segunda-feira, 27 de fevereiro de 2023

Repositório





Há mais de três anos fui assaltado perto de casa. O bandido levou o meu celular, mas não apenas isso: informações, fotos e músicas - o que havia construído nesses um ano e meio com o aparelho. Além de tê-lo levado, também deixou-me sem minha ferramenta de trabalho, pois posto notícias, compartilho links do JOVEM JORNALISTA e crio conteúdos para as redes sociais. Como jornalista percebi que o meu trabalho dependia e depende do celular, foi assim que percebi sua falta, mais do que havia perdido de conteúdos.

Sempre soube lidar com perdas de celulares. Em 2018, o Samsung Galaxy Gran Duos estragou e não teve conserto, me fazendo comprar um novo, o Motorola Z2 Play. Na época, perdi fotos, vídeos e mensagens. Até que superei, e um ano e meio depois fui roubado, perdendo também fotos, vídeos e mensagens. 

Esse fato me traz uma lição: tenho encarado celulares como repositórios. Ou seja, ideais para armazenamentos de informações, fotos e músicas, mas isso não quer dizer que irão armazenar essas informações para sempre. Você pode ser roubado e perder seus conteúdos ou podem estragar, sendo praticamente impossível resgatar as informações, fotos e músicas. 

Em outra época, ficaria inconsolável se perdesse algum conteúdo, sendo capaz até mesmo de gastar R$ 2 mil reais na recuperação de dados, quando meu HD parou de funcionar, agora, apenas respiro fundo e sigo em frente. Tenho os seguintes pensamentos: "Foi o celular que estragou, não eu", "Perdi os dados do celular, mas não perdi a vida" ou "O ladrão levou o celular, não levou a minha vida".   

Claro que ter essa filosofia não é tarefa fácil, ninguém gostaria de perder, sejam informações, fotos, músicas ou até mesmo pessoas. Ninguém quer perder, sobretudo algo que lutou a vida inteira para conquistar ou registros de suas vidas. Sim, a frustração e a decepção vem. Não posso negar que tiveram momentos de lamento ou aquela frustração de ter "lutado tanto por um celular, para vir um ladrão e levar", mas o segredo está em como encarar as situações e resignificá-las. E como isso é possível?

Saiba que os celulares funcionam como repositórios de informações digitais, sejam fotos, vídeos ou mensagens. Quando meu celular estragou e quando fui roubado perdi tudo o que tinha, pois não imaginava que isso poderia acontecer e não cheguei a fazer transferência para o meu computador ou backup de conteúdos. Até mesmo as mensagens de Whatsapp são informações digitais e você pode perdê-las, como foi o meu caso quando, ao fazer backup só consegui recuperar as de certo período para trás. 

E o que fazer ao perder? Chorar pelo leite derramado? Não! Resignifique as situações de uma forma a não sofrer tanto. Ou seja, você pode comprar um aparelho melhor, que também funcionará como repositórios de informações digitais. Pode recomeçar do zero, tirar novas fotos com amigos e familiares, inserir novas músicas e mandar novas mensagens no Whatsapp ou qualquer outra rede social. E o melhor de tudo: o novo aparelho poderá fazer as mesmas funções que o anterior ou até mais avançadas.  

Agora estou com o celular novo. Sei que demorará um pouco para me acostumar com ele, mas tenho resiliência e consigo me adaptar a tudo nessa vida. Tenho ciência que nada durará para sempre, muito menos o celular. Mas o encaro como um repositório e uma ferramenta facilitadora do meu trabalho. 

Que nesse ano, que está no início e vai para o terceiro mês, você possa utilizar os objetos como objetos ou como repositórios e amar (AMAR MUITO!) as pessoas. Que você não permita que uma perda possa ser maior do que os seus ganhos. Aproveite cada momento, como se fosse o único e o último, sabendo que tudo pode passar e evaporar como as informações digitais de um aparelho celular. Encare as perdas como oportunidades de fazer coisas melhores e maiores (Eu, por exemplo, sempre baixo novas músicas incríveis para o meu celular). Registre (REGISTRE MESMO) os bons momentos com o smartphone, mas saiba que eles serão apenas MOMENTOS e que podem desaparecer, caso não faça backup (O meu caso). Se eles sumirem da nuvem, encare como uma oportunidade de viver momentos mais incríveis ainda. Enfim, a vida também é um repositório, por isso encha ele de momentos bons, recordações inefáveis, mensagens de amor, declarações esplendorosas, com as melhores companhias. E se a vida é um repositório, ela também pode acabar. Pense nisso. J-J


Por: Emerson Garcia

10 comentários :

  1. Putz, que coisa mais chata ser roubado, com todos os dados, fotos, tudo mais...Ainda bem estás tranquilo, com uma cabeça bem centrada, caso contrário,rs... Desejo tuuuuudo de bom em 2020 e que só coisas legais aconteçam. FELIZ 2020! abraços, chica

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    Respostas
    1. Essa situação me mostrou que devemos dar atenção para o que realmente importa. Realmente fiquei bem centrado.

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  2. Amei a reflexão. Hoje em dias somos bem dependentes do celular e guardados quase tudo no mesmo lugar sem se preocupar se algum dia irá dar defeito ou se perder. Acho bem importante ter tudo armazenado tanto em pen-drivers e HD, quanto em algum lugar online para achar quando necessário.
    Anos atrás voltei ao hábito de revelar fotos para poder ter as fotos guardadas caso acontecesse algo.
    Beijos
    https://www.dearlytay.com.br/

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  3. E quem gosta de perder? Como em tudo na vida, há que superer sempre. Gostei muito desta leitura.
    Boa semana!

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  4. É terrível quando isso acontece, mas a gente precisa ter um backup de tudo para não ficar na mão.
    Big beijos
    www.luluonthesky.com

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  5. Estamos bastante dependentes dos dispositivos para guardar nossas "memórias". Eu tento sempre passar as coisas para um HD, as nuvens e armazenamentos online enchem muito rápido.

    https://www.biigthais.com/

    Beijoos ;*

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  6. Nunca fui assaltada e ainda bem. Mas imagino os nervos e ainda para mais, cada vez mais se tem mais dependência do telemóvel, não só como contacto, mas temos lá a nossa vida toda.

    Bom dia

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  7. Ups, essa anónima sou eu :P

    Cláudia - eutambemtenhoumblog

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  8. Eu nunca perdi o telefone assim, num assalto, mas já perdi todas as informações de um telefone antigo e fiquei bem perdida também. Mas aprendi a desapegar e seguir em frente, construir novos caminhos e não depender tanto da tecnologia pra tudo. Mas até hoje morro de medo de perder as minhas fotos (da vida toda) numa dessas panes da vida. Abraços!

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  9. Só posso subscrever o mesmo da comentadora anterior!
    Tento não ficar dependente da tecnologia em todas as circunstâncias... por isso, continuo com um stupidphone... apenas para o básico... tudo o mais fica para usar/fazer no portátil... e é uma sensação maravilhosa, não se estar enredado, nas malhas da Net, em determinadas circunstâncias...
    Um grande abraço
    Ana

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