilheiro Che Guevara. Não é à toa que a Lei de Anistia abrange todos os crimes. Com dinheiro dos vermelhos fomentou-se grupos paramilitares no Nordeste. Após a renúncia do presidente Jânio Quadros, João Goulart (Jango) tomou medidas populistas como expropriação de terras, nacionalizações e outras atitudes comunistas.

Estava previsto para dia 1º de maio de 1964 uma guinada ao comunismo no Brasil. Com tantas instabilidades nas ordens econômicas, políticas e sociais, a população exigiu a saída de Jango. No dia 31 de março de 1964 o exército saiu às ruas, Jango fugiu, o Congresso cassou o presidente e em 15 dias assumiu Castelo Branco prometendo eleições em seis meses... Seis meses que duraram 20 anos!

Derrotados, os comunistas revisaram suas táticas: uma parte iria para o campo da guerrilha e outro atuaria na área cultural. De atentado em atentado - como o do Aeroporto de Guararapes (Pernambuco) - o governo militar endureceu aqueles que foram para as armas. Enquanto isso, os vermelhos se infiltraram na mídia (jornais e telenovelas), na cultura (livros, teatros e cinemas) e na academia (escolas e universidades).

Foi por esse último meio que as esquerdas venceram os militares depois da saída do último presidente, João Figueiredo em 1985. Fim resumido!


Ceticismo e narrativas dos vencedores

Com o grande esforço das esquerdas em dominar a mídia, a cultura e os meios acadêmicos ficou fácil apontar o dedo em riste para qualquer coisa ou alguém que dê uma declaração positiva ao que ocorreu em 20 anos de governos militares. É lógico que morreu muita gente e nem tudo foi às mil maravilhas, mas que tipo de regime em seus últimos anos criou mecanismos de minar seus próprios atos de fortalecimento (fim dos Atos Institucionais, a volta do pluripartidarismo e o perdão aos adversários do regime)? Apenas reflitam!

Hoje qualquer adolescente com pêlo na cara achando-se um poderoso adulto é um “especialista na ditadura militar”. Experimente elogiar a ponte Rio-Niterói e o combate a guerrilha do Araguaia que aparecerão milhares te linchando nas redes sociais.


Sobre o coronel Brilhante Ustra


O coronel Brilhante Ustra | Divulgação


O coronel do exército brasileiro Carlos Alberto Brilhante Ustra é acusado de ser um torturador. Mas sabe quais são as provas de ele é de fato um “torturador”? Provas testemunhais! Isso aí, a lábia e a conversa de uma pessoa com dedo em riste contra o coronel. Mas onde estão as provas materiais de que Ustra usou roedores nos órgãos genitais de mulheres – uma lenda espalhada desde a Primeira Guerra Mundial – e outras coisas assim? Já sei: mostram estas fotos aqui na internet, não é?!


“Vítimas” | Divulgação


Pois bem, saiba de algumas “vítimas” morreram só um excerto:


FERNANDO B. DE PAULA FERREIRA: Integrante do grupo VAR-PALMARES, participou do roubo de US$2,5 milhões do cofre do Adhemar de Barros, para tal, mantendo 11 funcionários reféns. Morto em uma troca de tiros no Largo da Banana, em 29/07/1979.

LUIZ HIRATA: Membro da OS, morreu atropelado por um ônibus em 16/12/1971, quando empreendia fuga, a pé, de agentes do DOPS.

LOURDES M. W. PONTES: Membra do PCBR, esposa de Paulo P. da Silva, planejador e executor do resgate de Theodomiro Romeiro dos Santos, que resultou na morte de um sargento da FAB. Integrante do “grupo de fogo” do PCBR, morta em resistência à prisão, no bairro do Grajaú, em 26/12/1972.


A íntegra dos demais está aqui. Muitos morreram em combate. E em suma: usar estas fotos não significa prova concreta de que Brilhante Ustra cometeu tortura. O professor Olavo de Carvalho aponta um detalhe importante:





O coronel não tem nenhuma condenação criminal (apenas civil) transitada em julgado por tortura. Para fins de precisão é errado dizer que Carlos Alberto Brilhante Ustra fora de fato um torturador, até porque os mesmos que acusam o falecido militar são os mesmos dizendo que Dilma é honesta e Lula é um homem ilibado. Se esse pessoal da esquerda mente, por que devemos acreditar nessa? Reflita!

