domingo, 14 de junho de 2020

A ascensão do Lorde das Trevas (ou As irresponsabilidades de Jair Bolsonaro sobre o coronavírus)



Com mais de 7 milhões e 270 mil de casos confirmados e mais de 413 mil mortos mundialmente, o Brasil se torna o segundo na lista de países mais afetados, com 851 mil e 321 casos  e 42 mil e 802 óbitos (Dados colhidos no dia 14 de junho em página confiável do Google), e ainda assim, o Governo Federal continua a fazer vista grossa para a maior pandemia do século até agora.

Eleito nas eleições do segundo turno de 2018 com 55,3% contra 44,87% de Fernando Haddad, Jair Bolsonaro assumiu a Presidência do Brasil no primeiro dia de janeiro de 2019. Ocupando as mídias com seus posicionamentos problemáticos, o presidente continua causando rebuliço nas manchetes ao redor do globo com seus discursos preocupantes.


Declarações do Presidente VS Número de Mortos por Covid-19 no Brasil

Uma das coisas que tem incomodado muitos brasileiros é o descaso do presidente quanto a pandemia do novo coronavírus. A Organização Mundial de Saúde (0MS), no dia 31 de janeiro, emitiu um Estado de Emergência Global devido a rápida disseminação do vírus SARS-CoV-2, identificado na China no dia 31 de janeiro de 2019. Após isso, sequências de falas irresponsáveis partiram do Chefe de Estado máximo atual, o presidente Jair Bolsonaro. 

Comentaremos o que foi dito a seguir, acompanhando o número de mortos ocasionados pelo contágio do vírus e destacando o perigo do que foi dito, assim como as divergências em seus próprios discursos. 

Em 26 de janeiro, antes do primeiro caso de covid-19 ser diagnosticado no Brasil, o presidente admitiu preocupação com a situação mundial, mas disse não ser alarmante: “Estamos preocupados, obviamente, mas não é uma situação alarmante”. 5 dias depois desse depoimento, a Organização Mundial de Saúde declarou Estado de Emergência Global, e exatamente um mês depois da fala, houve a confirmação do primeiro caso no Brasil. Coisas como a não interferência do Estado para eventos como o Carnaval - que atrai grande público estrangeiro e gera aglomerações gigantescas - pode ter sido um fator colaborador para a disseminação do SARS-CoV-2.

O Carnaval é um feriado que traz bastante turistas para as principais cidades do Brasil, como São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador, e com isso, impulsiona também a economia, área essa já dita pelo Chefe de Estado como de extrema importância. Contudo, uma proibição temporária da entrada de estrangeiros, assim como pessoas vindo de países onde a pandemia já havia assentado, poderia ter preservado a vida de milhares de brasileiros.

O primeiro caso de covid-19 no Brasil foi confirmado no dia 26 de fevereiro, último dia de carnaval. Um homem de 61 anos de idade com histórico para a Itália, na região de Lombardia. Até esta data, já haviam outros 20 casos suspeitos de coronavírus no Brasil em sete estados, onde 12 pessoas possuíam histórico de viagem para a Itália, 2 para a Alemanha e 2 para a Tailândia.

Contudo, mesmo com todos esses alertas, o Governo Federal decidiu manter o funcionamento pleno das atividades econômicas, colocando assim, sua população em risco. Na declaração dada no dia 6 de março, Jair Bolsonaro ainda subestima o avanço e os perigos da doença: “Ainda que o problema possa se agravar, não há motivos para pânico”

Em uma nova declaração dada no dia 10 de março, o presidente admite que esteríamos enfrentando uma crise, e exatamente na mesma frase, ele também disse que a mídia estava tornando tudo maior do que realmente é: “Obviamente temos no momento uma crise, uma pequena crise. No meu entender, muito mais fantasia, a questão do coronavírus, que não é tudo isso o que a grande mídia propala ou propaga pelo mundo”.

Uma semana depois dessa fala, ocorreu a primeira morte por covid-19 no país, no dia 17 de março. Ainda no mesmo dia, o Wilson Witzel, governador do Estado do Rio de Janeiro publicou um decreto declarando distanciamento social no estado. Desde o início da pandemia, governadores do Brasil têm se mostrado contra atitudes e falas do presidente, até aqueles que a princípio pareciam alinhados com sua política(como veremos a frente).

No dia 24 de março, o Chefe de Estado subestima mais uma vez os perigos da doença, criticando a atitude de governadores ao declararem distanciamento social e afirmando ser só uma “gripezinha”: “Algumas poucas autoridade estaduais e municipais devem abandonar o conceito da terra arrasada, a proibição de transportes, o fechamento do comércio e o confinamento em massa. Pelo meu histórico de atleta, caso fosse contaminado pelo vírus, não precisaria me preocupar. Nada sentiria ou seria, quando muito, acometido de uma gripezinha ou resfriadinho”

Ainda neste dia, o Brasil chegava ao marco de 46 mortos por covid-19 e São Paulo iniciava o distanciamento social. Segundo o governador João Dória, a medida iniciada se fez necessária com o aumento no número de casos e de morte. Até o momento haviam 15 mortes confirmadas pela doença no Estado e 35 pessoas em Unidades de Terapia Intensiva (UTI's), além de mais de 9.000 casos considerados suspeitos.

Mesmo com o crescente número de contaminados e mortos (57 mortos), no dia 25 de março, Bolsonaro torna a desprezar os efeitos da pandemia no país: “Outros vírus matam muito mais que esse. Não teve essa comoção toda”. De acordo com um estudo publicado na revista científica JAMA - Internal Medicine, o coronavírus é 20 vezes mais letal que a gripe sazonal causada por um vírus como a influenza. Logo, mais uma vez, além do presidente estar diminuindo os efeitos da pandemia, ele também fez afirmações sem nenhum embasamento científico (isso será discutido novamente mais a frente).

