quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Uma reflexão urgente: de jornalista para jornalistas e consumidores de informação

 
Agora é a nossa vez, Clark Kent. | Divulgação


Essa vai para os que estão envolvidos com o mundo jornalístico – estudantes, recém-formados, profissionais em vigor, freelancers e outros adjacentes. Você que não é da área também pode ler, isso o atinge de qualquer forma. O jornalismo brasileiro não informa o cidadão e faz um jornalismo suicida.

Recentemente, o Grupo Estado mandou para a rua mais de 50 profissionais da Rádio Estadão, e como consequência sua programação foi modificada. Os jornalistas Eduardo Grillo (GloboNews) e Rodrigo Constantino (Veja) não trabalham mais em suas antigas respectivas empresas. A Rede Globo remanejou seus jornalistas por conta do alto valor do dólar.

Quem ficou, terá trabalho dobrado; quem saiu, está desempregado ou, por milagre divino, conseguiu sobreviver nesta nefasta nuvem de escassez de emprego. Motivos econômicos, e principalmente políticos, norteiam esse cenário, e posso dizer que parte disso tudo tem como parcela de culpa... os jornalistas. “Os jornalistas?” Sim, infelizmente.


Fator mais político do que econômico

Isso não é um fato novo. Falei em en passant que não há mais muitos Jornalistas com “J” maiúsculo porque eles são e/ou foram preparados para serem “agentes de mudança”, do que apenas relatores de fatos do seu bairro, do país e do mundo. Aqui no Jovem Jornalista, no dia 26 de agosto de 2015, falei do silêncio da mídia brasileira a respeito da ameaça do presidente da Bolívia Evo Morales fez em invadir o Brasil caso Dilma Rousseff sofra impeachment. Um ato militar estrangeiro contra a soberania nacional.

A maioria das redações está constituída de pessoas com viés esquerdista e jamais vão publicar uma notícia segundo os critérios noticiosos. A régua destes ditos ‘jornalistas’ é a ideologia. É mais que uma omissão de informação, é um crime de lesa-pátria pelo fato de que a população não está a par disso tudo.


O jornalismo suicida em nome da “causa”

Depois de ver um Luiz Inácio Lula da Silva “domesticado” (graças ao marqueteiro João Santana) a imprensa em 2002 teve papel fundamental para passar uma imagem do candidato “tão normal” quanto os outros. Lembremos que naquele tempo o dólar estava quase na casa dos R$ 4,00 por conta do risco de ter um sindicalista no cargo mais alto do Brasil.

Desse modo, a mídia se mobilizou. O então presidente FHC colaborou para limpar a imagem do “barba” – seu codinome de alcaguete nos tempos do Regime Militar segundo Romeu Tuma Jr. – e a famosa “carta aos brasileiros” que prometia manter a política econômica que estabilizou o Brasil desde o início dos anos 1990.

Depois de alcançar o poder, Lula e companhia mantiveram tudo, mas quem conhece a estratégia das esquerdas sabe muito bem que é preciso se comportar como capitalista e democrata para alcançar o tão desejado – e fracassado – sonho socialista e autoritário. Hoje, o jornalista brasileiro paga caro por ter dado guarida. Olha aí o Lula comemorando a demissão dos profissionais da informação:





BEM FEITO! E ainda eles querem enfiar goela abaixo o “Conselho de Jornalismo” para monitorar a nossa atividade e perseguir os colegas que não rezam a regra do jogo do governo. No Caderno de teses do PT estão todos os planos para reerguer o partido e apertar o cerco à imprensa. Lembre-se que o conceito de “democracia” para eles é um ambiente de pensamento único:

“34. Nos marcos desta articulação, é necessário relançar a campanha pela reforma política e pela mídia democrática [...] O PT precisa exercer mais do que um papel de figurante na luta pela democratização da mídia: deve engajar e orientar seus quadros e militantes a ajudar na construção das mobilizações que os movimentos sociais a duras penas têm construído no país nos últimos anos.”
Caderno de teses: um partido para tempos de guerra (p.7-8)


Os “quadros de militantes” do partido estão nas redações e fazendo de tudo para nada escapar. E o PT por trás disso tudo sem levantar suspeitas, conforme dito nesta citação:

“183. Continuamos trabalhando para que o PT assuma um papel de vanguarda, não apenas na luta pelo governo, mas também na luta pelo poder; não apenas na luta pelo desenvolvimento, mas também na luta por reformas estruturais e pelo socialismo.”
Caderno de teses: um partido para tempos de guerra (p.35)


Imprensa subserviente e com coleira (parte1)


 “Mas a Veja é de Direita” É mesmo? | RADIOVOX


Você (ainda) acredita que a mídia brasileira é “de Direita”? HAHAHAHAHAHAHAHA-HA- HA- HA- HÁ! (risos de Mr. Catra). É nada! O que seria o “quarto poder” contado nas teorias da Comunicação é mais que uma ilusão de trouxa e papo de enganador.

