Desde o dia 03 de dezembro o Whatsapp recebeu novos emojis. São mais de 150 figuras, incluindo carinhas, comidas e bebidas, animais e natureza, além de diversas bandeiras. Essas atualizações chegaram ao meu celular nessa semana (11). Posso estar atrasado ou adiantado na informação. O fato é que o aplicativo, mais uma vez, tornou-se um espelho da sociedade, como na vez em que aumentou o seu leque de emojis com vários tons de pele.
Os emojis mais significativos dessa nova atualização diz respeito a novas configurações familiares (Ih! Lá vem treta!). Mais um assunto atualíssimo que o aplicativo resolveu incorporar em seu sistema.
Antes da adição de novos tipos de família, o Whatsapp continha apenas o emoji da família tradicional: pai, mãe e filho (do sexo masculino), agora tem novas composições: com dois pais e duas mães. O aplicativo passa a admitir como família a junção de gays e fillhos; e lésbicas e filhos.
Famílias "simpsonizadas"
É preciso fazer um comentário antes de chegar a discussões mais ácidas. Mesmo antes da adição de famílias LGBT no rol de ícones do Whatsapp (família tradicional), percebi que o aplicativo sempre manteve a coloração dos familiares em um tom amarelo, e isso não mudou, mesmo após a inclusão racial. Ao trazer as novas composições familiares o ícone ainda mantém a sua cor: amarelo.
Seria possível o aplicativo inserir cores? Sim! Mas talvez exista uma razão para serem amarelos. Eu e a Carla Wolf tivemos uma discussão interessante sobre tons de pele dos emojis quando escrevi o texto Inclusão e o "dedo do meio" no Whatsapp. Para ela, todos os emojis deveriam ser amarelos, como em Os Simpsons:
"Eu acho bacana, mas para mim sou daquela opção que tinha que ser tudo amarelo mesmo. hahaha Isso me lembra um pouco de quando fizeram uma pesquisa para saber a cor de 'Os Simpsons' e disseram que eles eram brancos. Pra mim eles são a junção de todas as cores em uma só".
Eu disse a ela:
Você sabe que eu vendo 'Os Simpsons' esses dias tive a mesma sensação?! Até quando a gente escolhe um ícone de rostinho ou partes do corpo no Whats agora, a base é o ícone amarelo.
De fato, a base dos ícones desses emojis com vários tons de pele é amarela (Agora é a hora de você correr pro seu celular e constatar isso! Vá! hahahaha). Mas, tem um detalhe: os ícones de família não tem variação de cores e não tem como escolher um tom de pele.
Eles se parecem com a família de Os Simpsons, que já foi tema de post do nosso querido Pedro Blanche.
Mas por que os personagens são amarelos? Achei que a descoberta dessa pergunta seria mais interessante do que de fato foi. Os Simpsons são amarelos somente porque o criador não gosta das cores tradicionais de pele, e também porque ele acredita que essa cor chama a atenção de quem assiste.
Eu sei! Foi frustrante para mim também! Eu fico com a teoria da Carla Wolf que diz que o tom amarelo abrange todas as demais cores. O que me leva a acreditar que os ícones do Whatsapp são amarelos por essa mesma explicação.
Inclusão por conta da cor amarela; e agora, inclusão por conta das novas configurações familiares.
Novas famílias
Não há como fechar os olhos para essa nova realidade social. Por mais sutis que as atualizações do Whatsapp possam ser, percebe-se o apoio a causa das novas configurações familiares, algo bem parecido quando o Facebook resolveu colorir as fotos de perfis de seus usuários. O Whatsapp aceitou a diversidade de cores, e agora aceita a diversidade de famílias, amores, romances, namoros (Esqueci de falar que agora tem emojis de rapazes apaixonados e moças apaixonadas). Em resumo, o aplicativo representou todas as formas de amor sem precisar dizer nada.
A atualidade do assunto, que eu disse acima, diz respeito às discussões que tramitam na política sobre a composição de uma família. Para o Congresso Nacional, o conceito de família abrange um pai, uma mãe e filhos. Há uma verdadeira briga política nessa questão, pois a justiça já considera como composição familiar, núcleos que vão além de um pai e uma mãe. Não há legislação que abrace essas novas configurações familiares, por isso, pais e mães vão a justiça para serem pais de direito, já que possuem laços de afeto e amor com seus pequenos.
