quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

'Deserto de Revelação' reafirma a nova sonoridade e estilo do 'Diante do Trono'



No último dia 20 de novembro foi lançado o décimo-oitavo cd do Diante do Trono chamado Deserto de Revelação. Ele foi gravado na Jordânia, sendo o segundo projeto do DT internacional (O primeiro foi o Tetelestai - DT17 (2015) - em Jerusalém). O álbum é composto de 13 faixas inéditas (Incluindo uma declamação) que totalizam 64 minutos. Ele foi gravado em junho deste ano, com a produção musical de Vinícius Bruno e Tiago Gaúcho e direção de vídeo de Alex Passos. O cd é distribuído pela Onimusic.

O título foi escolhido após uma interatividade realizada por Ana Paula Valadão em sua página no Facebook. De acordo com a líder de louvor esse novo projeto é bastante pessoal e traduz sua intimidade:

“Quando ouço as músicas sinto a dor e a cura que cada uma delas representa para mim. Tenho certeza de que por isso elas vão abençoar muitas pessoas. A sua jornada pessoal com Cristo, atravessando os desertos da vida, rumo às promessas”.


Deserto de Revelação reafirma o novo estilo sonoro da banda, que agora traz melodias mais pop rock - logo depois de uma reformulação considerável que se iniciou com Sol da Justiça (2011). O DT extraiu a orquestra, parte do back vocal e minimizou as apresentações coreográficas, como já observei nesse post. Os espontâneos, que era uma marca, foi reduzido - nesse novo projeto, por exemplo, ele só aparece na faixa Josué 1, de forma rápida. Mas, o DT segue com espontâneos no projeto Imersão (que já falei aqui e aqui). 

A banda, de certa forma, está mais radiofônica e jovem, contudo as músicas não possuem mais aquela força e intensidade de antes. Em uma primeira análise sonora, é difícil que o cd cative e marque. No meu caso, isso só aconteceu após a minha segunda ouvida. 






Os arranjos sonoros estão diferentes. Melodias que talvez o DT nunca tivera experimentado, muito menos eu ouvido. Sonoramente falando, DR possui qualidade técnica elevada.

O back vocal conta com Asaph Borba, Fred e Flávia Arrais, Marine Friesen e Israel Salazar. Inclusive, Asaph Borba faz um dueto com Ana Paula Valadão em Rios de lágrimas. É incontestável a capacidade vocal dos cantores, contudo, acredito que eles foram subaproveitados no cd. Ana Paula Valadão canta a maioria das músicas (11), enquanto eles poderiam solar uma ou outra faixa. Senti a falta de diversidade nos solos, algo que era uma preocupação da ministra de louvor em cds anteriores.






O projeto possui pontos altos relevantes a se destacar, como o contágio da animada, profética e intensa Águas do Jordão; a emoção de Amor que me abraça; a boa execução de Seja pra mim; o poder de Pai nosso e 70X7; a culturalidade de Rios de lágrimas; entre outros. Falarei dessas músicas citadas, que inclusive, muitas delas são minhas preferidas.


Águas do Jordão é a primeira faixa do cd que empolga levemente. Ela traz uma mensagem de fé, esperança e coragem. Possui um ritmo animado e contagiante, com guitarras e outros instrumentos bem marcados. A letra diz o seguinte: "Águas do Jordão ele partirá Muralhas cairão, Jericó será entregue em nossas mãos Vamos confiar Gigantes vem ao chão". A música é finalizada com um espontâneo agitado e interessante.

Amor que me abraça é a minha primeira música calma preferida. Ela possui um refrão muito bonito e emocionante que diz: "Quando erro, me perdoa Quando choro, me abençoa Amor que não falha Amor que me abraça". Ela possui potencial para tocar em rádios e ser executada em cultos congregacionais. Esse trecho dela termina de "me quebrar emocionalmente": "Sei que o deserto não é meu lar Sigo adiante, pra frente Sei que esse vale vou atravessar Sigo adiante, pra frente"

Seja pra mim tem uma entrada que gosto bastante. Ela foi muito bem executada e também poderia ser considerada um hino marcante do projeto. O refrão é bem chiclete e diz: "Jesus, seja pra mim Mais que a prata, que o ouro Jesus, seja pra mim Mais precioso"

Quando chega ao fim também merece destaque por conta da letra, sonoridade e melodia. A letra fala da nossa força em Deus, mesmo em momentos de luta e dor. Acho interessante o toque da bateria durante o refrão. Em certo momento é entoado uma máxima bastante conhecida da Bíblia: "Posso todas as coisas n'Aquele que me fortalece"





A terra inteira tem um diferencial notável: melodia eletrônica e voz empostada da ministra de louvor, algo que ficou bastante marcante. Ana Paula consegue atingir notas agudas e fortes nessa canção. A letra diz assim: "A Terra inteira está cheia da Sua glória Santo, Santo é o Senhor"

O DT em Pai nosso deu uma nova roupagem à oração universal que todos conhecem. Ficou algo único, pessoal, longe de cópias de outros músicos que fizeram o mesmo. O destaque vai para a parte final, quando é declamado 'Amém' em várias línguas diferentes. Chegou a arrepiar.