No dia seguinte (26 de março), Bolsonaro foi questionado se o Brasil chegaria à situação dos Estados Unidos que, assim como o Brasil, desprezou as recomendações e sofreu as consequências. Ele declarou: “Eu não acho que vai chegar a esse ponto. Até porque o brasileiro deve ser estudado. Ele não pega nada. Você vê o cara pulando no esgoto ali, sai, mergulha, tá certo? E não acontece nada com ele”. Nesse dia, o país alcançava o marco de 77 mortos pela doença. Até este dia, ele ainda se encontrava relutante sobre as atitudes dos governadores para com a luta contra o novo coronavírus.

Exatos três dias depois da última declaração, o presidente reconhece a crise (“Essa é uma realidade. O vírus tá aí.”), mas ainda continua brincando com a vida dos brasileiros, diminuindo os efeitos da pandemia: “Vamos ter que enfrentá-lo, mas enfrentar como homem, pô. Não como um moleque. Vamos enfrentar o vírus com a realidade. É a vida. Todos nós iremos morrer um dia”. Até este dia, o Brasil se encontrava com 139 mortos pela doença, que começava a aumentar em uma velocidade exacerbada.

Mais uma vez, no dia 31 de março, quando o país chegava a 201 mortes por covid-19, o presidente enfatizou que a economia é prioridade, subentendido no seu discurso: “Minha preocupação sempre foi salvar vidas, tanto as que perderemos pela pandemia, quanto aquelas que serão atingidas pelo desemprego, violência e fome”

Não muito tempo depois, no dia 2 de abril, Bolsonaro afirmou que o Ministro da Saúde atual, Mandetta, e o Chefe de Estado não estão mais de pensamentos alinhados: “O Mandetta já sabe que a gente tá se bicando há algum tempo, já sabe disso, eu não pretendo demiti-lo no meio da guerra, não pretendo”. Ainda na mesma declaração, o presidente alega desconhecer a lotação de hospitais: “Desconheço qualquer hospital que esteja lotado”. Neste dia, o Brasil marcava 299 mortos pela doença.

No dia seguinte, em 3 de abril, o Brasil teve um aumento de 60 mortos, somando 359 mortes por covid-19. Ainda assim, o presidente desdenhou novamente da periculosidade do vírus (“Esse vírus é igual uma chuva. Vai molhar 70% de vocês.”), pondo em risco a vista de milhões de brasileiros, visto que se o Chefe de Estado não segue as recomendações, por que os cidadãos precisam seguir?

Não muito satisfeito com a imposição de distanciamento social, o presidente declarou que ninguém tiraria a sua liberdade constitucional de ir e vir (“Eu tenho o direito constitucional de ir e vir. Ninguém vai tolher minha liberdade de ir e vir. Ninguém”), justo no dia que o Brasil passa o marco de 1.000 mortos pela doença (1.057 mortes), exatos 698 mortes em um período de 7 dias (10 de abril).

No dia 16 de abril, o Ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, foi demitido em plena pandemia. Até este dia, haviam 1.924 mortes por covid-19 no país. No dia seguinte, Bolsonaro enfatizou novamente a necessidade da atividade comercial no discurso dado na posse do novo Ministro da Saúde, Nelson Teich: “Essa briga de começar a abrir para o comércio, é um risco que eu corro, porque se agravar vem pro meu colo”. Em um período de 24 horas (do dia 16 ao 17 de abril), a doença havia acometido 217 pessoas, somando 2.141 mortos no país.

Em 20 de abril, Bolsonaro voltou a defender o retorno das atividades econômicas, principalmente o retorno dos brasileiros ao ambiente de trabalho: “Queremos voltar ao trabalho, o povo quer isso”. Neste mesmo dia, quando questionado sobre o número de mortos por covid-19 no Brasil, que neste dia era de 2.575, ele respondeu: “Eu não sou coveiro, tá?”, deixando claro sua falta de preocupação com a morte do povo que ele deveria se importar, assim como sua falta de empatia com as famílias dos que perderam seus entes queridos.

Ao ultrapassar a China no número de mortos pela doença (5.017), quase o dobro num período de 8 dias, no dia 28 de abril, quando questionado sobre o assunto, Bolsonaro novamente demonstrou sua falta de empatia quanto as vidas perdidas: “E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê? Eu sou Messias, mas não faço milagre”. O que esperar de uma pessoa cujo o símbolo da campanha era uma arminha com a mão? O que esperar de uma pessoa elitista, que quer armar a população (leia-se armar a elite), e quer a qualquer custo fortalecer as empresas?

Ainda insatisfeito com os decretos impondo o distanciamento social, Bolsonaro não escondeu seu desagrado nas declarações dadas (“O Supremo decidiu que quem decide essas questões são governadores e prefeitos. Então, cobrem deles. A minha opinião não vale. O que vale são os decretos dos governadores e prefeitos”), no dia 29 de abril, quando o Brasil atingiu o marco de 5.466 mortos. 

As discordâncias entre o Chefe de Estado e seus Governadores vem ganhando muito destaque na mídia, principalmente em virtude das trocas de farpas entre as extremidades, como podemos ver no discurso dado por Dória em resposta às provocações de Bolsonaro:






No dia 9 de maio, o Brasil, infelizmente, ultrapassou o marco de 10 mil mortes pelo novo coronavírus. Ainda assim, no dia 11 de maio, marcando 11.783 mortos, Bolsonaro evidencia novamente sua falta de humanidade e a importância da economia, enfatizando que deveríamos gastar menos recursos do país: “Eu lamento cada morte que ocorre a cada hora. Agora, o que nós podemos fazer, o que todos podemos fazer, é tratar com devido zelo o recurso público. E tá tendo denúncia em tudo quanto é lugar, gente presa até pela Polícia Federal, de desvio. Em vez de fazer notinha de pesar, que eu acho válido, tudo bem, está certo, eu também sou aí pesaroso nessas questões, tem que dar exemplo, pô. É gastar menos”.

