No dia 17 de julho o Instagram Brasil adotou a medida de ocultar a visualização de likes das postagens. É preciso deixar claro que eles não foram EXTERMINADOS, apenas OCULTADOS. Ou seja, visível para o dono do perfil e oculto para seus seguidores.
Com pouco mais de dois meses, a mudança apresenta consequências pessoais para os usuários e financeiras para empresas e geradores de conteúdo. Pessoais, pois os usuários estavam acostumados em ver as curtidas das fotos dos seguidores; financeiras, porque agora as empresas terão que adotar novos meios para verificar métricas, impulsionamentos e popularidades das postagens.
No meio disso, estão dois pólos: o primeiro tem a ver com quantidade, quando há uma preocupação com likes e curtidas - a famosa FÁBRICA DE LIKES e o curtir somente por curtir; do outro, a qualidade, em que preza-se não por curtir à deriva, mas ter engajamento e interação entre os usuários.
De fato, desde sua fundação o Instagram mudou muito sua concepção, layout e design, e agora tem retornado à alguns princípios deixados de lado no decorrer dos tempos. É claro que há consequências, vantagens e desvantagens, mas também há um jogo de interesses visível. Se por um lado, a rede social tem defendido que a medida é um retorno aos seus tempos áureos e promove a saúde mental dos usuários; por outro, há estudiosos que alertam que o Instagram está apenas tapando o sol com a peneira e que ainda haverá a "biscoitagem" (pedir likes como se fosse esmola) e lucro para a rede social.
Depois desse apanhado geral, esse post terá como objetivo discutir os seguintes tópicos: novas concepções do Instagram; a mudança; fábrica de likes; consequências; vantagens e desvantagens; saúde mental; reais intenções dos desenvolvedores; depoimentos; e memes.
Novas concepções do Instagram
Desde sua origem, o Instagram tem passado por mudanças, com o intuito de dar mais ênfase às fotografias e vídeos. A cada nova versão, o layout tem se tornado mais limpo e clean. Com isso, a empresa quer que as fotos e vídeos sejam mais importantes e, que, ao usuário acessar a rede as fotos e vídeos chamem mais a atenção que qualquer outro recurso. Até mesmo as legendas ficam em segundo plano. Desse modo, o Instagram é uma rede genuína de imagens.
Além dessas mudanças, o Instagram também tem minimizado a importância de número de seguidores e seguindo, de acordo com um vídeo da Thami Sgalbiero em seu canal. Esses números que apareciam no topo, agora surgem no rodapé dos perfis, quase que imperceptíveis. Veja o vídeo:
Isso acarretou na ocultação do número de likes de fotos e vídeos, reafirmando o posicionamento do Instagram que o que vale mesmo são as fotos e APENAS ISSO.
A mudança
A ocultação dos likes no Brasil foi anunciada em maio pelo aplicativo. A iniciativa começou no hemisfério norte, no Canadá, onde a regra teve resultados positivos e tornou-se permanente. Já aqui no Brasil está em fase de testes, sendo preciso uma análise de como a mudança afetará a experiência dos usuários.
Entre os motivos para tal mudança, o presidente executivo da plataforma Adam Mosseri citou dois. São eles:
- minimizar o estresse durante o uso da plataforma: de acordo com Adam, muitos usuários se preocupam com o número de likes atingidos pelos posts, e a mudança é justamente para que não ocorra isso.
- foco no conteúdo, e não nos likes: a própria estrutura do Instagram está sendo construída para isso, como falado no primeiro tópico desse texto. Na concepção da empresa é preciso resgatar os fundamentos básicos da rede social.
Em nota, o Instagram se pronunciou dizendo que o intuito é diminuir o clima competitivo entre os usuários e fazer com que eles se concentrem mais nas fotos e vídeos compartilhados, do que na quantidade de curtidas recebidas. Em resumo, ele disse o seguinte:
"Não queremos que as pessoas sintam que estão em uma competição dentro do Instagram e nossa expectativa é entender se uma mudança desse tipo poderia ajudar as pessoas a focar menos nas curtidas e mais em contar suas histórias."
