quarta-feira, 2 de março de 2016

A 'Brasília Amarela' que todos sentirão saudades





Um grupo de amigos excêntricos, divertidos e irônicos me convidou para viajar com eles. É claro que eu aceitei a proposta, e comecei a preparar a minha mala para esse trajeto que seria uma verdadeira aventura. Na mala, coloquei algumas roupas - somente o suficiente para passar um final de semana; um sabão chamado 'Crá-cá' - porque é primordial para a higiene pessoal; e um boneco do Robocop Gay Xô! Preconceito. Pronto! Minha mala estava arrumada para uma viagem nostálgica.

Ao chegar no local marcado, percebi que viajaria em uma Brasília Amarela, para uma cidade chamada Santos, no litoral de São Paulo. Durante o trajeto, ouvimos várias músicas, como 'Chopis Centis', 'Vira-vira' e 'Pelados em Santos' - bem propícia para a ocasião. A cada canção tocada na rádio, nos divertíamos, ríamos e zoávamos uns dos outros.

Em determinado momento, vimos na estrada, tanto do lado esquerdo como do direito, árvores, mato, e algo que parecia uma selva. Por ali, tatus, cabritas, cachorros, elefantes, camelos, vaquinhas, pombas, viviam em sociedade, fazendo coisas comuns ao dia-a-dia de cada um. Era incrível como cada animal tinha um hábito próprio. Foi aí que o Dinho resolveu escrever sobre eles e fazer uma música.

A viagem estava tão legal e interessante. Não queria que ela acabasse jamais... mas... de repente, meus olhos ficaram escuros e eu acordei. Não era uma viagem, e sim um sonho. Acordei com os olhos cheios de lágrimas, não aceitando que Dinho, Júlio, Alberto, Samuel e Sérgio jamais voltariam, e que nunca mais viajaria naquela Brasília amarela.

O sucesso do Mamonas Assassinas foi repentino, intenso e curtíssimo. Não há quem os conheça e os admire por suas letras. Eles eram autênticos, e não nasceu, depois deles, banda que tivesse as suas características. Cativavam a todos, desde adultos até crianças. Ninguém consideraria que 'Robocop Gay' fosse uma música apelativa e que não condizia para os pequenos. Eles levavam alegria, apesar de toda linguagem forte e perjorativa de suas letras. Quando criança, por volta dos meus 6 anos de idade, lá estava eu dançando 'Robocop Gay' e 'Vira-Vira' na sala do apartamento da minha tia. Inocência que exalava tanto de mim, como daqueles moleques zoeiros e travessos que estavam em seu auge.

Quero agradecer ao quinteto, porque vocês me divertiram. Despertou em mim, os sentimentos mais puros e alegres de uma criança. Também os agradeço, porque vocês são memoráveis, capazes de me fazer sonhar (e sonhar de novo) com as várias situações, marcas registradas e estilos que me proporcionaram nostalgia e prazer até os dias atuais.

São 20 anos sem a 'Brasília Amarela'. 20 anos sem autenticidade e entretenimento em nossa música. Me pergunto como seria se vocês fizessem mais 10 ou 15 discos, como Júlio disse no último show: "Não sei por quanto tempo irão nos aguentar, mas sei que temos besteira para mais uns quinze discos".

Ia ser muito legal! Mas, como nem tudo que acontece em nossa vida é bom, vocês se foram. E isso é triste, mas também alegre, porque só me lembro de cada um com alegria, sorriso no rosto e fazendo palhaçada. 

Sabe, acho muito verdadeiro o ditado que diz que "Tudo que acontece na vida da gente é pra melhorar". Vocês se foram, mas deixou esse lindo legado. Partiram, mas o último show que fizeram foi aqui em Brasília, minha terra natal. 

Tudo tem um propósito de acontecer. Deus permitiu que vocês fizessem sucesso e deixassem boas lembranças nas pessoas, mas os levou, mesmo sabendo que os motivos para chorar seriam inferiores aos de sorrir. Aqui estou eu fazendo esse texto, emocionado e com ar nostálgico. Talvez esse também fosse um propósito de Deus. J-J

Valeu, Mamonas.
Vocês são demais.


Então voltem! Podem sair de trás do céu e vir cantar pra todos nós!





Por: Emerson Garcia

11 comentários :

  1. 20 anos? Como o tempo passa rápido! Eles fizeram tanto sucesso em tão pouco tempo, né? Deixaram realmente muitas saudades;)
    Bjs!

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  2. Nunca fui fã da banda, não curto esse tipo de humor. Mas a morte deles foi super trágica mesmo, uma pena.

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  3. 20 anos heim,como o tempo passa e eu lembro do dia, to velha hahaa
    Adorei o texto

    Bjuuu
    http://www.blogjumedeiros.com/

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  4. Eu e meu irmão adorávamos, claro. Mas só entendemos os sentidos de algumas musicas depois de velhos....hehe :)

    :**

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    1. Era bem isso mesmo. Bem inocentes as músicas deles. Todos dançavam e cantavam.

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  5. Não sou da época, mais de tanto falarem acabei pesquisando e gostando das músicas! Muito divertidas!
    Beijão!

    Estilo de sobra baby!

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  6. Eu não sou da época deles, mas é impossível não conhecer, né? Acho incrível o fato de que eles marcaram tanto uma geração, que até hoje as músicas deles fazem sucesso! Vira-vira por exemplo ás vezes toca em festas de 15 anos e todo mundo sabe a coreografia, acho isso tão legal! Com certeza eles deixaram saudades ^^
    Um beijão,
    Gabi do likegabs.blogspot.com ♡

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    Respostas
    1. Todo mundo sabe a coreografia e a letra. Eles são bem universais. Imagina o sucesso que fariam hoje em dia.

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  7. Não sou da geração deles, mas é impossível não conhece-los. Achei uma terrível perda a deles, pelo que vi na tv e internet, eles eram uma banda muito bacana. Pode ser presunçoso da minha parte dizer isso, mas mamonas assassinas serão lembrados para sempre.

    Abraços,

    Blog Decidindo-se \o/

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  8. Passa rápido de mais, tive a oportunidade de ir no show deles na minha cidade e sou grata por isso. :*
    http://www.cherryacessorioseafins.com.br/

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