quinta-feira, 23 de setembro de 2021

Entre frames #51: AmarELO - Emicida feat. Pabllo Vittar e Majur


Com o intuito de conscientizar as pessoas sobre o Setembro Amarelo, no Entre frames de hoje falarei de AmarELO do Emicida em parceria com Pabllo Vittar e Majur. Com 15.438.894 visualizações, o clipe foi lançado no dia 25 de janeiro de 2019, contando com 571 mil curtidas e mais de 11 mil descurtidas. O vídeo foi roteirizado por Emicida, dirigido por Sandiego Fernandes e com direção de fotografia de Sandiego Fernandes. O clipe foi gravado no Complexo do Alemão (RJ) e contou com um amplo elenco de participantes que atuaram com seus personagens reais. 

AmarELO (que é um jogo de palavras que significa a cor amarelo, mas também a junção do verbo amar + elo) é um clipe que fala de depressão, suicídio, mas também de fé, esperança e superação. O clipe é o grito da periferia deprimida e apresenta as histórias de várias pessoas de luta, depressão, tristeza, mas também de alegria e fé. A fotografia e filmagem são dignas de uma grande produção (aliás o vídeo funciona como um curta-metragem por ter quase 9 minutos). As performances e atuações dos cantores e personagens também é algo a se tirar o chapéu. Assista:



Vamos às minhas considerações agora!


Mensagem

O clipe fala de depressão, suicídio e superação, temas urgentes e necessários no nosso dia a dia. Com certeza você conhece alguém (ou até mesmo esse alguém é você) que passou por um momento difícil na vida. Emicida fala de tudo isso de forma tocante, dramática e inspiradora. Por meio de histórias reais de uma costureira, estudante de direito e de um atleta paraplégico, o rapper fala de depressão, perda de esperança, mas também da necessidade de ficar bem e se cuidar. 

Sabe-se que a depressão e o suicídio tem crescido em nosso país. Há dados que mostram que os homens se matam mais que mulheres no Brasil e que no caso de negros, os números são ainda mais relevantes. A depressão masculina costuma a ser ainda mais silenciosa, porque poucos dos homens tem coragem de pedir ajuda e não se consideram doentes. O clipe, então, toca nessa ferida e conta histórias de pessoas negras da periferia paulista de São Paulo. 


Áudio

O clipe inicia com um áudio de Whatsapp de um amigo de Emicida (0:10 - 2:49). O conteúdo fala de alguém que tentou suicídio e que está em depressão, precisando encontrar seu espaço no mundo. É assim que o rapaz começa falando no áudio:

"Desculpa ligar essa hora da madrugada, mas sei lá, véio, não tô conseguindo dormir essa semana. Não queria incomodar ninguém. Já dei peso demais para as pessoas... Eu guardo muitas coisa para mim. Parece que depois daquela merda lá eu tenho que demonstrar que estou bem todo dia, tio. E nenhum ser humano consegue estar bem todo dia."

É perceptível ver a dor do rapaz em sua voz e no que ele fala. O áudio apresenta muita verdade. Não foi uma mensagem de áudio inventada, mas que realmente aconteceu. Não há como não se emocionar com o áudio e ser tocado por ele. O rapaz também diz o seguinte:

“Acho que eu já dei peso demais para todo mundo, tá ligado? Eu não me sinto realizado como ser humano. Parece que essas porras de remédios não adiantam nada, mais de um ano tomando essas porra."


Antes dele ser narrado em off, aparecem os créditos iniciais (0:00 - 0:06) e logo depois inicia-se o forte áudio. A narração e o áudio é todo em off, com imagens que vão aparecendo na tela. O clipe começa em um ambiente escuro (depressão), com uma fresta de luz (superação e esperança) (0:07 0:10). 



Entre 0:16 2:49 o clipe mostra várias imagens aleatórias, mas que fazem muito sentido, tais como: semáforo na cor amarela, ondas do mar, gaivotas, placa amarela, prédio espelhado na cor amarela, montanha russa, pia de banheiro ensanguentada e com a água pingando, sangue escorrendo pelo ralo do banheiro, parapeito da ponte, rua movimentada, semáforo vermelho, flores amarelas, grades e consertinas, remédios na pia e o fogo ligado, grades amarelas. 

