A Quinta de série de hoje traz um dos dramas mais aclamados dos últimos tempos: Breaking Bad. Exibida pela AMC, a série contou com 5 temporadas (de 7 a 16 episódios) e foi ao ar de janeiro de 2008 a setembro de 2013. Criada e produzida por Vince Gilligam (Arquivo X), BB recebeu inúmeros prêmios: 16 Primetime Emmy Awards, 8 Satellite Awards, 2 Globos de Ouro e um Prêmio Escolha Popular. Em 2014, a série galgou mais um reconhecimento: entrou no Livro dos Recordes como a produção mais bem avaliada pela crítica! Um sucesso, sem dúvidas, né?!
Confesso que fui bem poser pra assistí-la. Um dos leitores assíduos do blog, Paulo Morais, chegou até comentar comigo: "E Breaking Bad, você não irá falar? Ela é ótima!". Demorei por preconceito. Já tinha visto alguns episódios na tv aberta e achava seu enredo lento que chega me dava sono. Mas, nunca é tarde. Depois de quase 4 anos da exibição do último episódio falarei dela!
BB se passa no Novo México, em Albuquerque, e conta a história de Walter White, um professor de química do ensino médio que é diagnosticado com câncer no pulmão em estágio III. Walter é esposo de Skyler White e pai de Walter White Júnior. Ele passa por dificuldades financeiras quando deixa de ser um exímio pesquisador de química e torna-se um professor. Agora, ganha menos e tem que lidar com as despesas de casa como qualquer pai de família. Skyler, no meio do percurso, fica grávida e Júnior tem uma doença degenerativa: paralisia cerebral. O câncer de pulmão agrava a situação. White tem a previsão de 6 meses de vida. O que ele irá fazer para garantir o futuro de sua família antes que morra?
Walter tem uma das decisões mais polêmicas de toda a série: o de tornar-se um cozinheiro de metanfentamina - uma pedrinha azul alucinante. Walter não é traficante, mas um fabricante de drogas que contará com a ajuda de seu aluno: Jesse Pinkman. Não demora muito para a dupla perceber que esse é um negócio lucrativo e rentável. Cada vez mais Walter consegue dinheiro e guarda para o futuro de sua família.
Tudo caminha muito bem, mas os problemas começam a aparecer. Para começo de conversa, Hank Schrader, cunhado de Walter, é um policial da Narcóticos e ficará na linha de fogo contra ele. O Sr. White fará de tudo para que Hank não descubra que fabrica drogas.
À cada episódio, a tensão aumenta e o nível de enrascadas também. White se envolverá em homicídios, lavagem de dinheiro, brigas, acertos de contas. Tudo por que quer garantir um futuro para sua família. Esse é o grande trunfo de BB: o que você faria para proteger quem ama?
White foi capaz de fazer negócios com o "gerente bonzinho" do Pollos Hermanos, Gustavo Fring, para esconder drogas em embalagens de frango. Só que não imaginava quem "Gus" realmente era. Além disso, o químico usou um lava-jato para lavar dinheiro, uma lavanderia para fabricar drogas, a casa de cidadãos de bem para fazer a pedrinha azul e transformou-se no Heinseberg, um perverso negociante do mundo drogadício.
O que irá acontecer quando Skyler White descobrir o que seu marido faz? E seu filho, Walter White Júnior, que já não tinha um bom referencial de pai e preferia ser chamado de Flynn? E quando isso vier à tona ao seu cunhado Hank Schrader?
São tantas confusões que o químico se mete, que para isso precisará de um bom advogado (Nem tão bom assim!): Saul Goodman, um profissional da lei disposto a proteger seus clientes e ele mesmo.
BB se aproxima bastante da realidade. Claro que há romance e drama, mas esse é o retrato de muitas pessoas. O que alguém faria pra proteger sua família? Para se livrar do desemprego e de uma crise? A atitude de White foi bem extrema, mas garanto que muitos seres humanos seriam capazes de algo pior. O conceito de BB surgiu logo após uma conversa entre Gilligam e Thomas Schnauz que discutiam a atual taxa de desemprego e que a saída seria ter um laboratório de metanfetamina.
