Resenha 'Imagem estética moderna e pós-moderna'

Maria Beatriz Furtado Rahde é autora do livro Imagem estética moderna e pós-moderna. O livro faz parte da coleção Comunicação, sendo o sétimo. A obra foi impressa em Porto Alegre no ano de 2000. 

O livro é dividido em três partes. A primeira delaas chama-se Dimensões da Imagem e é encarregada de destrinchar concepções de estética moderna e pós-moderna, a segunda, Relações entre imagens em que a autora trata algumas aproximações e distanciamentos entre Raymonde e Druillet e também traz reflexões e críticas; e a terceira parte é conhecida como Vivências da imagem. 

A obra em si é inovadora e consistente, possuindo citações de diversos autores que demonstram que Maria Beatriz conhece sobre o assunto e teria pesquisado anos com afinco este. É um livro vanguardista, visto que a imagem ou estética não fora estudada com tamanha propriedade como nessa obra.

Especificamente no primeiro capítulo a autora trata sobre algumas representações (dimensões) de como a estética era na modernidade e o que ela viria a ser com a pós-modernidade. Na minha visão, as imagens modernas eram tidas como formais e dentro do padrão, já as pós-modernas fugiam desse padrão, mas isso não quer dizer que as imagens de hoje não possam ser consideradas como arte, pelo contrário, à medida que se inova e se diz que "tudo é arte", os sentidos são mais aguçados e a imagística entra em ação.

É por isso que se pode dizer que "tudo é arte" porque depende do olhar de cada um e como os sentidos são expressos. Para alguns os quadrinhos são considerados, pura e simplesmente, obra de fantasia e imaginação que não pode ser aplicado no cotidiano; para outros é a busca do irreal que faz com que a realidade aconteça. Isso quer dizer que o olhar é de cada um, a maneira de contemplar é única, o que leva as pessoas acharem a mesma obra bonita ou feia, atraente ou distraente.

É justamente a experiência do olhar, que a autora tanto propõe, que capacitará as pessoas a serem mais críticas, despertando a emoção e aguçando o instinto. O que a disciplina Introdução à fotografia faz é abrir discussões de imagens ou fotos e aprimorar a análise de cada pessoa. Não importa se esta é correta ou equivocada, o que interessa é se o aluno sabe apreciar uma fotografia, falando o que chamou mais atenção, como ele vê a atmosfera daquela obra e as expressões faciais, até o que ele analisa como elementos plásticos (textura, claro e escuro, preto e branco).

É interessante como a autora coloca em destaque não somente o seu posicionamento, como também de diversos autores, professores, alunos, leigos com relação ao que eles opinam sobre a obra de Raymond e Druillet.

Embora estes se distanciem em diversos pontos, sabe-se que os autores representam os quadrinhos com uma visão futurista e isso é completamente plausível porque apesar dos traços de estilo de cada um eles procuram utilizar técnicas que deixam os quadrinhos mais reais e elementos geométricos que multiplicam alguns desenhos.

Para mim, a obra é impecável, porque, primeiro, a autora começa o texto dando concepções de imagem e estética e coloca o traço de estilo de cada um dos autores, segundo, que ela traz esses princípiuos realizando uma pesquisa com diversas pessoas e coloca os seus posicionamentos frente à representação de quadrinhos de cada autor e terceiro, que ela traz à tona, para a vivência, os conceitos apresentados.

**Resenha escrita para a disciplina Estética e Comunicação do Curso de Comunicação Social - Jornalismo na Universidade Católica de Brasília (UCB)