Dois Papais Noéis

Hoje é véspera de Natal, uma das épocas mais mágicas e incríveis do ano. O que essa data representa? Pode representar comunhão, alegria, paz, solidariedade, luz, amor, esperança, respeito e uma infinidade de outras coisas. É no Natal onde os sentimentos mais bonitos estão aflorados, em que parece que o ambiente torna-se mais leve e descontraído. Eu queria que essa sensação durasse por todo o ano e, se não fosse assim, que durasse muito mais que o mês de dezembro. 

Entre as representações natalinas destaco o RESPEITO. Este é fundamental para que a união entre as pessoas seja verdadeira e intensa. Os indivíduos possuem personalidades e gostos diferentes e o respeito à essas diferenças é visível nessa época. Claro que ele somente funciona com boas doses de AMOR e SOLIDARIEDADE. 

Esses dias dois fatos chamaram a minha atenção. Eles envolvem o respeito às diferenças e dois Papais Noéis, daí o título desse post. O primeiro deles é de um Papai Noel diferente da campanha do Instituto Jô Clemente lançada no último dia 20 e o outro é de um Bom Velhinho que vê além das diferenças.

Um Papai Noel diferente

Como você descreveria essa figura icônica? Um senhor de barbas branquinhas, com roupa vermelha, voz rouca, botas e cinto pretos e um saco de presentes? Essa é a descrição comum do Bom Velhinho. Uma campanha fez com que pequenos descrevessem o personagem de forma espontânea mas, curiosamente, nenhum deles falou de uma das características que poderia diferenciar dos demais velhinhos. Não vou falar dela para não estragar a surpresa, apenas assistam ao vídeo:

Para essas crianças o Papai Noel EXISTE, e o preconceito NÃO. A estratégia da empresa é mostrar que o preconceito não é algo natural, mas construído e enraízado nas pessoas. Então, que tal plantar sementes de amor ao invés de preconceito em nossas crianças?! A diretora executiva de criação da Z515 - agência responsável pelo vídeo - Alessandra Pereira, salientou a inocência das crianças, bem como o que as festas de fim de ano proporcionam. Ela disse o seguinte (com grifos):

“As crianças têm o coração puro e não enxergam com preconceito algumas diferenças, que passamos a considerar apenas depois de crescidos. E uma data como o Natal, em que estamos mais sensíveis e com pensamentos mais positivos, é ideal para que possamos gerar uma reflexão sobre o assunto, ficando livres para abraçar as diferenças.”

Que tal ampliar a ideia que qualquer um pode ser Papai Noel e que uma sociedade onde o preconceito domina não pode prevalecer? É a sociedade quem cria estereótipos, é ela que diferencia os seres humanos uns dos outros. Pensem nisso. 


Um Papai Noel que vê além das diferenças

De um lado um Papai Noel que é visto com respeito pelas crianças; do outro, um que vê as crianças autistas além de suas diferenças. A ideia inclusiva é da Autism Speaks e da Cherry Hill Programs que treinam Papais Noéis em várias partes dos Estados Unidos e Canadá. 

Para recepcionar os autistas há uma diminuição das luzes e brilhos, bem como das músicas e os Bons Velhinhos chegam a deitar-se no chão para "entrar" no mundo dos pequenos. Se necessário for, eles ficam em pé e atrás de suas cadeiras, para deixá-los livres e confortáveis durante a sessão de fotos. 

Nesse caso, também é possível perceber o respeito na época natalina. A vice-presidente de serviços e suporte da Autism Speaks, Valerie Paradiz, salientou os efeitos positivos que a atividade inclusiva proporciona:

“Nosso objetivo é criar um mundo mais inclusivo para pessoas com autismo, e eventos como esse causam um impacto tão significativo ao ajudar as famílias a se sentirem confortáveis, compreendidas e aceitas.”

O Brasil tem seguido os passos dos países norte-americanos ao abrir seus shoppings mais cedo para receber deficientes físicos e autistas (o Brasília Shopping, localizado na região onde habito, é um exemplo deles) com o intuito deles terem uma experiência confortável e única com o universo natalino. 


Que o respeito dure de dezembro à dezembro

Dois Papais Noéis. Dois seres humanos incríveis. Um diferente em sua aparência, o outro em sua forma de lidar com o mundo, mas ambos com algo em comum: o respeito, esse sentimento incrível que deveria durar de dezembro à dezembro. Espero por um mundo cada vez mais respeitoso.

E vocês, o que acharam dos dois Papais Noéis?! Acreditam que o respeito pode mudar o mundo? Digam nos comentários. J-J

FELIZ NATAL!

Por: Emerson Garcia