Menos de uma semana depois, no dia 14 de maio, com o Brasil marcando 13.149 falecidos, Bolsonaro VOLTA a enfatizar a economia, e como ela está “sendo destroçada” com a pandemia, mas ele esquece de priorizar a apoiar o distanciamento, que claramente preservaria vidas.

Na manhã da terça-feira, dia 2 de junho, Bolsonaro soltou outra pérola. Em resposta ao pedido de uma pessoa na porta do Palácio do Alvorada, no dia que o Brasil bateu recorde de mortes pelo novo coronavírus (1.262, totalizando 31.199 mortes confirmadas), ele disse: "A gente lamenta todos os mortos, mas é o destino de todo mundo", mais uma vez demonstrando sua falta de empatia.

Com isso, o Chefe de Estado ainda continua a culpar os governadores e prefeitos pelas mortes, dizendo que o STF delegou a eles poder para lidar com a pandemia e que a função dele é apenas de repassar a verba. Vários especialistas, não só brasileiros como também internacionais, já declararam que a situação do Brasil pode se agravar muito caso a flexibilização seja efetivada antes que o número de contágio diminua, e mesmo assim, o governo permanece fazendo vista grossa.

Agora, na última semana, o presidente junto com o Ministro da Saúde decidiu omitir parte dos dados de contaminados e mortos por covid-19, alegando que os números parecem ser muito fantasiosos, propondo inclusive uma recontagem no número de mortes. Não é visto uma situação de omissão de dados de pandemia assim desde a década de 1970, durante a pandemia de meningite.

Vários estudos publicados enfatizam a necessidade do distanciamento social e que, sem uma vacina funcional, ele é o método mais eficiente no combate ao SARS-CoV-2. Contudo, o Chefe de Estado máximo brasileiro insiste em priorizar a economia, mas ele esquece que possivelmente, se tivéssemos feito um distanciamento rigoroso, ou se tivéssemos impedido a entrada de estrangeiros por um tempo, a economia local provavelmente estaria melhor do que atualmente. Mas a ganância do homem é extremamente prejudicial, principalmente à saúde dos brasileiros.




Estratégia de Jair Bolsonaro

No dia 31 de março, ainda no início da pandemia, o presidente teve um discurso com uma fala mais branda em relação ao avanço da doença e a situação da economia, dizendo que a "missão é salvar vidas sem deixar para trás os empregos”, o que gerou alívio de seus aliados políticos.

Anterior a esse discurso, Bolsonaro havia feito uma transmissão da qual chamava o novo coronavírus de uma "gripezinha", além de defender o retorno das atividades econômicas, o que foi considerado um desastre por auxiliares do governo. Após essa gafe, os ministros precisaram convencer o presidente que era necessário a mudança de tom para passar união e seriedade para a população.





Como podemos ver acima, muito bem explicado pela Gabriela Prioli, comentarista do CNN Brasil, isso tudo não passa de estratégia do Presidente da República. Segundo ela, o presidente desdenha das medidas de isolamento implementadas pelos governos estaduais e municipais e da própria doença para que, caso as medidas sejam eficazes e haja uma diminuição no número de casos, as pessoas deem razão a ele, ou seja, tudo não passa de um jogo político. Para ele, não foram vidas perdidas. Foram peões que foram sacrificados numa partida de xadrez para que ele pudesse atingir o seu objetivo.


A medicina do presidente




Sem nenhuma formação científica, Bolsonaro insiste em disseminar a informação que hidroxicloroquina é eficaz no tratamento de covid-19 após estudos preliminares indicarem que este medicamento combateria o vírus in vitro. Essa informação inicial pode até ter sido verdadeira no início da pandemia, mas a ciência avança muito rápido (nos lugares que investem nela, mais rápido ainda), então novos estudos já foram lançados sobre os efeitos da droga.

No dia 23 de março, em uma transmissão ao vivo pela internet, o presidente afirmou que o medicamento “não tem efeito colateral”, reforçando o uso do remédio para o tratamento da infecção pelo novo coronavírus mesmo que os estudos sobre sua eficácia não tivessem sido finalizados.

No mês de maio, mais precisamente no 7º dia, um estudo com 1.300 pacientes de New York, publicado no periódico New England Journal of Medicine, tratados com a hidroxicloroquina não apresentaram melhoras comparados com pacientes que não receberam o medicamento.

No 15º dia do mesmo mês, outros dois estudos foram publicados sobre o tema. O primeiro deles, liderado por pesquisadores franceses, concluiu que o medicamento não diminui a chance de um infectado precisar de UTI e nem o óbitos das pessoas hospitalizadas em estado grave. Já o segundo estudo, liderado por pesquisadores chineses, afirmou que o tratamento não elimina o vírus mais rapidamente comparado com outros tratamentos usados em pessoas com sintomas leves ou moderados, enfatizando ainda os perigos dos efeitos colaterais do uso do medicamento.

Por fim, no dia 22 de maio, foi publicado um estudo na renomada revista Lancet concluindo os perigos da hidroxicloroquina. O estudo realizado com 96.032 paciente enfatiza a ineficiência no tratamento da doença. De acordo com os autores, houve um maior risco de desenvolver arritmia cardíaca nos pacientes que foram tratados com a droga. Esta taxa foi ainda maior (8%) naqueles pacientes que receberam a hidroxicloroquina associada à algum antibiótico.

