quarta-feira, 20 de maio de 2015

Dom de reportagem: Tratamentos adequados de doenças mentais



Doenças mentais. Cada dia mais elas são mais comuns na sociedade. Contudo, as pessoas tem mais preconceito do que com as doenças físicas. Isso porque as doenças mentais não possuem um sintoma físico. A própria pessoa que possui o transtorno reluta em se tratar. As pessoas ao seu redor acreditam que é frescura, preguiça. Não é porque a doença é emocional, que a pessoa não sofre.

De acordo com a jornalista Adriana Ishikawa, que realizou uma pesquisa sobre os portadores de doenças mentais como trabalho de TCC,  "desde a Grécia antiga foram criados conceitos errôneos sobre o transtorno mental, mas pessoas portadoras desta patologia também são pessoas como qualquer outra e tentam conquistar seu espacinho na sociedade". 


Toca da cutia


O que leva uma pessoa a entrar em um quadro de doença mental? "Acredito que qualquer doença patológica é de origem emocional ou genética. A sobrecarga adquirida sobre certo indivíduo pode desencadear diversos problemas mentais. Quando estamos passando por alguma situação difícil em nossa vida, todo nosso emocional é abalado", explica Ishikawa. 

Tratamentos errados
A depressão, bipolaridade e esquizofrenia, não são doenças atuais, são antigas, mas o preconceito ainda existe. Talvez por um desconhecimento, ou porque nunca passou por algo, ou porque não tem nenhum histórico familiar. 

Por causa do desconhecimento, os familiares da pessoa doente tomam medidas que não são as mais recomendadas. Se ela está com depressão, logo diz para lavar a roupa ou arrumar a casa. Também a leva em um médico e torce para que ele passe um remédio bem forte, esperando que os efeitos passem imediatamente. "O tratamento para portadores de transtornos mentais consiste em toda uma equipe. Só o tratamento medicamentoso não resolverá a causa do problema", explica a jornalista.

Outros a internam em clínicas psiquiátricas com tratamentos absurdos. "O tratamento através da internação em hospitais psiquiátricos é desumano e invasivo. Eletrochoque, lobotomia e trepanação são técnicas realizadas sem atestado médico", alerta Adriana. Ao utilizar esses métodos o paciente está em risco, pois traz efeitos colaterais sérios, causando mais perturbação.


Inova Brasil



Mesmo com o preconceito elevado frente as doenças mentais, o cenário já começou a mudar através do movimento conhecido como A Luta Antimanicomial. "Atualmente os manicômios foram substituídos pelos Centros de Apoio Psicossocial (CAPs). Através dos CAPs, os portadores de doenças mentais, são tratados de forma individualizada", diz Adriana.

Tratamentos que surtem efeitos
Os CAPs são importantes para o tratamento adequado de pessoas com doenças mentais, juntamente com o apoio da família. Artesanato, pintura e música, são atividades oferecidas dentro de um CAP, que promove a sensação de bem estar e prazer, e faz com que as pessoas se sintam úteis. Elas são pressionadas frente ao mundo porque muitas dizem que elas são incapazes. 

Esses exercícios é uma forma dela provar o contrário, além de ter saúde mental. De acordo com Ishikawa, "todos estes trabalhos que geram bem estar e trabalham a mente podem ser aderidos como forma de tratamento. Claro que agregado com o tratamento medicamentoso orientado pelo médico".



Mundo da Neusinha Brotto


Dentro do espaço psicossocial a pessoa com doença mental não vai se sentir tão só. Ali ela vai poder externar os seus sentimentos. Até a terapia do abraço pode ser algo que surte efeito. "Sou muito a favor da terapia do abraço, até porque as pessoas portadoras de transtornos mentais são pessoas em sua maioria abandonadas pela família, pelos amigos, sozinhas. Convenhamos que através de um abraço pode-se exteriorizar os melhores sentimentos, nos dando uma sensação de felicidade, contentamento e bem estar".

A música é outro tratamento que pode surtir efeitos positivos, embora algumas pessoas depressivas se encontram com baixo autoestima e não se alegram com nada. Mas o fato é que quando Martinho da Vila diz "Canta, canta, minha gente, deixa a tristeza pra lá, canta forte, canta alto, que a vida vai melhorar", ele quer dizer que pensamentos positivos atrai coisas positivas. "Se cada pessoa soubesse o poder da mente, usaria mais ao seu favor", explica a jornalista.


Patricinha Esperta


Tratamentos adequados da depressão, bipolaridade e esquizofrenia são primordiais para que a pessoa retorne a sentir bem estar e volte a viver a vida normal de antes. Para isso, é preciso força de vontade do doente, apoio da família e o convívio em CAPs. É preciso também entender que nenhuma pessoa está livre de uma doença mental. 

Por isso, enquanto ela não vem e caso ela venha, siga as dicas de Adriana Ishikawa: "Viva! Saia mais, leia mais, divirta-se mais. Faça coisas que lhe cause prazer, procure descobrir um mundo que ainda não conheceu, um mundo harmonioso, pacifico. Entenda que a vida sempre terá seus altos e baixos, mas jamais se deixem cair pelos momentos difíceis que eventualmente passarão"

E se cair, saiba que você tem total condição de se levantar de volta! J-J


Adriana Ishikawa é jornalista formada pela FIAM FAAM. Atualmente é  assessora de imprensa e redatora. Já concedeu palestra na CAPS ll de Santo André, explicando a importância do apoio familiar no tratamento para pessoas portadoras de transtornos mentais.

Por: Emerson Garcia

Um comentário :

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