70X7 traz uma das mensagens mais sérias de toda a obra: a liberação de perdão. O ritmo lembra bastante ao de Seja pra mim. Assim como Pai nosso, esta também funciona bastante como uma oração cantada. Seu refrão diz: "Pai, perdoa-lhes Meu Pai, Ensina-me perdão Teu amor é incondicional Meu Pai, perdoa-lhes Meu pai, sou livre em Ti, meu Pai Quantas vezes preciso for, libera o perdão"

Rios de lágrimas tem um ritmo que lembra músicas do Oriente Médio, com uma pegada árabe. A letra é melancólica e diz: "Rios de lágrimas correm Meus olhos choram sem parar Dia e noite sem descanso Até que o Senhor contemple dos céus". Ana Paula Valadão canta a parte da mulher angustiada e Asaph Borba a resposta de Deus. A música não tem muitos intervalos e trechos instrumentais sendo cantada de forma direta.


Aspectos visuais


A captação de imagens e vídeos para o DVD e clipes está primorosa. Alex Passos, o diretor de vídeo, fez gravações do Mar da Galileia, de Israel e perpassando por Aman, Jerash, Petra, Wadi Rum e um campo de trigo muito bonito na Jordânia. Também foram gravadas imagens do campo de refugiados do local. 

Três clipes desse novo projeto já foram liberados no canal do DT no Youtube. São eles: Faz outra vez, Águas do Jordão e Deserto de Revelação. As imagens estão sensacionais e exuberantes. Assista:


















O próximo clipe a ser lançado, presumo eu, é Amor que me abraça, uma vez que quando estava fazendo esse post, entrei no canal da banda e seu teaser estava lá. 

Algo que o DT também tem feito é divulgar as histórias por trás de cada canção de DR em seu canal no YT. Se tiveram interesse, basta entrar aqui



Capa


Desde o DT 11 (A canção do Amor), as capas da banda, em sua maioria, traz em evidência a líder de louvor Ana Paula Valadão (O mesmo acontece em Deserto de Revelação). Isso só não ocorreu em Tu reinas (DT16) e Creio (DT15). 

Achei a capa do novo projeto bem bonita, clean e com certo frescor, mesmo que a temática seja o deserto. O clima do cd e da capa não é de tristeza, mas de alegria e com o sentimento de crença nas promessas de Deus. Dá para perceber isso no sorriso de Ana e em seus braços abertos na capa. Esta que traz vários elementos interessantes, como poeira, grãos de areia, uma espécie de 'céu estrelado', nuvens e até mesmo água. Eles fazem referência à vida de promessas em meio ao deserto. Das que tem a líder, esta é a capa mais rica de sentidos e significados.

A fonte do título do cd na capa é serifada e bonita. Algo que percebi, é que optou-se por não colocar "Diante do Trono 18" ou "DT 18" como já era de costume, apenas "Diante do Trono" - mas sabemos, mesmo com essa omissão, que este é o décimo-oitavo cd do grupo.


Repercussão


De início, acreditei que DR não iria vingar e flopparia, mas estava enganado. Em seus primeiros dias de lançamento o disco já atingiu o 1º lugar do gênero gospel no iTunes Brasil e 2º lugar no ranking geral. Além disso, o álbum está na primeira colocação da categoria Discos religiosos do Google Play e Deezer. Deserto de Revelação encontra-se disponível no Spotify



Uma publicação compartilhada por Ana Paula Valadão Bessa (@anapaulavaladao) em




De forma geral, DR é um ótimo cd, mas está longe de lembrar os tempos áureos do Diante do Trono.

E vocês, já o conheciam? Conheciam essa banda? Gostaram da resenha? Digam nos comentários! J-J


Por: Emerson Garcia

6 comentários :

  1. A novidade do lançamento eu não conhecia não, a banda sim, me converti na Batista da Lagoinha rs então hahah
    Adorei, gosto de post assim no blog! Beijos

    http://www.cherryacessorioseafins.com.br/

    ResponderExcluir
  2. Hello! Tudo bom?
    Gosto quando um artista busca algo novo, um ritmo ou um estilo. É prova de que podemos nos reinventar sem perder a essência, adorei o post.
    Obrigada pelo comentário lá no meu blog.
    Volte sempre! ;*

    Bjo,
    miiistoquente~

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Falou tudo, Thamiris. De fato o Diante do Trono não perdeu a essência, mas confesso que sinto saudades dos tempos áureos.

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  3. Olá, tudo bem?
    Não tinha conhecimento desse novo álbum do Diante do Trono, vou escutar e depois te conto o que achei, ok?
    Mas adorei seu ponto de vista sobre a obra, ouvi algumas músicas e gostei da sonoridade e letras das mesmas.

    Até mais. https://realidadecaotica.blogspot.com.br

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    Respostas
    1. Pois escute e diga o que achou. Que bom que gostou das músicas, elas têm arranjos e letras bem interessantes.

      Excluir

Obrigado por mostrar seu dom. Volte sempre ;)

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