Depois da divulgação desse estudo, a OMS suspendeu testes que utilizavam a hidroxicloroquina para o tratamento de covid-19 para que a segurança da droga fosse reavaliada.

No Brasil, mesmo com a OMS ressaltando que o uso de hidroxicloroquina deveria ser posto apenas em “ensaios clínicos”, o Presidente da República continuou a propagar informações sem fundamentos científicos para o uso do medicamento, indo contra as recomendações de seus ex-Ministros da Saúde, ambos médicos, e da própria OMS.

Seguindo recomendações do presidente, o Exército Brasileiro ampliou a produção de cloroquina e hidroxicloroquina no Laboratório Químico Farmacêutico do Exército, mesmo sem comprovação de eficácia no tratamento de covid-19. 250 mil comprimidos eram produzidos a cada dois ano antes da pandemia. Agora o número é de 1,2 milhão em um mês e meio, 80 vezes maior.

Logo, podemos observar novamente a irresponsabilidade de Jair Bolsonaro quanto à vidas brasileiras, deixando de se importar com os efeitos colaterais de um medicamento que vários pesquisadores e autoridades internacionais apontam como perigoso e amplicando-os para tratar uma doença mesmo sem comprovação científica.


A campanha Brasil não pode parar

Em meio a pandemia do coronavírus e das frases polêmicas de Jair Bolsonaro em seus discursos, uma campanha duvidosa do governo federal ganhou as redes sociais, como Instagram, Twitter e Youtube. Tratava-se da campanha O Brasil não pode parar (#OBrasilnãopodeparar) que defendia o fim e a flexibilização do isolamento social. A peça publicitária, depois de críticas fervorosas, foi excluída das redes sociais após a determinação da Justiça Federal.

O vídeo e as imagens da campanha falava de vários serviços (essenciais ou não) e da importância deles não serem paralisados. Assista-o:




A peça publicitária é muito bonita e bem produzida, mas ignora totalmente os números do coronavírus. Então quer dizer que a economia tem a mesma equivalência que as vidas?! Mais do que preocupar-se com fazer a economia girar, o governo federal deveria preocupar-se com a saúde da população (o que temos visto que não tem acontecido).

Uma imagem publicada no Instagram oficial do Governo Federal (@governodoBrasil) também manteve essa ideia da nação não parar,  minimizando o coronavírus, ao dizer: “No mundo todo, são raros os casos de vítimas fatais do coronavírus entre jovens e adultos". Sabemos que a doença não escolhe raça, etnia, condição social ou idade, então a frase é no mínimo equivocada. Veja:



A legenda da imagem ainda justificava que os óbitos foram quase todos “em idosos” e que era “preciso proteger estas pessoas e todos os integrantes dos grupos de risco”. A campanha dava a senha para o fim do isolamento horizontal. Só que temos percebido que a flexibilização e reabertura dos serviços não essenciais para “a economia acontecer” não tem diminuído os casos de coronavírus, o que demonstra total irresponsabilidade do governo federal. Para a Organização Mundial de Saúde (OMS) o isolamento social ainda é a melhor forma de parar o coronavírus.

A Secretaria de Comunicação do Governo Federal (Secom) disse que se tratava de um projeto “experimental”, que não tinha passado pela aprovação do governo. No entanto, após a campanha ser excluída, a Secom divulgou uma nota na qual diz não ter veiculado peças publicitárias sobre o tema e a existência de qualquer campanha. 


Bastidores da campanha

De acordo com informações da revista Época o governo contratou uma agência de comunicação para produzir a campanha, gastando a bagatela de R$ 4,8 milhões, um dinheiro que poderia ser investido na saúde do país. O serviço foi classificado como emergencial, por isso feito sem licitação. A campanha foi autorizada pelo filho do presidente, Carlos Bolsonaro, que tem conduzido a Secom desde que Fábio Wajngarten se afastou depois de contrair a Covid-19. 

Efeitos da campanha
Depois daquele discurso polêmico de Bolsonaro e da campanha O Brasil não pode parar, vários líderes de Estado e prefeitos abrandaram o isolamento social. Já outros, criticaram as medidas e mantiveram o confinamento. 

Um estudo do Imperial College de Londres realizado por 30 cientistas mostrou que o isolamento social pode salvar mais de 1 milhão de vidas no Brasil. Caso as medidas de isolamento sejam abrandadas, o Brasil pode ter até 1,15 milhão de mortes pelo coronavírus. 


Caso Italiano


Campanhas semelhantes à do governo Federal, com o intuito de minimizar os perigos da Covid-19 em detrimento da economia, foram usadas em países como a Itália e falharam miseravelmente. 

Chamada de Milão não para, a campanha incentivou a população a retornar às atividades normais no final de fevereiro. Contudo, foi desastroso para Milão. Antes da campanha, a cidade contava apenas com 250 pessoas infectadas e 12 mortes. Após ela, os números chegaram a 37.298 infectados e 5.402 mortes, de acordo com informações do site Nexo. Ou seja, a cidade abrigou 40,1% dos italianos com a doença, o que representa o número impressionante de 54,4% das mortes no país. 

O vídeo apresenta uma Milão pulsante, movimentada, com as pessoas agindo normalmente nas ruas e vias públicas e também abraçando e beijando os semelhantes. A campanha teve uma aceitação assustadora com 1,8 mil curtidas, contra 735 descurtidas. Assista:






Milão não para, ao contrário de O Brasil não pode parar, ainda está disponível no Youtube. Lançada em 27 de fevereiro, a peça publicitária ganhou as redes sociais. Houve muito compartilhamento, muito “oba oba”, isso porque não se tinha uma visão exata da letalidade desse vírus. Recentemente, o prefeito italiano admitiu ter falhado ao apoiar e divulgar a campanha. 