O termo 'breaking bad' é uma gíria do sul que significa que alguém desviou-se do caminho correto e passou a fazer coisas erradas. Um pai de família, inteligentíssimo e seguidor das regras de uma sociedade, torna-se um marginal, alguém que a sociedade recrimina, embora tenha seus motivos para isso. O criador da série, Vince Gilligam, gostaria de retratar um protagonista que virava um antagonista com o decorrer do tempo e conseguiu.
Skyler White: esposa de Walter, é uma mulher forte e bonita, que trabalha em um escritório de advocacia e apaixonada pelo marido. Agora está grávida e precisa lidar com isso e com seu filho com paralisia cerebral. O relacionamento com Walter acentua-se quando ela descobre a verdade ao seu respeito. Para piorar, acaba transando com seu chefe.
Confesso que não gostei da forma que ela descobre o segredo do marido por ser de uma forma inesperada e superficial. Nesse momento, comecei a odiá-la. Só passei a gostar dela quando ela compreendeu os motivos do marido e passou a ajudá-lo no lava-jato e a administrar o dinheiro.
Jesse Pinkman: aluno de Walter, que começa a trabalhar com ele na fabricação da "azul". Jesse tem muitos problemas de relacionamento, principalmente com seu pai, além de problemas graves com drogas.
Um dos meus personagens preferidos. O ator (Aaron Paul) trouxe muita verdade ao personagem, trazendo seus conflitos de forma intensa. Em algumas cenas, pude me emocionar com o que Jesse passava.
Hank Schrader: cunhado de Walter e agente da Narcóticos que investigará o tráfico de drogas na região. Ele só não contava que seu cunhado estaria envolvido nisso.
Hank protagonizou cenas surpreendentes na série, como a que investiga o trailer onde Walter e Jesse estavam escondidos e quando é ferido em uma operação.
Marie Schrader: é irmã de Skyler e esposa de Hank. Possui problemas psicológicos ligados à cleptomania e tem o jeito desagradável de se meter nos assuntos da família.
Não gostava muito de Marie na série, mas depois passei a tolerá-la. Tem umas cenas bem dramáticas que ela protagoniza.
Walter White Júnior: filho mais velho de Walter White, que sofre de uma doença degenerativa que atrofiou seus músculos e comprometeu sua fala e raciocínio. Em alguns momentos não tem orgulho de seu pai, mas em outros faz dele seu porto seguro.
A relação de Júnior e Walter é uma das mais bonitas na série. O amor de um pai por seu filho, e vice e versa, foi contido em vários momentos: quando White faz um sanduíche de queijo para ele e quando ele resolve criar um site para ajudar no câncer de seu pai.
Saul Goodman: é um advogado decadente, antiético e que está em busca apenas de seus interesses. Saul é dono de um escritório de advocacia chamado Better call Saul (É melhor ligar para o Saul, em português) em que atende criminosos e foragidos da lei e os ajuda a se livrar da justiça.
Outro excelente personagem de BB, que protagonizou momentos cômicos e engraçados na série. Estou ansioso pra ver sua produção própria - um spinn-off de BB.
Gustavo Fring: um grande distribuidor de drogas que tem como disfarce a sua empresa laranja de fast-food, Los Pollos Hermanos.
Confesso que achei que "Gus" fosse gente boa por sua forma zen de lidar com as coisas, mas depois ele tornou-se o grande vilão e um filho da mãe. Passei a odiá-lo com todas as forças e torcer por White, mesmo ele também sendo quase um vilão. Ele estará na nova temporada de Better call Saul, mas se eu o ver será para "hateá-lo" ainda mais.
Artisticamente falando, BB usou e abusou de artifícios bem interessantes. O primeiro deles foi a utilização da câmera de dentro pra fora em diversas sequências. Podemos ver a geladeira de dentro pra fora, enquanto White a abre; o interior de uma máquina de roupas em funcionamento; e até o fundo de um tonel de drogas no momento em que despejasse substâncias.
O segundo, é a abertura dos episódios, que não tinha a ver (pelo menos naquele momento) com o enredo. Ou contava-se flashbacks (cenas do passado), ou flashforwards (cenas do futuro) ou tomadas com bons ganchos. Logo após, aparecia a vinheta inicial.
O terceiro - e será até o tema de um Aquela cena em breve - foi dedicar um episódio inteiro a uma simples mosca. Esse foi um dos capítulos que teve a avaliação mais baixa no TVST (TV Show Time), mas que deu um show de criatividade, por se passar em apenas um lugar (no subsolo de uma lavanderia) e por trazer excelentes diálogos.
