terça-feira, 10 de junho de 2014

Lenços. Lágrimas. Mais lenços.



Ok. Depois dessa pequena lista de itens necessários para assistir – ou ler – A culpa é das estrelas, vamos ao que interessa. Eu comprei o livro mas não tinha o menor interesse em lê-lo. Como ele estava na minha prateleira olhando para mim, e eu tinha a intenção de assistir o filme, decidir ler. Me surpreendi em cada página do livro. Eu, que nunca apostei nesse John Green, acabei virando super-fã. 

O livro conta a história no ponto de vista de Hazel Grace, uma adolescente que foi diagnosticada com câncer aos treze anos de idade. Aos dezessete anos, após seus pais começarem a achar que ela estava deprimida, insistem para que ela frequente um grupo de apoio. Nesse grupo ela conhece Isaac, um garoto que sofre de uma doença no olho e está prestes a ficar cego. Um tempo depois, ela volta à terapia e Isaac está com um amigo, Augustus Waters. Augustus teve osteossarcoma mas está SEC (Sem Evidência de Câncer) há um ano e meio, tendo sua perna amputada devido a doença. 


Gus e Hazel em sua viagem para Amsterdã.


No decorrer da história eles acabam se apaixonando. Ambos com os destinos selados pelas doenças que carregam, Hazel decide que não pode ficar com Gus, tentando preveni-lo caso algo ruim a aconteça. 

O filme é bastante fiel ao livro – eu diria 97% fiel – coisa nunca vista antes. Geralmente,adaptações cinematográficas acabam saindo uma porcaria porque decidem mudar cenas, adicionar coisas que não existe, remover coisas importantes e assim vai. 

Tudo contribui para uma única coisa: lágrimas. A trilha sonora foi muito bem escolhida, incluindo faixas do OneRepublic, Sleeping At Last, e The Radio Department

Outro ponto importante foi a escolha do elenco que conta com Shailene Woodley, Ansel Elgort e Nat Wolff. Não consegui imaginar ninguém melhor para interpretar Hazel e Augustus. Shai e Ansel conseguiram fazer um ótimo trabalho. J-J



Por: Thiago Nascimento

terça-feira, 27 de maio de 2014

Dom de reportagem: 12 anos das 5 estrelas que criaram uma Atmozone


Em 2002, a seleção brasileira conquistava o pentacampeonanto em uma copa singular, bonita e curiosa, onde a atmosfera de harmonia e alegria reinavam



No dia 30 de junho de 2002, a seleção brasileira, encabeçada pelo técnico Luiz Felipe Scolari; e estrelada pelos craques Ronaldo - o Fenômeno, o nosso ex-capitão Cafú, além de Ronaldinho Gaúcho, Roberto Carlos e Denílson, se enaltecia com mais uma estrela que grudava em nossas camisas, a quinta estrela. De pensar que o evento fará 10 anos, mostra que a magia da conquista poderia durar mais tempo, no entanto, isso não foi possível, porque nas duas copas seguintes, em 2006 e 2010, a seleção brasileira fracassou, e fracassou feio. A comemoração, portanto, serve para mostrar a cada brasileiro que a garra não deve ser esquecida no tempo... Se o hexacampeonato vier nesse ano, vamos lembrar que já somos a única seleção pentacampeã do mundo!

Uma seleção pentacampeã que fez bonito em uma copa singular e cheia de curiosidades. Foram 7 jogos e 7 vitórias! O número da perfeição! 100% de aproveitamento da seleção e nenhuma derrota, muito menos algum empate! A seleção deu show do início ao fim do outro lado do mundo, no Oriente. Aliás, a Copa do Japão e da Coréia do Sul teve tudo para ser uma copa diferente, bonita, cheia de brilho e cor. Bendita decisão da Fifa de levá-la para o outro lado do mundo! E de ainda ser a 1ª copa na Ásia, sediada em dois países! Foi a copa em que mostramos a nossa força e vigor, acordando às 3h30 da madrugada para ver a nossa seleção entrar em campo, e no outro dia estar firme e forte para trabalhar! Isso que é ser brasileiro de verdade!

A Campanha

Foi a copa em que Felipão teve que descascar um abacaxi deixado por outros técnicos, e mostrar uma seleção vívida, forte e que resgatou, novamente, o prestígio do nosso verdadeiro futebol. Ao conquistar as cinco estrelinhas e ser realizada uma campanha considerada brilhante, entramos no primeiro patamar do ranking da Fifa! Para chegar nesse resultado, Felipão arriscou, levando mais meninos que jogavam dentro da nação, além de apostar em new faces, e sofrer severas críticas por não levar o baixinho.