Enquanto o vídeo circulava, o governo decidia, dolorosamente, pelo confinamento de 11 cidades do norte da Itália. O vídeo, exaltava entre outras coisas, os seguintes pontos:

- milagres feitos todos os dias pelos cidadãos de Milão: por milagres entendo referir-se às indústrias, movimentação de capital e da economia. Algo bem parecido com o que o governo bolsonaro planejava, como veremos adiante.

- ritmos impensáveis: está ligado à forma como Milão agia, mas nas atuais condições da cidade italiana isso soaria como insano.

- resultados econômicos importantes: aqui a economia é mais importante, em detrimento dos números de vítimas com o novo coronavírus. 

- "Porque, a cada dia, não temos medo. Milão não para": a coragem podia ser expressada e até mesmo percebida porque não haviam tantas mortes na cidade italiana. Acreditava-se, que por ser uma ameaça invisível, ela não existia, o que é uma atitude tola, por sinal. 


“Missão é salvar vidas sem deixar empregos para trás”


Em discurso mais brando o chefe do poder executivo igualou a necessidade de preservação da saúde humana à preservação de empregos, como vimos. E o pior de tudo é que para sustentar seu argumento, o presidente distorceu a declaração do diretor-geral da OMS, Tedros Adhananom Ghebreyesus.

Jair Bolsonaro disse a seguinte frase: “Temos uma missão: salvar vidas, sem deixar para trás os empregos”, alegando que o desemprego cresce vertiginosamente e que é dever dos governadores adotarem medidas que assistam aos pobres durante a pandemia. 

Contudo, embora seja um discurso muito bonito, Bolsonaro distorceu a fala do diretor-geral da OMS. Outrossim, ele disse: “Os governos precisam garantir o bem-estar das pessoas que perderam a fonte de renda e que estão necessitando desesperadamente de alimentos, saneamento, e outros serviços essenciais. Porque cada indivíduo importa”. Bolsonaro, portanto, omitiu essa parte PORQUE CADA INDIVÍDUO IMPORTA, além de dar a impressão em sua fala que o diretor-geral da ONU tivesse sugerido o retorno das atividades. Não foi nada disso que ele dissera. Há uma diferença enorme entre DAR ASSISTÊNCIA e VOLTAR COM AS ATIVIDADES NÃO ESSENCIAIS. A própria OMS recomenda incessantemente o distanciamento social, e não o retorno das atividades não essenciais. 

Bolsonaro disse que deve-se evitar o desemprego, já que ele oferece sofrimento para os trabalhadores brasileiros e que o vírus é uma realidade, mas que irá passar. Nesse cenário, minimizou o vírus, como se não fosse algo devastador, e disse que mais importante que as perdas de vidas, são as perdas de empregos. 

Ele disse: “Minha obrigação como presidente vai para além dos próximos meses: preparar o Brasil para a sua retomada e reorganizar a economia”. Acreditamos que o presidente quer colocar o “carro em frente os bois”, como dizem nossos antepassados. A preocupação primeira e essencial deveria ser as vidas, para depois preocupar-se com empregos e economia. Ninguém pode trabalhar doente, senão pode colocar sua vida e saúde em risco e contaminar os outros. Então, primeiro ele tinha que priorizar a saúde das pessoas! Por exemplo, o presidente afirmou “o que será do camelô, do ambulante, do vendedor de churrasquinho, do caminhoneiro e de outros autônomos que tenho mantido contato durante toda a minha vida pública”. Rebatemos o presidente e dizemos à ele: “O que será desses trabalhadores se trabalhassem DOENTES?”

O presidente afirmou ainda em outra ocasião que “o remédio não pode ser pior do que a própria doença”, como argumento de que a crise econômica advinda da paralisação dos serviços não essenciais será pior do que a crise sanitária do novo coronavírus. 

Não queremos ser levianos e dizer que a economia não importa, pois ela importa sim. Mas, nesse momento, medidas de restrição e isolamento são mais que necessárias. Lamentamos, sim, que a economia brasileira tenha fechado os meses de março e abril com queda de 1,1 milhão de vagas de trabalho, de acordo com informações do G1 e do Ministério da Economia, mas lamentamos mais ainda pelas quase 43 mil mortes por coronavírus. Economia? Produto Interno Bruto (PIB)? Recessão? Tudo isso pode ser recuperado depois, mas… E AS VIDAS QUE PERDEMOS? Mais do que preocupar-se com economia e o caralho a quatro, o governo deveria preocupar-se com leitos em hospitais, em fazer uma vacina confiável e eficaz e respiradores. 


A queda dos Ministros da Saúde durante a pandemia

Em menos de um mês, dois ministros foram demitidos do governo Bolsonaro, o que demonstra uma crise sem precedentes tanto na saúde, como na política. No atual governo é assim: se discordar com o posicionamento do presidente da república, se é demitido. E foi o que aconteceu com os ex ministros Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich. Desde o surgimento do coronavírus no Brasil, por volta de março, há discordâncias e pontos antagônicos entre o chefe de Estado e os ministros da saúde. E quem está saindo prejudicado nessa história? A pobre população! Enquanto o presidente assume um posicionamento, os ministros vão por outro caminho. E é sobre isso que falaremos nesse tópico.


Discordâncias com Mandetta



O médico e ex-deputado federal Luiz Henrique Mandetta assumiu o ministério no dia da posse de Bolsonaro. No primeiro ano de governo, teve uma presença discreta, mas isso mudou com a pandemia do coronavírus chegando no Brasil.

O ex ministro exigiu informações diárias do avanço da doença no país e convocou todos para o isolamento social. Contudo, o presidente fez o contrário, chamando seus adeptos para manifestações públicas, e abrandando sua afirmação em outro discurso. Mas, no final, estava nas ruas, descumprindo as recomendações da autoridade máxima do ministério da saúde, em uma época que estava até mesmo sob suspeita de contaminação pelo novo coronavírus. Teve até um episódio que uma apoiadora beijou sua mão, que não havia sido higienizada. 