Em abril, o vice-presidente do Grupo Globo, João Roberto Marinho pediu “moderação” aos políticos e disse que está muito preocupado com o atual cenário político. Entenda-se que – PRESTE ATENÇÃO! – o Grupo Globo não está muito interessado no impeachment de Dilma Rousseff. Até porque "o" da família Marinho e suas empresas estão na reta do PT:

“7. A Esquerda Marxista, logo após o resultado do 2º turno, lançou uma Carta Aberta à Lula, Dilma e a Direção do PT onde apontava:
f) Estatizar a Rede Globo, que é concessão pública e abri-la para os movimentos sociais! É público e notório que a Globo se construiu sob o manto da ditadura e com dinheiro público, sonega impostos e deve mais de R$ 1 bilhão aos cofres públicos. Estatizar todas as redes, TVs e rádios religiosas, de qualquer confissão[...]”.
Caderno de teses: abaixo a política de austeridade (p.4)


Não bastasse isso a Rede Globo de Televisão está mandando de volta ao Brasil os considerados “medalhões do jornalismo” (via o site OPlanetaTV):

“Quatro anos depois de se despedir da apresentação do Bom Dia Brasil e assumir a função de correspondente internacional, Renato Machado volta ao Brasil e não vem sozinho: Roberto Kovalick - parceiro de trabalho dele em Londres -, André Luiz Azevedo - há três anos em Lisboa -, e Helter Duarte - há três em Nova York - também estão de malas prontas.
O quarteto faz parte do primeiro time de jornalistas da Globo, o que significa custos mais altos para a emissora, que optou por trazê-los de volta e substituí-los por rostos menos conhecidos, que ganham cerca de 30% do salário de Machado. Como o pagamento dos correspondentes acontece na moeda local, a alta do dólar - que chegou a 4 reais na última semana - seria uma das razões para a movimentação, segundo informa Daniel Castro (UOL). Machado e Kovalick recebem em libra esterlina, moeda que chegou a valer R$ 6,00 dias atrás.
De volta ao Brasil, Renato Machado será exclusivo do Globo Repórter.”


Como havia dito Lula no vídeo mostrado, a Editora Abril alugou parte seu prédio para pagar dívidas. Segundo a Radiovox a empresa da família Civita ganhou mais de R$ 460 milhões do governo petista. Não seria estranho uma mídia declaradamente anti-petista receber mais dinheiro do que as mídias amigas, como a Carta Capital, por exemplo?


Repasses a Abril. | Fernando Rodrigues/UOL


O site da webrádio mostra a evolução dos repasses que a revista recebeu. Outra coisa é que a empresa na qual é publicada a revista Veja está sediado num prédio cuja propriedade é do Banco do Brasil. Ainda mais, a revista semanal faz parte da Project Syndicate, a maior associação de mídia opinativa esquerdista do mundo. E você ainda acredita que a Abril é de... Direita? 

As falas dos jornalistas Carlos Chagas, Denise Campos de Toledo, José Nêumanne Pinto e Rachel Sheherazade estavam incomodando o governo federal. Pressionada por todos os lados governistas, o SBT teve que demitir os três colunistas e calar a boca de Rachel sob pena de perder a concessão do canal de televisão. Aqui tem mais a respeito.

Detalhe: no mesmo ano em que a concessão do SBT foi renovada, essa “reforma no jornalismo” foi feita. Entra no lugar um jornalista mais palatável ao partido que nos governa: Kennedy Alencar.


Concessão a custa da liberdade de imprensa do SBT. | RADIOVOX


Consequências e direções

O jornalismo de verdade dá lugar a um mero papel com notícias mais convenientes, e isso prejudica a população no sentido de que ela tem o direito de saber a verdade. Quando o dinheiro fala mais alto, o trabalho fica prejudicado e se perde a qualidade. Um dos sinais patentes disso é a abertura da programação a igrejas evangélicas (vide o caso da Rede 21 de Televisão, por exemplo).

Nesse cenário de crise econômica como se pode falar no desligamento do sinal de TV analógica no Brasil? Como está a população do município de Rio Verde (Goiás) preparada ou não para ver televisão apenas em HDTV? Assim relata Flávio Ricco:

“Os prazos fixados pelo Ministério das Comunicações permanecem os mesmos e o desligamento das transmissões analógicas continua mantido. Vai começar com Rio Verde, em Goiás, no dia 29 de novembro. Mas será que vai? O que se sabe é que as principais redes de televisão, dentro de mais alguns dias, irão se posicionar sobre o assunto. Já existe este movimento. No entender delas e das entidades que as representam será impossível manter os prazos estabelecidos, porque isso implicará em tirar, da maior parte da população, a única opção de lazer gratuita que existe. Não tem como fazer isso agora. Vamos esperar pelos próximos capítulos.”


Na real, é preciso jamais ceder aos caprichos dos poderes dominantes. Como está a expectativa dos estudantes de Comunicação sabendo que vão sair da faculdade e ir parar em casa, ou em um emprego não desejado só para pagar as contas?