A grande final, que garantiu um céu mais estrelado e mais verde-e-amarelo, foi realizada no estádio de Yokohama, no Japão, onde o Brasil enfrentou a seleção da Alemanha, e onde Ronaldo, o fenômeno, marcou dois gols que nos deram a vitória.

O Fênomeno
Fenômeno. Foi aí que surgiu o apelido, e muito bem merecido por sinal. Foi ele, o grande artilheiro da Copa, com 8 gols! O dentucinho foi um fenômeno. Desbaratou o jogador da Alemanha, Owen, e fez com que a votação de melhor artilheiro fosse somente depois de finais de mundiais!


O fenômeno, no entanto, não queria causar somente mudanças climáticas futebolísticas, ele queria ser um fenômeno midiático. Ser conhecido além do seu gingado de pés, como também por alguém que faz a “cabeça”, inventando moda, literalmente. Ele raspou o cabelo, mas deixou um tufo, em formato meia-lua, na fronte. Não deu outra! Moda! O jogador até ganhou outro apelido: Cascão. Chamar atenção era o que Ronaldo queria. E deu super certo.

Os mascotes
Moda... Futebol de primeiro mundo... Copa diferente... A começar pelos mascotes escolhidos. Enquanto se achava que os mascotes seriam tradicionais animais e personagens típicos da Coréia e do Japão, os organizadores resolvem criar bichinhos de outro mundo. E por que? Porque aquela copa era de outro mundo! Os extraterrestres, antes de tudo, eram simpáticos e foram criados com uma tecnologia um tanto como oriental: o 3D!! Conhecidos como Spheriks, os bichinhos representavam partículas de energia na atmosfera e mostraram um pouco da cultura zen oriental.


Segundo os organizadores, eles habitavam o planeta Atmozone, onde praticavam um futebol de outro mundo, o Atmoball. Certo dia, Electro, rei de Atmozone, deu uma missão ao filho Ato: criar a atmosfera ideal para a realização da Copa do Mundo de 2002. Ato, portanto, recrutou seus melhores alunos. Nik e Kaz não foram escolhidas e resolveram seguir Ato até que chegaram a Terra para assistir aos jogos da Copa em 2002.

E o que eles viram? Viram uma seleção pintada de verde-e-amarelo, um técnico rígido, um fenômeno com cabelo de cascão e resolveram celebrar conosco a vitória do pentacampeonato brasileiro! Bendito foram os Spheriks que nos trouxe boas vibrações e a conquista de nossas cinco estrelinhas!

A Atmozone
E que atmosfera oriental foi essa? A atmosfera do equilíbrio e de um mundo melhor. Durante a abertura da Copa de 2002, percebemos a busca pelo equilíbrio, onde os organizadores mesclaram o passado que se uniu ao presente e que se uniu ao futuro. Essa mescla ficou sendo o equilíbrio que tanto se presa no Oriente. Sacerdotes coreanos, seres futuristas, todos em harmonia, dançando no ritmo de antigos tambores e moderníssimas baterias! O high tech se misturou aos Samurais. Entende-se o futuro, a partir dos atos do presente e da lembrança do passado. Só se pode viver em harmonia se compreendermos que tudo que vivemos, tudo que estamos vivendo e tudo que viveremos, faz parte do nosso aprendizado.





Por isso, hoje, 27 de maio de 2014, vamos resgatar o espírito da abertura da Copa Oriental em 2002? Por que o que vivemos hoje, faz parte do arsenal que tivemos no passado. Que tal lembrarmos da vez em que fomos pentacampeões mundiais? E que tal esquecermos das derrotas e desilusões que a gente passou, por um instante? Nós só saberemos o melhor dia das nossas vidas quando vivermos ele. E agora sabemos que o melhor dia da sua vida foi há 12 anos atrás, quando o Brasil conquistava as cinco estrelinhas. Futuro, presente e passado são inseparáveis e a perfeita harmonia entre eles é que dá o equilíbrio da vida. Vamos lembrar dos Spheriks! J-J

Por: Emerson Garcia

quinta-feira, 15 de maio de 2014

5Q: Poder sem limites







Moral
Para tudo existe limites? Quais seriam as consequências catastróficas de algo de bom que você ganharia? Um filme que mostra que os poderes não tem só o lado positivo. 

Cena boa
Gosto da cena em que um dos amigos voa e faz peripécias com o seu poder e o outro tenta imitar e acaba se dando mal.

Cena ruim
As cenas entre um amigo e o seu pai são forçadas, pouco trabalhadas e não trazem nenhum tom dramático, embora fosse planejado isso.

Perfil
Após ingerir uma substância misteriosa, três amigos ganham poderes. Agora, eles precisam lidar com essa novidade e perceber que para tudo existe limite.

