Primeiro banco de imagens LGBTQIAPN+ gratuito do Brasil e + outros 4

A ideia desse post já estava nos rascunhos do blog já há algum tempo, há anos. Deixei vários links salvos nos rascunhos sobre o Primeiro banco de imagens LGBTs gratuito do Brasil. Por algum motivo, não fiz o post, mas hoje chegou o dia. Possuir bancos de imagens para essa comunidade é primordial para que ela seja reconhecida, ainda mais se forem bancos de imagens genuinamente LGBTQIAPN+, livres de quaisquer estereótipos, que retratem a pauta como merece e que as fotos/imagens sejam sem filtros, retratadas como devem ser.

Nesse post, trago o primeiro banco de imagens LGBTQIAPN+ gratuito do Brasil, além de apresentar outros. Vem, comigo!

Tem que ter

Conhecido como o primeiro banco de imagens LGBTQIAPN+, ele foi criado em 2019 pelo coletivo gaúcho Viva Voz, sendo contemplado com bolsa no SaferLab Brasil com o objetivo de minar o discurso de ódio na internet. 

Criado por um grupo de jovens publicitárias e comunicadoras de Porto Alegre, o banco de imagens propõe reflexões sobre representatividade, diversidade e comunicação inclusiva. Fernanda Sanchis, uma das criadoras, fala mais do projeto:

“A presença LGBTQI+ na propaganda brasileira é quase nula, e as poucas manifestações que fogem do padrão heteronormativo acabam, muitas vezes, reforçando estereótipos. A gente entende que as mensagens criadas por marcas, negócios e agências de publicidade possuem impacto social, e podem ser utilizadas como ferramentas de promoção da diversidade.”

O projeto estava disponível no site do Tem que ter, mas por algum motivo ele saiu do ar. Ele trazia fotos exclusivas de pessoas LGBTQIAPN+ em situações do dia a dia, sem filtros. Na época de criação, o site possuía mais de 150 fotos, assinadas por 5 fotógrafos diferentes. As locações foram em Porto Alegre e em São Paulo.  

Como Fernanda disse, a representatividade LGBTQIAPN+ foge dos padrões das publicidades, reportagens e mídias em geral, aliás, ela se manifesta nas formas e universos mais distintos. Desse modo, o Tem que ter oferecia diversas opções de fotografias, fugindo dos padrões normativos com imagens fora da lógica. 

O intuito da plataforma foi desconstruir estereótipos, colocando preconceitos por terra. Se você busca por imagens de pessoas lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transgêneros, esse banco de imagens pode ser seu aliado.  

Gender Spectrum Collection

É um banco de imagens que inclui pessoas trans - que não se identificam com seu gênero de nascimento - e pessoas não-binárias - que não se limitam a homem ou mulher. Há imagens que retratam a vida cotidiana dessas pessoas, como conversas, idas ao médico, pessoas atendendo, praticando exercícios físicos, dentre outras. 

As fotos vão muito além dos clichês e ajudam a mídia na representação correta e sensata dos membros dessa comunidade. Trans e não binários não são definidos por suas identidades de gênero. Além de suas identidades, elas possuem carreiras, relacionamentos, talentos, paixões e vidas domésticas. 

O banco de imagens é da Broadly, portal de notícias da Vice. Ele foi criado a partir da necessidade dos jornalistas de encontrar imagens que retratassem essas pessoas para uma reportagem. Atualmente, o banco possui mais de 180 imagens gratuitas. Todas as fotos foram clicadas pelo artista e fotógrafo Zackary Drucker e quebra estereótipos e confronta preconceitos. 

Veja outras fotos no site oficial do Gender Spectrum. 

Young, Gifted and Black

Se o se público alvo são mulheres negras, que tal utilizar esse banco de imagens? Ele apresenta mulheres negras e suas diversidades. É perfeito para que haja maior envolvimento mercadológico nas campanhas, tornando sua empresa aliada da inclusão, gerando crédito e respeito. 

O site é baseado em um título de uma das canções mais famosas da história, na voz de Nina Simone. Confira outras imagens no site oficial do banco. 

AllGo

O banco de imagens é uma parceria entre Unsplash com o aplicativo AllGo. A seção de imagens reúne diferentes corpos, de tamanhos e etnias variadas. O intuito é quebrar com padrões tradicionais de beleza, valorizando a diversidade e realidade dos corpos plus size. 

A AllGo reconheceu a necessidade de mais fotos com pessoas de tamanho grande e decidiu ajudar a preencher essa lacuna. O banco de imagens é de Portland, no estado do Oregon (EUA). 

Perceba, pelas fotos, que a diversidade encontra-se nos tamanhos e etnias! Veja outras imagens no site. 

Ame Digital

Em junho de 2022, a Ame disponibilizou um banco com 80 fotos com o objetivo que outras marcas ampliem a presença da comunidade LGBTQIAPN+ em suas campanhas. O banco de imagens possui 30 imagens gratuitas em parceria com a Lab678 e estimula a representatividade no mercado publicitário.  

As fotos retratam pessoas reais, com corpos, gêneros, sexualidades e vivências diversas, em temáticas diferentes e com tom bem brasileiro. 

A Ame também lançou o manifesto Onde esse mundo vai parar?, inspirado em uma crítica que remete a uma fala LGBTfóbica. O vídeo manifesto foi narrado pela cantora trans Liniker e conta pessoas que se identificam com a sigla. O filme narra a trajetória de pessoas que romperam barreiras rodeadas de amor e companhias para viverem livremente sua sexualidade. 

Com esse banco de imagens, a Ame acredita no estímulo de marcas e empresas para reforçar suas ações de acolhimento e representatividade em relação à comunidade LGBTQIAPN+. 

O banco de imagens é interessante, pois traz bios de todos os modelos das fotografias. Vale a pena dar uma olhada! Confira outras imagens no site. 

Esses 5 bancos de imagens são interessantíssimos e trazem representatividade LGBTQIAPN+ de valor! Que novos bancos de imagens possam ser criados. Até o próximo post! J-J

Por: Emerson Garcia