Fábrica de likes
A cultura de likes é visível no Instagram. Havia, sim, uma preocupação em que as postagens fossem curtidas e, vou além, que as pessoas fossem aceitas por conta de suas publicações. Os usuários até desenvolviam estratégias para postar fotos em determinado horário, com o intuito de ganhar mais curtidas. Teve um episódio que uma amiga me disse para não postar um conteúdo à noite, por volta de 11 horas, mas sim na parte da manhã. Daí disse que postaria naquele momento mesmo e que não me importava com curtidas.
Digitais influencers sobrevivem de likes e até são pagos por eles. Quanto mais likes, mais dinheiro na conta. A personagem de Paola Oliveira em A dona do pedaço, a digital influencer Vivi Guedes, possui uma conta oficial no Instagram e é um claro exemplo dessa fábrica de likes.
CURIOSIDADE: Embora ela diga que os likes "não aparecem" ainda é possível vê-los na versão do aplicativo para a desktop, o que de certa forma é um bug. Por que no celular os likes estão ocultos e no pc não?!
Há ainda empresas especializadas na compra e venda de interação digital. Existem "digitais influencers" que compram likes e seguidores. A ocultação de likes do Instagram, de certa forma, acabaria com essas curtidas e seguidores "fantasmas".
Essa cultura de likes levava em consideração aspectos quantitativos, e não qualitativos e aí que estava o problema. Você postava não pelo simples motivo de postar, mas por conta de likes. Não importava o conteúdo do post, e sim quantas centenas ou milhares de curtidas ele tinha. É claro que isso não acabou com a ocultação de likes, como veremos mais à frente.
A cultura de likes é visível no Instagram. Havia, sim, uma preocupação em que as postagens fossem curtidas e, vou além, que as pessoas fossem aceitas por conta de suas publicações. Os usuários até desenvolviam estratégias para postar fotos em determinado horário, com o intuito de ganhar mais curtidas. Teve um episódio que uma amiga me disse para não postar um conteúdo à noite, por volta de 11 horas, mas sim na parte da manhã. Daí disse que postaria naquele momento mesmo e que não me importava com curtidas.
Digitais influencers sobrevivem de likes e até são pagos por eles. Quanto mais likes, mais dinheiro na conta. A personagem de Paola Oliveira em A dona do pedaço, a digital influencer Vivi Guedes, possui uma conta oficial no Instagram e é um claro exemplo dessa fábrica de likes.
CURIOSIDADE: Embora ela diga que os likes "não aparecem" ainda é possível vê-los na versão do aplicativo para a desktop, o que de certa forma é um bug. Por que no celular os likes estão ocultos e no pc não?!
Há ainda empresas especializadas na compra e venda de interação digital. Existem "digitais influencers" que compram likes e seguidores. A ocultação de likes do Instagram, de certa forma, acabaria com essas curtidas e seguidores "fantasmas".
Essa cultura de likes levava em consideração aspectos quantitativos, e não qualitativos e aí que estava o problema. Você postava não pelo simples motivo de postar, mas por conta de likes. Não importava o conteúdo do post, e sim quantas centenas ou milhares de curtidas ele tinha. É claro que isso não acabou com a ocultação de likes, como veremos mais à frente.
Consequências
Como falado na introdução desse post, a mudança acarreta em consequências para os usuários e empresas e geradores de conteúdos. A especialista em redes sociais do Metrópoles, Sarah Gomes, citou uma série de efeitos e descrevo abaixo com minhas palavras:
- terapia coletiva: se antes a cultura dos likes imperava, agora haverá uma reconfiguração em como as pessoas irão lidar com a plataforma. Os usuários, de forma geral, terão que lidar com fotos sem likes. Além disso, as pessoas podem se desapegar da plataforma, já que a cultura de dar dois cliques em uma foto e aparecer um coração não será mais tão interessante assim.