BB - por esses motivos e outros - trouxe bons ganchos, histórias e cliffhangers. Um trabalho de enredo e produção fenomenal, além do auxílio de boas paisagens e uma fotografia de tirar o chapéu.
Crítica
BB teve uma recepção positiva pela crítica. Segundo a Metacritic, a primeira temporada marcou 74/100, a segunda 85/100, a terceira 89/100, a quarta 96/100 e a quinta temporada marcou 99/100. Pude observar que a série só decolou e melhorou mesmo a partir da terceira.
BB teve altos e baixos - mais altos que baixos - que pôde me prender por conta da sua história de "família". Até os episódios considerados monótonos são importantes para a compreensão da trama. Pode ser o capítulo mais sonolento - como o que citei da mosca - mas ele é necessário.
Teve momentos em que perdia o fôlego e fazia maratona para saber o que ia acontecer no próximo episódio. As cenas de suspense, ação e drama foram arrebatadoras. A inteligência e a sagacidade de White são coisas que devem ser levadas em consideração.
Gostei muito do tom humano de BB, assim como os relacionamentos desenvolvidos. Seja entre White e Jesse, White e Skyler e White e Júnior. A série acertou quando trabalhou isso e mostrou que também somos humanos, erramos, temos capacidade de amar e perdoar.
Os diálogos são incríveis e profundos, assim como os personagens, que por mais que possuíssem um papel pequeno na trama, suas histórias foram bem desenvolvidas. Não foi só White que brilhou em cena, mas Skyler, Jesse, Saul e tantos outros.
Os ensinamentos de química foram incríveis. Uma crítica negativa que tenho a fazer é que esse lado devia ser mais explorado. Entendo que esse não era o foco, mas seria enriquecedor à BB.
A série conseguiu contar a história de White sem deixar nenhuma brecha. O episódio final foi arrebatador e fechou o ciclo de um professor de química que faz de tudo para dar conforto à família. Afinal de contas, White fez tudo o que fez por sua família mesmo?
Essa é uma produção que eu não me arrependo de ter visto e que recomendo a todas as pessoas. J-J
Por: Emerson Garcia
Eu também gostei muito da série, mas ele não fez o que fez pela família, ele fez por ele. No último episódio isso fica claro. Realmente, ele começa a se envolver na produção da droga por causa da grana, pois precisa dela para garantir um futuro pros filhos, tanto que ele junta MUITO dinheiro, mas depois de um certo ponto, ele não precisaria mais produzir nada, pelo contrário, mas há uma mistura de sentimentos, emoção, prazer, ganância, adrenalina, e é isso que o mantém na produção da droga.
ResponderExcluir:**
Você falou tudo, Carla. Ele fez aquilo tudo por ele mesmo e é aí que está o drama do personagem.
ExcluirEssa eu conheço! haha. Se não, em que mundo viveria?! Mas nunca parei pra assistir.
ResponderExcluirrasgadojeans.blogspot.com
Ufa escreveu hein Emerson Garcia!!! rsrsrsr
ResponderExcluirSem dúvida uma das melhores séries que já assisti, recomendo com certeza. Sou fã desta série.
Emerson mais uma vez, muito crítico, detalhista.
Parabéns Emerson pelo post, muito bom mesmo.
Obrigado pelo elogio.
ExcluirEssa série merece ser recomendada para todas as pessoas!
Ainda não vi Breaking Bad, mas ainda vou tirar um tempinho e parar pra assistir hahaha e olha que não foi por falta de indicação! rsrs, curti a postagem! ;)
ResponderExcluirBlog: O Planeta Alternativo
Que bom que gostou do post. Assista, pois vale muuuito a pena.
ExcluirJá ouvi falar bastante, mas nunca assisti. Confesso que tenho vontade, mas antes tenho uma listinha de séries pra colocar em dia rs Bjs
ResponderExcluirwww.mayaravieira.com.br
Série é o que não falta pra eu ver também rs
ExcluirEu gostei muito da série, também recomendo para todos que ainda não assistiram. Agora preciso assistir ao spin-off!
ResponderExcluirVerei o spin-off em breve. Saul Goodman é muito bom!
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