O amarelo é a cor mais presente nessas imagens e tem o significado de atenção, além de ser a cor utilizada para o mês de setembro no combate à depressão e ao suicídio. As imagens tem um significado forte: a montanha russa, por exemplo, significa nossa vida; as ondas são as dificuldades; as grades e consertinas, sentimentos represados e prisão emocional. 



As imagens que mais chocam quem assiste ao clipe é a pia ensanguentada, o sangue escorrendo pelo ralo, os remédios na pia e o parapeito da ponte. Percebemos que o rapaz do áudio está literalmente na beira do abismo. As imagens do parapeito da ponte sugerem que alguém tem vontade de se jogar dali e os remédios na pia e o fogo ligado significam o caos emocional ao qual ele passa. 




Tudo é muito poético, bonito de se ver e com uma fotografia de primeira linha. Apesar de serem imagens aleatórias elas possuem muitos significados e não estão ali à toa. Elas aparecem em movimento, estáticas e em slow motion. As imagens iniciais, portanto, é um prelúdio, uma preparação, para o que estaria por vir. Só o início do vídeo é um soco no estômago, mas viria muito mais!




Emicida, com esse áudio inicial, teve o intuito de apresentar uma história tão densa, assumindo que na dor somos todos irmãos. "Hoje cedo não era um hit, era um pedido de socorro", diz um trecho da música. 


Belchior e superação



Depois dessa desbundante intro, o clipe é iniciado de fato. Entre 2:39 e 2:49 aparece o nome do clipe, bem como os créditos iniciais e a imagem de um semáforo que vai mudando de cor. O áudio do Whatsapp é finalizado e ouvimos o típico barulho quando enviamos um pelo aplicativo (2:49 - 2:50).

No clipe ouvimos, então, os famosos versos de Belchior na sua própria voz que diz: "Presentemente eu posso me considerar um sujeito de sorte Porque apesar de muito moço me sinto são e salvo e forte Deus é brasileiro e anda do meu lado Tenho sangrado demais Tenho chorado para cachorro Ano passado eu morri, mas esse ano eu não morro". Emicida então grita: "Eu preciso cuidar de mim"



O clipe passa então a contar histórias de pessoas que tinham tudo para ficar depressivas, cabisbaixas e tristes, mas que fizeram do medo e da tristeza combustíveis para seguirem em frente, se superarem, irem atrás de seus objetivos e serem felizes. Assim, é mostrada uma cadeira de rodas em slowmotion (2:50 - 2:55) e vários ambientes e objetos (2:55 - 3:00). Há imagens e cenas que passam rapidamente (3:00 - 3:01). 



Podemos ver a superação a partir das histórias de vários personagens reais da favela do Complexo do Alemão: um deficiente físico que faz academia, costureira negra bem sucedida, homem negro que estuda direito e sonha em ser advogado e bailarinas que dançam e se superam (3:01 - 3:07 3:10 3:12). A câmera dá close nos objetos desses personagens, filmando-os também em close e slowmotion. 


O clipe se propõe em mostrar essas narrativas de superação de pessoas que tinham de tudo para permanecerem depressivas e tristes, mas que superaram e fizeram das pedras no meio do caminho castelos.  


Algo a se destacar desses frames é o filtro e uso das cores. As cores utilizadas seguem as mesmas da bandeira do Brasil (o verde e o amarelo se destacam). Como exemplo posso citar o frame do homem negro estudando direito que apresenta tons amarelos e dourados (3:24 3:26). 

Entre 3:40 3:45 a frase dita por Belchior vai ficando mais baixa e esmaecendo. 

Apesar do tema pesado da parte introdutória, o clipe é muito alegre por apresentar pessoas com sorriso no rosto. Além disso, as cores utilizadas são vibrantes e contagiantes.


