quinta-feira, 21 de setembro de 2023

Quinta de série: Fantástico - 50 anos

Pode conter spoilers!


No dia 06 de agosto de 1973 estreava o Fantástico - revista eletrônica dominical que mistura informação, entretenimento e diversão. Em comemoração aos 50 anos de programa foi lançado uma série documental em 5 episódios destinada a contar a história da revista, com curiosidades, reportagens inesquecíveis, repórteres importantes, produtores e diretores. O Show da Vida sempre fez enorme sucesso e ainda tem uma relevância forte nos dias atuais, daqueles que querem começar a semana de forma bem informada e humorada. 

Fantástico 50 anos: O documentário foi criado por Bruno Bernardes e colaboradores, e com direção de Jennifer Skipp. Cada um dos cinco episódios teve a duração média de 40 minutos, aproximadamente, e compreende uma década diferente do programa. Boni falou mais da concepção do projeto:

"Quando nós criamos o ‘Fantástico’, pensamos em fazer um programa novo, em um formato diferente. Para isso eu pensei em um painel reunindo tudo que havia de melhor na TV Globo. Em uma reunião me pediram para resumir em duas ou três linhas o que queria com o programa. Eu disse: 'Não, eu prefiro definir em uma única palavra: esperança'."


A essência do Fantástico é justamente ser sua dose de alegria, bom humor e esperança para o início de sua semana. E, além disso, um programa para estar informado de maneira profunda sobre os assuntos. O Fantástico sempre apresentou tendências, novidades, denúncias e alertas para a população.  


Uma das marcas do programa cinquentenário são as reportagens especiais que se aprofundam em temas relevantes para a sociedade. Isso sempre tornou o Show da Vida um programa vanguardista, à frente de seu tempo, que busca novos formatos, furos de reportagens e temas de interesse coletivo. Ao mesmo tempo que o Fantástico é informativo, ele é relevante, de olho no futuro e transformador.  

Por meio do documentário conheci mais da história do programa, me surpreendendo com os vídeos, entrevistas com repórteres e pessoas-chaves, e com, até mesmo, as Garotas Fantásticas que se reuniram em um bate-papo. Cheio de bastidores surpreendentes, o documentário contou com um cenário especial e com a reprodução de pautas importantes de épocas e com histórias das reportagens, apresentadas por jornalistas.  

Os episódios foram divididos nos seguintes: A reconstituição do primeiro Fantástico; Um mergulho nos anos 1980; Mistérios e truques nos anos 1990; Fantástico entrando no século XXI; e O que vi na jornada da vida e a tendência musical nos anos 2010


O primeiro episódio tem o desafio de recriar os melhores momentos das primeiras edições do programa, já que as gravações foram destruídas em um incêndio nos estúdios Globo. O intuito foi o de voltar nas origens, revisitando e revelando bastidores de momentos icônicos dessa primeira década. O personagem Azambuja, interpretado pelo humorista Chico Anysio, marcou presença até a década de 1990. Nizo Neto, filho de Chico, revisita esse personagem. Reproduzido por inteligência artificial, o icônico clipe da música Sangue Latino, foi refeito, surpreendendo Ney Matogrosso, que foi um dos entrevistados e revelou alguns bastidores da representação da música, nos anos iniciais do programa. 


A repórter Cidinha Campos, a primeira repórter do programa, reencontra o único passageiro sobrevivente à queda do avião da Varig, Ricardo Trajano, numa plantação em Orly, na França, próximo do aeroporto de Paris, em 11 de julho de 1973. É um momento emocionante, com recordações dolorosas e históricas. 

Outro momento icônico e curioso é a história das primeiras aberturas do programa. Um verdadeiro show performático com bailarinos foi feito, assim como a composição de uma música criada exclusivamente para a abertura, de Boni e Guto Graça Mello. É interessante porque durante o primeiro episódio, e os demais, a abertura foi sendo modificada e atualizada.


Não tem como pensar em Fantástico, sem a presença de Cid Moreira, um dos primeiros apresentadores e locutores da revista eletrônica. Há uma reprodução de sua primeira apresentação. Edna Paltinik, a criadora do departamento de acervo do Fantástico explica o motivo da maior parte dos materiais do início do programa estarem perdidos, além de narrar um texto curto da época, um dos únicos materiais que sobreviveu ao incêndio. O texto foi guardado pela equipe do Acervo da Globo, em um livro que preserva boletins de programações antigos.  


O fato é que o documentário consegue reparar parte dessa história, com reproduções de quadros, reportagens e conteúdos. A tecnologia é amplamente utilizada para a reconstituição. A atriz Sandra Bréa reproduz uma apresentação especial da época. 