- competição por compartilhamentos e engajamentos: com o novo algoritmo as empresas exigirão mais dos digitais influencers. Agora não está mais em jogo quantos likes possuem, mas como é o engajamento, compartilhamento e interação das postagens. Ou seja, a fábrica de likes sairá de foco e novas métricas serão levadas em consideração.
- benefícios para influenciadores com menos audiência: com a mudança, influenciadores com menos números poderão ser equiparados aos de grande. Mas isso não quer dizer que eles não terão que trabalhar. Pelo contrário, a competição agora será por compartilhamentos e engajamentos.
- novas formas de avaliar a efetividade de um post: a contratação de influencers e geradores de conteúdo deverá passar por outros critérios, como o fator estético de uma imagem e até mesmo legendas e hashtags utilizadas.
- envio de prints dos números alcançados: essa consequência já é uma realidade. Blogueirinhas e digital influencers já tem printado os números de curtidas e compartilhado em seus stories. A tendência é que empresas exijam esses prints como forma de comprovar a popularidade do digital influencer.
- produto bom irá falar por si só: agora é que são elas! A qualidade virá antes que a quantidade. Um post, seja de imagem ou vídeo, deve falar por si mesmo com ou sem likes. Acredito que isso fará com que os usuários trabalhem mais na qualidade, ângulos e criatividades de suas imagens.
Vantagens e desvantagens
Com as consequências da mudança, várias vantagens e desvantagens serão levadas em consideração, na opinião de Fernanda Oliveira, do Pure Style. São elas:
Vantagens
- Não comparação de conteúdos;
- Foco no que se produz e não em as pessoas comprarem likes; e
- conexão mais íntima entre as empresas e os criadores de conteúdos.
Desvantagens
- as pessoas não darão importância em curtir suas fotos;
- esforço maior para criar um conteúdo; e
- quem trabalha com publicidades pode ser prejudicado por não ter um resultado visível que realmente tem um público.
Saúde mental
O Instagram tem alegado que a ocultação dos likes é para contribuir com a saúde mental dos usuários. Um estudo recente do Instituto Royal Society for Public Health, do Reino Unido chamado de #StatusofMind, descobriu que a rede social é a mais nociva à autoestima dos jovens e adolescentes, seguido do Snapchat, Facebook e Twitter. A pesquisa conversou com quase 1500 jovens de 14 a 24 anos sobre o impacto das redes sociais nas suas vidas íntimas e públicas.
Há uma necessidade em o usuário ser aceito por conta de suas fotos, e quando isso não ocorre afeta diretamente em sua autoestima. É o que é conhecido como a síndrome FOMO (Fear of missing out ou medo de ficar de fora, em tradução livre) e que tem afetado jovens, entre 18 a 24 anos. Além disso, há uma comparação de vidas entre os usuários. Eles chegam a conclusão que a vida do outro é melhor porque ele tem mais curtidas em uma foto.
Acontece que o Instagram é uma rede de imagem, em que as pessoas cultuam o belo, o número de curtidas e uma perspectiva que muitas vezes não condiz com a realidade. De acordo com Matt Keracher, autor da pesquisa, as jovens mulheres inevitavelmente se comparam com outras irrealistas, filtradas e photoshopadas. Para Dora Sampaio Góes, psicóloga colaboradora do Grupo de Dependências Tecnológicas do Instituto de Psiquiatria do HC, essa comparação não deveria existir por um motivo (com grifos):
Da mesma forma que não pode haver essa comparação estética, não pode haver comparação de likes, uma vez, como falado nesse post, eles podem ter sido comprados e, organicamente falando, não correspondem à seguidores reais.
Mesmo com esses pontos negativos, o Instagram possui aspectos positivos no quesito auto-expressão e auto-identidade para os jovens. Há aqueles que não estão preocupados com números de likes ou popularidade, apenas querendo se autoafirmar com um estilo de vida e mostrar seu dia a dia. O que estes querem é comunicar-se e concectar-se com conteúdos e pessoas.