A partir de então, a dissonância entre Mandetta e Bolsonaro estava gritante. Se Bolsonaro pregava uma coisa, Mandetta outra - sendo a voz mais alinhada à OMS ao contrário de Bolsonaro. A demissão de Mandetta ganhou corpo no dia 16 de abril. A gota d’água foi uma entrevista que Mandetta deu ao Fantástico, na Globo. O ex ministro havia dito que a dissonância nos discursos entre ele e o presidente causava perturbação nas pessoas e que ele se preocupava com as ações do presidente. Quem a população deveria escutar?  Qual discurso deveria ser atendido? Assista a entrevista completa abaixo:





Discordâncias com Teich


A interferência de Jair Bolsonaro em seus ministérios é um dos problemas mais graves que o governo tem enfrentado. Durante a gestão do oncologista Nelson Teich, Bolsonaro anunciou um decreto que colocava salões de beleza, barbearias e academias de esportes na lista de serviços essenciais, sem o consentimento e autorização de Teich: “Saiu hoje, isso?”.

Outro descompasso entre Teich e Bolsonaro foi à respeito ao lockdown (isolamento social mais radical). Enquanto Teich defendia a medida, Bolsonaro reivindicava no Supremo Tribunal Federal (STJ) a reabertura do comércio e das atividades industriais no país. 

A pressão de Bolsonaro em abrir a economia e utilizar a cloroquina desembocou na demissão de Teich em 15 de maio.


A presença militar no Ministério da Saúde

Outro problema que o Ministério da Saúde tem enfrentado é sua militarização - seis militares ocupavam cargos do primeiro escalão. Na época que estava no governo, Teich disse que isso era temporário e que as coisas voltariam ao normal assim que “esse período de guerra” passasse. 

O que tem se percebido com a presença de militares no ministério é que os processos tem demorado mais para serem solucionados. E isso para um período de crise não é bom para a população.

De acordo com o ex servidor da pasta, Francisco Bernd, a pasta está uma bagunça. “Mudança tão drástica, com a chegada de pessoas tão estranhas à Saúde”, ele disse. 

A crise na saúde, portanto, deve-se tanto às dissonâncias entre os ministros e o chefe de Estado, como a desorganização da pasta. Esperamos que isso seja resolvido logo, pois estamos falando de vidas que estão sendo ceifadas a cada dia!


O veto do auxílio emergencial



O presidente que defende o retorno das atividades não essenciais, é o mesmo que vetou a inclusão de 11 categorias profissionais para o recebimento do auxílio emergencial de R$ 600 oferecido pela Caixa Econômica Federal. Como justificativa, o presidente disse que especificar determinadas categorias em detrimento de outras, exclui os trabalhadores informais em situação de vulnerabilidade social por conta do coronavírus. Assim, o presidente vetou o auxílio para pais solteiros chefes de família e profissionais informais que não estão inscritos no Cadastro Único. 

Além disso, o presidente vetou a ampliação do pagamento do Benefício de Prestação Continuada (BPC), que engloba idosos e pessoas com deficiência cuja renda familiar é igual ou inferior a um quarto do salário mínimo. 

Os artigos vetados e as razões apresentadas pelo chefe de Estado foram publicadas no Diário Oficial da União e enviados ao Congresso Nacional. Agora, os parlamentares têm um mês para deliberarem sobre os vetos. 


Carreatas pro-bolsonaristas no Brasil 



Tem sido corriqueiro às manifestações pró-governo em plena pandemia. Apoiadores têm saído às ruas para protestar contra as quarentenas; caminhoneiros têm criticado as restrições em São Paulo e o fechamento de restaurantes nas estradas; e a Esplanada dos Ministérios em Brasília tem sido palco de carreatas a favor do governo. Todas essas manifestações tem colocado em perigo a vida das pessoas e tem ido contra o isolamento social. O que tem imperado é a aglomeração e irresponsabilidade de muitos.

E o que o presidente tem feito a respeito disso? Apoiado, passeado sem máscara pelas cidades, abraçando e comprimentando as pessoas. Ele tem sido o principal incentivador dessas manifestações. Há até mesmo aglomerações incessantes de apoiadores do governo diariamente em frente ao Palácio da Alvorada. 

Bolsonaro ainda tem compartilhado vídeos em suas redes sociais, onde é possível ouvir comerciantes e camelôs falando que “querem trabalhar”. Esse material foi até mesmo excluído pelo Twitter, Facebook e Instagram, por violar as regras das plataformas.


Grupo 300 do Brasil



No final de maio (30) um grupo de apoiadores do governo Bolsonaro realizou um protesto em frente ao Supremo Tribunal Federal. Com roupas pretas, tochas e máscaras, o grupo lembrou as ações do Ku Klux Klan (KKK), organização racista americana que tem como lema a branquitude e que já cometeu diversos atos violentos, como homicídios contra negros. 

Em meio à pandemia do coronavírus os adeptos do grupo gritavam palavras contra o ministro Alexandre Moraes que liderava investigações à respeito de fake news. Eles gritavam palavras como “Ministro, covarde, queremos liberdade” e “Viemos cobrar, o STF não vai nos calar”, além de cobrar democracia e um Brasil Livre. 

Sobre o uso de máscaras e tochas, os adeptos explicaram que um apoiador judeu quem comprou as tochas e um organizador negro quem comprou as máscaras.

O grupo estava aglomerado na Esplanada dos Ministérios, em meio à pandemia do coronavírus. Além disso, discussões como essas são incabíveis no momento que vivemos.