Opinião
Embora trazendo a ideia de câmera subjetiva (já explorada em A Bruxa de Blair, Atividade Paranormal e [REC]), foi um filme que me deixou entediado por várias vezes. O roteiro é fraco, sem evoluções. Além disso, as cenas acabam por ficar engessadas no recurso subjetivo e, em algumas, sem nexo. Não recomendo. J-J



Por: Emerson Garcia

sábado, 10 de maio de 2014

Sobre as várias formas de dizer "eu te amo"

Pinterest


Dia 11 de maio de 2014. 2º domingo do mês. Mais uma vez a data se repete. Agradeço por ter a minha mãe mais esse ano. O dia das mães é uma data simbólica, afinal todo dia é dia delas. Esse ano, eu, minha prima e meu sobrinho já preparamos as homenagens com uma semana de antecedência. Vídeo, homenagens, presentes... É possível presentear as mães de todas as formas. O que não pode é deixar a data passar em branco.

O blog Jovem Jornalista é de comunicação. Dessa forma, podemos usar qualquer forma de comunicação para comunicar às nossas mães do nosso amor. Seja com cartazes, palavras, beijos, abraços, e até mesmo um simples olhar. Não é preciso ter dinheiro para dizer quanto a amamos.

O vídeo Feliz Dia das mães- 2104 mostra justamente isso. Seja por meio de uma música, de uma palavra de carinho, ou simplesmente com cartazes. O que vale é a mensagem!



Eu quando vi esse vídeo não fiz outra coisa a não ser chorar... Imagina as mães quando verem! Depois vocês saberão a reação delas. J-J


A todas as mamães,

FELIZ DIA DAS MÃES!


Por: Emerson Garcia

terça-feira, 6 de maio de 2014

A onda do Whats App



Um novo meio de comunicação, onde você pode falar com as pessoas por meio de contato no celular. É assim que o Whats App, recentemente comprado pelo Facebook, se apresenta. Como inovar o bate papo, tão consagrado pelo Facebook e MSN? Novos recursos e dinâmica inovadora se encontram no pacote desse aplicativo.

Não sei ao certo quando começou a popularização do Whats App. Foi tudo muito rápido e conquistou a muitos. Lembro-me de quando já estava a onda do programa e eu não o tinha. Pensava: "eu tenho a obrigação de tê-lo, não posso ficar de fora dessa moda". Ai finalmente consegui instalar no meu celular e me surpreendi.

A ferramenta é viciante. Mensagens mais instantâneas do que o próprio Facebook. Ela apresenta algo desafiador e foi o que me chamou a atenção: enviar mensagens, áudios, vídeos e fotos sem gastar crédito e em uma rapidez incrível. O Whats App foi adotado no meu serviço (outro motivo de tê-lo) e parece que as coisas funcionam com muita facilidade. Em minutos você envia um áudio importante ou um vídeo, fotos de um evento, e a agenda do final de semana. Tudo isso pode ser compartilhado com os funcionários da empresa.



Decidi que só falaria do Whats App quando realmente o tivesse em meu celular. A experência vista de dentro é muito melhor. As pessoas me enviam vídeos interessantes, engraçados, que deixam o meu dia mais feliz; eu estou conectado às pessoas que gosto full time e sei quando minha mensagem foi enviada e quando ela foi visualizada; pelo Whats App pude evangelizar meus amigos com frases, na época da Páscoa, e tive um bom retorno; também marquei encontros, horários e disse que chegaria atrasado em determinado lugar, tudo isso sem precisar gastar crédito em ligação ou mensagem; e também pude mostrar um vídeo emocionante da minha formatura para os meus amigos que não puderam ir.

Não sei até quanto tempo a onda do Whats App durará. O que eu sei é que ele tem sido algo útil na minha vida. E como diz o Steven Jobs: "eu não quero idealizar um celular, eu quero idealizar um celular que seja a extensão da pessoa". Parodiando ele eu diria: "o Whats App não é um programa qualquer, é um programa que se adapta a pessoa que o usa". J-J

Por: Emerson Garcia

quarta-feira, 30 de abril de 2014

Superação


A superação é mágica, especial e inesperada. Nunca se imagina que determinada situação tão difícil, pode mudar. Chegar a um lugar que era impossível chegar; fazer o que não se pode fazer; mudar, o que era imutável. Todas essas ações se configuram em "superação". Como o próprio nome fala, é uma ação que é superada pelas circunstâncias, que depende muito da ação da pessoa que realiza.

Foi assim com o jornalista Daniel Gonçalves, que tem paralisia cerebral, e aos 30 anos realizou um documentário emocionante dizendo que a vida sem paralisia daria um monte de coisas a ele, mas retiraria sua personalidade e essência.




