Antes de começar esse texto, preciso dizer que os últimos dias tem sido difíceis. Enfrento problemas que não imaginaria passar. Contudo, percebo que poderia ser pior. Então apenas agradeço, esperando o fim dessa 'bad'. Pouparei vocês dos detalhes, mas julguei pertinente que soubessem um pouco do que se passa comigo. Resolvi voltar a escrever, pois isso sempre me anima e me impulsiona. Sem mais delongas, vamos ao post de hoje.
No dia 08 de dezembro, por volta de meia noite, o cantor Cícero Rosa Lins, ou simplesmente Cícero, lançou seu quarto cd intitulado Cícero & Albatroz. Este traz a identidade do músico, mas com arranjos expansivos, solares e um pop rock acentuado.
Cícero, em quatro cds, soube imprimir sua identidade e criar seu próprio caminho. Como se esquecer da obra piloto Canções de Apartamento (2011) e seu ar sentimental, romântico, por meio de sons acústicos experimentais? Ou de Sábado (2013), um projeto inebriante, frio e perturbador? Ou, ainda, de A praia, com batidas eletrônicas e melodias ensolaradas? Com Cícero & Albatroz o compositor carioca se reinventa, expande novos horizontes e arremata, de vez seu estilo.
A quarta obra soube navegar muito bem pelos sentimentos, indo da alegria à melancolia, ao caos e solidão nas cidades. Nesse álbum, senti uma ênfase de Cícero à sua banda - que aparece no título. Houve uma harmonia entre o cantor e os músicos como nunca antes. Uma bela homenagem à Bruno Schulz, Uirá Bueno, Gabriel Ventura, Cairê Rego, Felipe Pacheco Ventura, Vitor Tosta e Matheus Moraes, que o seguem há 7 anos.
De fato, o papel da banda está muito mais evidente e parece-me que o cantor abriu às portas para as criatividades musicais e instrumentais de cada um. Algo que fora citado por Cícero recentemente:
"No começo, eles vinham para executar o que já estava pronto. Com o tempo, começaram a propor ideias, e a estrada criou uma intimidade musical. Achei que seria hora de um disco de banda".
Cícero & Albatroz traz ritmos festivos, alegres, mas também dramáticos. O cd tem uma pegada ao vivo e relembra bastante as músicas dos Los Hermanos, em que Cícero claramente se inspira. Enfim, ele soube imprimir bastante as influências do pop rock e MPB.
O arranjo das canções está alto astral e sabe captar suas letras. Cada uma delas possui um diferencial. A presença do teclado, guitarra, saxofone, entre outros instrumentos, dão uma identidade própria à Albatroz.
Trabalho bem feito que vai das animadas Aurora nº 1, Não se vá, até a áspera A cidade e as tristes Velho Sítio e Aquele Adeus. Abaixo selecionei algumas:
Aurora nº 1
Essa é a canção que abre o álbum e cumpre o seu papel muito bem. Assim como a aurora abre nossos dias, esta também faz isso. O arranjo de metais é muito vivaz, assim como o saxofone e o violino.
Não se vá
Esta é uma música alto astral. Gosto muito das entradas com guitarras e o teclado. A parte do back vocal também é primorosa. A letra, em minha opinião, fala sobre deixarmos de lado as tristezas da vida e a aproveitarmos seu melhor lado. Gosto muito desse trecho: "E ao bater a febre não vá explodir a cabeça no sinal Peito ultraleve frente à escuridão".
A cidade
Esta é a primeira música que foi divulgada e que vocês puderam ler a minha crítica aqui. Ela me lembra bastante a vibe de Sábado. Gosto muito dos sons repetitivos da composição, com a bateria, saxofone e violino marcando presença. Com certeza essa é uma das grandes músicas do cd!
A grande onda
A grande onda, em minha opinião, é uma continuação de A cidade. Nela, Cícero fala de urbanismo, construções e de uma cidade tomada pelo concreto e doenças emocionais, como ansiedade e depressão. Acredito que a expressão 'a grande onda' é um tanto irônica, em uma cidade onde não existe praia, mas sim 'mar de pavimentos'. Ela também tem sons e melodias repetitivas como A cidade.
Velho Sítio
Depois de A cidade, essa é a minha segunda música preferida do cd. Ela fala sobre a vida, mas principalmente sobre a morte e as partidas que temos que vivenciar. A cada vez que eu a ouço me emociono e reflito sobre a letra. Acho interessante esse trecho: "deito em verso pra quando eu partir me continuar", pois ele mostra que mesmo se morrermos ainda podemos marcar a vida das pessoas, oferecer alguma herança ou legado.
Aquele Adeus
Aquele Adeus é a minha terceira faixa preferida. Essa que é mais um tapa na cara dado por nosso amigo Cícero. Ela, talvez, seja a que mais fale de relacionamentos na obra. O cantor soube imprimir toda carga emocional e dramática nela. Ela é toda tocada no violão e na voz doce e forte do compositor e cantor carioca. Ela é uma belíssima MPB!
A capa do cd é uma foto da cidade e traz um pouco a vivência do cantor de morar em uma grande metrópole, que é São Paulo. Gostei muito dos tons de cores da imagem.
Gostaram da release sobre o cd? Esta é uma obra que recomendo com todas as forças. O álbum encontra-se disponível de graça no Spotify e em outras plataformas. O cd físico sairá em janeiro de 2018, assim como o disco de vinil (Sim! Cícero é um cara bem retrô!). Você pode acompanhar outras novidades no Instagram e na fanpage do cantor. Por enquanto, acredito que o site esteja em manutenção e construção. Abaixo trago alguns trechos das 10 músicas. Baixe o cd completo aqui. J-J
Por: Emerson Garcia
Ele é uma gracinha! Só conheço aquela música do trem, muito fofa.
ResponderExcluirrasgadojeans.blogspot.com
Acho que você tá falando de "Tempo de pipa" né? Realmente ela é muito boa mesmo.
ExcluirNão conheço a obra, mas adorei essa introdução sobre o conteúdo que ela pode trazer...
ResponderExcluirwww.vivendosentimentos.com.br
Não costumo ouvi-lo mas curti saber desse novo álbum :3
ResponderExcluirwww.vestindoideias.com
Pois é. É o álbum mais recente dele.
ExcluirEu amo Cícero e baixei todas as músicas, só não tenho ainda esse novo mais já amei. E gostei muito do modo como você a descreveu.
ResponderExcluirQue bom que gostou. Cada vez mais o cantor se supera.
ExcluirObrigado por comentar!
Estive numa estrema bad recente e gostaria de saber por que você está ou estava se sentindo assim... Quem vc é etc. Na real quero te entender, então sei lá entre em contato por favor
ResponderExcluirOlá, Sara. Obrigado pela preocupação. Estive chateado com coisas materiais, mas depois percebi que mais vale é a vida mesmo. Sou o Emerson Garcia, do Distrito Federal. E você, quem é? Entre em contato também.
ExcluirAté mais!