Caros leitores, essa é uma matéria dividida em três partes, sobre a minissérie 'Decadência', de autoria de Dias Gomes, baseada no livro homônimo e adaptada pelo autor.
Logotipo da minissérie | Memória Globo.
Exibida pela Rede Globo, entre 05 e 22 de setembro de 1995 às 21h30 com o total de 12 capítulos, ia ao ar a minissérie Decadência. Seria mais uma produção normal e diferenciada para o horário, mas marcou o ápice de polêmicas entre evangélicos e a emissora de Roberto Marinho.
Retratada entre 1970 e 1992, a trama tem como pano de fundo o furor do tricampeonato da seleção brasileira na Copa do Mundo, a campanha das eleições diretas, a posse de José Sarney, a morte de Tancredo Neves, e a ascensão e queda do presidente Fernando Collor de Mello. O elenco foi escolhido a dedo, e jamais imaginaria outros atores no lugar de Adriana Esteves, Edson Celulari, Raul Gazolla, Betty Goffman, Luís Fernando Guimarães, Stênio Garcia, Ariclê Perez e Rubens Correia. Estes primeiros citados ganharam o privilégio de atuarem como protagonistas por conta de seus talentos vistos no final dos anos 1980 e início dos anos 1990.
Início da trama
Passagem de tempo de Mariel Batista (Tiago Queiroz e Edson Celulari) | TV Globo/SIC.
A minissérie começa pelo ápice da decadência da família Tavares Branco: o incêndio do casarão no bairro do Cosme Velho, Rio de Janeiro (1992). Carla (Adriana Esteves) vê sua casa em chamas, e nesta imagem vai-se ao ano de 1970. Na igreja, ao término da missa, o padre Giovani (Cássio Gabus Mendes) pede ao jurista Tavares Branco (Rubens Correia) que cuide do menino Mariel (Tiago Queiroz). O garoto é “adotado” e passa a viver na mansão da tradicional família carioca.
14 anos se passam. Jandira (Zezé Polessa) sempre teve atração por Mariel. Numa noite ela tira a virgindade do agora homem feito e motorista da família (Edson Celulari). Esta cena foi polêmica pelo sutiã jogado na Bíblia Sagrada. Foi o que bastou para gerar a fúria dos evangélicos à minissérie.
Jandira seduz Mariel e o sutiã em cima da Bíblia | TV Globo/SIC.
Mas Mariel está mesmo interessado por Carla. Após desencontros e hostilidades entre eles, os dois tem uma noite de amor e... Sexo, é claro.
Ascensão de Mariel e a decadência dos Tavares Branco
Mariel e PJ em negociação. O mapa do Brasil dividido em luzes vermelhas (templos construídos) luzes verdes (templos em construção) e luzes amarelas (emissoras de rádio que Mariel pretende comprar e/ou instalar) | TV Globo/SIC.
Jandira não suporta esse romance entre Carla e Mariel. Dedura tudo para os pais da moça. Albano (Stênio Garcia) demite o motorista. Neste ínterim, o jurista Tavares Branco morre, e em testamento é deixado à família uma herança de dívidas e hipotecas. Por outro lado, ao tentar se reencontrar, Mariel visita a igreja evangélica do pastor Jovildo (Milton Gonçalves). Lá ele se entusiasma, porém, cresce os maléficos desejos de poder a qualquer custo e vingança.
Em pouco tempo ele funda a Igreja da Divina Chama com muitos seguidores e bastante influência. Agora o objetivo de Mariel é comprar a mansão dos Tavares Branco e se vingar destes que em sua visão o prejudicaram.
O clã carioca não está nada bem: Pedro Jorge Tavares Branco, ou PJ, (Luís Fernando Guimarães) se envolve com lobby político e corrupção; sua irmã Sônia (Maria Padilha) cai na bebedeira e olha PJ de um modo estranho – em outras palavras: ela não o olha como irmão, mas como homem. O filho de PJ, Vicente (Leonardo Biagoni/ João Felipe) – fruto de um “acidente biológico” com a golpista Irene (Maria Zilda Bethlem) – é um revoltado, anárquico e desobediente; Carla é rebelde com os pais Celeste (Ariclê Perez) e Albano – que a cada raiva tem pontadas no coração.
Instabilidade familiar | TV Globo/SIC.
O escritório de advocacia vai de mal a pior. Em 1990, os ativos da família são confiscados pelo governo Collor, assim como a maioria dos brasileiros – menos o de PJ porque ele sabia de tudo de antecipado e tirou o dinheiro de sua conta bancária. Os empregados da casa são demitidos, o dinheiro diminui e as contas aumentam. É o cenário perfeito para que Mariel proponha a venda da mansão dos Tavares Branco. Albano, irritado ao saber quem é o potencial comprador, nega vendê-la ao pastor. A sede de vingança e a ambição de Mariel toma conta.
Mariel, ops! Agora é Dom Mariel – com mansões, homem de propriedades, cercado de seguranças particulares e bem vestido. Ele planeja expandir suas igrejas e comprar emissoras de rádio e TV. Para isso, precisa do lobby de PJ para tal objetivo midiático, além de convencer a família Tavares Branco em vender a casa.
Enquanto isso, o pastor Jovildo fica preocupado com as ambições de Mariel. O padre Giovani também demonstra preocupação. Albano pede ajuda ao delegado Etevaldo Morsa (Paulo Gorgulho) em conseguir provas concretas para prender o pastor, sob os crimes de curandeirismo, charlatanismo e estelionato.