A superação te impulsiona, faz você experimentar possibilidades novas, te dá forças, fôlego de vida e disposição. Experimente fazer algo que pareça impossível e perceba até onde você voará. J-J

Por: Emerson Garcia

quarta-feira, 23 de abril de 2014

5Q: O terminal








Moral
O que você faria se seu direito de entrar em seu país de origem fosse retirado? Como viveria? Como sobreviveria? Um filme que mostra que mesmo sem conseguir seu desejo principal, a vida abre muitas portas, algumas delas são surpreendentes.

Cena boa
Quando Viktor Navorski está ansioso para conseguir seu visto e fica para lá e para cá afoito e conhece um rapaz que é apaixonado pela moça do visto. Ele, então, faz o papel de cupido. Muito bem bolada!

Cena ruim
A cena em que Viktor realiza uma refeição em um fast food e faz algumas coisas difíceis de acreditar com o catchup e a mostarda. 

Perfil
Viktor Navorski é um cidadão da Europa Oriental que se vê preso em um aeroporto americano, após seu país sofrer um golpe de estado e ele ficar impossibilitado de embarcar. Ele então faz do aeroporto sua casa, formando amigos, trabalhando e arrumando até um amor.

Opinião
Mais um filme de Steven Spielberg merecedor de aplausos. A trama, embora se passe em um único local não é cansativa, trazendo grandes momentos de humor, drama e romance. J-J



Por: Emerson Garcia

segunda-feira, 21 de abril de 2014

Brasília 54 anos



54 anos se passaram desde a fundação de Brasília, em 21 de abril de 1960. JK idealizou o projeto de uma capital no centro do país logo após a cobrança de um eleitor goiano. A construção de Brasília envolveu pessoas de todo o Brasil, é por isso que atualmente existem nordestinos, paulistas, sulistas, entre outros. JK não imaginava que a região crescesse tanto, pois ela foi arquitetada para abrigar bem menos gente. E também nem imaginava que ela tivesse que enfrentar uma série de problemas...

O objetivo de ter uma cidade localizada fora do litoral é para prevenir ataques aéreos ao centro do poder. O famoso avião, com o Congresso, Esplanada, Museu e Biblioteca da República, divididos em Asa Sul e Norte e Lago Sul e Norte, deixou Brasília elitista, mas com um monte de problemas a sua volta.

Logo ali perto na Rodoviária do Plano, o caos está instaurado. Não existem projetos (nem JK pensou nisso) para menores abandonados, moradores de ruas, que perambulam a qualquer hora do dia, descalços, com seus cobertores mal cheirosos, pés sujos e cabelos desgrenhados. Eles estão ali, e não são percebidos. Misturam-se aos inúmeros transeuntes, de uma rodoviária mal organizada, que sempre está em obras que nunca terminam, e que não oferece nenhum conforto aos seus usuários.

A desigualdade social em Brasília é comum, como em qualquer outro lugar. O Estádio Nacional mistura-se aos catadores de lixo da Estrutural; péssimos atendimentos em hospitais não tem nada a ver com as festas dos engravatados; assim como pessoas de bem são confundidas com corruptos (alguém de fora pode falar "e ai, roubando muito?"). 

Mas ai você pode dizer, "o aniversário é de Brasília. O entorno não tem nada a ver com isso". É por causa desse pensamento mesquinho que Brasília tem enfrentado tantos problemas. Ter um Estádio monumental é genial, incrível e bonito; mas ter pontos da cidade abandonados não é nada interessante para a imagem dos políticos. O que eu vejo em Brasília são "obras para inglês ver"; propagandas governamentais que mostram um mundo fictício, nada a ver com a realidade. 

Pensamentos medíocres como "Copa não se faz com hospital" é que contribuem para a péssima imagem do país e de Brasília. Só que o grande pensador contemporâneo que disse essa frase se esqueceu que mesmo o futebol mundial não seja feito com obras sociais, ficará terrivelmente ruim para as pessoas que virão e que moram aqui, ter uma Copa sem infraestrutura, com toda a sujeira debaixo do tapete.  Infelizmente tenho que dizer que essa é a capital que irá receber a Copa. 

O Aeroporto Internacional de Brasília está com obras empossadas e elas não ficaram prontas até o evento. As vias e as pistas principais da cidade já estão congestionadas. Inúmeros problemas em hospitais podem ser listados. A principal rodoviária da capital está aos cacos. O metrô, que era a salvação dos usuários, está chegando ao horror do transporte terrestre. Imagina na Copa?! E imagina como estará a capital depois do evento...

Nesse dia, o que eu posso desejar para Brasília? Mais sinceridade, mais transparência, mais compromisso com a cidade e seu entorno, menos corrupção, mais compaixão pelas causas sociais. Eu ainda acredito na minha cidade natal. J-J



FELIZ 54 ANOS, 
BRASÍLIA!