Mas a questão da saúde mental não deve ser verificada por um aplicativo, e sim pelo usuário ou pelos seus pais. É preciso perceber quando a rede está sendo nociva, retirando seu bem-estar, autoestima e noites de sono. Sim! Há pessoas dominadas pelo Instagram que passam mais tempo do que deveria vendo a vida dos outros. Tenho um exemplo próprio: era viciado em ver os stories e curtir as fotos das pessoas, a ponto de não deixar de ver nenhum conteúdo na rede social. Consequentemente perdia qualidade de vida e de tempo, não dando atenção aos meus outros afazeres. Percebi que minha saúde mental estava comprometida, pois enquanto não visse todas as publicações e as curtisse, não estava satisfeito. Foi aí que tive que rever minha saúde. Hoje em dia entro de vez em quando e nem tempo de curtir as fotos dos meus seguidores possuo. É preciso ter esse medidor e auto-análise.
Os pais também devem atentar-se para o tempo que seus filhos dedicam à rede social e como ela tem afetado suas vidas e se eles possuem alguma mudança de comportamento. É preciso prevenir antes, para não ter problemas mais graves à frente.
Há uma necessidade em o usuário ser aceito por conta de suas fotos, e quando isso não ocorre afeta diretamente em sua autoestima. É o que é conhecido como a síndrome FOMO (Fear of missing out ou medo de ficar de fora, em tradução livre) e que tem afetado jovens, entre 18 a 24 anos. Além disso, há uma comparação de vidas entre os usuários. Eles chegam a conclusão que a vida do outro é melhor porque ele tem mais curtidas em uma foto.
Acontece que o Instagram é uma rede de imagem, em que as pessoas cultuam o belo, o número de curtidas e uma perspectiva que muitas vezes não condiz com a realidade. De acordo com Matt Keracher, autor da pesquisa, as jovens mulheres inevitavelmente se comparam com outras irrealistas, filtradas e photoshopadas. Para Dora Sampaio Góes, psicóloga colaboradora do Grupo de Dependências Tecnológicas do Instituto de Psiquiatria do HC, essa comparação não deveria existir por um motivo (com grifos):
“São plataformas onde tudo é belo. Muitas garotas admiram as blogueiras de moda, que tem o corpo perfeito, roupas bonitas, vão aos lugares mais legais. O que muitas pessoas esquecem, e principalmente os jovens, é que aquela foto é um instante da vida da pessoa e não uma parte representativa de seu dia a dia.”
Da mesma forma que não pode haver essa comparação estética, não pode haver comparação de likes, uma vez, como falado nesse post, eles podem ter sido comprados e, organicamente falando, não correspondem à seguidores reais.
Mesmo com esses pontos negativos, o Instagram possui aspectos positivos no quesito auto-expressão e auto-identidade para os jovens. Há aqueles que não estão preocupados com números de likes ou popularidade, apenas querendo se autoafirmar com um estilo de vida e mostrar seu dia a dia. O que estes querem é comunicar-se e concectar-se com conteúdos e pessoas.
Mas a questão da saúde mental não deve ser verificada por um aplicativo, e sim pelo usuário ou pelos seus pais. É preciso perceber quando a rede está sendo nociva, retirando seu bem-estar, autoestima e noites de sono. Sim! Há pessoas dominadas pelo Instagram que passam mais tempo do que deveria vendo a vida dos outros. Tenho um exemplo próprio: era viciado em ver os stories e curtir as fotos das pessoas, a ponto de não deixar de ver nenhum conteúdo na rede social. Consequentemente perdia qualidade de vida e de tempo, não dando atenção aos meus outros afazeres. Percebi que minha saúde mental estava comprometida, pois enquanto não visse todas as publicações e as curtisse, não estava satisfeito. Foi aí que tive que rever minha saúde. Hoje em dia entro de vez em quando e nem tempo de curtir as fotos dos meus seguidores possuo. É preciso ter esse medidor e auto-análise.