Amarelo


Essa é uma das cores de grande destaque no clipe. É uma cor vibrante, que significa atenção e que representa a importância do cuidado com a saúde mental e que simboliza o mês da prevenção do suicídio e depressão. Ela aparece na faixa do asfalto da rua (3:27 3:30), em um fade in na cor amarela no próximo frame que traz um quadro de formatura de ensino infantil do negro que almeja ser advogado e nos tons amarelos na tela (3:29 - 3:30 / 3:30 3:32) e até mesmo no solado do tênis de um rapaz (3:32 - 3:34). 


Mais à frente, foca-se no Vade Mecum do homem negro e vemos uma paleta em tom amarelo. É possível perceber que até a marcação no texto foi feita com um marca texto da tonalidade (4:27 - 4:33). 



O amarelo é uma cor recorrente no clipe e veremos o tom em vários outros detalhes no seu decorrer. Entre 5:00 e 5:01 a tela é invadida pela cor amarela em uma transição. 




Emicida



Entre 3:44 3:48 Emicida aparece de costas em uma quadra de futebol da favela. Ele veste um casaco verde, com detalhes amarelos. Seu look combina com as bandeiras amarelas e verdes da quadra. Há um centralismo e harmonia na cena, que possui um filtro de cor, em tom esverdeado. À medida que a música vai pulsando, as luzes do ambiente piscam também, demonstrando certa sincronia. 

A música começa de fato entre 3:48 3:49 e são mostradas grades da quadra. Elas significam sentimentos emocionais represados e que precisariam ser extravasados e colocados para fora com o intuito de se libertar e curar. 



O trabalho de câmera do clipe está fabuloso e não poderia ser diferente nesses trechos analisados. A câmera chega a girar, enquanto o cantor canta a música, se aproxima e se distancia, e foca no cantor. A câmera não é estática mas bem dinâmica. O trabalho de edições e cortes também merece ser mencionado, assim como o uso de ângulos e cores um tanto quanto brasileiras (3:49 3:55).



Detalhes


Pude observar no clipe que a câmera procura focar em detalhes das histórias e das vidas dos personagens reais, para somente depois mostrar seus rostos. Por exemplo, entre 3:55 e 3:57 corta para as bailarinas e depois as mostra alinhadas, com tutus amarelos e fazendo movimentos (3:57 - 4:00). O intuito, nesse primeiro momento, não é mostrar seus rostos, mas objetos e movimentos que as representam. Perceba também que elas estão alinhadas à esquerda e que a câmera vai se aproximando delas aos poucos. 

De forma semelhante, corta para o atleta que possui só uma perna, mostrando ele da cintura para baixo, sua muleta e seus instrumentos esportivos (4:00 - 4:03). Perceba que o filtro da cena é esverdeado. 


O mesmo acontece quando corta para a costureira: mostra suas mãos costurando, de costas e focando em seu instrumento de trabalho - uma máquina de costura da Singer (4:04 4:08).  


A filmagem dos detalhes também permanece quando mostra o atleta negro segurando um peso amarelo (4:08). O trabalho de câmera nesses frames também merece ser mencionado, pois a câmera é inventiva, aparecendo inclinada e torta (4:04 4:11). 


Majur


Entre 4:26 e 4:27 o clipe exibe detalhes de Majur na tela, focando em seu busto bastante ornamentado e em um pouco de seu rosto. Maju entra em cena e canta parte da música, imprimindo sua força e pessoalidade (4:33 4:46). 


O feat começava a ser formado. Entre 4:46 4:47 foca-se no casaco de Emicida que tem escrito "Milionário do sonho" na parte de trás. Acredito que o Milionário do Sonho é o próprio Emicida que por meio de suas letras exala poder e superação, mostrando que todos podem sonhar e realizar seus sonhos, possuindo sonhos preciosos e milionários.


Câmera de cabeça para baixo e contrastes


Em 4:56 a câmera filma de cabeça para baixo e da parte inferior para a superior, trazendo certa estética para o vídeo. No mesmo frame é possível perceber o contraste entre a cor verde e amarela. Aliás, esse contraste está presente em outras cenas, como entre 5:46 e 6:00, quando aparece um pano na cor verde que invade o ambiente, enquanto Majur performa. 