Por: Emerson Garcia

quarta-feira, 9 de abril de 2014

Beijinho da polêmica

Um professor de uma escola de ensino médio do Distrito Federal gerou polêmica em uma prova de Filosofia para alunos do 2º e 3º ano. Uma das questões se referia a famosa letra Beijinho no Ombro de Walesca Popozuda. Nela, o professor se referia a funkeira como uma "pensadora contemporânea". Ele quis provocar, e chamar não só a atenção dos alunos, como da imprensa, formando um evento midiático interessante.


Divulgação


A questão não ficou somente nas paredes escolares, mas ecoou por todo o Brasil, como uma espécie de protesto. Na entrelinha, o cara que fez a prova queria ironizar e menosprezar o funk. Em meio à uma avaliação onde seguia-se todos os conteúdos programáticos, a questão foi, sim, pra chamar a atenção (uma das alunas disse "é sério, isso?"). 

Na verdade, o docente queria quebrar com todos os paradigmas. Ele ironiza ao chamá-la de "pensadora contemporânea", dizendo para cada um que os funkeiros são incultos. Quando ele traz o funk em uma prova de Filosofia, quer dizer que as duas coisas não podem andar juntas. "Se fosse uma MPB não teria tanta polêmica como teve", desabafou Walesca Popozuda em uma entrevista. 

Reprodução (Facebook da Walesca Popozuda)


Ele não precisou dizer explicitamente, mas as pessoas entenderam que o funk não foi, e nunca será, considerado como cultura ou música. A fama do estilo musical é totalmente negativa. Existem aqueles que acham as letras sem conteúdo ou sem proveito. O que o professor fez só foi mostrá-lo como ele realmente é visto. 

Creio que a atitude do docente não foi reprovável. Estamos em um país de livre expressão. Além do mais, ele não feriu sua profissão nem o conteúdo programático. Ele quis apenas chamar a atenção para o que todos já sabem. A banalização do funk e seu menosprezo.

Assim como o filósofo quebrou paradigmas, seria interessante se o funk mudasse um pouco sua postura e mostrasse uma face mais "culturalizada", digamos assim. Com letras produtivas, que induzam a reflexão e que vão além das onomatopeias e de peitos e bundas; funks educativos; e até releituras de MPB em funk. A Walesca Popozuda disse que fará de tudo para ser uma "pensadora contemporânea" e que lerá Machado de Assis. Acho que já é um bom começo. J-J

Por: Emerson Garcia

terça-feira, 1 de abril de 2014

O golpe da mentira


Bruna Pimentel. Pinterest.


Primeiro de abril é uma data mais que adequada para simbolizar o aniversário de instauração do regime militar brasileiro. Afinal de contas, estamos falando de um movimento que nasceu já imbuído de inverdades. 

A começar pela largada, como nos conta o jornalista Elio Gaspari em A Ditadura Envergonhada (Companhia das Letras, 2002) : "Ao amanhecer do dia 1º de abril [o general Amaury] Kruel [comandante do II Exército] persistia na posição de emparedar Jango sem depô-lo”.

Em pleno dia primeiro, João Goulart despachou no Rio, depois seguiu para Brasília e reuniu-se com seus ministros. Apenas no decorrer do dia o II Exército aderiu ao movimento e os golpistas tomaram as instalações militares das mãos dos legalistas. Ou seja, o governo só foi deposto de verdade nesse dia, não em 31 de março. 

O Congresso declarou vaga a presidência somente às 2h55 da madrugada seguinte, como noticiou a Folha de São Paulo (http://bit.ly/1lAuVjb). Outra mentira, visto que Jango ainda se encontrava no Brasil. 

Ainda antes de derrubar um presidente legítimo e com respaldo popular, os conspiradores mentiram sobre a iminência de um golpe comunista de viés soviético para alarmar a população. Faltaram com a verdade também ao garantirem que não possuíam apego ao poder, apenas fariam o sacrifício de usurpá-lo para "salvar a democracia". 

Na construção da retórica do regime, seus porta-vozes eximiram-se de observar o dicionário. O Aurélio nos traz o verbete "revolução" como "transformação radical de estrutura política, econômica e social" em sua definição mais detalhada. 

O que aconteceu nos 21 anos de ditadura foi exatamente o oposto: uma ruptura institucional que garantiu a manutenção de uma organização socioeconômica elitista e excludente, com a concentração do poder político personificada nas Forças Armadas. 



John Hillegass. Pinterest.



O termo "golpe de Estado", por sua vez, cai como uma luva a esse cenário: "subversão da ordem constitucional e tomada de poder por indivíduo ou grupo de certo modo ligados ao Estado".

Quando jactam-se do arrojo econômico que supostamente deram ao país, mentem mais uma vez. Se as taxas de crescimento aceleraram, especialmente entre 1969 e 1973, foi por um "milagre econômico" chamado endividamento: a dívida externa nacional, de US$ 3,3 bi em 1964, converteu-se em inacreditáveis US$ 105,1 bi ao final de 1985, segundo o Banco central. 