Os pais também devem atentar-se para o tempo que seus filhos dedicam à rede social e como ela tem afetado suas vidas e se eles possuem alguma mudança de comportamento. É preciso prevenir antes, para não ter problemas mais graves à frente.
Reais intenções dos desenvolvedores
É difícil crer que uma rede social esteja preocupada com a saúde mental dos seus usuários. Pode haver uma atividade oculta nos bastidores de decisões como essa. Por isso, meu objetivo nesse post também é mostrar o outro lado da moeda. Nesse tópico responderei à seguinte pergunta: será que o Instagram está tirando o número de likes por causa da saúde mental das pessoas?
O site Quicando fez uma análise sobre as reais intenções dos desenvolvedores do Instagram e resolvi transcrever com minhas considerações:
- tapando o sol com a peneira: a exibição dos likes desapareceu, mas isso não quer dizer que o padrão biscoiteiro das pessoas não existe mais. Pelo contrário, pelas fotos dá para perceber que a vida das pessoas insistem em ser belas e sem problemas.
- repaginada no feed: pelas pessoas postarem menos no feed e mais nos stories, a estratégia de ocultar os likes e alegar que é por causa da saúde mental das pessoas encaixou muito bem. Na verdade é apenas uma estratégia do Instagram de repaginar o feed.
- segurança para passear no feed e curtir fotos: agora você poderá curtir conteúdos sem entregar seus gostos mais íntimos para sua família e amigos, pois apenas uma pessoa que também curtiu será exibida. Estão liberados, portanto, os likes na foto de uma gostosa sem sua esposa perceber RSRS.
- é puro engajamento: SEGREDO REVELADO: Instagram não fez isso pela sua saúde mental, mas sim por engajamento que, adivinha, dará lucro para ele. Like não dá ligação (edge) e lucro entre produtor de conteúdo e usuário, já engajamento sim. E o que você chama de engajamento, Emerson?! Bem, comentários relevantes, compartilhamentos e hashtags certeiras. A conta é simples: comentários cria mais possibilidades de replies, que viram notificações. Já as notificações se transformam em mais sessões e granas.
- oportunidade de vender números oficiais de engajamento: sem os likes, a plataforma tem a oportunidade de vender algo que os digitais influencers tinham de graça: números oficiais de engajamento. Ao contrário do que se pensa, as métricas não deixarão de existir, mas serão apresentadas de outra maneira. Além disso, será possível esconder o baixo engajamento de perfis com muitos seguidores e baixa interação.
- o Instagram deve fazer com que as pessoas passem mais tempo no feed: com isso, informações específicas sobre os usuários serão fornecidas, sendo uma forma de pedágio para os influencers. Sobretudo, o fracasso só caberá ao usuário, afinal não há mais like para culpar o Instagram.
- ninguém é ingênuo nas redes sociais: sempre que uma rede social apresentar uma nova função, é preciso verificar o que há por trás disso. E o objetivo claro é ganhar mais e mais dinheiro
Depoimentos
O JOVEM JORNALISTA colheu depoimentos de usuários comuns do Instagram sobre a atual mudança. Há aqueles que gostaram dela e os que não. Descrevo os depoimentos logo abaixo (com grifos), os comentando:
Na realidade, Arthur, você continuará sabendo suas curtidas, apenas os seguidores que não. O que não haverá mais é a comparação entre suas curtidas e as dos outros. Já o motivo de terem tirado essa função deixei bem claro no post.
Exatamente, Thiago! Não é o fim da função, mas uma reconfiguração da mesma. Como foi apresentado no post há "n" motivos para a ocultação de likes.
Isso mesmo. As pessoas prezarão mais pela qualidade de suas foto e vídeos, em todos os aspectos.
