quarta-feira, 30 de abril de 2014

Superação


A superação é mágica, especial e inesperada. Nunca se imagina que determinada situação tão difícil, pode mudar. Chegar a um lugar que era impossível chegar; fazer o que não se pode fazer; mudar, o que era imutável. Todas essas ações se configuram em "superação". Como o próprio nome fala, é uma ação que é superada pelas circunstâncias, que depende muito da ação da pessoa que realiza.

Foi assim com o jornalista Daniel Gonçalves, que tem paralisia cerebral, e aos 30 anos realizou um documentário emocionante dizendo que a vida sem paralisia daria um monte de coisas a ele, mas retiraria sua personalidade e essência.




A superação te impulsiona, faz você experimentar possibilidades novas, te dá forças, fôlego de vida e disposição. Experimente fazer algo que pareça impossível e perceba até onde você voará. J-J

Por: Emerson Garcia

quarta-feira, 23 de abril de 2014

5Q: O terminal








Moral
O que você faria se seu direito de entrar em seu país de origem fosse retirado? Como viveria? Como sobreviveria? Um filme que mostra que mesmo sem conseguir seu desejo principal, a vida abre muitas portas, algumas delas são surpreendentes.

Cena boa
Quando Viktor Navorski está ansioso para conseguir seu visto e fica para lá e para cá afoito e conhece um rapaz que é apaixonado pela moça do visto. Ele, então, faz o papel de cupido. Muito bem bolada!

Cena ruim
A cena em que Viktor realiza uma refeição em um fast food e faz algumas coisas difíceis de acreditar com o catchup e a mostarda. 

Perfil
Viktor Navorski é um cidadão da Europa Oriental que se vê preso em um aeroporto americano, após seu país sofrer um golpe de estado e ele ficar impossibilitado de embarcar. Ele então faz do aeroporto sua casa, formando amigos, trabalhando e arrumando até um amor.

Opinião
Mais um filme de Steven Spielberg merecedor de aplausos. A trama, embora se passe em um único local não é cansativa, trazendo grandes momentos de humor, drama e romance. J-J



Por: Emerson Garcia

segunda-feira, 21 de abril de 2014

Brasília 54 anos



54 anos se passaram desde a fundação de Brasília, em 21 de abril de 1960. JK idealizou o projeto de uma capital no centro do país logo após a cobrança de um eleitor goiano. A construção de Brasília envolveu pessoas de todo o Brasil, é por isso que atualmente existem nordestinos, paulistas, sulistas, entre outros. JK não imaginava que a região crescesse tanto, pois ela foi arquitetada para abrigar bem menos gente. E também nem imaginava que ela tivesse que enfrentar uma série de problemas...

O objetivo de ter uma cidade localizada fora do litoral é para prevenir ataques aéreos ao centro do poder. O famoso avião, com o Congresso, Esplanada, Museu e Biblioteca da República, divididos em Asa Sul e Norte e Lago Sul e Norte, deixou Brasília elitista, mas com um monte de problemas a sua volta.

Logo ali perto na Rodoviária do Plano, o caos está instaurado. Não existem projetos (nem JK pensou nisso) para menores abandonados, moradores de ruas, que perambulam a qualquer hora do dia, descalços, com seus cobertores mal cheirosos, pés sujos e cabelos desgrenhados. Eles estão ali, e não são percebidos. Misturam-se aos inúmeros transeuntes, de uma rodoviária mal organizada, que sempre está em obras que nunca terminam, e que não oferece nenhum conforto aos seus usuários.

A desigualdade social em Brasília é comum, como em qualquer outro lugar. O Estádio Nacional mistura-se aos catadores de lixo da Estrutural; péssimos atendimentos em hospitais não tem nada a ver com as festas dos engravatados; assim como pessoas de bem são confundidas com corruptos (alguém de fora pode falar "e ai, roubando muito?"). 

Mas ai você pode dizer, "o aniversário é de Brasília. O entorno não tem nada a ver com isso". É por causa desse pensamento mesquinho que Brasília tem enfrentado tantos problemas. Ter um Estádio monumental é genial, incrível e bonito; mas ter pontos da cidade abandonados não é nada interessante para a imagem dos políticos. O que eu vejo em Brasília são "obras para inglês ver"; propagandas governamentais que mostram um mundo fictício, nada a ver com a realidade. 

