segunda-feira, 1 de maio de 2023

Resenha 'Palavras, Bytes e linguagens - Os caminhos do jornalismo'


O propósito do livro Palavras, Bytes e linguagens - Os caminhos do jornalismo de Héris Arnt é analisar a comunicação num processo em que estão envolvidas a sociabilidade, a necessidade de informação, o prazer do conhecimento e o envolvimento emocional com a produção simbólico-cultural da sociedade, a partir de uma abordagem multifacetária. O processo de comunicação é a constante desconstrução e reconstrução dos paradigmas sociais e se mantém pela interação entre técnica, conhecimentos e culturas. Nesse processo o conteúdo prefigura o meio. 

O jornalismo é um gênero particular de escrita: pode-se dizer que é uma modalidade de expressão de difícil definição, em que as fronteiras são pouco delineadas. Por outro lado, o jornal é analisado sobre dupla perspectiva: ele é partícipe da produção cultural e, ao mesmo tempo, um meio de circulação. 

Mas antes do jornal vemos a fundição entre jornalismo e literatura. Quanto a esta: formas informativas; e quanto aquele: produtos informativos. A comunicação é uma semântica e a linguagem jornalística é uma tradução dos conteúdos abstratos em linguagem acessível à maioria. 

A informação acontece pelos meios e é uma fonte que registra ao mesmo tempo a cultura, a técnica e a raiz da comunicação. No século XVIII havia três modalidades de informação: oral, manuscrita e impressa. A oral dava certo controle da informação; a manuscrita, com os nouvellistes (noticiaristas), era a colheita de informações. 

O fenômeno de comunicação pré-mídia impressa mostra que a comunicação é fruto de uma necessidade social, em que os nouvellistes eram atuais em suas notícias e, além disso, faziam crônicas, que muitas vezes estavam ligadas com literatura e informação. Quando o jornal surge ele preserva a memória do momento fulgaz.

O jornal advém de uma estrutura de produção complexa, sofrendo, portanto, forte pressão dos sistemas políticos. Por outro viés, a comunicação é uma articulação, da ordem da necessidade, da promoção das relações na construção social. Há uma circulação de conhecimentos entre as diferentes camadas sociais. Vemos o jornal como produto de cultura popular e o meio que favorece a apropriação dessa cultura.

Sendo assim, o jornal necessita de variedade periódica (papillonne); felicidade (composite); e a mania por histórias (cabaliste).

O diário, as memórias e as crônicas são gêneros literários que aliam o aspecto funcional de repertoriar fatos e a criação textual. O primeiro mistura a grande narrativa histórica com a observação ou participação efetiva nos eventos e inspiração literária. Já o jornal é a forma mais aperfeiçoada de transformar acontecimentos relatados em informação escrita. Já a crônica pode ser histórica e literária, ou seja, uma forma de transcrição de fatos e de memória. A intencionalidade de divulgação dá a crônica um caráter informativo. Resumindo: o jornal é uma forma discursiva híbrida. 

A comunicação torna-se um conjunto de eventos socioculturais que comunica para além dos meios e mensagens sendo um fato cultural e um processo histórico. Ela inclui as ideias, os conhecimentos e os meios portadores. O texto, as vésperas do Renascimento, passou a ser instrumento de comunicação. 

Informação e conhecimento permeiam a linguagem jornalística, definindo os limites da comunicabilidade. Acontece o mesmo com o jornalismo: conteúdos, informação científica e conhecimento, de um lado, e os meios de transmissão e o discurso de outro. 

O jornal, ao ser testemunho de acontecimentos da vida social, trabalha com a mesma matéria-prima da sociologia. 

A influência de teóricos e especialistas gerou o aparecimento de um novo gênero jornalístico, o ensaio que pode estabelecer um campo próprio em relação à mídia audiovisual, levando os jornais a possuírem reflexão, crítica e análise para fazer face ao dinamismo e à rapidez da informação fornecida pela rádio e televisão. 

Os estudos da comunicação são por natureza multidisciplinares, levando a pensar a comunicação como um conjunto de eventos que não podem ser apreendidos isoladamente, sem o concurso das outras disciplinas sociais. Logo, essas teorias têm o poder de interferência sobre os mecanismos sociais.

Ao longo do século XX o jornal foi perdendo o lugar de fonte exclusiva de informação. A tecnologia iria facilitar a comunicação interna entre os diversos setores do jornal. Com essas tecnologias criam-se novos princípios e possibilidades de comunicação, como o hipertexto e a interatividade. O primeiro vem a ser um conjunto de conhecimentos disponíveis e ligados uns aos outros. Já o segundo é a pessoa que recebe informação e age sobre o meio. Sua principal característica é a extensão da escrita. 

Duas questões envolvem o conceito de hipertexto: organização da rede como um todo; a outra diz respeito aos conteúdos e à relação entre eles. Hipertexto em literatura quer dizer leitura em aberto.

O termo sinergia é usado de longa data em comunicação, para determinar a divulgação de um produto sobre diversas mídias. 

As versões on-line do jornalismo impresso nascem, de maneira incipiente, mas, aos poucos, o sistema de informação que pode ser visto como fonte primária de informação e, ao mesmo tempo, sistema de ordenação e transmissão de notícias. J-J


**Resenha produzida para a disciplina Técnica de Produção Jornalística 1, quando fazia Comunicação Social - Jornalismo na UCB. 

11 comentários :

  1. Um livro muito interessante que, certamente, muito interessará quem quer seguir jornalismo.

    Um 1º de Maio (feriado) em Paz e Amor
    Abraço

    Poema de hoje:- Foi Sonho ou Feitiço?
    */*

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  2. Acredito que seja um bom livro de ler para quem estuda ou vive na área do jornalismo
    .
    Feliz dia de feriado, dia do trabalhador
    .
    Pensamentos e Devaneios Poéticos
    .

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  3. Interessante para os que tem interesse e estudantes de jornalismo.Abraço

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  4. Pareceu ser um livro capaz de passar conhecimentos sobre o jornalismo para quem o estuda e para os que têm interesse no tema.

    Beijão

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  5. Texto muito interessante para quem pretende ser jornalista.

    Boa semana.

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  6. Muito bom. Gostei muito desta sua resenha.

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  7. Muito bom, o assunto está inserido na sua área de atuação. Beijos!😘

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  8. Um excelente livro para quem está na área do jornalismo e para quem quer ampliar conhecomentos.

    Um excelente mês de Maio, com muitas bênçãos.
    Um abraço.

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  9. Assim de repente, parece um bom livro e bem completo!

    Bom dia

    Cláudia - eutambemtenhoumblog

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  10. Um livro muito interessante, um livro bastante enriquecedor abraços.

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