Pode conter spoilers!
Após 20 anos do maior atentado da história, o 11 de setembro, o jornalista Marcos Uchôa revela dramas e conflitos vivenciados de perto em uma dezena de países islâmicos, na cobertura da guerra contra o terrorismo. A produção conta com 4 episódios, de em média 40 minutos cada um. Criada por Marcos Uchôa, dirigida por Fátima Baptista, roteirizada por Carolina Oddone e Lívia Lacerda, a produção é do gênero de guerra, documentário, história e política.
A série documental se aprofunda nesse lado humano, acompanhando jornalistas, civis e fotógrafos que transformam a resistência e a dor em imagens capazes de atravessar o tempo. É uma série dramática, histórica, cheia de humanidade, que traz relatos pessoais e repletos de sentimento. Desse modo, é uma produção de lágrima, rostos e histórias pessoais. Mais do que mostrar batalhas, a produção revela como o registro visual se torna denúncia e testemunho em um mundo onde conflitos parecem nunca terminar.
A série conta com 4 episódios, são eles: Vidas depois da queda, Explosão de primavera, Sob escombros e Frágil. O primeiro trata do ocidente contra-atacando. Em Cabul, Bagdá, Kuwait, Teerã, Marcos Uchôa mostrou como a sangrenta 'guerra ao terror' mudou vidas muito longe dos EUA depois do 11/09.
Já o segundo, enfoca numa onda de manifestações pró-democracia que varre países islâmicos e derruba ditaduras históricas. Marcos acompanha a festa nas ruas e também o ocaso da Primavera Árabe.
O terceiro apresenta imagens inéditas de um país destroçado pelo terrorismo e pela crueldade do Estado Islâmico. Marcos Uchôa retrata a dramática rotina do êxodo depois de 10 anos de guerra na Síria.
No quarto, Uchôa conhece a jovem democracia da Tunísia e trata da fragilidade política no mundo islâmico, com o fim da ocupação americana e a volta do regime talibã ao poder no Afeganistão.
São histórias contadas através do clique, aludindo ao título "retratos". Assim, cada episódio apresenta um conjunto de retratos e a trajetória de quem os capturou. Os fotógrafos arriscam suas vidas para mostrar o que o resto do mundo prefere retirar os olhos - cidades destruídas, campos de refugiados e olhares que carregam mais do que mil palavras. Ao mesmo tempo, a série dá voz aos retratados, que comentam suas próprias imagens e contam o que aconteceu antes e depois daquele momento congelado.
Quais são os efeitos e consequências de uma guerra? Eles podem ser devastadores e a série mostra isso com muito cuidado e carinho. O conceito de guerra não se limita a tropas uniformizadas e fronteiras, mas vai muito além. Pessoas são impactadas por elas em suas famílias, vivências e individualidades.
A fotografia é tratada como personagem no teleshow. Enquadramentos congelados, uso do preto e branco e close-ups criam um impacto que vai além da informação - é arte que emociona, questiona e incomoda, afinal não tem como ficar inerte com a guerra.
A trilha sonora, por sua vez, é mínima, deixando o silêncio (ou o som ambiente) fazer parte da narrativa, quase como se o espectador estivesse folheando um álbum proibido.
Inúmeros motivos existem para você assistir à produção. Entre eles, está o de ser impossível entender a dimensão de um conflito sem ver quem está nele. A docusérie é arte, história e jornalismo contada de dentro para fora. Você está convidado a olhar para esses retratos e não desviar os olhos. E você? Acredita que uma imagem pode mudar a percepção de uma guerra? J-J
Por: Emerson Garcia








Boa tarde de quinta-feira meu querido amigo Emerson. Parabéns pelo seu trabalho e excelente matéria. Grande abraço carioca.
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