quinta-feira, 2 de maio de 2024

Quinta de série: Histórias (im)possíveis

Pode conter spoilers!



Histórias (Im)possíveis é uma minissérie antológica da Globoplay em 5 episódios, exibida entre 6 de março e 20 de novembro de 2023. Criada e escrita por Renata Martins, Jaqueline Souza e Grace Passô, tem direção artística de Luísa Lima. A série é uma continuação do especial Falas, agora com especiais de dramaturgia, com estórias roteirizadas sobre os 5 temas - mulheres, negros, pessoas LGBTQIAPN+, idosos e índios. Os roteiros foram co-escritos com Hela Santana, Thaís Fujinaga, Renata Tupinambá e Graciela Guarani. Cada episódio teve a duração média de 45 minutos.  

Com os títulos de Mancha, Pintadas, Sísmicas, O amanhã e Levante a produção apresenta histórias que estão no limiar da possibilidade e da impossibilidade. São histórias que poderiam acontecer, mas possuem algum aspecto mágico e/ou fantástico. O objetivo foi o de discutir assuntos importantes e atuais, em nossa sociedade, por meio da atuação e dramaturgia. 

 LEIA SOBRE OUTRAS FALAS


O episódio Mancha conta a estória de uma empregada doméstica chamada Mayara e sua relação com sua patroa, Laura. A patroa é doce e amigável com sua funcionária, mas as coisas se complicam quando ela pede que Mayara abandone os estudos por causa do trabalho. A reviravolta acontece quando Mayara cai do 13º andar do prédio e sobrevive por um milagre, mudando de vez a vida das duas. 


É um episódio arrepiante, que assusta e aterroriza, além de mostrar relacionamentos tênues entre empregada e patroa e também como tomar as rédeas da própria vida, nem que seja a força.

   


Pintadas conta a estória de três indígenas de origens distintas e com visões de mundo diferentes. Luara e Michele estão de volta à sua terra, para apoiar a parente rapper, Josy, com seu trabalho na música. Elas farão um videoclipe ou documentário (não sei ao certo) em uma floresta, quando se deparam com a degradação da natureza, aonde vão realizar a gravação. 


Com a destruição do cenário, elas devem encontrar uma nova solução para a filmagem. É quando enfrentam desafios que as levam a encontros e desencontros com seus próprios medos, identidades e histórias. Possui um final surpreendente e avassalador.


Um casal formado por uma mulher cis e uma trans faz parte da estória de Sísmicas. Lena, uma mulher cis, convida Kátia, sua namorada, que é uma mulher trans, para morar com ela em um sobrado que herdou da família. Lena começa a ser pressionada por uma empresa imobiliária para vender o terreno, tendo sua relação com Kátia estremecida por conta disso. O casal, portanto, entra em uma jornada para entender o que realmente sentem uma pela outra e sua relação com o mundo. 


É um episódio cheio de referências, analogias e significados, que fará você refletir muito em tudo o que acontece. As rachaduras da casa, assim como sua demolição, possuem significados muito fortes. O final, com a bandeira LGBTQIAPN+ estendida na casa é uma cena bem emocionante. 

   


O Amanhã conta a estória de Meire, uma motorista de um aplicativo que se encontra insegura com a chegada dos 60 anos. Numa noite de trabalho, ela conhece a passageira Bex, que provoca muitas reflexões sobre a vida.


Ver as atrizes Zezé Motta e Andrea Beltrão atuando foi uma surpresa interessante. A cena do karaokê é muito boa, assim como todas as reflexões que são levantadas, como as discussões sobre etarismo.

   


Em O Levante conhecemos Janaína, uma roteirista de origem negra, participante de um novo projeto audiovisiual. Ela se junta aos demais membros da equipe de escritores, todos de pele clara, numa imersão realizada em uma fazenda no interior. As filmagens ocorrem numa propriedade que é uma herança da época colonial da família que lidera o projeto.


Algumas cenas são agoniantes e desconcertantes, relembrando produções como Corra e Nós. O final é de arrepiar, sendo apoteótico e de uma grandeza televisiva incrível. 

   


O primeiro episódio de Histórias (im)possíveis obteve média de 14,6 pontos e 34,6% de share. Os capítulos são bem criativos e inventivos. O especial Falas experimenta o recurso da dramaturgia, que dá super certo. Esse ano (2024) o objetivo é o de fazer experimentos sociais, que tem repercutido positivamente. Então, fica a dica de série aí pra vocês! J-J


Por: Emerson Garcia

3 comentários :

  1. Não conhecia essa série mas achei interessante os episódios é uma boa pedida para assistir abraços.

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  2. Acho que já mencionei aqui, mas vou repetir: quero ver todos esses episódios porque acho que essas abordagens têm uma importância, nesses tempos em que o mundo inicia uma mudança grande, com relação aos costumes.

    Beijão e bom fim de semana

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