Pode conter spoilers!
Que tal uma comédia musical cheia de fantasia, bem família e repleta de drama e romance?! Assim é a produção Vick e a Musa, de Rosane Svartman, disponível em 2 temporadas no Globoplay. A direção artística é de Marcus Figueiredo, direção de Ana Paula Guimarães e roteiro de Bia Corrêa do Lago, Sabrina Rosa, Juliana Lins e Rafael Souza-Ribeiro. O elenco conta com Cecília Chancez, Tabatha Almeida, Nicolas Prattes, Malu Rodrigues, Dan Ferreira, João Guilherme Ávila, Jean Paulo Campos, Bel Lima, Tulio Starling, Pedro Guilherme, Anna Manuela Estevão e Cris Vianna. A série é classificada como infantojuvenil, com classificação etária de 12 anos e 26 episódios, de em média 40 minutos cada um.
Por meio de um chamado da jovem Vicky, a chegada da deusa Euterpe, a musa da música, gera transformação no bairro de Canto Belo através da arte. Antes da chegada de Euterpe, a maioria dos espaços culturais da cidade, como o cinema e o teatro, ficaram abandonados ao longo dos anos, ocasionando na perda do encanto, afetando principalmente o astral dos moradores. No meio disso, a jovem Vick, uma artista de mão cheia, está com seu relacionamento com sua melhor amiga Laura rompido. É quando em um ato de desespero, desabafa e pede a ajuda do universo para que as coisas ao seu redor mudem de figura. A própria deusa da música virá para o planeta terra, gerando transformação nos moradores e em todo o bairro.
Vick e a musa é repleta de cenas musicais, performances musicais dos personagens e tudo mais que relembra Zoey e a sua fantástica playlist. As músicas movimentam cada cena, emocionando, arrancando suspiros e sendo motivos de alegria.
Mas nem só as cenas musicais merecem destaque. Assim também, o enredo, personagens e diálogos. Rosane soube muito bem como conduzir sua estória, com bons ganchos e materiais. A amizade de Vick e Laura convence e é de cortar o coração vê-las separadas, os casais que vão sendo montados também são "shipáveis" e merecem a torcida. A escolha das músicas também casaram com as cenas e a seleção de músicas brasileiras dá gosto de ver. A música de abertura é uma releitura de Palco de Gilberto Gil, na voz de Bel Lima e Túlio Starling. E é uma canção que tem tudo a ver com a estória da série.
É muito legal e interessante o universo que Rosane cria, principalmente de trazer a História Grega e dos deuses para perto de nós. O interesse de Vick por mitologia grega é surpreendente. No decorrer dos episódios, não só Euterpe surge, como outros, como o deus do teatro Dionísio e o deus dos deuses, Zeus.
Cada personagem da série possui um talento que é trabalhado e explorado por Euterpe, a deusa da música. Tem aquele que tem talento para música, dança, teatro e até mesmo desenho, mostrando que na vida temos inúmeros talentos e não podemos enterrá-los, deixando-os sempre visíveis e disponíveis para fazermos a diferença na vida das pessoas.
Se você curte séries com estética caprichada, pegada jovem, dilemas reais e música boa, Vick e a Musa pode ser sua próxima maratona certeira. Ela é um mergulho no turbilhão da adolescência com um toque artístico que emociona - e surpreende. A série consegue misturar muito bem fantasia e realismo, sendo que cada capítulo possui performances coreografadas, cenas que parecem instalações audiovisuais e clipes musicais.
A série, sobretudo, toca em temas sensíveis e importantes, tais como: feminismo, saúde mental, liberdade criativa, ancestralidade afro-indígena e bissexualidade. E faz isso sem forçar, com simbologias sutis e diálogos bem escritos.
Vale a pena assistir se você gosta de séries autorais e diferentes do óbvio; curte narrativas com estética forte e identidade musical; está vivendo o caos poético da adolescência; quer ver uma produção nacional ousada, sensível e potente. J-J
0 mostraram o dom. Quer mostrar o seu? :
Postar um comentário
Obrigado por mostrar seu dom. Volte sempre ;)
Nos siga nas redes sociais: Fanpage e Instagram