Para Solange Maria Rosset, a família sofreu muitas mudanças nas últimas décadas:
Hoje encontramos famílias com variadas configurações. Isto leva à muitas dúvidas e angústias sobre qual são as formas mais adequadas de lidar com as novas situações familiares. Essas questões surgem nos integrantes das famílias, nos terapeutas e em todos os profissionais que interagem com elas.
Uma das batalhas que essas novas famílias tem que enfrentar é com relação ao preconceito, mesmo que a sociedade esteja ciente dessas dinâmicas familiares. Para Solange, hoje encontra-se tipos de família muito diferentes da tradicional:
Está crescendo o número de casais homossexuais que estão tendo seus próprios filhos, assumindo os filhos do/da parceira ou adotando crianças e formando uma família. Com essa nova configuração [...] surgem também problemas novos [...] como funções parentais confusas. (Adaptado)
Não me aterei a discussões mais profundas e espinhosas sobre o assunto porque fugiria da pauta principal do post (Quem sabe da próxima vez não faço isso?), mas deixo o texto da Solange Maria Rosset e o texto As novas famílias de Roberta Salomone.
A mídia das novas famílias
Não só o Whatsapp aderiu ao conceito de novas famílias, mas temos mais três exemplos do campo midiático que apoiaram a causa.
#NossaFamíliaExiste
A campanha #NossaFamíliaExiste foi criada pela página Casamento Civil Igualitário no Facebook e convida as pessoas a mostrarem suas famílias.
Modern Family
A série está em sua 7ª temporada e acompanha o dia a dia de famílias modernas, nas suas mais diversas configurações, que se aproxima da realidade das famílias do século XXI. O formato dela é estilo documentário e conta a história de três composições diferentes: um casal heterossexual e seu filho, um casal heterossexual com diferença de idade e um casal gay que adota um bebê vietnamita.
Ministério da Justiça
Para comemorar o Dia Nacional da Família, o Ministério da Justiça criou a campanha acima.
Meu objetivo nesse post, não foi polemizar o assunto (Se quiserem, posso fazer isso em outro post), mas mostrar como a mídia, a publicidade e a comunicação tem se moldado a essas novas configurações familiares. Diferentemente da família amarela mundialmente conhecida de Os Simpsons, representada por um pai, uma mãe e três filhos, existem essas outras, e ninguém mais pode negar isso. J-J
Por: Emerson Garcia
Oi Emerson,
ResponderExcluirAcho que nada bate a definição de "Ohana é família e família é nunca abandonar ou esquecer" como no famoso Lilo e Stitch.
A formação ou quantidade de pessoas não interfere em nada, é o sentimento que importa.
Beijos
http://estante-da-ale.blogspot.com.br/
Gostei muito da frase que citou. Não conhecia.
ExcluirEu gostei da ideia do whats, mas o importante é sempre o amor né? :)
ResponderExcluirbeeijos
http://carolhermanas.blogspot.com.br/
Amor acima de tudo!
ExcluirAAAh, são essas novas carinhas??! Eu tenho! o/ rs. Novas configurações de família, na minha opinião, não é algo novo, sempre existiu.
ResponderExcluirrasgadojeans.blogspot.com
São rsrs. Pois é. Acho que pra IOS elas chegaram antes.
ExcluirEu adorei essa integração de novos emojis do WhatsApp e do iOS também, porque foi pro meu teclado do iOS também, gostei bastante. Porque era super nada haver uma pessoa negra postar emoji com a bonequinha branca, mesmo que o emoji sirva mais pra expressar o que a gente tá sentindo no momento, esse simples detalhe pode tornar a conversa mais interativa e real. Isso da família também, se bem que é meio raro a gente usar esse emoji da família, mas tem gente que usa e agora pode usar ao pé da letra. É bom ver o mundo mudando né?
ResponderExcluirBeijos!
www.likeparadise.com.br
É ótimo! Mudanças e tanto.
ExcluirEu curti esses novos emojis, mas acho que podiam colocar mais.
ResponderExcluirArthur Claro
http://www.arthur-claro.blogspot.com