sábado, 18 de julho de 2015

Webjornalismo e a ruptura no fazer-notícia


O jornalismo tradicional passa por mudanças de estrutura, no que diz respeito a cobertura e veiculação. O espaço web cresce. O leitor passa a receber notícias através de um novo meio. Os jornalistas começam a se adequar, e a guerra entre a grande imprensa e o jornalismo online se instaura através de uma disputa.

Há dois lados do jogo. Há aqueles que defendem a prática dos blogs – os que falam que essa prática será o futuro do jornalismo e que as informações em rede circulam com maior rapidez e com maior eficiência – e aqueles que são contra o jornalismo independente porque a qualidade e confiablidade de muitos blogs é suspeita.

Com o Webjornalismo há uma ruptura na relação do fazer-notícia, porque todas as informações geradas em rede são baseadas em jornais e outros veículos impressos, o que faz com que haja um redimensionamento da grande imprensa. De acordo com Rodrigo Vianna, jornalista da rede Record, a internet quebra o jornalismo clássico e faz com que não haja a necessidade de uma pauta determinada, com repórteres na rua, especialistas e apuração. Essa quebra, a que Vianna se refere, demonstra o conceito primordial dos blogs: eles são um espaço de reflexo do impresso.














Por esse motivo, os blogs permitem maior expressão por meio de seus autores, porque não se trata de notícias factuais, mas de opinião. Ali é possível criticar o que foi produzido na esfera jornalística; e derrotar a manipulação de notícia existente. 

Outra característica que deve ser ressaltada é que com os blogs a interatividade cresce, e a forma de receber notícias também. Segundo Roger Chartier e Cappareli, no jornalismo impresso o editor do texto difunde-o a um público de leitores em uma relação interativa, onde é possível que as pessoas recebam a informação ao mesmo tempo. Desse modo, tal prática permite a participação direta do leitor. Com o novo jornalismo é possível ter maior interatividade através de um modelo conhecido como todos-com-todos.

Com a produção e difusão descentralizada de informações, é possível inferir um sistema de pluralismo de ideias. Permite-se uma relação não-linear com o texto e o leitor, ou seja, ele pode receber as mais diversas informações, além de interagir.



Entretanto, ao potencializar essa prática, institui-se também o surgimento ilimitado de pessoas que publicam na rede, mas que não possuem o curso superior de jornalismo, o que acarreta em um dos motivos do descrédito.

A disputa, dos que concordam e dos que discordam, é plausível no sentido de verificação de informações. Com a internet, as informações cresceram assustadoramente. A distorção e a troca irrestrita de informações superabundaram. Com o Webjornalismo, muitos se acomodam e não verificam a origem de informação, e não garimpam as fontes com profundidade, ocasionando deslizes.

Cada vez mais vem se desenvolvendo uma nova forma de jornalismo, conhecido como jornalismo open source, que permite que várias pessoas, até mesmo aquelas que não são ligadas ao jornalismo, escrevam e dêem a sua opinião, o que põe em risco a reputação dos blogs.



Os blogs podem ser beneficiadores, se tratados de maneira correta e jornalística. É possível, sim, que esse meio seja eficaz, e o gigante da comunicação no futuro se, e somente se, houver cuidado redobrado com a informação. Cerca de 90% dos blogs existentes na atualidade são opinativos. Resta saber se as informações são coerentes e pertinentes com a grande imprensa. É necessário que intermediários, ligados ao jornalismo, filtrem, organizem e priorizem essas informações para que elas sejam veiculadas de forma clara e limpa. 

A aceitação dos blogs deve-se a credibilidade que é dada a quem escreve. Se a pessoa que escreve for alguém de renome, é possível que leitores depositem confiança. Caso contrário, o reconhecimento não existirá, e todo o discurso positivo desse meio cairá por terra, visto que o conceito é distorcido.



Com o Webjornalismo, as regras fundamentais jornalísticas, sisudas, ideologizadas e mercadológicas caem por terra, já que não há editor-chefe ou alguém que diga o que é ou o que não é notícia. O que é positivo, e faz com que jornalistas sejam gatkeepers; e tenham liberdade para difundir mensagens, desde que sejam verdadeiras. Os jornalistas podem ser mediadores públicos, e não somente os meios de comunicação.

