A Ética aplicada ao Jornalismo está ligada às reportagens jornalísticas de caráter investigativo, uma vez que o repórter tem o objetivo de denunciar escândalos, corrupções, até então não sabidos do público. O trabalho assemelha-se a investigação policial, onde deve-se ter cuidado com as informações, e, principalmente, cautela.
A cautela é o principal elemento para a realização de um trabalho desse calibre, pois, muitas vezes, o jornalista, por achar que deve informar o público a qualquer preço, passa por cima de princípios éticos, utilizando gravadores escondidos ou câmeras. Leandro Fortes (2005), consagrado jornalista investigativo, diz que as empresas jornalísticas podem obter informações de maneira limpa ou então de forma que ultrapassa limites:
"Uma das maiores dificuldades da investigação jornalística reside, justamente, nas bases éticas de uma atividade muito mais próxima do trabalho policial do que, propriamente do jornalismo [...] A tentação de se descobrir a verdade, ou dela se apropriar como trunfo, pode levar as redações a optarem por todo tipo de meio investigativo, legal ou não [...]" (FORTES, 2005, p.19)
Kovach e Rosenstiel (2004) conceituam a reportagem investigativa em três tipos, são elas: a Reportagem Investigativa Original, a Interpretativa e Sobre Investigações. Para estudar a ética na profissão, é interessante aprofundar-se na Reportagem Investigativa Original, que está diretamente associada ao trabalho policial:
"Pode usar táticas similares ao trabalho policial, como sair em busca de informações, consultas a documentos públicos, uso de informantes e até, em circunstâncias especiais, trabalho secreto ou monitoramento subreptícia de atividades" (KOVACH e ROSENSTIEL, 2004, p. 177)
Os meios legais, ou não, que os jornalistas utilizam devem ser analisados à luz do Código de Ética do Jornalismo Brasileiro, aprovado em 29 de setembro de 1985 pela Federação Nacional dos Jornalistas. No código diz que o jornalista deve deixar claros os meios que irá utilizar para compor a reportagem, tais como disfarces ou câmeras ocultas, justificando-os e comprovando que não teria outra forma de buscar as informações.
No que se refere à ética ainda, o código confere autonomia ao jornalista no que tange as fontes. É dever do profissional resguardar o sigilo destas: “Sempre que considerar correto e necessário, o jornalista resguardará a origem e a identidade das suas fontes de informação” (CÓDIGO DE ÉTICA DO JORNALISTA PROFISSIONAL, pg. 5). Mas o direito de preservação pode vir da fonte por uma recomendação de colocar nomes fictícios e de não gravar vozes ou tirar fotos. Desse modo, o código apresenta um problema, ao retirar o direito das fontes diante da informação.
Kovach e Rosenstiel falam da importância de colocar a transparência em relação ao trabalho jornalístico. Ele precisa ser leal e verdadeiro com as suas fontes, explicando-lhes o trabalho que pretende realizar. Di Franco (1996) fala que é direito do ser humano a privacidade, e por isso, os jornalistas precisam respeitar o espaço de suas fontes:
"Há uma fronteira ética entre o direito à informação e o direito à privacidade: o bem comum, o verdadeiro interesse público. A imprensa tem relevante papel de denúncia, de contraponto. Essa função, no entanto, nada tem a ver com a curiosidade agressiva, com o afã de escândalo ou com atitudes de retaliação" (DI FRANCO, 1996, p.18)
A Ética no Jornalismo, ao meu ver, não deve ser generalista, e, sim, contemplar as particularidades da profissão. Por outro lado, a consciência ética de cada jornalista deve contar bastante, e isso não está escrito no código. Pensamos a profissão como elencada à ação social tradicional que Weber explica no livro de Kunczik (WEBER apud KUNCZIK, 2001, p. 40). Ele diz que ela deve ser resultante da constante prática de hábitos éticos. Desse modo, para uma boa conduta ética jornalística faz-se necessário um contínuo aprendizado de valores que desafia o profissional diariamente. J-J
Por: Emerson Garcia para a disciplina de Ética da UCB
E olhe que vai faltando essa exigência nos dias de hoje, naquele jornalismo sensionalista! É bom sempre falar nesse assunto! Boa semana!
ResponderExcluirÉtica e muito cuidado com informações falsas recebidas de fontes externas
ResponderExcluirAchei interessante. Além da ética acredito que todo jornalista deveria ter muito bom senso ao publicar qualquer conteúdo.
ResponderExcluirAbraços.
https://www.parafraseandocomvanessa.com.br/
Muito bom o post. Abraço!
ResponderExcluirhttps://lucianootacianopensamentosolto.blogspot.com/
Esse assunto é polêmico! Nós, como jornalistas, sabemos bem como é difícil por muitas vezes conseguir provas sem usar alguns meios que não são exatamente lícitos, dependendo do tipo de notícia, de informação que precisamos.
ResponderExcluirPorém, acima de tudo isso, a ética em divulgar informações verdadeiras e checadas é indescutível.
Hospedaria de Palavras
Está a falar de uma das maiores miragens do mundo atual.
ResponderExcluirE eu sei do que falo.
Muito bom Emerson. Todas as profissões tem seu código de ética e todas também tem maus profissionais que não sabem o que é ética, infelizmente.
ResponderExcluirBeijos! (❤ ω ❤)