Comentários de políticos, população e mídia (reações)

Bolsonaro não tem mantido um bom relacionamento no meio político, muito menos com a população e a mídia. Políticos da oposição tem exigido o impeachment do chefe de Estado por ele ser um líder irresponsável, que comete crimes, frauda informações, mente e incentiva o caos em meio à pandemia, como vimos nesse post. Já a população, em parte, tem rechaçado o posicionamento de Bolsonaro. A mídia, por sua vez, tem criticado o presidente. Esse tópico terá o intuito de apresentar comentários de políticos, da população e da mídia, com nossas observações.


Políticos



A comunidade política contrária ao governo Jair Bolsonaro tem se revoltado com as afirmações e atitudes irresponsáveis do presidente com a pandemia. Resolvemos apresentar algumas dessas opiniões expressivas.

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e o vice-presidente da Casa, Antonio Anastasia (PSD-MG) disseram que “neste momento grave, o país precisa de uma liderança séria, responsável e comprometida com a vida e a saúde da sua população. Consideramos grave a posição externada pelo presidente da República hoje, em cadeia nacional, de ataque às medidas de contenção ao Covid-19. Posição que está na contramão das ações adotadas em outros países e sugeridas pela própria Organização Mundial da Saúde(OMS)".

Já o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), disse o seguinte: “As agruras da crise, por mais árduas que sejam, não sustentam o luxo da insensatez".

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), por sua vez falou: “O momento exige que o governo federal reconheça o esforço de todos - governadores, prefeitos e profissionais de saúde - e adote medidas objetivas de apoio emergencial para conter o vírus e aos empresários e empregados prejudicados pelo isolamento social".

O líder da oposição no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP) também deu sua opinião: "Enquanto todos os chefes de Estado do mundo se pronunciam de forma lúcida, Bolsonaro entrega nosso povo ao caos! Vai para rede nacional questionar o isolamento social e volta a chamar de “gripezinha” um vírus que tem matado milhares de pessoas!".

Por último, a líder do Psol na Câmara, Fernanda Melchionna (RS) foi enfática: "O problema não é só o lunatismo desse insano, mas o respaldo que sua declaração criminosa vai ter na vida das pessoas. Enquanto o Brasil precisa garantir direitos para decretar quarentena imediata tem empresas que já estão defendendo que as pessoas voltem a trabalhar! Impeachment, já!".

Corroboramos com todas as opiniões dos políticos. Antes de tudo, são as vidas que estão em jogo. 


População


De acordo com uma pesquisa do DataPoder360, veiculada no dia 16 de março, a aprovação do atual governo é de 30% e a desaprovação é de 39%, o que demonstra que o presidente perdeu apoio da população à medida que a pandemia cresceu, ao passo que suas besteiras faladas também. 



A população tem desaprovado as atitudes de Jair Bolsonaro. Prova disso é a campanha #somos70porcento contra o presidente da república. O termo foi criado pelo economista Eduardo Moreira, fazendo uma alusão à uma pesquisa realizada pela Datafolha. Eduardo disse que tudo gira em torno desses 70%, ou seja, 70% acham Bolsonaro Péssimo/Ruim/Regular; 70% apoiam medidas de isolamento; e 70% rejeitam aproximação ao Centrão (Datafolha). Até mesmo a rainha dos baixinhos, Xuxa Meneghel, aderiu a campanha, como apresentado pelo Metrópoles




Isso continua causando rebuliço em várias esferas. No dia 21 de maio, os muros da embaixada brasileira em Paris amanheceram cheios de faixas de protesto contra as falas e atitudes de Bolsonaro. Os cartazes, todos na cor preta, pedem a saída de Bolsonaro da presidência devido a sua péssima conduta durante a pandemia. Um dos cartazes dizia “E daí?”, frase usada pelo presidente ao ser questionado sobre os mortos pelo novo coronavírus.

Várias personalidades aderiram ao protesto. O artista Júlio Villani escreveu: “Fora Bolsonaro! Um novo Brasil é possível!”, acompanhado da professora de Filosofia da Universidade de Paris, Márcia Tiburi, que também protestou em suas redes sociais.


Mídia

O Jornal Nacional tem tecido muitas críticas ao presidente, bem como exposto sua desorganização ministerial e política. 

Já o jornal britânico The Guardian publicou um artigo de opinião chamando o líder de Estado de “um perigo para os brasileiros” e que “o curso imprudente do presidente pode fazer a diferença entre dezenas ou centenas de milhares de mortes”


No final de maio (20), os jornais ingleses Financial Times, The Telegraph e a revista norte-americana Time veicularam textos com duras críticas ao posicionamento do presidente da república frente ao cenário de caos que apresentamos nesse texto. 

O Financial Times publicou o texto “O populismo de Jair Bolsonaro está levando o Brasil ao desastre”, salientando sobre o posicionamento irresponsável e perigoso, além de classificar as atitudes de Bolsonaro como “palhaçadas”.  

O The Telegraph disse que Bolsonaro “agora enfrenta a perspectiva de se tornar conhecido como o homem que quebrou o Brasil”, além de relembrar o episódio que o presidente ficou entre a vida a morte e que mesmo assim “exibiu um sorriso malicioso ao afirmar que estaria imune a qualquer um dos sintomas graves da doença devido ao seu ‘passado como atleta’”

Já a Time veiculou a reportagem com o seguinte título “Brasil começa a perder a luta contra o coronavírus - e o seu presidente está olhando para o outro lado”. Um trecho da matéria diz o seguinte: “com discursos irresponsáveis, quase delinquentes, ele encoraja a população a ocupar as ruas. Ele empurrou muitas pessoas para a morte. O mandato do presidente pode ainda sobreviver, mas muitos de seus cidadãos não vão”.

