Rádios de Brasília se transformam em 2018. | imagens de internet
Confesso uma coisa: mal sabia das últimas transformações das rádios de Brasília nestes cinco meses de 2018. Quando dei ouvidos literais percebi que muita coisa mudou: formação de alianças, reforço financeiro e formação de uma rede de emissoras nortearam as decisões do surgimento e extinção de nomes das rádios brasilienses.
08 de janeiro: Aliança entre a rádio e internet
Metrópoles ganha voz nas ondas de rádio. | montagem: LAYON YONALLER
O portal de internet Metrópoles tem seu braço radiofônico: a OK FM. A aliança de dois anos entre os dois veículos evoluiu para que a emissora tivesse o mesmo nome do site de notícias. [1] Ambos os veículos são de propriedade do ex-senador e empresário Luiz Estevão, do Grupo OK.
Antes do surgimento da rádio Metrópoles FM, a emissora já se chamou OK FM (1996-2009 | 2015-2018) e FM 104 (2012-2013). A rádio já foi parte das redes Nativa FM (2009-2012) e Mania FM (2013-2015). Em novembro de 2017 [2] anunciou-se a mudança do nome.
Tanto a diretora de redação do portal Lilian Tahan quanto o diretor da rádio Toninho Pop mostravam entusiasmo pela união dos veículos de mídia:
“Aceitamos o desafio de assumir essa parceria com orgulho. Vamos manter a programação musical da rádio, incluindo muita informação de qualidade produzida pelo portal.” (Lilian Tahan)
“Vamos unir o trabalho de qualidade do Metrópoles ao da OK FM e dar uma vitaminada na rádio. Vamos escrever uma nova história de sucesso e marcar um novo tempo no meio radiofônico.” (Toninho Pop)
1º de maio: Sai o erudito e entra a música adulta e contemporânea
Brasília Super Rádio dá lugar a Alpha FM. | montagem: LAYON YONALLER
De 1980 até 2018 saiu do ar a única rádio inaugurada no mundo por um Papa (antes dela foi a Rádio Vaticano), que tocava música clássica e que tinha um programa ao vivo nos moldes das antigas rádios da época (com auditório, pianista e apresentador): O Piano no Cair da Noite.
Esta tinha um nome grande, a Brasília Super Rádio FM. Fundada pelo jornalista Mário Garófalo (1920-2004) e, após a morte deste mantida pela esposa Lúcia Garófalo (1945-2017), a emissora tocava ópera, música clássica, MPB, entre outros. Seu slogan era “A diferença é a música”.
Em reportagem da revista Piauí (67ª edição de abril de 2012) [3] se comentava a venda da Brasília Super Rádio FM para um grande grupo comercial. Segundo o periódico, o filho de Mário almejava a venda, enquanto Lúcia queria manter a emissora e sua programação. Desse modo, ambos entrando em litígio.
Lúcia Garófalo morreu em 24 de setembro 2017. Meses depois, o canal 89,9 MHz foi ocupado pela rede Alpha FM. Em comunicado por meio do dial a programação tradicional ficou na internet e a nova empresa sob responsabilidade da gestão da rádio. [4] Ouça:
07 de maio: O Sistema Globo de Rádio reforça sua presença na capital federal
Executiva FM existe apenas em Goiânia. | montagem: LAYON YONALLER
Em 1980 ia ao ar a rádio Jornal de Brasília FM em 101,7 MHz de seguimento popular. A emissora fundada pela então Organizações Jaime Câmara (atual Grupo Jaime Câmara) – dona da TV Anhanguera de Goiás e Tocantins, além de rádios e jornais em ambos os estados – dava seu nome ao antigo veículo impresso.