O segundo episódio fala da importância e relevância do dominical nos anos 1980, que tornou-se uma necessidade para todas as idades. As pessoas, na época, deixavam de ir ao cinema, festas e restaurantes, para assistir ao programa. Artistas, repórteres e idealizadores deram entrevistas importantes nesse episódio. João Batista Olivi retorna para o depoimento sobre as vítimas da seca em Sertão dos Inhamus no Ceará, Boninho fala sobre Lobão e o videoclipe do Rádio Blá Blá. Há também imagens sobre concursos de discoteca, sexo-ginástica e a exploração sobre a juventude dos anos 1980. Reportagens emblemáticas sobre a Aids; bebida e direção; e empoderamento feminino foram relembradas. Patrícia foi recontactada para relembrar a denúncia que fez após sofrer assédio sexual. Além disso, As Garotas do Fantástico - Viviane Araújo, Paula Burlamaqui, Luciana Vendramini e Cláudia Lira - se reuniram para rever sua participação no quadro. 


O episódio também contou com Isadora Ribeiro que retornou para falar sobre a aclamada abertura do programa. Por isso, Hans Donner e Boni também foram entrevistados.  Ao final, foi exibida a emblemática abertura de 1987, intercalada com as considerações finais com alguns entrevistados.     

A introdução do terceiro episódio traz alguns utensílios dos anos 1990 e a TV sendo zapeada com o clipe Melô do Tchan do Gerasamba, mudando para o programa Topa tudo por dinheiro com Silvio Santos no SBT, até chegar para uma edição do Fantástico, com Cid Moreira na temporada de 1997. Os assuntos desse capítulo são os seguintes: a investigação, os perigos na rua e o mistério na saúde. Foi a década em que Pedro Bial e Gloria Maria eram os apresentadores. Reportagens emblemáticas como a do ET de Varginha, o fim do mundo e o bug do Milênio, a Garota da lágrima de Cristal e o sequestro da mão do cantor de pagode Salgadinho até sua fuga.  

Quadros que marcaram época, como Repórter por um diaPadre Quevedo (Principalmente o polêmico que o padre entrevista o próprio Lúcifer); Retrato Falado da Denise Fraga; Me leva, Brasil de Mauricio Kubrusly; Elas só pensam nisso de Renata Ceribelli; CiladaFazendo História; O Super Sincero; Sexo OpostoEmprego de A a Z; O Conciliador; Atenção, Consumidore os diversos quadros de Regina Casé. Mister M é um dos destaques do episódio. O Funk do Mr. M com Bonde do Tigrão finaliza o capítulo. 


Várias novidades foram adicionadas no século XXI com os demais programas. Entre os convidados do episódio estavam Eduardo Faustini, Pedro Bial, Zeca Camargo, Patrícia Poeta, Renata Ceribelli, MV Bill, Celso Athayde, Márcio Atalla, Dráuzio Varela e Tadeu Schmidt. Merecem destaque o realiy Medida Certa e os casos marcantes como o Caso Isabela Nardoni e a polêmica entrevista com Suzanne Von Richthofen. 


Também há o relato sobre a favela no Rio que ganhou um prêmio de melhor documentário e o surgimento da primeira apresentadora em IA, a Eva Byte. Entrevistas com grandes astros nacionais e internacionais como Lady Gaga, Maria Rita e Madonna, foram relembradas. Tadeu Schmidt relembrou sua trajetória no programa com o esporte e futebol e o surgimento dos Cavalinhos do Fantástico (Posteriormente, Eguinhas também) e quadros marcantes como Detetive Virtual e Bola Cheia & Bola Murcha.  

O último episódio relembra a entrevista de Sonia Bridi à Edward Snowden e reportagens marcantes como o Caso de João de Deus e o Tráfico de pessoas. Quadros como Cadê o dinheiro que tava aqui?, Chefe Secreto, Vai fazer o quê?, O que vi da vida, Jornada da vida, Bem sertanejo, Fant360 Isso a Globo não mostra com Marcelo Adnet.


Anitta também apresentou sua versão do tema com funk e pisadinha. Várias imagens intercalaram com a gravação da cantora. Ao fim da música, ela disse que espera que sua versão perdure por mais de 50 anos.

É um documentário completo para quem quer conhecer a história do programa. Ele mostra os momentos áureos, bem como as reportagens marcantes e inesquecíveis. Quadros e reportagens memoráveis foram apresentados, assim como entrevistas espetaculares, momentos de entretenimento e apresentações musicais. 

Atualmente, o quadro Repórter por um dia ainda faz enorme sucesso e está remanescente, além dos quadros novos de viagens e entrevistas, como Avisa lá que eu vou, com Paulo Vieira, e uma atração com Sabrina Sato, na qual ela visita lugares que viralizaram na internet e como fizeram jus à fama virtual - com estreia marcada para outubro próximo.  

Vivenciei momentos nostálgicos e saudosistas ao assistir à série documental. Um verdadeiro banho de história da revista eletrônica cinquentenária. J-J  


Por: Emerson Garcia

4 comentários :

  1. 50 anos de programa já é um dinossauro da tv!!
    Bom fim de semana JJ!!

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  2. Boa tarde de sexta-feira e com muita paz e saúde JJ.

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  3. É um programa que vem - literalmente - atravessando gerações. Quero ver esse documentário, o Fantástico esteve muito presente em nossas vidas!

    Beijão

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