O crescimento não foi acompanhado por distribuição de renda e aumentou a desigualdade. Dados do Ipea (instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) revelam que apenas em 2012 conseguimos retornar ao nível de igualdade de 1960, com o índice Gini brasileiro caindo a 0,530 (a escala vai de 0 a 1, sendo 1 totalmente desigual). Já a inflação acumulada de 1964 foi 89,9%, enquanto bateu em 235,11% no último ano de governo militar. 

A corrupção esteve sempre presente, tanto nos conchavos do governo central com seus aliados políticos nos estados (daí surgiram Sarney e ACM, por exemplo) como na administração federal, marcada por obras "faraônicas": exorbitantes e caras, sem fiscalização e que nem sempre foram concluídas ou efetivas para o país. 

“A corrupção nas Forças Armadas está tão grande que a única solução para o Brasil é fazer a abertura”, desabafou Ernesto Geisel, como registrou o livro História Indiscreta da Ditadura e da Abertura (Record, 1999), do historiador Ronaldo Costa Couto. 



Brechó Relance. Pinterest.



Nem precisamos falar sobre as mentiras contidas na promessa de proteção da população, que perdeu seus direitos políticos, civis e sociais. Perseguição a opositores, prisões arbitrárias, tortura, execuções e ocultação dos cadáveres deram o nefasto tom do período. Com o detalhe de que quem denunciasse, além de censurado, seria "convidado" a conhecer os porões da repressão e poderia ter o mesmo fim.

Todos esses fatos e muitos outros, que dariam mais um livro sobre a ditadura brasileira e seu modus operandi, não deixam dúvidas de que não existe data mais perfeita para essa triste - mas importante - efeméride. Primeiro de abril de 2014, aniversário de 50 anos de uma das maiores mentiras que o Brasil já conheceu. J-J



Walquiria Kascher. Pinterest.


Por: Allan Virissimo

domingo, 30 de março de 2014

A cultura do atraso

Uma pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) causou estridência na última semana. O motivo? O resultado por amostragem das respostas de 3.180 entrevistados evidenciou o atraso na mentalidade de grande parte da população brasileira em relação a temas como igualdade de gêneros, homossexualidade e - principalmente - violência contra a mulher .

Afirmações como "Toda mulher sonha em se casar" (78,7% concordam ao menos parcialmente); "O homem deve ser a cabeça do lar" (63,8%); "Uma mulher só sente realizada quando tem filhos" (59,5%); e "Tem mulher que é para casar, tem mulher que é para cama" (54,6%) foram amplamente apoiadas.

A respeito do relacionamento entre pessoas do mesmo sexo, apesar dos avanços recentes no tema, ainda foram constatados posicionamentos como: 59,2% dos entrevistados se incomodam ao ver duas pessoas do mesmo sexo se beijando na boca e 46,2% não consideram possível o amor de dois homens ser tão bonito quanto o de um casal heterossexual.

Indo além, 51,7% simplesmente desejam que o casamento homossexual seja proibido, ecoando o pensamento dos 40,5% contra que casais homoafetivos tenham os mesmos direitos dos demais.

ABUSOS
Os números já representam o tamanho do preconceito e da discriminação contra mulheres e homossexuais no país. Porém, a situação torna-se ainda mais sombria quando são analisadas situações de violência relacionadas a aspectos comportamentais e sexuais das mulheres.

Absurdos 65,1% dos participantes declararam concordar que mulheres com roupas que mostram o corpo devem ser atacadas. Outros 58,5% acham que haveria menos estupros se as mulheres soubessem se comportar.

Questionamentos que visam desqualificar os resultados da pesquisa, como os direcionados à competência do Ipea para abordar assuntos além dos econômicos ou às palavras e frases usadas nos questionamentos, apenas tentam tapar o sol com a peneira e desviar o foco do resultado.

A verdade é que a culpabilização da vítima, misoginia e tolerância com a violência - muitas vezes sexual contra a mulher - permanece impregnada na nossa cultura machista e patriarcal. Em conjunto, é claro, com o preconceito e a discriminação ao público LGBT.

REAÇÕES
A indignação após a divulgação desses dados na imprensa levou a respostas de diversos segmentos da sociedade. Enquanto setores conservadores tentaram arranhar a credibilidade do trabalho, mulheres de todo país se mobilizaram para fazer com que suas vozes fossem ouvidas.

A partir da iniciativa da jornalista Nana Queiroz no Facebook, foi criada a campanha #EuNãoMereçoSerEstuprada, que se espalhou rapidamente pelas redes sociais. Ela consiste em que mulheres posem total ou parcialmente nuas com mensagens que ninguém merece sofrer violência e abuso sexual.


