quarta-feira, 20 de outubro de 2021

Marca brasiliense 'Lumas' lança campanha para o 'Outubro Rosa' sobre não apelidar as partes íntimas



A marca de roupas do Distrito Federal Lumas, para promover a campanha Outubro Rosa esse ano, promoveu duas campanhas. A primeira, incentivando o autoexame e exame de prevenção contra o câncer de mama; e a segunda, para que as pessoas, incluindo as mulheres, não apelidem as partes íntimas, pois de certa forma isso dificulta a descoberta de abusos sexuais contra as crianças, ajuda na criação imoral de tabus e diminui e menospreza o autocuidado dessas partes íntimas.

Nos vídeos divulgados, sete mulheres surgem segurando objetos que representam os apelidos que os seios normalmente levam, como: balões, faróis, tábua, limões, tomates, peras e melões. O projeto, roteiro e edição dos vídeos da empresa teve o dedinho criador e criativo da fotógrafa Kakau Lossio, que realizou as fotos e também apareceu no vídeo; do salão Maria Coutinho, que fez o cabelo das modelos e cedeu o espaço para produção; e da maquiadora Aghata Maia. Assista aos vídeos que foram publicados no Instagram da loja Lumas e do portal de notícias Só notícia boa
 


Para uma das criadoras da marca Lumas, Fernanda Sales, a invenção de apelidos para as partes íntimas é uma forma (i)moral de criar tabus, diminuindo o seu autocuidado. Que mulher, por exemplo, teria interesse em tocar "seus melões"? Não é mais sensato dar o nome certo às partes íntimas?! Assim, mulheres devem tocar "seus seios" nada mais, nada menos, que isso! Falar que mulheres possuem melões é um tanto quanto desrespeitoso para com o corpo feminino!

Junto com a campanha Não apelide as partes íntimas, a marca lançou camisetas temáticas que terão todo o lucro das vendas revertido para projetos de prevenção do câncer de mama. Com as frases O amor da minha vida sou eu e Eu me toco, as camisetas estão disponíveis nas cores rosa e branca e são vendidas pelo valor de R$ 94 cada.



O perigo de apelidar as partes íntimas



Mas por que a empresa Lumas abraçou a ideia de não apelidar as partes íntimas?! Tudo tem um motivo. A criadora da marca Fernanda Sales disse que recentemente uma professora fez um relato de que uma de suas alunas contou que, há pelo menos um ano, seu padrasto brincava com "o biscoito" dela. A professora, no início, não compreendeu e não captou a mensagem de que a criança estava sendo abusada justamente pela genitália feminina, a vagina, ter apelido. Daí a importância de fazer esse alerta. É provável que as pessoas não entendam, por exemplo, quando uma menina falar que o "tio dela está brincando com sua pepeca".

E é comum, não é mesmo, apelidar as partes íntimas?! As partes íntimas masculinas são chamadas de rola, bilau, pica, pau, pomba, banana, pepino, saco, por exemplo. Por que não dar o nome certo de pênis e escroto?! Já as femininas são conhecidas como periquito, pepeca, xota, xoxota, perseguida e por aí vai, quando o certo seria chamá-la de vagina. "Ah, mas Emerson, pênis e vagina são nomes muito feios de serem ditos". Até concordo que há uma tentativa de popularização desses nomes, mas quando apelidamos as partes íntimas caímos em inúmeros erros que já foram citados nesse texto.


Então, vamos ensinar nossas crianças que as partes íntimas delas são sérias e são um tesouro e que não é qualquer um que pode mexer ali?! Vamos falar para elas quais são os nomes certos e científicos de suas genitálias, para caso aconteça algum abuso, não haja sombra de dúvidas do que aconteceu?!


Conscientização



E o que há por trás disso tudo?! A ideia é conscientizar as mulheres que elas devem fazer o autoexame e o exame de mama, mas também é aniquilar a banalização das partes íntimas femininas e, por que não dizer, masculinas?! Toda pessoa merece respeito, assim como seus corpos também. E gerar reflexão sobre isso é fundamental. 