No último dia 18 de maio, o jornal Le Monde, da França, escreve sobre o Chefe de Estado: “Há algo podre no reino do Brasil, onde o presidente Jair Bolsonaro afirma que a covid-19 é uma 'gripezinha', um produto da imaginação histérica dos meios de comunicação".

Com tantos editoriais e opiniões negativas da imprensa a seu respeito (Não colocamos todos por motivos óbvios), o excelentíssimo presidente disse que “A imprensa mundial é de esquerda. O Trump sofre muito nos Estados Unidos também”. Caro presidente, a imprensa pode ser de esquerda ou de direita, mas não é isso que está em questão! Outrossim, o seu posicionamento irresponsável sobre a doença!


Uma conclusão

Até quando o governo federal será irresponsável dessa forma? O texto apresentou somente algumas das irresponsabilidades, mas tem muitas outras. Acreditamos que pelo seu poder de influência, Bolsonaro deveria ter outro posicionamento. No final das contas, ele apenas reafirma que o coronavírus é uma grande invenção da mídia e uma “brincadeira”, levando às pessoas a esse pensamento também. Se o próprio presidente não é firme e sério, o que dirá a população. 

Os números do coronavírus não são apenas dados estatísticos, mas estamos falando de vidas perdidas e famílias destroçadas. E eles só tem crescido, exponencialmente. Se a culpa é do governo?! Dizemos sem sombras de dúvida que é (Mas claro que existem outros motivadores). No início da pandemia, eram casos isolados ali ou aqui, mas agora a coisa ficou seríssima. O Brasil agora é o epicentro da doença e o segundo (SEGUNDO, cara!) em casos confirmados e mortos. Nos lembramos de quando o Brasil estava em 9º lugar há poucos dias! A doença está fechando seu cerco. Vocês que nos leem com certeza tem alguém próximo atingido ou vitimado por esse maldito vírus. 

Se podemos dar umas dicas para vocês é: leiam e vejam os jornais, não deem ouvidos para o boçal do presidente, se atentem para as informações da OMS, lavem as mãos, usem álcool em gel e coloquem a porra da máscara pelo amor de Deus! Nós venceremos essa pandemia! J-J


Por: Thiago Nascimento e Emerson Garcia

19 comentários :

  1. Como é possível que, com esses nefastos números, Jair Bolsonaro, presidente do Brasil, País irmão, se mostrar tão indiferente?
    Será que o homem não precisará de um tratamento de choque?
    .
    Tenha uma semana feliz
    Cumprimentos

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    1. Seria viável isso, viu Ricardo?! Mas acredito que não seria eficaz. O presidente fala muita besteira.

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  2. Este Senhor que preside o posto maior da hierarquia política em nosso país é um irresponsável. Nunca em minha existência presenciei uma pessoa tão insensível e irresponsável quanto este. Matéria está super completa, parabéns. Abraço!


    https://lucianootacianopensamentosolto.blogspot.com/

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    1. Obrigado, Luciano. O post foi fruto de muito estudo e pesquisa.

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  3. Confesso que comecei a escrever, falei, falei, apaguei... Deixo apenas o meu desprezo por esse ser vil, mesquinho e irresponsável que terá que carregar nas costas tantas e tantas mortes! Um ASCO! Assim, paro novamente e deixo apenas isso, pra não perder a saúde... Não vale a pena! abraços, linda semana!

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    1. Você foi bem sensata, Chica. Não vale a pena, algumas vezes, ir para a briga.

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  4. O pior disso tudo, é ainda ter gente que acredita e confia no que o excelentíssimo fala. É triste.

    Beijo.
    Cores do Vício

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  5. A fama do vosso presidente já corre mundo e pelas piores razões!!
    xoxo

    marisasclosetblog.com

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  6. Nosso presidente é um irresponsável, ainda bem que essa culpa eu não carrego.

    www.estiilocarol.com

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  7. Esse presidente não tem juízo, responsabilidade, noção nem empatia. Mas o pior é ver tanta gente que ainda segue tudo que ele fala. E como ele não para de dar mau exemplo, a situação só se complicas, infelizmente.

    Beijos/Kisses.

    Anete Oliveira
    Blog Coisitas e Coisinhas
    Fanpage
    Instagram

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  8. Gostei bastante do artigo de hoje, sempre estou aqui acompanhando seu blog. Tenho aprendido muitas coisas legais aqui.

    Beijos 😘.

    Meu Blog: Website dicasdaweb.net

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  9. Oxalá, eu me engane... mas o Jair... estará alimentando uma situação explosiva, em crescendo... unindo pandemia, com a divisão instalada que se sente no povo, entre os que o apoiam e os que já o querem ver do seu poleiro para fora... fomentando o caos... que é a desculpa perfeita, para chamar os militares a intervir... voltando-se ao Brasil de 1965/1985... como eu disse... oxalá me engane!... Mas por este andar... tudo se encaminha numa tempestade perfeita nesse sentido... e atenção que o Jair... só está colando, do que vê o amigo Donald dos Estates fazer... pois algo me diz... que a eleição de Novembro por lá... vai dar uma bronca danada, com exército intervindo também... o caos... convém a ambos, para consolidarem o seu poder... o povo... o país... será o que menos lhes interessará, a ambos!...
    Parabéns, pela excelente e detalhada publicação!
    Um grande abraço! Boa semana!
    Ana

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    1. Grato pela sua reflexão. Vivemos tempos sombrios, realmente.

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  10. No estado de MG ninguém acredita que há uma pandemia, vejo pessoas festando como se nada tivesse acontecendo... isso me revolta!!

    A postagem está excelente, JJ!! Parabéns!!

    Abraço,

    www.purestyle.com.br

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    1. Também revolta a mim. Muitas pessoas não tem levado essa doença a sério.

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