É vital rechaçar o partidarismo nas redações em troca do bem mais precioso: a liberdade. Um dos erros da imprensa em 2013 foi glorificar os vândalos dos black blocs. Olha o resultado dessa glorificação:


Sem canoplas: eles estão com medo, mas não vão denunciar quem de fato os agridem. | Divulgação


Outra demonstração vergonhosa foi o silêncio e a deturpação de fatos nas manifestações antigoverno (desde novembro de 2014, sabia?). Por enquanto a internet é o meio de informação viável. Em vez de reverberar as vozes das ruas e do povo (e não um arremedo de gente paga com R$ 35 e um pão com mortadela) se esconde tudo para não ficar de mal com o governo e sofrer represálias. 

Não é só pelos jornalistas, mas é pela população brasileira que não tem na imprensa sua porta-voz, e que agora serve de agente desinformante propagando o discurso de “reconciliação” a um governo que trabalha em prol de uma narcoditadura chamada Foro de São Paulo.

 “Está tudo bem no Brasil.” | Spacca


Quem avisa amigo é! Falou, pessoal. J-J





Por: Pedro Blanche

13 comentários :

  1. Existem muitos que realmente estão numa situ difícil, em um país livre de expressão, não se deveria existir isso, pois todos nós já sabemos as crises que enfrentamos.


    http://cheiadetrama.blogspot.com.br/

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  2. Oi, tudo bem? Concordo com maior parte de seu texto. Infelizmente a crise atingiu diversos meios de comunicação.

    http://www.blogmemories.com.br

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  3. Olá,
    Eu já quis cursar jornalismo, mas desisti e algumas das razões você mesmo comentou. Ando bem desapontada com a mídia em geral e não me vejo mais nesse meio, triste.
    Beijos.
    Memórias de Leitura - memorias-de-leitura.blogspot.com

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  4. Concordo em partes, vivemos tempos difíceis em todos os lugares .
    www.cherryacessorioseafins.com.br

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  5. Como estudante de Jornalismo e futura profissional de Comunicação eu me sinto muito preocupada, muitos não valorizam o curso, quando entrei nele ouvi comentários do tipo: Jornalista ganha pouco... É um curso caro... Poucas oportunidades de empregos. Porém como eu sempre digo o mercado tem espaço para todo mundo basta ser o diferencial. Assim que entrei no curso tive a difícil escolha de continuar no mercado de trabalho ou investir no meu curso, decidi arrumar estágios na área, uma vez que sempre ouço que quem não tem experiência quando termina a faculdade começa a estagiar por não ter curriculum! Estou no meu terceiro estágio sendo o segundo na ASCOM e tive um na Redação, aqui no meu estado fiquei chocada com o fim da Revista Veja Brasília, era tradição ver matérias de grande importância nesse veículo. A crise está assolando os profissionais da nossa área, outro fator que me deixou entristecida foi a "desvalorização" da Folha de S. Paulo, que lançou um treinamento ensinando a ser jornalista, até ai tudo bem o foda é que não é necessário ter formação na área. Eu fiquei tipo besta kk sério, tive que rir porque achei uma piada isso, nós passamos 4 anos numa faculdade, um curso com uma das mensalidades mais altas. O jornalismo atual vive num cenário de dituadura ou silêncio a força como prefiro chamar, prova disso é a jornalista do SBT a Rachel. Enfim o Jornalismo é muito lindo na sua teoria, mas aqui no Brasil, estamos vivendo um jornalismo mascarado.

    Siga no insta: @blogcaprichadissimas
    http://www.caprichadissimas.com.br/

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  6. Hoje em dia falar de politica, tanto da direita quando da esquerda e tudo bosta! enquanto não ocorrer uma reforma politica, vamos ver coisas assim!

    http://acidadeliteraria.blogspot.com.br/
    to seguindo se puder me seguir ficarei muito agradecida

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    1. Resumir como "solução" uma "reforma política" sabendo quem manda de fato no jogo é tão simplista quanto perigoso.

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  7. Infelizmente grande parte dos jornalista são comprados, a opinião e a até mesmo a falta dela, não existe mais.

    rasgadojeans.blogspot.com

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  8. Oi
    No Brasil pode se comprar tudo, até a opinião dos jornalistas,
    http://viciadaporlivro.blogspot.com.br/

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    1. Notou que proibiram a propaganda do cigarro, de brinquedo e querem banir a de cerveja? O fator econômico influencia uma autocensura no jornalista.

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  9. Que situação difícil que estamos
    beijos http://www.blogdaxavier.com.br/

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  10. Meus professores, vira e mexe, falam sobre essa louca instabilidade da área jornalistica, que na semana do dia do jornalista este ano, a abril demitiu vários jornalistas ... não tá fácil, tem que ter muito amor pela profissão mesmo.

    www.1001rolesemsp.com

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    1. Por amor e alerta a esse ofício e sacerdócio fiz esse texto. Ou recuperamos o Jornalismo ou vamos virar apenas escrevinhadores.

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