É bem isso: as curtidas davam a sensação que determinado usuário era mais popular e poderoso que o outro. Agora, esse mundo superficial e de ostentação foi desconstruído em parte, já que as pessoas continuarão postando imagens de viagens, enaltecendo seus corpos ou mostrando uma felicidade falseada.
Mesmo com a ocultação de likes, acredito que ainda haverá biscoiteiros no Instagram, afinal as atitudes de muitos - de exibição e ostentação - ainda serão visíveis. Ao invés de fazerem de tudo por um like, farão de tudo por um compartilhamento, engajamento ou comentários. Como falado no post, a ocultação de likes é apenas "tampar o sol com a peneira". Ainda existirão os amostrados na rede social.
O JOVEM JORNALISTA colheu depoimentos de usuários comuns do Instagram sobre a atual mudança. Há aqueles que gostaram dela e os que não. Descrevo os depoimentos logo abaixo (com grifos), os comentando:
"Achei uma bosta. Eu sempre gostava de ver quantas curtidas tinha para saber qual era a minha curtida... Não entendi o motivo de tirarem."
Arthur Claro
Na realidade, Arthur, você continuará sabendo suas curtidas, apenas os seguidores que não. O que não haverá mais é a comparação entre suas curtidas e as dos outros. Já o motivo de terem tirado essa função deixei bem claro no post.
"Eu gostei. Não é o fim da curtida. Você ainda consegue curtir e quem teve a foto curtida ainda consegue ver quem curtiu e quantas curtidas tem. Eu gostei porque as pessoas não ficam mais comparando 'ah, consegui mais curtidas que fulano na última foto que postei'."
Thiago Nascimento
Exatamente, Thiago! Não é o fim da função, mas uma reconfiguração da mesma. Como foi apresentado no post há "n" motivos para a ocultação de likes.
"Honestamente quando vi a mudança no Instagram levei um susto. Conversando com algumas pessoas a conclusão que chegamos foi que isso irá dificultar o stalker haha. Mas sinceramente achei a mudança interessante. Para mim irá mudar até a forma de postar uma foto. As curtidas já não são um fim em si mesmo. Acredito ter sido algo positivo."
Samara Andressa
Isso mesmo. As pessoas prezarão mais pela qualidade de suas foto e vídeos, em todos os aspectos.
"As curtidas, observando pelo aspecto monetário, eram instrumentos de medição do retorno dos consumidores de determinado produto, mas acredito ser mais importante a desconstrução do mundo superficial e de ostentação que as curtidas proporcionam para os usuários do Instagram. Na minha opinião alterou-se a sensação de poder através da diminuição do ego."
Renato Tiscatti
É bem isso: as curtidas davam a sensação que determinado usuário era mais popular e poderoso que o outro. Agora, esse mundo superficial e de ostentação foi desconstruído em parte, já que as pessoas continuarão postando imagens de viagens, enaltecendo seus corpos ou mostrando uma felicidade falseada.
"Acabou pra você Padrão Biscoiteiro Digital Influencer!
Acho ótimo isso, pois sem poder mostrar número de likes acaba um pouco a graça dos exibidinhos que ficavam sexualizando ou perdendo limites pelos likes (aqueles que morreram por um click com muitos likes). Sem falar que os Gores e os Solitários poderão ficar mais free pra postarem fotos sem aquele peso todo de todo mundo ver que não teve nem 10 likes.
O Instagram está apenas voltando as suas origens, que era a valorização da fotografia de maneira poética e não de maneira biscoiteira capitalista.
Vamos ver qual a maneira que os Digitais Influencers vão fazer pra exibir os números de likes para os seguidores (print nos stories)? uahuahau
Ficou mais fácil para aqueles que tinha 70k de seguidores e apenas 231 likes nas fotos para enganar o povão…"
Bananas is my business
Mesmo com a ocultação de likes, acredito que ainda haverá biscoiteiros no Instagram, afinal as atitudes de muitos - de exibição e ostentação - ainda serão visíveis. Ao invés de fazerem de tudo por um like, farão de tudo por um compartilhamento, engajamento ou comentários. Como falado no post, a ocultação de likes é apenas "tampar o sol com a peneira". Ainda existirão os amostrados na rede social.
