Exposição 'Rainhas de Copas' apresenta história do futebol feminino brasileiro e mundial

A Exposição Rainhas de Copas está em cartaz no Museu do Futebol em São Paulo, entre os dias 28 de abril e 27 de agosto de 2023 e destaca a história dos mundiais femininos. Os registros são poucos e escassos. O que há são relatos e acervos pessoais. A exposição, portanto, procura reunir todo esse material.

Com ela, você conhece a cronologia dos fatos, com curiosidades, vídeos, imagens, com muita história, conquistas e jogadoras marcantes do futebol. A diretora técnica do Museu, Marília Bonas, falou da experiência de buscar acervos pessoais e relatos das jogadoras por conta da falta de material. Ela disse o seguinte: 

"É uma história que tem muitos pontos de conexão, muitas conquistas pouco celebradas pela mídia e pelo público, que pouco conheceu essa história. Tivemos que hierarquizar e fazer estratégias para o público descobrir em camadas”.

O evento apresenta uma linha do tempo desde a primeira Copa feminina experimental, em 1988, até a última edição, de 2019, perpassando pelos principais momentos da seleção brasileira. Os fatos históricos ainda destacam a proibição dos jogos femininos no Brasil por praticamente 40 anos, bem como o preconceito e desvalorização da modalidade. Tais fatos atrasaram a evolução e desconhecimento do futebol feminino no Brasil e no mundo.  

A exposição conta com as conquistas das jogadoras brasileiras, dentro e fora de campo, com a participação pioneira no Torneio Experimental da China, em 1988; e um protótipo do que viria a ser o primeiro Mundial oficial da Fifa, em 1991. Há dois painéis interativos com informações inéditas sobre as jogadoras brasileiras que já participaram de Copas. Cristiane, Formiga e Marta foram destacadas na mostra. Há também uma réplica da taça da Copa do Mundo de Futebol Feminino. 

O futebol feminino não é mais amador como antes. Esse é um tema que tem ganhado repercussão no decorrer dos anos e, por isso, é vital buscar informações sobre. As informações entre 1988 e 1991 carecem de registros e Claudia Jacobs, estagiária do Jornal dos Sports, no Rio de Janeiro, foi a única fonte para encontrar essas informações, além de acervos das próprias jogadoras da época. 

61 anos separam a estreia do Mundial masculino, em 1930, da primeira edição oficial feminina, em 1991. A exposição celebra muitas conquistas, como essa, em uma copa que tem tudo para ser histórica em audiência e interesse. Com curadoria de Aira Bonfim, Juliana Cabral, Lu Castro e Silvana Goellner a mostra traz imagens e jogadas inéditas, relatos de atletas, trajetórias das jogadoras, além de dados surpreendentes.  

A luta das jogadoras pela igualdade também é trabalhada na exposição. O visitante tem a oportunidade de ver que a Copa de mulheres foi marcada por reivindicações em campo, como a luta da seleção feminina que não tinha um uniforme próprio até 2015 e jogavam com modelos adaptados do time masculino. 

A interatividade também está marcada por meio de vídeos, imagens, fotos e experiências. A mostra está bem bonita, organizada e intuitiva. Guardar memórias e informações do futebol feminino, principalmente brasileiro, é fundamental para a preservação da história e identidade. Ainda aguardamos uma conquista inédita e histórica na competição que é a vitória do Brasil.

Rainha de Copas está aberta até 27 de agosto, de terça a domingo, das 9h às 18h (entrada até às 17h), no Museu do Futebol em Pacaembu (SP). O ingresso custa R$ 20 (inteira); R$ 10 (meia) - crianças até 7 anos não pagam.  Às terças, o evento tem entrada gratuita. O local também está tendo algumas transmissões de jogos durante esta Copa. J-J

Por: Emerson Garcia