quarta-feira, 17 de agosto de 2016

As cerimônias de abertura: Pan de 2007 foi melhor que Olimpíada de 2016

Cerimônia de abertura do Pan de 2007 foi mais digna que Olimpíada de 2016 | TV Globo/ OTI


Caros leitores, é lógico que a última cerimônia de abertura foi bonitinha e encantou os olhos de muita gente, mas esta não me enganou porque vi muita coisa ruim. A festa foi mais uma peça de propaganda ideológica do que um espetáculo em que o país anfitrião mostra o melhor de sua nação perante a comunidade internacional. Ao assistir aquelas quatro horas de celebrações me lembrei rapidamente da cerimônia de abertura dos Jogos Pan-Americanos de 2007 na mesma cidade do Rio de Janeiro - festa na qual foi muito mais brasileiríssima do que a ridícula de 2016. Com a desculpa de "economia de recursos" e "consciência ambiental", o que se passou no Maracanã foi pequeno demais do que aconteceu nove anos antes.

Em uma parte da cerimônia de 2016, onde se retratou os povos que originaram o Brasil, os italianos, por exemplo, foram esquecidos. Viu-se que a mensagem passada é "ter orgulho" de morar em uma favela do que num local mais digno para os pobres (o culto do pobrismo e do "eu me conformo do que tenho" em vez do "mereço uma vida melhor"). Depois vieram com a história furada do aquecimento global - onde até então se dizia que o Polo Norte derreteria em cinco anos e nada ocorreu - e a tal atenção a "minorias". Enfim, tudo que há nas pradarias da hipocrisia.

Quem não dormiu no ponto em perceber essa e outras bizarrices além de mim, foi o professor Olavo de Carvalho ao desmascarar o diretor Fernando Meirelles ao publicar este tweet em rede social:

"Bolsanaro [sic] vai odiar a cerimônia. Trump também. Pelo menos nisso acertamos. A cerimônia de hoje terá índios, empoderamento dos negros e das mulheres, transgêneros e um alerta contra os riscos do uso de petróleio [sic]".


Em seu texto chamado A apoteose do fingimento histérico, Olavo de Carvalho destrincha essa e outras bobagens do que se viu naquele último dia 05 (com grifos):

"[...] a classe dominante rouba as palavras do povo para condená-lo e intimidá-lo como se ele fosse ela, e ela o povo. Intelectuais, artistas, jornalistas e publicitários pagos generosamente pela elite governante bilionária fazem-se de defensores da população ludibriada para poder continuar a ludibriá-la e a acumular poder e dinheiro sob os pretextos mais sedutores e hipnoticamente populistas que uma mendacidade ilimitadamente inventiva já logrou conceber.[...]"


Olha o grau de cinismo: Fernando Meirelles e seus adjacentes, na condução do show de 2016, se viram como os paladinos da verdade contra os malvados da elite como Bolsonaro e Trump ao "sambar na cara da sociedade" índios, negros, gays e etc. Além disso, o diretor diz que tanto um quanto outro que - nas palavras dele - não gostariam da cerimônia porque as pessoas citadas estariam lá. Num país civilizado, Meirelles seria processado por calúnia e difamação. Só falta avisar isso ao Bolsonaro. Eu é que não vou porque não sou babá de ninguém. Mais adiante escreve o professor Olavo (com grifos):

"Mas quem não sabe que, para montar o espetáculo, o sr. Meirelles recebeu 270 milhões de reais de um bilionário esquema público-privado que jamais deu ou daria um tostão a políticos como Trump e Bolsonaro, aos quais odeia tanto quanto o povão os ama? [...] E quem não sabe que os donos do petróleo são ainda os árabes, os maiores assassinos de gays e mulheres que já existiram no mundo, contra os quais o show do sr. Meirelles não ousaria, nem ousou dizer, uma palavrinha incômoda sequer? Em que mundo, em que fração do universo imaginário o sr. Trump fez algum dano a gays e mulheres, que pelo menos fosse comparável ao que essas criaturas sofrem nas mãos dos muçulmanos sob aplausos frenéticos e incondicionais da esquerda internacional à qual o sr. Meirelles indiscutivelmente pertence e à qual mostrou descarada fidelidade por meio do símbolo comunista do punho esquerdo cerrado? E em que planeta do mundo da fantasia o sr. Bolsonaro, um modesto capitão da reserva que jamais foi visto sequer ao lado de um bilionário, faz parte da elite opressora?"