Pabllo e outros detalhes

Por volta dos 6:00 6:08 a cantora Pabllo aparece de costas. Os frames da cantora se misturam com outros, como o do futuro advogado estudando. É interessante que utiliza a câmera focada em detalhes novamente. Outro ponto legal de ser falado é a câmera desfocada e embaçada.

Entre 6:08 e 6:14 Pabllo aparece de corpo inteiro e cantando. Ela emposta sua voz e mostra a que veio. A cantora não tem medo de usar falsetes e agudos!


Você vai vencer!


A partir de 5:01 o clipe continua exibindo imagens, mas dessa vez dos personagens reais, se desafiando em diferentes atividades. Eles se superam nos estudos, esportes, danças e na vida em si. É interessante que em um frame da natureza surge até uma borboleta voando, demonstrando esperança e fé. 


E como superar esses momentos, desafios e obstáculos? Com alegria! Todos os personagens aparecem alegres, não porque querem deixar a tristeza transparecer, mas porque decidiram ser felizes apesar das dificuldades. Entre 6:14 6:23 surgem rapazes negros alegres e a bandeira do Brasil. Um deles usa um colar com o símbolo do Facebook em tons... ISSO MESMO! AMARELOS! 


E porque enfrentar os problemas de forma alegre? Porque há uma luz no fim do túnel e tudo se resolve! Você pode ser uma costureira rainha e dona de si, rodeada por amigos e pessoas que te querem bem (5:40 - 5:46), pode ganhar várias medalhas olimpícas se superando, pode conquistar o passaporte internacional (6:50 - 6:58), pode fazer do ambiente onde faz suas atividades de dança um lugar melhor (7:01) e pode se formar em direito (7:21 - 7:23)! É só seguir os conselhos de Emicida ao final do clipe, quando ele diz: "Enxuga essas lágrimas, certo? Respira fundo e volta pro ringue. Cê vai sair dessa prisão. Cê vai atrás desse diploma. Com a fúria da beleza do sol, entendeu? Faz isso por nóis, faz essa por nóis. Te vejo no pódio." 



Que tal seguir o conselho de Emicida e ser feliz? As histórias exibidas servem de inspiração para a minha e a sua vida.  


Os minutos finais do clipe são inspiradores e transmitem uma alegria contagiante. Os cantores chegam a bater palmas de forma alegre (6:25 - 6:30) e os três finalizam juntos, insistindo nessa mensagem de superação, força, foco e fé: "esse ano eu não morro!".


Cicatrizes


Entre 6:35 6:40 mostra um homem com suas cicatrizes no mesmo instante em que é entoada a poesia de Emicida chamada de Permita que eu fale. A poesia começa assim: "Permita que eu fale, não as minhas cicatrizes Elas são coadjuvantes, não, melhor, figurantes Que nem devia tá aqui...". As cicatrizes tem o significado de serem machucados da vida que servem para que lembremos deles. Muitas vezes elas não doem, mas marcam histórias. O rapaz do clipe tem orgulho de suas cicatrizes, chegando até mesmo a sorrir. 

O clipe finaliza entre 8:06 e 8:10 com os sobreviventes (cantores). Entre 8:10 e 8:53 passam os créditos finais. 






Alegria!



O clipe é contagiante e ao invés de trazer o choro e a dor, traz o sorriso e os brancos dos dentes. Rir e ser alegre é o melhor remédio contra a depressão, e existem fatos comprovados. Quando você sorri, você contrai menos músculos da face do que se chorar.

Mais do que um clipe e uma música, Emicida presta um serviço e fala de um tema que muitos não tem coragem de falar. O clipe é potente, ajuda em tempos difíceis, inspira e faz refletir. Suportar o dia a dia também é um ato de resistência e superação, já dizia Belchior quando mencionou a importância da saúde mental dos artistas. 


