quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Salvem a língua portuguesa

 
Diversos tipos de erros | Correio Braziliense (DF), Rádio Globo (RJ) e Super Notícia (MG)


Jah vinhan adiandu essi teshtu á muitu tempu p/ fala sobre a linguah portugeza. Deisde os meno albetizado ateh os ditos maixx cuutos aprezentam erroz e dixxtorsões a respeituh do idioma de Camoens. P0r pR3gu1ç4, m0d15m0 e/0u p0r f4lt4 d3 bu5c4r 35cr3v3r m3lh0r, 4 l1ngu4 p0rtu8u354 s0fr3 t0d0 0 t1p0 d3 4t3nt4d0 3x15t3nt3. Chg-se ao pt de até abrv as plvr por cta do tmp, pd até ter mtvo nbr, mas isso ñ ajd na prsv do ns idma. A lgnuía progutsuea pcrseia ser svala dstea dvtsasãaeço.

Não entendeu o que eu disse? Mais ou menos?

A “Tradução”: Já vinha adiando esse texto há muito tempo para falar sobre a língua portuguesa. Desde os menos alfabetizados até os ditos mais cultos apresentam erros e distorções a respeito do idioma de Camões. Por preguiça, modismo e/ou por falta de buscar escrever melhor, a língua portuguesa sofre todo o tipo de atentado existente. Chega-se ao ponto de até abreviar as palavras por conta do tempo, podendo até ter motivo nobre, mas isso não ajuda na preservação do nosso idioma. A língua portuguesa precisa ser salva desta devastação.

Propositalmente escrevi em quatro formas não convencionais: a escrita errada, da forma leet (ou l33t – estilizado), abreviado e a sopa de letras nas palavras exceto a primeira e última letra. 


Teshtus do Braziu Textos do Brasil

Ao longo deste ano selecionei que até na imprensa há erros grosseiros que jamais seriam perdoados nos tempos antigos, mas por qualquer motivo aconteceu. Elenco apenas três exemplos da nossa mídia brasileira ortograficamente condenável:

O primeiro erro é o da troca de letras (S por Z, Ç por SS, U por L e etc.) Vi essa no jornal Correio Braziliense. Foi durante a greve dos professores – puxa, que coincidência – no Paraná. A repórter escreveu paralização em vez de paralisação. Note que ela escreve da forma correta no terceiro parágrafo.

“Paralização” | Correio Braziliense


“Paralização” e “Paralisação” | Correio Braziliense


O segundo erro é o da troca de palavras parecidas (parônimos). Na manchete do jornal mineiro Super Notícia. Aparece a palavra ontológico – que significa “doutrina sobre o ser”  - em vez de antológico – que significa “memorável”.

Um erro grosseiramente ANTOLÓGICO | Super Notícia


O terceiro e último erro é um erro técnico sobre valores. No site da Rádio Globo na primeira linha vê-se R$ 1,7 bilhões em vez de R$ 1,7 bilhão. O motivo é que mesmo que o decimal for 3545675608765654, se aparecer o número um (1) escreve-se sempre em singular.

Bilhão" ou "Bilhões"? | Rádio Globo


Onomástica

Alguém pode soletrar para mim? | Desciclopédia


Os erros ortográficos aparecem nos nomes próprios e na internet. Por conta da falta de alto treinamento e orientação nos cartórios do nosso país aparecem nomes “criativos”, porém, impróprios para a nossa realidade. Repare: por exemplo, quantos Jhon, Gracy Kellen, Arthur, Sophia, Pryscilláh e Mayck você já ouviu falar? E uns Laion, Layon, Lahyom? Que horror! Esses viciados em desenho, hein.

A lei brasileira que rege os registros civis e outros (6.015/1973) é muito vaga a respeito dos erros dos nomes, mas permite a mudança do prenome caso este for constrangedor. Mas o Brasil é relaxado a respeito deste tema. Não preserva a forma original e aportuguesada dos nomes e muito menos restringe batismos civis horrorosos que podem marcar um indivíduo negativamente a vida toda.

Em Portugal ocorre o contrário: existe até uma lista de nomes permitidos e proibidos no ato de batismo de nascimento (clique aqui)  e aliás, só pode ter até quatro nomes, por exemplo: João Nuno Silva de Almeida ou Maria Pia Lopes Sousa. Nada de nomes extensos como o do presidente português Manuel José de Arriaga Brum da Silveira e Peyrelongue. 

Outra coisa que precisa ser observada é que os nomes e sobrenomes devem ser atualizados de acordo com as regras do atual Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990: Luiz vira Luís, Menezes agora é Meneses, Athayde torna-ser Ataíde, Octavio Gouvêa hoje devia ser Otávio Gouveia, e por aí vai. Porém, quem conhece isso tudo? Algum cartório brasileiro se cuida em não cometer esses erros?


Atenção aos concurseiros de plantão e considerações finais

Mudanças obrigatórias nas redações | Cespe/UnB

Você sabia que a partir do dia 1º de janeiro de 2016 as provas discursivas – pelo menos a do Cespe/UnB – vão obedecer ao Acordo Ortográfico de 1990? Então meus queridos, nada de bolinhas na linguiça, mas respeitem o senhor Müller, OK PAL?! Pelas dificuldades de adaptação da velha para a nova ortografia a presidenta presidente Dilma Rousseff deu uma esticada no prazo por meio do decreto 7.875/2012. Quem aproveitou, aproveitou; quem não aproveitou, aproveite agora ou chora.

E para fechar, espero que esse desabafo sirva para resgatar a escrever o bom português. Não precisa ser um Machado de Assis ou um Carlos Drummond de Andrade para caprichar na escrita. A boa escrita é exigida até para teste de auxiliar de limpeza e a coisa está feia por aí. Pessoalmente sou um eterno aprendiz na língua portuguesa, posso errar? Sim. Mas para cada erro é um aprendizado. Cuidado com o que se escreve na internet, se você tem pressa em passar recado apenas exercite o ato de resumir a mensagem, igual o pai do Chris, o senhor Julius:





Até mais, pessoal! E semana que vem tem texto especial na Semana do Natal. J-J


Por: Pedro Blanche

7 comentários :

  1. Um assassinato a ortografia. Acredito que as redes sociais pioraram ainda mais a situação.

    rasgadojeans.blogspot.com

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    Respostas
    1. Uma desgraça nunca vem sozinha. Há décadas, o método Paulo Freire destrói a língua portuguesa no Brasil e nos países aplicados. A internet só foi a janela disso tudo. PEDRO BLANCHE

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  2. Olá,
    Eu até considero certos erros ortográficos comuns e aceitáveis em blogs, mas acho que esses veículos de maior porte deveriam realmente dar mais atenção a esses detalhes.
    Beijos.
    Memórias de Leitura - memorias-de-leitura.blogspot.com

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    Respostas
    1. Os grandes veículos deveriam ter este cuidado. Mas não tem. As faculdades estão mais preocupadas em formar "agentes de transformação" do que profissionais de boa bagagem. PEDRO BLANCHE

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  3. Pedro, enquanto faculdades aceitarem pessoas que não sabem escrever, novos profissionais se formarão escrevendo tudo errado, inclusive em jornais e livros. Eu não sou muito chata com erros não, às vezes, na emoção do que você está escrevendo pode sair algo errado, mas não é isso o que tem acontecido. Falta qualidade na educação...

    Bjos
    JuJu
    As Besteiras Que Me Contam

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  4. Vira e mexe e eu encontro um monte de erros como esses em livros que leio e em algumas revistas,algumas até consertam depois,mas tem outras que nem se importam.

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