Pensamentos medíocres como "Copa não se faz com hospital" é que contribuem para a péssima imagem do país e de Brasília. Só que o grande pensador contemporâneo que disse essa frase se esqueceu que mesmo o futebol mundial não seja feito com obras sociais, ficará terrivelmente ruim para as pessoas que virão e que moram aqui, ter uma Copa sem infraestrutura, com toda a sujeira debaixo do tapete.  Infelizmente tenho que dizer que essa é a capital que irá receber a Copa. 

O Aeroporto Internacional de Brasília está com obras empossadas e elas não ficaram prontas até o evento. As vias e as pistas principais da cidade já estão congestionadas. Inúmeros problemas em hospitais podem ser listados. A principal rodoviária da capital está aos cacos. O metrô, que era a salvação dos usuários, está chegando ao horror do transporte terrestre. Imagina na Copa?! E imagina como estará a capital depois do evento...

Nesse dia, o que eu posso desejar para Brasília? Mais sinceridade, mais transparência, mais compromisso com a cidade e seu entorno, menos corrupção, mais compaixão pelas causas sociais. Eu ainda acredito na minha cidade natal. J-J



FELIZ 54 ANOS, 
BRASÍLIA!


Por: Emerson Garcia

quarta-feira, 9 de abril de 2014

Beijinho da polêmica

Um professor de uma escola de ensino médio do Distrito Federal gerou polêmica em uma prova de Filosofia para alunos do 2º e 3º ano. Uma das questões se referia a famosa letra Beijinho no Ombro de Walesca Popozuda. Nela, o professor se referia a funkeira como uma "pensadora contemporânea". Ele quis provocar, e chamar não só a atenção dos alunos, como da imprensa, formando um evento midiático interessante.


Divulgação


A questão não ficou somente nas paredes escolares, mas ecoou por todo o Brasil, como uma espécie de protesto. Na entrelinha, o cara que fez a prova queria ironizar e menosprezar o funk. Em meio à uma avaliação onde seguia-se todos os conteúdos programáticos, a questão foi, sim, pra chamar a atenção (uma das alunas disse "é sério, isso?"). 

Na verdade, o docente queria quebrar com todos os paradigmas. Ele ironiza ao chamá-la de "pensadora contemporânea", dizendo para cada um que os funkeiros são incultos. Quando ele traz o funk em uma prova de Filosofia, quer dizer que as duas coisas não podem andar juntas. "Se fosse uma MPB não teria tanta polêmica como teve", desabafou Walesca Popozuda em uma entrevista. 

Reprodução (Facebook da Walesca Popozuda)


Ele não precisou dizer explicitamente, mas as pessoas entenderam que o funk não foi, e nunca será, considerado como cultura ou música. A fama do estilo musical é totalmente negativa. Existem aqueles que acham as letras sem conteúdo ou sem proveito. O que o professor fez só foi mostrá-lo como ele realmente é visto. 

Creio que a atitude do docente não foi reprovável. Estamos em um país de livre expressão. Além do mais, ele não feriu sua profissão nem o conteúdo programático. Ele quis apenas chamar a atenção para o que todos já sabem. A banalização do funk e seu menosprezo.

Assim como o filósofo quebrou paradigmas, seria interessante se o funk mudasse um pouco sua postura e mostrasse uma face mais "culturalizada", digamos assim. Com letras produtivas, que induzam a reflexão e que vão além das onomatopeias e de peitos e bundas; funks educativos; e até releituras de MPB em funk. A Walesca Popozuda disse que fará de tudo para ser uma "pensadora contemporânea" e que lerá Machado de Assis. Acho que já é um bom começo. J-J

Por: Emerson Garcia

terça-feira, 1 de abril de 2014

O golpe da mentira


Bruna Pimentel. Pinterest.


Primeiro de abril é uma data mais que adequada para simbolizar o aniversário de instauração do regime militar brasileiro. Afinal de contas, estamos falando de um movimento que nasceu já imbuído de inverdades. 