   Nana Queiroz, a jornalista que lançou a campanha #EuNãoMereçoSerEstuprada na internet (Fonte: Facebook)


Outras imagens também ganharam repercussão na rede, como uma criativa campanha da ONG sul-africana POWA (People Opposing Women Abuse) em que um anúncio de revista tem duas páginas retratando o corpo feminino levemente coladas. Quando o leitor puxa-as, uma pra cada lado, fazendo um pouco de força e rasgando-as, surge a mensagem: "Se você tem que forçar, é estupro".


Professor da UFF compartilha criativa campanha sul-africana contra violência sexual 
(Fonte: perfil de Guilherme Nery Atem no Facebook)


Veja mais imagens auto explicativas:

 Think Olga



 Sociedade Racionalista




Tailor



 Uma outra opinião






Todo esse contexto de cultura retrógrada na sociedade; resistência ao reconhecimento dos direitos de minorias e grupos sociais historicamente oprimidos; perpetuação da violência e etc., apenas comprova que precisamos avançar muito na busca por uma sociedade mais justa e solidária. E que ela não vai chegar enquanto formos omissos, tolerantes, passivos ou inativos diante dessa realidade hostil e inaceitável. J-J

Por: Allan Virissimo

quinta-feira, 20 de março de 2014

Acertar nem sempre é o melhor negócio



Apresentado por André Vasco, nas tardes da Band, o programa Sabe ou Não Sabe já foi sucesso na Argentina, Portugal, Equador e Espanha. A atração é um game show diferenciado, gravado nas ruas de SP, e em breve, do RJ. É um jogo de perguntas e respostas, mas não é respondido pela pessoa que participa, e sim por outra.

O participante precisa ter intuição para saber que pessoa escolher para responder a pergunta para ganhar o prêmio de R$ 1500 ou R$ 3000. A pessoa escolhida nem sempre precisa saber a resposta. Dependendo das instruções do jogo, o jogador precisa encontrar uma pessoa que "sabe" a resposta, ou que "não sabe". Acertar nem sempre é o melhor negócio. Uma resposta errada pode fazer com que você fique no jogo.


É um programa divertido, que faz com que você torça pela pessoa, ria, se emocione com ela. É engraçado ver as pessoas respondendo a pergunta corretamente, e o apresentador dizer que devido ela ter acertado, o participante está fora; ou a pessoa dizer que não sabe ou falar a resposta errada, e ele dizer que o jogador continua no jogo.

Dependendo da pergunta do André Vasco, o participante deve procurar uma pessoa com um perfil que ela ache que saberá a resposta ou que não saberá. Por exemplo, uma pergunta sobre desenhos animados e animação, dificilmente um idoso conseguirá responder; ou uma pergunta do rock dos anos 70 ou da Jovem Guarda, dificilmente uma pessoa de 20 e poucos anos saberá; ou ainda uma questão de futebol internacional, é mais fácil perguntar para um rapaz jovem. Isso que é o legal do programa: procurar as pessoas certas para responder as perguntas.

Para chegar ao prêmio de R$ 3 mil, o participante passa por 6 perguntas: a primeira valendo R$ 500, a segunda R$ 750, a terceira R$ 1000, a quarta R$ 1250 e a quinta R$ 1500. Na sexta ele tem direito de ficar com os R$ 1500 que acumulou ou arriscar. Nesta etapa, ele pode escolher entre dois envelopes, um vermelho (não sabe) e o verde (sabe) e procurar alguém para responder a pergunta. Se ela não obtiver sucesso na escolha da pessoa, ela perde tudo!

Durante todo o jogo, o participante tem uma segunda chance, caso perca, de uma "ligação de emergência", em que ele pode ligar para um amigo ou um parente para responder a pergunta. Se a pessoa não atender ou se a resposta não for a esperada, a pessoa está fora do jogo.

Além disso, algumas vezes a produção realiza gincanas divertidas, sendo que o vencedor delas é o participante.



Achei a ideia do programa inovadora. Eu realmente não vi nada parecido. Às vezes eu ligo a TV para assistir de tarde e fico alegre, bem disposto. Sabe ou Não Sabe testa os nossos conhecimentos gerais e faz com que torçamos por uma pessoa que nunca vimos na vida. J-J

Então fica a dica: Sabe ou Não Sabe, segunda a sexta às 15h, na Band!

Por: Emerson Garcia

quarta-feira, 19 de março de 2014

O dia chegou!



Mais de 6 anos se passaram. Nesse caminho, muitas lutas e provas, algo que tirou as minhas forças, me deixou sem chão. O ano de 2011 para mim foi um dos mais difíceis, em que eu tive que trancar a faculdade faltando 1 semestre para eu concluir o curso. Não tinha condição de continuar por mais que me esforçasse. Tive que me ausentar da faculdade por 1 ano e meio. Cheguei a pensar que jamais voltaria, que minha vida tinha acabado, que meus sonhos tinham morrido.

