quinta-feira, 4 de maio de 2017

Quinta de série: Westworld







Ao contrário do que se pensa, essa série não é uma ficção científica qualquer. Sim, Westworld tem tecnologia, jargões que só o pessoal de TI conhece de perto, Inteligências Artificiais, androides e robôs, mas ela se propõe desvendar nós mesmos, humanos. Os androides e robôs nada mais são do que um reflexo da humanidade: eles pensam, agem, tem livre arbítrio, amam, transam. Enfim, tudo o que um ser humano é capaz de realizar, eles realizam. 

Desse modo, WW traça os limites éticos humanos, a partir de Inteligências Artificiais. É correto que seus programadores determinam como eles devem ser, qual personalidade devem possuir, se serão mais emotivos ou racionais, mas ao assistir a série, percebe-se que os robôs são mais reais do que imaginamos. E quando essa humanidade é exacerbada, ultrapassando a programação?! Por exemplo: programa-se as memórias de um robô, contudo, perde-se o controle quando ele começa a agir e pensar à sua maneira. 

WW é muito mais que um mero entretenimento. Nela, temos discussões profundas relativas à tecnologia e sociedade. Até que ponto a tecnologia pode chegar? A produção demonstra do que uma impressora 3D é capaz de criar: seres humanos totalmente reais com pele, ossos, cabelos, músculos e até mesmo órgãos sexuais. A realidade retratada não é difícil de ser pensada. Um dia chegaremos nisso, se já não chegamos.

As discussões de sociedade giram em torno da seguinte pergunta: Será que seríamos capazes de conviver com IA em nosso meio? E se convivermos com eles, qual seria nossa reação e limites éticos com essas criações? O parque temático, localizado no Velho Oeste, já coloca em voga essa questão. Nele habita os androides - conhecidos como "anfitriões" - e os visitantes humanos - apelidados de "recém-chegados" pelos anfitriões e de "hóspedes" pela gerência do parque. Se por um lado, os robôs são programados para satisfazerem as vontades dos visitantes; por outro, estes não precisam seguir qualquer regra ou lei, já que estão em um ambiente fictício.





Aliás, de fictício o parque não tem nada. Os programadores de Westworld criam as mais diversas personalidades e narrativas para os seus androides, algumas delas não muito amigáveis. Há anfitriões violentos, assassinos, atiradores; também há dóceis e amigáveis, como a misteriosa Dolores; boêmias e prostitutas, como Clementine e Maave. Os programadores definem cada passo dos robôs, mas tem horas que isso sai do controle, criando narrativas e histórias de outra programação. 

Eles definem o toque do piano do bordel, que tem suas teclas tocadas automaticamente, bem como a morte dos anfitriões. Eles podem morrer e renascer por diversas vezes. Quando são desativados, são enviados para a "fábrica" - onde serão reprogramados. Outros androides são construídos também.





Lá, passam por novas reprogramações de memórias e personalidade. Essa fábrica é onde realiza-se as mais incríveis criações e sonhos. Nos deparamos com uma infinidade de robôs, de diferentes tipos e aparências, que servirão para promover entretenimento aos visitantes do parque temático.

Os programadores são sonhadores e deixam a imaginação à flor da pele no processo de criação. Tudo transcorre muito bem, até que a nuance implementada por uma atualização de firmware (O pessoal de TI saberia explicar melhor!) modificará o sistema tradicional dos robôs e fará com que acessem memórias dormentes, saiam do roteiro programado e pensem por conta própria.

Até o momento, o parque tinha uma rotina e lógica. O que acontece quando os robôs acessam essas memórias? Será que serão equiparados aos seres humanos? Será que uma guerra entre máquina e humanidade irá se instaurar? Novas narrativas e possibilidades poderão acontecer.