A começar pela largada, como nos conta o jornalista Elio Gaspari em A Ditadura Envergonhada (Companhia das Letras, 2002) : "Ao amanhecer do dia 1º de abril [o general Amaury] Kruel [comandante do II Exército] persistia na posição de emparedar Jango sem depô-lo”.

Em pleno dia primeiro, João Goulart despachou no Rio, depois seguiu para Brasília e reuniu-se com seus ministros. Apenas no decorrer do dia o II Exército aderiu ao movimento e os golpistas tomaram as instalações militares das mãos dos legalistas. Ou seja, o governo só foi deposto de verdade nesse dia, não em 31 de março. 

O Congresso declarou vaga a presidência somente às 2h55 da madrugada seguinte, como noticiou a Folha de São Paulo (http://bit.ly/1lAuVjb). Outra mentira, visto que Jango ainda se encontrava no Brasil. 

Ainda antes de derrubar um presidente legítimo e com respaldo popular, os conspiradores mentiram sobre a iminência de um golpe comunista de viés soviético para alarmar a população. Faltaram com a verdade também ao garantirem que não possuíam apego ao poder, apenas fariam o sacrifício de usurpá-lo para "salvar a democracia". 

Na construção da retórica do regime, seus porta-vozes eximiram-se de observar o dicionário. O Aurélio nos traz o verbete "revolução" como "transformação radical de estrutura política, econômica e social" em sua definição mais detalhada. 

O que aconteceu nos 21 anos de ditadura foi exatamente o oposto: uma ruptura institucional que garantiu a manutenção de uma organização socioeconômica elitista e excludente, com a concentração do poder político personificada nas Forças Armadas. 



John Hillegass. Pinterest.



O termo "golpe de Estado", por sua vez, cai como uma luva a esse cenário: "subversão da ordem constitucional e tomada de poder por indivíduo ou grupo de certo modo ligados ao Estado".

Quando jactam-se do arrojo econômico que supostamente deram ao país, mentem mais uma vez. Se as taxas de crescimento aceleraram, especialmente entre 1969 e 1973, foi por um "milagre econômico" chamado endividamento: a dívida externa nacional, de US$ 3,3 bi em 1964, converteu-se em inacreditáveis US$ 105,1 bi ao final de 1985, segundo o Banco central. 

O crescimento não foi acompanhado por distribuição de renda e aumentou a desigualdade. Dados do Ipea (instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) revelam que apenas em 2012 conseguimos retornar ao nível de igualdade de 1960, com o índice Gini brasileiro caindo a 0,530 (a escala vai de 0 a 1, sendo 1 totalmente desigual). Já a inflação acumulada de 1964 foi 89,9%, enquanto bateu em 235,11% no último ano de governo militar. 

A corrupção esteve sempre presente, tanto nos conchavos do governo central com seus aliados políticos nos estados (daí surgiram Sarney e ACM, por exemplo) como na administração federal, marcada por obras "faraônicas": exorbitantes e caras, sem fiscalização e que nem sempre foram concluídas ou efetivas para o país. 

“A corrupção nas Forças Armadas está tão grande que a única solução para o Brasil é fazer a abertura”, desabafou Ernesto Geisel, como registrou o livro História Indiscreta da Ditadura e da Abertura (Record, 1999), do historiador Ronaldo Costa Couto. 



Brechó Relance. Pinterest.



Nem precisamos falar sobre as mentiras contidas na promessa de proteção da população, que perdeu seus direitos políticos, civis e sociais. Perseguição a opositores, prisões arbitrárias, tortura, execuções e ocultação dos cadáveres deram o nefasto tom do período. Com o detalhe de que quem denunciasse, além de censurado, seria "convidado" a conhecer os porões da repressão e poderia ter o mesmo fim.

Todos esses fatos e muitos outros, que dariam mais um livro sobre a ditadura brasileira e seu modus operandi, não deixam dúvidas de que não existe data mais perfeita para essa triste - mas importante - efeméride. Primeiro de abril de 2014, aniversário de 50 anos de uma das maiores mentiras que o Brasil já conheceu. J-J



Walquiria Kascher. Pinterest.


Por: Allan Virissimo
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