O diagnóstico precoce do câncer de mama - e não câncer de faróis, de tomates, de tábua, de melões ... - apresenta até 95% de chance de cura. Mesmo com essa informação positiva, apenas 46,2% das mulheres realizam o exame uma vez ao ano, e 27% nunca o fizeram. 

Muitas mulheres não se cuidam e não se tocam por tabu, questão cultural ou porque as mulheres e até mesmo a sociedade de forma geral apelida partes íntimas tão sérias e sagradas. O intuito da Lumas é empoderar mais as mulheres e torná-las protagonistas de suas histórias e de seus corpos. É uma mensagem de cuidado, amor e despertamento. 



Há um condicionamento errôneo que as mulheres não podem sentir prazer pelo próprio toque, impactando na forma como elas conhecem as mamas. Pelo contrário, toda pessoa deve conhecer seu próprio corpo e se tocar. Acredita-se que na hora do banho é o melhor momento para realizar o autoexame. Se a mulher se toca diariamente durante o banho, por que não pode se perceber?! Como não sente um nódulo?! Assim, devemos cuidar da nossa mente e especialmente da nossa saúde.

A atitude da Lumas é louvável e tem um motivo. Que tenhámos essa consciência da importância de cuidarmos da nossa saúde, realizarmos exames periódicos e não apelidarmos, em hipóteses alguma (Nem com a pessoa cremosa dentro de quatro paredes), nossas partes íntimas! J-J


Por: Emerson Garcia

11 comentários :

  1. acho lindas essas marcas que fazem essas campanhas de incentivo

    beijo
    A mina de fé

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  2. Sensacional, Emerson, campanha muito criativa que de forma lúdica, chama a atenção e conscientiza. Muito obrigada pela partilha

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  3. Olá, Emerson!
    Gostei muito da sua escrita, um texto perfeito. Também sou contra esses apelidos. Apenas não entendo, (não só nessa, mas em várias campanhas, disso e daquilo) é que a pretexto de lutarem contra, muitas vezes essas campanhas acabam dando ibope ao que condenam e ensinando e perpetuando o que desejam extirpar. Talvez seja a forma de abordagem, sei lá, não fiz faculdade disso, rs. Estou só dando minha modesta opinião e posso estar totalmente errada. Não tenho certeza de nada. Apenas observo o desenrolar dos fatos.
    -
    Blog da Marli
    -
    Bjs, Marli

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  4. Infelizmente os apelidos chamam mais a atenção do que a própria matéria. Obrigado pela pastagem maravilhosa Emerson. Espero que no dia que eu for a Brasília você possa ser o meu guia turístico e eu tirar muitas fotos. ☺☺☺☺

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  5. Parabéns pelo texto e acho um absurdo apelidar as partes íntimas ao invés de chamar pelo nome anatômico. Prevenção é fundamental sempre.
    Big Beijos,
    Lulu on the sky

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  6. O essencial é mesmo ter atenção ao corpo, tratá-lo com respeito e dignidade.
    Coisas de Feltro

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  7. Uma campanha bem criativa, mas realmente é uma causa muito séria, toda a atenção é pouco para essa causa e outras tantas!!!

    Emerson, tenha uma boa noite.
    Um abraço.

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  8. Oi Emerson querido, bn!
    Sensacional a campanha e a tua visão sobre o tema. Parabéns!
    Bjsss amigo

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  9. Uma campanha muito inteligente, sábia e desinibida.
    Há que dar o nome correto aos nossos órgãos.
    Fantástico post como sempre.
    Abraços e dias felizes.

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  10. Que campanha ótima, não acho certo apelidar as partes íntimas e, se tivesse filhos, lhes ensinaria os nomes corretos. Parabéns pelo post.

    Beijos/Kisses.



    Anete Oliveira

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