De 7 à 10 de janeiro a Globo reexibiu um de seus maiores sucessos em termos de minisséries: O Auto da Compadecida. Baseada na peça de Ariano Suassuna, a produção foi apresentada pela primeira vez há 20 anos - em 5 de janeiro de 1999. Em sua íntegra de capítulos ela só fora apresentada pelo Canal Viva (2012 e 2014). O Auto da Compadecida é um ode à cultura nordestina, religião e regionalismos que nessa exibição ganhou roupagens, edições, acréscimos, remasterizações, efeitos visuais, e até mesmo uma abertura.
Logo no primeiro frame uma novidade: os inícios dos capítulos são ilustrados com imagens que remetem à arte bizantina. Os desenhos parecem que foram pintados sob uma parede, com cores fortes e alegres - como o amarelo, bordô, dourado e azul. Não sei quem foi o criador dessas imagens, mas elas foram muito bem feitas.
O diretor e produtor da minissérie também a remasterizaram, com o intuito de reforçar as cores e as definições das cenas. Também foram tirados arranhões da obra original e a imagem ganhou mais brilho e vida.
Os efeitos especiais foram refeitos, como o céu do julgamento e o inferno. Atualmente há tecnologias digitais e efeitos visuais mais avançados que os utilizados em 1999. Desse modo, a personificação dos personagens pintados da parede está mais convincente, assim como o diabo mais aterrorizante.
Os efeitos sonoros também passaram por uma repaginação. As vozes dos personagens estão mais audíveis e limpas. Em algumas cenas, elas envolvem o telespectador de uma forma única.
Guel Arraes, diretor da produção, disse que O Auto da Compadecida é uma obra aberta, que sempre pode passar por reparações para se tornar mais inesquecível do que já é:
"É muito doido. O negócio está pronto há 20 anos, e você entra lá e faz de novo uma parte. Isso foi muito bacana. É uma obra que não termina, de certa maneira."
A Globo presenteou os telespectadores com uma hora de material inédito que não estava no filme. Sobre isso, o intérprete de Chicó, Selton Mello, disse o seguinte:
"Essa uma hora a mais que tem na minissérie eu já não lembro mais o que é que tem. Eu só lembro que tinha um gato que descome dinheiro. O resto não lembro mais nada, porque a gente se acostumou nesses 20 anos a ver o filme."
A minissérie, como das outras vezes, foi dividida em quatro capítulos, são eles: O testamento da cachorra, O gato que descome dinheiro, A peleja de Chicó contra os dois ferrabrás e O dia em que João Grilo se encontrou com o diabo. Os três primeiros episódios tiveram entre 36 a 37 minutos e o último 47 minutos. Essa divisão muda a forma de assistir, pois cada episódio contou com um foco distinto, diferentemente do longa que eram vários focos sequenciados.
Também foi produzida uma nova abertura para a série, com artes bizantinas e o toque simples e regional de violões e outros instrumentos, que por sinal é muito mais bonita e produzida que a abertura de 1999. Assista e compare:
Com a reexibição da minissérie O Auto da Compadecida há uma inauguração de uma nova geração de fanáticos pela estória de Chico e João Grilo. Depois de 20 anos, a minissérie está mais jovial, por conta de seus aspectos visuais, mas continua a falar sobre religionalismos e religião, para os fãs antigos. Além disso, é uma obra que provoca o riso por meio das peripécias dos protagonistas e se aproxima dos espectadores devido aos diálogos simples e inteligentes.
Permitir que a obra fosse ao ar em 2020 é uma tentativa de dar voz para tantos Chicós e Joãos Grilos do nordeste do país, colocados de lado pela burguesia e sudelistas. O diretor, Guel Arraes, disse que a obra é um painel popular do Brasil com o intuito de incomodar políticos, artistas e empresários sobre a realidade do nordeste e dos nordestinos - um povo esperto, safo e que consegue se divertir, ter humor, como retratado na minissérie. Enfim, ao ver a produção novamente percebi que ela é uma crítica à religião, uma sátira ao "jeitinho brasileiro" de lidar com as situações e de mentir, mas também um alerta sobre a pobreza e a fome, pois os personagens estão sempre atrás de comida. Ainda em 2020, O Auto da Compadecida é uma série atual, e não falo isso somente por conta das atualizações da produção, mas também pelos assuntos tratados. J-J
Por: Emerson Garcia
Uma obra e tanto! Adoro!
ResponderExcluirAhhhh que legal !
ResponderExcluirEu adoro O Auto da Compadecia, mas perdi a que reexibição. Gostei de saber das mudanças que foram feitas :)
Beijo !
| Afonso Padilha . Detalhadamente - Instagram |
| O Blog Que Não é Blog - Instagram |
| Meu Instagram - @euannazanatta |
| O Blog Que Não é Blog |
Um dos poucos longa metragens com produção brasileira que valem a pena ser assistido. Abraço!
ResponderExcluirhttps://lucianootacianopensamentosolto.blogspot.com/
Com certeza vale muito à pena. Uma verdadeira obra-prima brasileira.
ExcluirUma obra maravilhosa e inspiradora
ResponderExcluirBeijos
www.pimentadeacucar.com
OI Émerson, eu acho essa série sensacional. Gostei de ver você falando dela aqui no seu blog.
ResponderExcluirbeijos
Chris
Inventando com a Mamãe / Instagram / Facebook / Pinterest
Conhecia e gostei de ver
ResponderExcluirBom post
Abraço
Kique
Hoje em Caminhos Percorridos - Dica de beleza - Cabelo
Eu vi um excerto no Facebook e achei genial!!
ResponderExcluirxoox
marisasclosetblog.com
Superb article, man!! you are really included a real advance area of knowledge I expect for may days. Hope you more article on it creates & let us to see.
ResponderExcluirAfter all many thanks for this post.