Memes
Vários memes sobre a ocultação de likes foram divulgados na internet. O assunto foi tratado com bom humor. Resolvi destacar alguns:
As blogueiras chegando no vale do silício pra protestar contra o Instagrampic.twitter.com/ChVmREeR4U— La Rosalia (@jebercarai) 17 de julho de 2019
Eu tirando qualquer foto e postando sem medo de flopar. Obrigada Instagram. pic.twitter.com/ogzNvzpAze— tô muito OITNB🍊 (@umaleatorionott) 17 de julho de 2019
E o Instagram da um grande passo para se distanciar do futuro previsto em Black Mirror pic.twitter.com/4NmbxFmsrj— Laura Gomes (@Mlauragomesg) 17 de julho de 2019
Uma conclusão
A ocultação dos likes do Instagram apresentou consequências, vantagens e desvantagens para seus usuários. A realidade do episódio Nosedave, de Black Mirror - de fazer tudo por um like e para ser aceito pela sociedade e apresentar um estilo de vida glamuroso, porém falso em sua essência - pode ser verificado no Instagram. Mesmo que não haja uma busca insaciável por likes, ainda é possível perceber o padrão biscoiteiro daqueles que farão de tudo para serem aceitos pelos seus seguidores. A guerra apenas teve seus lutadores mudados, mas a estratégia para vencer é a mesma.
Com isso, fica a pergunta: o problema está mesmo em aparecer ou não o número de curtidas, ou deixar de ser popular na rede social?! Se for a segunda opção, é o momento crucial para se fazer um detox digital em prol da saúde mental, antes que fiquemos malucos como a personagem de Black Mirror.
E você, o que achou da ocultação dos likes do Instagram? Foi benéfico para sua saúde mental ou percebe ser apenas uma estratégia do aplicativo? Diga nos comentários. Vou adorar interagir com você. J-J
Por: Emerson Garcia
Gostei das mudanças. Voltou ao seu objetivo primeiro. Quem quiser as mesmices vá para os outros ...
ResponderExcluirEstou gostando da mudança, sempre falei quem compra vai continuar comprando, o que devemos fazer é melhorar nosso conteúdo sempre.
ResponderExcluirBeijos
www.pimentadeacucar.com/
Essa a ideia. O conteúdo tem que vir antes dos likes.
ExcluirA mudança se faz necessária. Veio em um momento crucial. Abraços!
ResponderExcluirhttps://lucianootacianopensamentosolto.blogspot.com/
Oi Emerson, tudo bem?
ResponderExcluirAcho que a mudança impactou mais quem comprava likes pra parecer mais influente. Quem faz bons conteúdos vai continuar fazendo independente disso.
Beijos,
Priih
Infinitas Vidas
Concordo com o que você disse.
ExcluirPor cá, pelo menos o meu Instagram, continua igual. Mas não me parecem mal essas mudanças! :)
ResponderExcluir--
O diário da Inês | Facebook | Instagram
Você mora em Portugal né?
ExcluirNão tenho instagram,mas quanto aos likes,no Facebook é Curtir.
ResponderExcluirLá curto o que realmente gosto e comento se for muito importante.
Não costumo postar minhas fotos lá,pois pode_se salvar e é um perigo alguém ter uma foto sua e usar o photoshop e despi_la,por exemplo. E postar em sites pornôs.
Gosto de mensagens de reflexão ou de humor.Essas curto mesmo no Facebook.
Aliás,esses likes viraram uma mania boba, a meu ver,no instagram.
Beijos sabor carinho e ótima quarta,Emerson!
Donetzka
Eu nem me preocupo com o número de likes.
Excluir