explica Marcos Oliveira, sócio da Intacto
A conversão do analógico para o digital pode trazer benefícios, no que diz respeito a acesso e personalização, e pode gerar dor de cabeça para os meios de comunicação televisivos, na medida em que o espectador interativo pode se descolar do conteúdo exibido e mensurado pelo Ibope
A palestra sobre A Passagem do Mundo Analógico para o Digital e Novos Negócios para TVD fechou o círculo de palestras da 1ª Semana Interativa de TV Digital Interativa. Marcos Roberto Oliveira, um dos sócios da Intacto – empresa de computação que experimenta novas tecnologias de TV digital, falou sobre os projetos desenvolvidos pela Intacto e os casos e acasos da transferência do analógico para o digital.
Idealizadora da Semana, a professora Cosette Castro resumiu o objetivo dessas palestras. “A ideia é casar teoria e prática, juventude e experiência”. Segundo ela, cerca de 150 alunos participaram de forma ativa durante os quatro dias. Além disso Cosette mostrou uma aspiração sua para o próximo evento. “Nosso desejo é que essas palestras não fiquem só na comunicação, mas que os cursos de engenharia, designer, possam participar também”, almeja.
Juventude é a palavra que resume Marcos. Formado em Ciência da Computação na UnB, o jovem juntou-se com outros cinco amigos e tiveram a ideia de bolar um projeto que inovasse o campo da TV Digital. Fundaram a Intacto e, desde 2006, trabalham em dois campos: criação de software e pesquisa junto de inovação. “A criação de softwares facilitou equipamentos interativos para as pessoas”, explica.
A seara é grande - Passear na seara digital é uma aventura por ser uma ideia nova, mas, por outro lado, é uma área que pode trazer tremenda satisfação já que o mundo está migrando para essa tecnologia. “Trabalhar nessa área nos deu uma sensação de segurança, pois a transferência do mundo analógico para o digital é visível. O limite é a criatividade”, diz.
Foi nesse contexto que a Intacto entrou em projetos, como o ITV –Project Beta e o HMA (em português, Gerência de Qualidade e Uso para a TV Digital). Com estudo e a utilização da tecnologia Ginga (software que permite a interatividade), os “meninos” criaram programas que trouxeram inovação para o Brasil e o Mundo, além de reconhecimento. “Esses projetos deram a oportunidade para que nós saíssemos para fora do país e mostrássemos essas tecnologias. Não sabíamos que isso traria algum lucro”, explica Oliveira.
Interatividade - O ITV é um recurso interativo que utiliza um conversor real para transmitir informações à TV, como campo de busca, endereços de pizzaria e sinopses de novelas. O conversor é ligado à internet e passa as informações por meio de download. O objetivo, segundo um dos seus idealizadores, é tornar acessíveis essas informações, e popularizar o acesso e a independência das emissoras.
Mas existem alguns problemas de rapidez e perda de atenção a programação. Segundo Oliveira, “a TV não oferece os mesmos recursos da internet. Não é algo tão rápido. É preciso apertar um botão”. Além disso, o telespectador se desprende da informação para se ater a outra, ocasionando problemas de audiência. “Acessar o programa interativo de uma propaganda, assim como ver a programação da emissora, atrapalha sua audiência”.
Foi com esse intuito que o HMA foi desenvolvido. Para medir a audiência de uso e a personificação de telespectadores, esse software experimental se divide em dois pontos principais. Os dados de uso, que mostram qualquer ação do receptor, e os dados de qualidade, que definem a visão que o telespectador tem sobre a programação.
Jovialidadade - A estudante de Comunicação Social Gabriela Tavares, que cursa o 6º semestre de jornalismo, adorou a palestra por causa do perfil do palestrante. “Eu acho que o palestrante é uma pessoa com linguagem mais próxima dos universitários. Desmitificou o universo da TV Digital”, opina.
Foi exatamente nesse clima de descontração que Marcos conduziu a palestra. Provou que não é preciso ter grande experiência para ter grandes idéias. Hoje, a Intacto possui 30 pessoas que trabalham nessa área. Sonhar é possível. (JJ)
*Texto para a OPN
Por: Emerson Garcia