E a cerimônia de abertura do Pan de 2007?

De cima para baixo: a energia do sol, a energia das águas e a energia do homem. TV Globo/ OTI


Essa sim foi a mais brasileira de todas, sem nada a dever a de 2016. Uma mistura de folclore, música popular e erudita, e muita brasilidade. Foi neste show de nove anos atrás que foi apresentada a candidata a trilha sonora dos Jogos Pan-Americanos, confira (de 1:06:25 a 1:08:24):





Foi apresentada também a música tema do Pan de 2007 chamada Viva essa energia, cantada por Ana Costa e Arnaldo Antunes, que contagiou o público presente. A partir deste mote, a parte artística foi divida em três temas: Energia do sol, Energia das águas e Energia do homem. Entre os temas, se ouviu Villa-Lobos (O trenzinho caipira), Tom Jobim (Chovendo na Roseira) e a interpretação de Wave pela cantora Céu. (Veja de 1:12:48 a 1:14:42)

Destaco que na parte Energia do homem, o público ficou ligado durante a apresentação de Adriana Calcanhoto ao cantar a canção Acalanto. (de 1:24:50 a 1:27:49)


A pira Pan-americana: o sol

Joaquim Cruz acenda a pira pan-americana em forma de sol | TV Globo/ OTI


Se tratando de acendimentos de piras, reconheço (e devo sempre reconhecer) que as escolhas foram dignas tanto em 2007 quanto em 2016. No Pan foi o nosso medalhista olímpico Joaquim Cruz. A curiosidade que levanto é que o astro-rei foi o formato escolhido nos dois eventos. A diferença é que a pira de 2007 era maior e girava, enquanto os raios espelhados de 2016 se movimentavam em torno daquele "caldeirão de bruxa prateado".

Quem encerrava os festejos era Daniela Mercury com um pout-pourri das canções brasileiras como Cidade maravilhosa e Aquarela do Brasil, com efetiva participação popular.


Enfim...

...A cerimônia de abertura de 2007 não teve proselitismo de esquerda, decadências culturais e musicais, e muito menos desrespeito com nossas origens. Os artistas do Pan eram conhecidos e respeitados ao contrário de uns e outros de gosto duvidoso. Não vi com bons olhos a abertura de 2016porque o que seria uma festa linda como vitrine brasileira tornou-se um show digno de DCE de universidade federal repleto das piores criaturas eivadas de lá. O máximo que se salva da cerimônia deste ano foi a lembrança do inventor Santos-Dumont, a interpretação respeitosa de Paulinho da Viola do Hino Nacional Brasileiro e a coragem do presidente interino da república, Michel Temer, em declarar os jogos abertos mesmo sob vaias, ao contrário de Lula que sequer abriu a boca. 

Até mais, pessoal! J-J














Por: Pedro Blanche

6 comentários :

  1. Muito interessante a sua comparação em relação as duas cerimônias.
    Confesso que eu não havia prestado a atenção em certos pontos citados no seu post.

    www.paginasempreto.blogspot.com.br

    Beijos

    ResponderExcluir
  2. A pergunta certa é será que faltou criatividade para nos dois eventos eles usarem o sol? :P

    www.vivendosentimentos.com.br

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Monique, não a fiz porque está na cara que faltou criatividade, apesar de o sol fazer parte da vida do carioca. Abraços! | PEDRO BLANCHE

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  3. Achei muito interessante sua comparação, particularmente eu não tinha grandes recordações do pan de 2007.

    meumundodalua.com

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    Respostas
    1. Oi Lua! São comentários como esses que fazem meu dia ficar completo. Muito obrigado e bom dia! | PEDRO BLANCHE

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