quarta-feira, 6 de novembro de 2024

Dia Internacional da Mulher Negra no Centro de Artes da Vila Telebrasília!

Dia 25 de julho de 2024 às 19 horas e 30 minutos o Centro de Artes da Vila Telebrasília recebeu um recital em homenagem ao Dia Internacional da Mulher Negra e Caribenha. 7 músicos se apresentaram para homenagear todas as mulheres negras. 

Essa data não é uma qualquer ou apenas celebração. Outrossim, é uma data em que mulheres negras, indígenas e de comunidades tradicionais refletem e fortalecem as organizações voltadas às mulheres negras e suas diversas lutas. Ela acontece desde 2014, quando foi instituída pela lei 12.987 como o Dia Nacional de Tereza Benguela e da Mulher Negra, um dos símbolos de resistência e importante líder na luta contra a escravidão. 

Tereza de Benguela foi uma líder quilombola que viveu em lugar incerto, casada com José Piolho. Faleceu em 25 de julho de 1779, em Mato Grosso, daí a origem da escolha da data. 


A noite do evento contou com a presença de dezenas de pessoas que se concentraram no hall do centro de artes para assistir a belíssimas apresentações musicais, repletas de boas histórias prenunciadas pela idealizadora e criadora do Chá Musical, Marilza Luciano. Ela apresentava o artista negro, com sua história e, em seguida, anunciava que o artista seria homenageado por meio de uma apresentação musical com um dos músicos presentes. 

A primeira artista a ser homenageada foi Sandra de Sá. Nasceu em 27 de agosto de 1955 (68 anos), no Rio de Janeiro. É cantora e compositora e seu gênero musical é a MPB. Filha de baterista, nasceu e foi criada no subúrbio carioca de Pilares, em uma vila da Rua Garabu. Em 1983, mudou o nome para Sandra Sá. Cursou psicologia, mas deixou a faculdade, no início dos anos 1980, para se dedicar à música.

Para interpretar um dos seus grandes sucessos Olhos coloridos, Luiza Marta foi convidada para subir ao palco com seu ukulele. E que apresentação deliciosa e única! Luiza imprimiu toda a emoção que a canção requer e ainda fez com que os presentes cantassem e encantassem o refrão da música que diz "Sarará crioulo"

A segunda homenageada da noite foi Whitney Houston. Nasceu em 9 de agosto de 1963 em Newark, Nova Jersey (EUA) e faleceu em 11 de fevereiro de 2012 em Beverly Hill, Califórnia (EUA). Vinda de uma família envolvida com a música, Whitney era filha de Cissy Houston, uma cantora de soul e música gospel. As primas eram cantoras, sendo uma delas Leontyne Price, uma reconhecida cantora de ópera.

Interpretando Summetime, temos a cantora Hilda Tardin, acompanhada pelo pianista Paulo Vieira e pelo baixista Rodrigo Freitas (baixo elétrico). 

A seguir, foi falado a história da música Luiza. Publicada pela primeira vez na disco Passarim, em 1987, rendeu ao compositor Tom Jobim um disco de ouro. Ela é um retrato da complexidade do amor, onde a admiração e a paixão vivem juntas com a dor da saudade e a tentativa de esquecimento. 

Então, foi o momento de homenagear uma mulher negra, presente, que havia aniversariado no dia anterior (24 de julho), Luiza Marta. Interpretando a música de Tom Jobim, o Pavarotti brasileiro, Rodrigo Soalheiro, foi convidado, juntamente com o pianista Paulo Vieira. 


Luiza Marta, a homenageada, chorou bastante e sentiu-se tocada com a interpretação de Rodrigo e Paulo. Realmente foi uma apresentação lindíssima marcando a vida da artista negra homenageada.

A seguir, foi a vez de homenagear uma mulher negra chamada Ivone Lara. Filha de uma mãe cantora e pai violonista, nasceu em 13 de abril de 1922, na rua dos Voluntários da Pátria, em Botafogo, Zona Sul do Rio de Janeiro. 

Foi conhecida com Rainha do Samba e grande Dama do Samba. Cantora e compositora, foi a primeira mulher a assinar um samba-enredo, e a fazer parte da ala de compositores de uma escola, a Império Serrano. Formada em enfermagem e serviço social, consagrou-se como cantora e compositora, desempenhando do importante papel como enfermeira na reforma psiquiátrica, no Brasil, ao lado da médica Neide da Silveira, dedicando-se a essa atividade, durante mais de trinta anos, antes de se apresentar e dedicar-se, exclusivamente à carreira artística.

Em homenagem à Dona Ivone Lara, o dia 13 de abrirl foi instituído como Dia Nacional da Mulher sambista.

Para interpretrar dois clássicos da Ivone Lara, Alguém avisou e Sonho meu, Lucimar Rodrigues foi chamada, juntamente com o pianista Paulo Vieira. E que interpretação belíssima! Lucimar cantou com sua alma, enquanto Paulo dedilhava as teclas do piano com precisão e delicadeza.


Alaide Costa foi a última homenageada da noite. Nasceu em 8 de dezembro de 1935 e possui 88 anos de idade. Sua origem é o Rio de Janeiro e seu gênero bossa nova e MPB. 

A artista iniciou, formalmente, sua vida profissional em 1955, ao assinar contrato de crooner com a casa noturna carioca Dancing Avenida, gravando, no ano seguinte o primeiro dos mais de 20 discos de uma carreira que ultrapassa seis décadas. Nesta trajetória, participa da história da Música Popular Brasileira figurando entre os precursores da bossa nova; compondo com grandes nomes como Vinicius de Moraes, Johnny Alf e Antônio Carlos Jobim, gravando com integrantes do legendário Clube da Esquina, e imprimindo sua singularidade no cenário musical. Com voz suave e segura, pode ser considerada uma estilista da MPB e uma das suas maiores intérpretes, dona de um timbre personalíssimo, afinação sem deslizes e um repertório de extremo bom gosto. Atuou como atriz e ganhou em 2020 o prêmio de melhor atriz coadjuvante no Festival de Gramado por sua atuação no filme Todos os mortos de Caetano Gotardo e Marco Dutra. Nos anos 60, participou do espetáculo teatral Os monstros de Dency de Oliveira com direção de Ruth Escobar, ao lado do ator Raul Cortez.


Por sua história e postura e dificuldades enfrentadas, é considerada uma pioneira na luta pela emancipação da mulher negra, na profissão de cantora popular no Brasil.

Interpretando a canção dela, Voz de mulher, o cantor, Pavarotti brasileiro, Rodrigo Soalheiro, acompanhado do violonista Augusto Cezar Contreiras de Almeida foram chamados. Eles homenagearam não só as mulheres negras, mas todas as presentes. 

A homenagem às mulheres negras no Centro de Artes da Vila Telebrasília foi uma noite memorável, de muita informação e excelente música! J-J



Por: Emerson Garcia

Um comentário :

  1. Que projeto bacana, achei muito legal ver e enaltecer esses artistas.
    Beijos.


    https://www.parafraseandocomvanessa.com.br/

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