Mas existia uma esperança no fundo. Uma força que me impulsionava para frente. Algo que me dizia, "vai dar tudo certo, tenha fé". Comecei a acreditar, afinal os meus sonhos não poderiam ser frustrados. Eu não poderia morrer na praia. Isso seria um triste fim. Coloquei na minha mente que precisava voltar pra faculdade, e quando tive esse pensamento tudo começou a mudar. 

No meio de 2012 voltei ao lugar que jamais pensaria em voltar. O estágio que tanto me frustrou. Mas voltei de cabeça erguida. Deus me deu forças. Em outubro de 2012 sai de dentro de mim e resolvi desabafar. Foi ai que a cura começou. Fiquei muito mais confiante, com coragem para seguir em frente e retornar ao espaço acadêmico. Foi no final de 2012 que as coisas foram se movimentando de uma forma boa e eu destranquei a faculdade. 

No início de 2013 estava retornando a faculdade. E entrei novamente naquele local com o coração muito grato, extremamente emocionado, estava vendo que os sonhos e as promessas não se frustram. O ano de 2013 foi um dos mais excepcionais e incríveis da minha vida. Deus fez mais do que imaginei! Entendia os conteúdos como nunca antes (quando estava doente não entendia nada); tirei excelentes notas; fui aprovado no tcc e elogiado; pude viajar para Manaus na minha primeira viagem profissional (nunca imaginei que isso fosse acontecer); fiz amizades na universidade (algo que eu não pensava antes por estar muito fechado para o mundo). E concluí com maestria as 6 disciplinas que restavam.

E agora, no início de 2014, precisamente ontem, no dia 18 de março de 2014 tive a minha colação de grau! Me formei, com direito a beca e certificado. Há 3 anos recebi a palavra que vestiria a beca e que o diploma era meu. Meu sentimento ontem foi de felicidade, de missão cumprida, de certeza que eu venci tudo. Agora é uma nova fase. A formatura de ontem foi apenas uma fase da minha vida, como bacharel em Jornalismo. Ainda não estou completo. Sei que ainda tenho muitas realizações, formaturas, desafios e um caminho de sucesso a frente.

Tudo isso se deve primeiro a Deus, as pessoas próximas que acreditaram em mim, a eu que acreditei em mim, a perseverança, esperança, confiança, mesmo com tudo dizendo o contrário. Eu só tenho a agradecer por tudo! Por acreditar que esse dia chegaria... J-J



Por: Emerson Garcia

segunda-feira, 3 de março de 2014

O Brasil por um correspondente brasileiro

Como deve ser a nação vista pelo lado de dentro?





O povo, conhecido pelas matas, ouro, animais do pantanal, é extremamente receptivo, solicito, hospitaleiro e alegre. A dica para que um estrangeiro possa ser tratado bem é se portar de forma agradável sem ferir, de alguma forma, o brasileiro.

O futebol é uma das grandes paixões. A maioria se identifica, fazendo com que a nação seja das melhores. É obrigação do estrangeiro ter noções de como funciona o esporte, caso contrário será taxado como inculto e “por fora” de algo tão marcante no país. Ele não pode dar a entender que sabe mais do que um brasileiro, pois isso o irrita fortemente; muito menos considerar sua nação como a que possui o melhor futebol. Tratar de futebol é um assunto que gera sempre discussões.


Futebol brasileiro. Pinterest.


O carnaval, por sua vez, é algo marcante na festa do país. Quem vem de fora deve saber o significado e, sobretudo, dançar, nem que seja minimamente, o samba, caso contrário será taxado como palhaço. É costume no país, por exemplo, participar de festas, danças e consumir bebidas alcoólicas.




De forma geral, os brasileiros não se importam com etiquetas e regras. Pelo contrário, eles são autênticos e liberais. É normal não possuir modos convencionais de alimentação, encontros, relacionamentos. Eles preferem quebrar protocolos para ser felizes. Geralmente, não são pontuais, por isso não se importam se chegar atrasado ao encontro.

Eles possuem a característica da vida boêmia e não se preocupam com problemas. Muitos deles praticam a arte da malandragem e enganam as pessoas, passando por cima de escrúpulos e regras (é comum no Brasil pessoas deverem uma dívida pelo resto da vida).


"Tenha calma e beba caipirinha". Pinterest.


Para alguns estrangeiros é difícil relacionar-se com o brasileiro, devido alguns hábitos serem próprios. Eles devem ser menos acanhados e mais receptivos. J-J




Texto produzido para a disciplina Jornalismo Político e Econômico da faculdade de Jornalismo.

Por: Emerson Garcia
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