WW é cheia de reviravoltas que te deixarão perplexo até umas horas. É cada revelação, que você não conseguirá levantar da poltrona. Além disso, as discussões propostas pela série te deixarão pensativo. Afinal de contas, qual a diferença de um robô e um ser humano? Até que ponto é programação e/ou vontade própria? Bernard, um dos personagens, me fez pensar nisso tudo e me confundiu (Ok, sem spoilers! rs).





Aspectos técnicos



Westworld é um sci-fi/drama americano transmitido pela HBO, que conta com 10 episódios em sua primeira temporada. A série foi baseada no filme homônimo de 1973, de Michael Crichton, e também em sua continuação (Futureworld, 1976). 

A série conta com o roteirista do filme original e Jonathan Nolan (Person Of Interest) e Lisa Joy (Burn Notice). A produção executiva fica com o brilhante J.J. Abrams (Fringe, Lost e Star Treck), Bryan Burk e Jerry Weintraub. 

WW é sci-fi, mas muito mais que isso. Percebe-se que a série baseia-se em outras já consagradas produções, como a inteligência das máquinas de Person Of Interest e a tecnologia e ciência absurdas (mas que fazem todo sentido) de Fringe. Não é difícil imaginar essas referências, até porque as pessoas que as realizaram, produzem WW. Mas aqui eles inovam e trazem outros conceitos bem diferentes do universo tecnológico e ficcional que já conhecemos.

Merece destaque a atuação de androide dos atores. Vez ou outra você dirá "É uma máquina. Não, é um humano. Não, é uma máquina", tamanha é a veracidade. As meninas ficarão perturbadas em ver a bunda do Rodrigo Santoro (E não serão poucas às vezes que ela aparece!) e se questionarão se ela é do ator ou do robô. Acreditem: Isso confunde!




O drama traz locações e fotografias espetaculares. Os figurinos dos habitantes do Velho Oeste estão impecáveis. As cenas de bang bang são de tirar o fôlego, assim como os efeitos visuais. WW mostrou que é possível misturar duas épocas e o resultado disso ficou incrível.

A trilha sonora também merece destaque, assim como a abertura da série com um instrumental de piano.

A primeira temporada de WW teve um orçamento bastante salgado: U$S 100 milhões (sendo que cada episódio teve o custo de U$S 8 a U$S 10 milhões).  


Audiência

A recepção da primeira temporada foi bastante positiva: índice de aprovação de 88% entre 70 críticos do Rotten Tomatoes. Cada episódio teve uma satisfação de 94% e a média variou de 8,1 de 10 na pontuação.


Sobre a segunda temporada


Ela já está em desenvolvimento e poderá trazer outros parques temáticos.


Então, essa é a dica do Quinta de série de hoje: uma ficção científica bem diferente! J-J










Por: Emerson Garcia

8 comentários :

  1. Eu não fazia ideia de que era sobre isso a série! Minha amiga me indicou mas até agora não tive a chance em assistir, mas quero muito parece muito interessante. Gostei de você não conseguir perceber qual parte é humano e qual parte é robô, acho que é uma série bem inteligente.

    www.vestindoideias.com

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    1. Muito inteligente. Tem umas sacadas bem interessantes e intrigantes. Fiquei envolvido com a história apesar de não ter entendido alguns termos de tecnologia.

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  2. Olha, estou no quinto episódio, apesar de estar gostando muito, estou com certa dificuldade de continuar, os episódios muito longos me fazem travar mas, vou terminar.

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    1. Essa é a marca da HBO e da Netflix né? Episódios longos. Confesso que tiveram alguns que pareceram filmes mesmo rs

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  3. Infelizmente não consigo ver séries :)

    Um beijinho no coração, fica com Deus!

    Diamonds In The Sky, Daniela Silva

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  4. Oieee! Eu ainda não conferi a série, mas acho que ela levantes ótimas questões e boas reflexões. Fico feliz que terá uma segunda temporada e gostei bastante da abertura!

    Bjs, Mi

    O que tem na nossa estante

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