De acordo com Pierre Levy, as características do jornalismo na web aparecem, majoritariamente, como Continuidades e Potencializações e não, necessariamente, como Rupturas com relação ao jornalismo praticado em suportes anteriores. 

O jornalismo impresso não irá acabar, mas ele caminhará de mãos dadas com o jornalismo online, a partir de uma complementação. Se, por um lado, o jornalismo impresso existe para informar as pessoas de forma objetiva, ao utilizar recursos como a pirâmide invertida; o jornalismo online vem para, além de informar o já informado, palpitar e opinar, o que enriquece a cognição dos leitores. J-J


Por: Emerson Garcia

20 comentários :

  1. Eu prefiro o jornalismo online, acho mais prático ;D

    Beijos, ederoerasunhas.blogspot.com

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  2. Hello from Spain: In my country the traditional media are suffering a crisis by the loss of readership and advertising. Blogs and online publications produce death of traditional media. I think the old and new media have to live. In online media journalists graduates have to work to ensure the publishing process. It is necessary that the information sources are credible. At the moment in my country the old media are expanding their online publications for free.I prefer to read the news on paper but I know that the future is online. It is necessary that the news are written by journalists. Your post is a very interesting topic. This debate is in my country.We keep in touch

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    1. Here in Brazil , this migration is also happening . Capricho for example chose to have online-only publication. A good strategy because your audience is young .

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  3. Texto muito bom!! Temos que nos adaptar aos novos meios né rsrs e acho o jornalismo online bem bacana!

    Até mais.
    Math // de-livro-em-livro.blogspot.com

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  4. Ahhh, ainda rola muito preconceito em relação aos blogs né? Acho isso tão errado.Tudo depende do tipo de blog, da dona do blog, etc...É errado julgar assim por alto né?


    Gostei do post.Interativo.
    E obrigada pela indicação do blog.Prometo que logo mais respondo *_*

    beeijos :)
    http://carolhermanas.blogspot.com.br/

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    1. Pois é.
      Tudo tem que ser levado em consideração.
      Por nada :)

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  5. Tenho estudado bastante essa nova forma de praticar o jornalismo, através de blogs onlines, mas apesar de tantas mudanças vejo uma boa parte de criticas no jornalismo feit por blogs, pois a muitos que se dizem jornalistas sem ter a formação e preparação necessária para exercer o cargo. Beijos

    http://www.caprichadissimas.com.br/

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  6. É verdade, cada vez mais o jornalismo em blogs é mais valorizado. Uma opinião/critica sem interferência. Apesar de que hoje já existem compras de postagens, principalmente nos blogs de beleza..

    www.vivendosentimentos.com.br

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    1. Exato. Muitos blogs fazem parcerias com editoras e cosméticos.

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  7. concordo plenamente com este post! cada vez há mais blogs com notícias e isso não é necessariamente mau, desde que a qualidade e a imparcialidade não se percam :) beijos

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  8. Adoro jornalismo, um dos motivos para eu ter começado a conferir o conteúdo do seu blog. E adorei esse post, a realidade é que quem quer entrar nesta área, deve se ver apto as duas formas de jornalismo. Acho muito legal a versão web. http://realidadecaotica.blogspot.com.br/

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    1. O profissional tem que ser multimídia hoje em dia.
      Obrigado pelo elogio, Renato. Jornalismo um dos assuntos que mais gosto de falar aqui.

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  9. O que me impressiona mais são os veículos que se recusam a se atualizar nos dias de hoje. Os tempos estão mudando, é preciso se adaptar para não perder audiência. Temos muito que aprender ainda!

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    1. Mas acho que os meios de comunicação já estão aprendendo e migrando para o virtual. Isso é ótimo.

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  10. Essa é uma questão que eu discuto muito na faculdade e concordo com você: os dois se completam! Acho besteira tirar a credibilidade de um e colocar no outro, acho que se bem apurado os dois estarão ok. O problema é o meio tradicional se recusar a ver o outra lado e ficar nessa de "tal coisa vai acabar", só a gente lembrar do embate entre o jornal x livro, querendo ou não foi algo que um não acabou com o outro. Enfim, falta a galera se atualizar mesmo.

    www.vestindoideias.com

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    1. Exato. Ambos se complementam. As mídias tem seus benefícios e malefícios.

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