O caldo engrossa: armadilhas, luxúria e assassinatos
As vinganças de Mariel | TV Globo/SIC.
Mariel percebe que estão fechando o cerco contra si. Ao saber que há desafetos em sua volta, o ex-motorista se vinga de cada um deles. Jovildo – agora tesoureiro da igreja – denuncia as irregularidades financeiras e a conduta de Mariel. Albano começa a investigar inquéritos passados a respeito de denúncias contra o pastor, arranja provas e apresenta ao delegado Morsa Claudionor Correia (Paulo José) como testemunha de acusação.
Ao saber disso tudo, Mariel parte para o extremo: ele afasta o tesoureiro de sua função, convence Mariana (Cibele Larrama) – esposa de Jovildo e tarefeira da igreja – de seu marido está “endemoniado” e pede para “não ter intimidades com ele”. Mariel perturba a paz dos Tavares Branco, fazendo trotes telefônicos diários aos moradores da mansão e assim provocar mais discórdia a respeito de vender ou não a casa. E mais: Mariel contrata Vilma Luchesi (Virgínia Novick) – uma prostituta de luxo – disfarçada de esposa agredida pelo marido Cleto (Antônio Calloni), este último também contratado. É claro, tudo armado para montar um cenário que Albano tivesse um caso extraconjugal e pego em flagrante.
Nesse ínterim, antes de Albano ir à casa de Vilma, Celeste reclama da ausência de seu marido – entendedores entenderão. Albano é seduzido pela prostituta de luxo e é flagrado por Cleto. O áudio foi gravado.
Jovildo comete uma loucura: vai à igreja e atira em Mariel, que sobrevive. Recuperado, ele não deixa barato, arma uma arapuca em conluio com Mariana; comanda uma caçada ao ex-tesoureiro e diz que “Jovildo é um câncer que precisa ser extirpado” é cercado e morto.
A emblemática cena da morte de Albano | TV Globo/SIC.
Mariel manda a gravação do adultério de Albano à esposa dele. Celeste ouve tudo e diz umas verdades ao marido. O advogado passa mal e começa a morrer caído no chão. Enquanto isso, a senhora Tavares Branco confessa que nunca o amou e nem teve prazer com ele e o deixa padecer sozinho.
A decadência e final da trama
O incêndio: o símbolo da “Decadência”| TV Globo/SIC.
Em 1992, estouram os escândalos de corrupção. Esse é o pano de fundo do final de Decadência. Mesmo metido com tanta roubalheira, Pedro Jorge escapa e foge com Irene. De volta ao centro da trama, Mariana encontra uma prova cabal contra Mariel e entrega ao delegado Etevaldo Morsa. Antes do pastor se casar com Carla, Mariel é preso.
No quarto de Vicente ocorre um curto circuito que gera o incêndio no casarão, em alusão ao início da trama. O fogaréu é o símbolo da destruição da tradicional família carioca que se destruiu por falta de união, de amor, de moralidade e de senso de fraternidade.
Os capítulos completos e participação de vocês
Na última parte desta série sobre os 20 anos de Decadência, proponho que vocês assistam e me digam o que acharam: se a minissérie continua atual, se vocês se identificaram e se as impressões que tiveram foram as mesmas que as minhas. Os melhores comentários, publicarei aqui dia 23 de setembro. O prazo é até dia 21. Assista pelo Youtube desde o primeiro episódio.
Semana que vem falo dos destaques, curiosidades, conjuntura dos acontecimentos e outras coisas mais. Até quarta, pessoal! J-J
Por: Pedro Blanche
Acho que essas polêmicas dessa época aí não chegam perto das polêmicas de hoje que é um homem beijar outro homem ou uma mulher beijar outra mulher né? Porque parece ser super normal botar fogo em uma casa e matar o próprio pai, mas esses beijos gays chamam mais atenção pra polêmica, infelizmente isso é só mais uma prova de como a sociedade é meio ignorante. Gostei do post!
ResponderExcluirBeijos!
www.likeparadise.com.br
gostei muito do post! acho que, de certo modo, essa "decadência" continua atual... se bem que, atualmente, há polémicas bem piores!
ResponderExcluirÉ para epoca era polemica sim esses assuntos e parece que nos dias de hoje ainda continua infelizmente coisas que são normais pelo ou menos para mim. Nós dias de hoje é bem pior tem estupro, aborto coisas que são delicadas sendo tratadas como normais.
ResponderExcluirwww.descrevendonuvens.com
www.facebook.com/descrevendonuvens
Nossa, nunca pensei que um sutiã jogado na bíblia ia causa também haha Achei a trama forte sim, mas tá faltando algo assim sabe? Tirando Verdades Secretas que tá sendo um tapa na cara e tá todo mundo amando, acho que falta. Gostei, nem conhecia para ser sincera haha
ResponderExcluirwww.vestindoideias.com
Hello from Spain: I did not know this series. The argument is very interesting. Keep in touch
ResponderExcluirBacana a série e toda ocasião gerada entorno da história, não faz muito meu estilo não, tem coisas que acho interessante mas não tenho a paciência para ver , tipo Star Wars acho super bacana mas nunca vi hahaha
ResponderExcluirbeijos
http://www.cherryacessorioseafins.com.br