Em 1º de março 2002 mudou-se o nome e estilo da emissora: a rádio Executiva FM tocava o gênero musical adulto contemporâneo além de inserções jornalísticas. Após 16 anos, a Executiva FM Brasília deu lugar a Rádio Globo. Ouça a transição entre as emissoras:
Aliás, a Rádio Globo está presente em Brasília desde 27 de março 2007 na então frequência do AM 1160 kHz. Este canal agora está repetindo o sinal da MIX FM Brasília. Antes disso, a Globo ocupou a frequência do FM 95,3 MHz (Atual CBN Brasília) entre 1978 e 1993. [5] Desde esta semana a TV Globo Brasília faz chamadas de divulgação da emissora em novo canal de rádio:
1º de fevereiro: duas emissoras na mesma frequência
Planalto e Tupi formam parceria no AM brasiliense. | montagem: LAYON YONALLER
A Rádio Planalto AM 980 kHz (1963-2008 | desde 2016) foi e é uma das emissoras mais populares do Distrito Federal. Com prestação de serviços marcou muitas gerações de ouvintes. Em 2008 com base da estratégia do grupo Diários Associados (D.A.) a Planalto deu lugar a Rede Clube Brasil com a união das demais emissoras do Ceará, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte. Brasília era a cabeça-de-rede. [6]
Com o desmantelamento da rede, a Clube Brasília foi fechada em 02 de janeiro 2012 e passou a repetir o sinal da Clube FM Brasília por quatro anos até sua reabertura em 04 de julho 2016. O radialista Ricardo Noronha [7] explica o retorno da Planalto:
“Nosso objetivo é alcançar um público que ficou órfão. Existe uma pesquisa que é triste, pois detecta mais de 80% de rádios desligados. A gente foi procurar saber o motivo e descobrimos que uma das razões, além do avanço das redes sociais, é a ausência da rádio AM. Então, resolvemos retomar com programas para pessoas que gostam do bate-papo do rádio, onde o ouvinte é parte integrante da programação.”
A partir de 1º de fevereiro 2018 a programação da Planalto é dividida com a da Super Rádio Tupi do Rio de Janeiro. Ambas fazem parte do D.A. e agora a frequência 890 AM tem a grade popular, esportiva e jornalística da Tupi. Assim conta Arthur Luís Cardoso, [8] gerente de rádios do grupo na capital federal:
“Agora, temos todo o conteúdo da Tupi, com informação, notícias esportivas, grandes comunicadores, mas também com a programação local, a cara da Planalto, falando do Distrito Federal, fazendo promoções e mantendo o contato com o público.”
Das quatro rádios citadas aqui a Planalto é a única a não mudar radicalmente de identidade. Ela retransmite a programação da Tupi sem deixar de inserir sua programação local. Além da Planalto, a Rádio Clube de Fortaleza repete o som da emissora carioca. J-J
Por: Layon Yonaller, colaborador especial do JOVEM JORNALISTA
Não conheço as rádios, mas às vezes mudar é preciso. Gostei de como ficou algumas.
ResponderExcluirwww.vivendosentimentos.com.br
LAYON RESPONDE | Obrigado por comentar, Monique! [L.Y.]
ExcluirQuantas mudanças Layon. Realmente fica até difícil de acompanhar. Um abraço!
ResponderExcluirLAYON RESPONDE | Camila, eu corri atrás do prejuízo porque fazia tempo que não ouvia rádio. Obrigado por comentar. [L.Y.]
ExcluirBem interessante este post,e é bom saber que as mesmas estão se reinventando.
ResponderExcluirwww.paginasempreto.blogspot.com.br
Beijos
LAYON RESPONDE | Obrigado por comentar, Rafa! As rádios citadas estão se reinventando por diversos motivos. [L.Y.]
ExcluirOlá JJ tudo bem???
ResponderExcluirNossa muita mudança... Achei interessante.
Beijinhos;
Débora.
https://derbymotta.blogspot.pt/
LAYON RESPONDE | Obrigado, Debora. Volte sempre. [L.Y.]
ExcluirOi Jovem
ResponderExcluirGrandes transformações hein?
Por aqui as rádios só roubam os apresentadores umas às outras eheheh
xoxo
marisasclosetblog.com
LAYON RESPONDE | Marisa, não é muito diferente daqui do Brasil. Por exemplo: se um artista sai de uma rádio ele tem que sair da emissora de TV, do site e das demais empresas do mesmo grupo de comunicação. Que bom ver-te novamente. Xoxo para você também! [L.Y.]
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