Percebe-se que a C.C. não é só o atual, o concreto e o aparente. Ela nasceu de um projeto ancorado nas idéias de Gonçalo Bezerra e Oscar Niemeyer. O primeiro, idealista da Casa e “quem mais lutou por ela”, segundo Damião, foi aquele que conseguiu o apoio financeiro de governadores nordestinos e do DF, além da colaboração da Caixa Econômica. Seu pedido foi atendido, e materiais foram doados através de firmas. As viagens de Gonçalo ao nordeste foram patrocinadas pelo governo Sarney, na época, com a ajuda de passagens e dinheiro. Paulo Maluf também foi um colaborador. Dessa forma, foi Gonçalo que reivindicou a cidade de Ceilândia e a fundação da Casa do Cantador. Por isso, para muitos, Gonçalo é considerado o “pai de Ceilândia”. Segundo Damião, “quando Ceilândia foi fundada, já era considerada grande”. É que na época de 1970 a 1972 a cidade era um aglomerado de vilas e foi se estabilizando a medida que barracos irregulares eram autenticados. Cerca de 14.690 barracos foram removidos e transformados em mais de 17.000 lotes. Ruas foram pavimentadas – 54.008 M2; a cidade se iluminava – com 27.400 M2 de redes elétricas instaladas. Gonçalo foi um dos responsáveis pelo melhoramento dessas vilas, além de ser o presidente do MDC (Movimento Brasileiro de Cordel).
O segundo, Oscar Niemeyer, foi responsável por colocar o sonho de Gonçalo no papel.
Segundo o ABC Poético da C.C.:
“[...] Para enriquecer a casa
Do poeta menestral
Oscar Niemeyer, Arquiteto
Desenhando num papel
E depois fez o Palácio
Da cultura de Cordel [...]”
1) NEUMARA
Neumara depois dessa conversa continua administrando os eventos da C.C. e auxiliando os cantadores na questão de como fazer um espetáculo. “Eles fazem exatamente da forma que vem do Nordeste. Meu dever é mudar um pouquinho essa forma de apresentação”. A mulher de óculos e cabelos curtos continua a atender telefonemas com a solicitação de contratação de cantantes e equipamentos eletrônicos e sonoros.
Ainda continua com o pé atrás com os casamentos.
2) DAMIÃO RAMOS
Damião Ramos, depois disso, viajou para São Paulo e voltaria em breve com toda sua família e o caminhão. Passou 45 dias hospedado no hotel que a Casa oferece. Sentiria saudades daquele lugar por um tempo. Já eu, lembraria das qualidades e dos costumes de Damião. Do jeito único de falar. “Aquele da terrinha mesmo, né?”. Teria nostalgia do “oxente”, do “pruque”, do “prumodi” e dessa frase que resume esse homem inesquecível: “‘Incrusive’ eu ‘tô’ preparado pra que eu dê o melhor – com o “r” puxado – de mim pra que o povo tenha o melhor – última letra mais acentuada - também para ouvir”.
Fim!
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