Será que alguém já raciocinou uma relação entre alegados perseguidos/mortos e indenizações? No Brasil, por volta de duas mil pessoas estiveram na mira do regime militar e houve 16 mil pedidos de indenizações chegando à órbita de R$ 300 mil mensais até o ano de 2009. Como assim? Quantas destas vítimas não foram vítimas de fato?:






Perdendo as ilusões dessa vida

Em vídeo, Fernando Gabeira e Eduardo Jorge confessam que não houve uma “luta pela democracia”, mas uma luta em derrubar um regime autoritário por outro pior.








A sinceridade de Eduardo Jorge apenas comprova que o assunto "1964" não está fechado. A história oficial deve ser contestada por questão de caráter e buscar obsessivamente a resolução de lacunas até hoje não preenchidas. Outra coisa: as esquerdas praticavam os “justiçamentos”, ou seja, eles mesmos se matavam ao menor sinal de “traição” ao movimento:





Reflitam: quantos destes “justiçados” mortos pelos próprios companheiros de guerrilha estão na conta dos militares? Pergunto novamente: quantas pessoas os vermelhos matavam e disseram que estes mortos foram assassinatos pelos órgãos de repressão na época?


Está na hora da revisão!

Em suma: o período do governo militar brasileiro entre 1964 e 1985 foi marcado por uma guerra sem trincheiras onde os dois lados atacavam. Onde está esta história de que o regime militar foi uma “história do bem contra o mal”?

Sabemos que Carlos Alberto Brilhante Ustra não pode ser chamado de torturador por falta de provas materiais e a falta de credibilidade de seus acusadores nos quais ganharam dinheiro com isso. Assim sendo, é lícito dizer que o deputado do PSC que homenageou o falecido coronel fez “apologia ao crime”?

É notório que a história oficial da época citada é contada pelos vencedores que influíram na narrativa do acontecido. Por que temos que aceitar que as esquerdas “lutavam pela democracia” se eles eram simpáticos a notórios regimes ditatoriais e assassinos como Cuba e a antiga União Soviética?


As pendências que serão acertadas nos próximos textos é: Reinaldo Azevedo desmascarado; Cusparadas; Uma oposição de mentira e; Crimes da esquerda são perdoados. 


Até mais, pessoal. J-J


Por: Pedro Blanche

8 comentários :

  1. Achei o blog interessante, para conhecermos o que se passa por aí ;)

    Beijinhos *

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    1. Volte sempre, Daniela. O JJ tem muito mais: política, cinema, séries, cultura, vida digital e etc. Beijinhos para você também! | PEDRO BLANCHE

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  2. Olá, tudo bem?

    Bela postagem, mas confesso que política vem sendo um assunto que ando querendo distância. Sei que deveria buscar entender mais, por mais que às vezes seja maçante, mas estou achando tudo tão confuso e incerto ultimamente. Enfim, estou um pouco sem esperanças em relação ao cenário política atual, quer dizer que sempre esteve entre nós, mas que nunca é tomada uma atitude certa...

    Até mais. http://realidadecaotica.blogspot.com.br/

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    1. Renato, lembre-se que o inimigo rouba as esperanças antes de roubar o resto. As vezes é bom tomar distância de certas coisas. Havia perdido minha esposa e queria ficar longe de tudo, mas tive que recuperar forças para recomeçar. Renato, fique vigilante porque a política está ao nosso redor mesmo para quem não quer saber disso. Abraços! | PEDRO BLANCHE

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  3. Bom post , muito bem abordado e os videos a suplementar foi muito bom :-D

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    1. Valeu, Carla! Tem que ter coragem para tocar nas feridas e abrir ensejo a outras questões. Abraços! | PEDRO BLANCHE

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  4. Acho que não tinha melhor título do que esse: "Entendendo a bagunça" porque ultimamente é nisso que vivemos né? Esse é o país da bagunça, nunca vi... Cada hora é um rolo e a bola de neve só aumenta.
    Adorei o post, super completo!
    Beijos
    www.somosvisiveiseinfinitos.com.br

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    1. Muito obrigado pelo elogio. Escolhi o título pelo turbilhão de fatos que surgiram. Volte sempre e beijos para você também. | PEDRO BLANCHE

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