The Good Doctor é a nova série médica que tenho acompanhado. Baseada em um drama sul-coreano de Park Jae-burn, ela é exibida pela Sony e ABC e conta com a produção de David Shore (Dr. House) e Daniel Dae Kim (Lost e Hawaii 5-0).
TGD despertou a minha atenção, primeiro por se tratar de uma história médica; segundo, porque tem como protagonista Freedie Highmore - o eterno Norman Bates, de Bates Motel; e, terceiro, por conta da sua premissa. Na série acompanhamos o jovem Shaun Murphy, um cirurgião pediátrico com autismo e Síndrome de Savant - um distúrbio psíquico em que a pessoa possui dificuldade de comunicação e relacionamento, mas uma inteligência acima da média. O médico, então, tem o desafio de trabalhar no Hospital San Jose St. Bonaventure, com profissionais bem preconceituosos. TGD vem com uma história inovadora, embora baseada em uma obra, que ainda não tinha visto pelos corredores hospitalares das produções que já assisti.
TGD me lembrou três séries médicas. Não há como não compará-la à Dr. House. Falamos de dois protagonistas emblemáticos, que possuem distinções, mas questões parecidas. Enquanto Dr. House é um médico ranzinza, cínico e sarcástico, Dr. Shaun é um médico bom, cativante e simpático. Contudo, eles possuem os mesmos problemas: a dificuldade de relacionamento, aquele por conta da sua personalidade, e este por conta da sua condição. Por fim, Dr. House e Dr. Shaun quebram regras médicas, possuem insides criativos e vão até as últimas consequências para salvar vidas.
O drama também me lembrou Grey's Anatomy e Atypical. A primeira, porque TGD também trata de questões pessoais e profissionais. A segunda, por conta da temática, com o intuito de discutir o preconceito que os autistas sofrem e a dificuldade de suas inserções na sociedade e na família.
Com tantas semelhanças com séries médicas, TGD pode vir a floppar. O drama conta com muitos clichês que já estamos carecas de ver. Nos quatro episódios já lançados, Dr. Shaun foi barrado pelos médicos tradicionais por conta dos métodos que iria aplicar nos pacientes - como já vimos exaustivamente em Grey's Anatomy e Dr. House. Além disso, há muitos clichês de gênero, como a supremacia dos médicos, em relação às médicas; o clichê do vilão, o chefe da equipe Neal Melendez que tem um preconceito extremo com relação à Shaun mas sem motivos aparentes (Um clichê enorme, né?); e o clichê de cada episódio ser apresentado um caso novo que, ao mesmo tempo pode deixar a trama exaustiva ou inovadora - como em Dr. House, que se sustentou por 8 temporadas com casos diferentes e criativos.
Mesmo com possíveis flops - que li em muitas críticas que não foram nada amigáveis com TGD - a série, claro, tem bons motivos positivos que a podem sustentá-la por várias temporadas. Vamos a eles?
- A temática: O autismo e a Síndrome de Savant merecem ser discutidos e como a série os apresenta pode ser o grande ganho. TGD até agora tem sabido como tratá-los - a partir de uma inclusão social e com muita humanidade. Os temas são apresentados com delicadeza e cuidado, como, se por um instante pudéssemos saber como Shaun vive e o que ele passa.
- A carga dramática: No primeiro episódio lágrimas já poderiam me definir. TGD me pegou pela emoção, dramas e experiências negativas que o protagonista passou e tem passado na vida. Não tem como não se emocionar.
- Os flashbacks: Eles tem ajudado a conhecer melhor a personalidade de Shaun e porque ele é exatamente como é. Os flashbacks são muito bem feitos e caem como uma luva na cena atual. Os atores que interpretam Shaun e seu irmão na infância são excelentes.
- Os insides do Dr. Shaun: Visualizar como a mente do protagonista funciona tem sido uma experiência enriquecedora para mim. Assim como Dr. House apresentava viagens pelo corpo humano, também temos em TGD, mas com um diferencial: vemos o organismo a partir da perspectiva do jovem médico, com sua inteligência ativa. Dr. Shaun e Dr. House resolvem os casos a partir desses insides criativos. Sobre isso, li algo interessante na resenha do Série Maníacos:
"A mente de Shaun fascina e lembra até mesmo Sherlock em seu palácio da mente, mostrando figuras e esquemas capazes de nos dar a sensação de estarmos dentro da cabeça do personagem e compreendê-lo, nem que seja por um minuto"
- A sinceridade do Dr. Shaun: Embora tenha dificuldade de se relacionar, o jovem médico protagoniza cenas sinceras e humanas com os outros personagens, em que ele é sincero, verdadeiro e diz o que lhe vem à cabeça. Desse modo, a série ensina muito mais do que medicina, mas sobre a vida.
- Ingenuidade e momentos de humor: Dr. Shaun é bastante ingênuo, o que cativou-me e me fez gostar do personagem. A série, em meio ao preconceito, carga dramática e o tema, ainda consegue ter um alívio cômico interessante e boas cenas de humor.
- Freddie Higmore: Com certeza esse é o grande acerto da produção! Freddie Higmore é um excelente ator, versátil e com capacidade interpretativa. Deve ter sido dificílimo para ele interpretar um jovem psicopata e tem sido como um autista com síndrome de Savant, mas Freddie surpreendeu-me com os trejeitos, os tiques e a voz do Dr. Shaun. Contudo, vejo que ainda a série tem se escorado muito em Freddie e em seu personagem. Perto dele, os demais atores ainda não brilharam, com exceção de Antonia Thomas (como Claire Brown) e Nicholas Gonzalez (como Neal Melendez).
Esses são os bons motivos para acompanhar TGD. Espero que a cada episódio a série fique mais emocionante, criativa e com bons casos e possa criar sua própria trilha de sucesso. Com certeza, a temática e o peso de Freddie Highmore fazem toda a diferença. A produção teve a confirmação de uma temporada completa com 18 episódios. Agora, resta aguardar o desenvolvimento da trama. J-J
Por: Emerson Garcia
Oi Emerson, eu não tenho muito costume de acompanhar séries médicas, mas achei a premissa bem interessante. Quero assistir o primeiro episódio para ver se eu curto! Um beijo :*
ResponderExcluirAcho que você vai gostar bastante. É bem dramático o primeiro episódio.
ExcluirNossa já gostei e fiquei curiosa pra assistir. Eu gosto de série assim haha.
ResponderExcluirMas vou esperar pois vai começar a segunda temporada de Stranger Things e eu quero muito ver!
Beijos,
#fiquerosa
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Eu também gosto de séries médicas. Stranger Things é viciante né? Quero começar logo.
ExcluirEmerson, que coincidência, comecei a assistir ontem essa série e achei bem interessante. Lembra muito "Dr. House", espero que essa também seja um sucesso;)
ResponderExcluirBjs!
Sim. Tem vários elementos de Dr. House.
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