Letra



A música já traz em seu nome uma referência, uma denúncia e/ou grito de socorro para o tema dos transtornos mentais. A letra fala de depressão, sonho e superação. Ela é um pouco extensa, mas destaquei alguns trechos:


[Belchior]
"Presentemente eu posso me considerar um sujeito de sorte
Porque apesar de muito moço, me sinto são e salvo e forte
E tenho comigo pensado: Deus é brasileiro e anda do meu lado
E assim já não posso sofrer no ano passado

Tenho sangrado demais
Tenho chorado pra cachorro
Ano passado eu morri
Mas esse ano eu não morro
Tenho sangrado demais
Tenho chorado pra cachorro
Ano passado eu morri
Mas esse ano eu não morro
Ano passado eu morri
Mas esse ano eu não morro
Ano passado eu morri
Mas esse ano eu não morro"

Esse é um desabafo de Belchior, onde ele compartilha um momento de dor e depressão que talvez estivesse represado e preso. 


[Emicida]
"Eu sonho mais alto que drones
Combustível do meu tipo? A fome
Pra arregaçar como um ciclone (entendeu?)
Pra que amanhã não seja só um ontem com um novo nome
O abutre ronda, ansioso pela queda (sem sorte)
Findo mágoa, mano, sou mais que essa merda (bem mais)
Corpo, mente, alma, um, tipo Ayurveda
Estilo água, eu corro no meio das pedra
Na trama tudo, os drama turvo, eu sou um dramaturgo
Conclama a se afastar da lama enquanto inflama o mundo
Sem melodrama, busco grana, isso é hosana em curso
Capulanas, catanas, buscar nirvana é o recurso
É um mundo cão pra nóis, perder não é opção, certo?
De onde o vento faz a curva, brota o papo reto
Num deixo quieto, não tem como deixar quieto
A meta é deixar sem chão quem riu de nóis sem teto (vai!)"

O trecho, por meio de rimas e trocadilhos, fala de resiliência, determinação e superação.


[Emicida]
"Figurinha premiada, brilho no escuro
Desde a quebrada avulso
De gorro, alto do morro e os camarada tudo
De peça no forro e os piores impulsos
Só eu e Deus sabe o que é não ter nada, ser expulso
Ponho linhas no mundo, mas já quis pôr no pulso
Sem o torro, nossa vida não vale a de um cachorro, triste
Hoje Cedo não era um hit, era um pedido de socorro
Mano, rancor é igual tumor, envenena a raiz
Onde a plateia só deseja ser feliz (ser feliz)
Com uma presença aérea
Onde a última tendência é depressão com aparência de férias
(Vovó diz) odiar o diabo é mó boi (mó boi)
Difícil é viver no inferno (e vem à tona)
Que o mesmo império canalha que não te leva a sério
Interfere pra te levar à lona, revide!"

O trecho traz mais desabafos como o da tentativa de suicídio quando canta-se "Ponho linhas no mundo, mas já quis pôr no pulso". Por meio de sua música, Emicida resignificou essas linhas para se tornarem ferramentas positivas de superação e de luta. 


[Pabllo, Majur e Emicida]
"Permita que eu fale, não as minhas cicatrizes
Elas são coadjuvantes, não, melhor, figurantes
Que nem devia tá aqui
Permita que eu fale, não as minhas cicatrizes
Tanta dor rouba nossa voz, sabe o que resta de nós?
Alvos passeando por aí
Permita que eu fale, não as minhas cicatrizes
Se isso é sobre vivência, me resumir à sobrevivência
É roubar o pouco de bom que vivi
Por fim, permita que eu fale, não as minhas cicatrizes
Achar que essas mazelas me definem é o pior dos crimes
É dar o troféu pro nosso algoz e fazer nóis sumir"

Essa é a poesia Permita que eu fale, do Emicida.


[Emicida]
Aí, maloqueiro, aí, maloqueira
Levanta essa cabeça
Enxuga essas lágrimas, certo? (Você memo)
Respira fundo e volta pro ringue (vai)
Cê vai sair dessa prisão
Cê vai atrás desse diploma
Com a fúria da beleza do Sol, entendeu?
Faz isso por nóis
Faz essa por nóis (vai)
Te vejo no pódio

Conselho de Emicida para colocar a outra pessoa para cima. Toda e qualquer vida é importante, assim como os sonhos também!


AmarELO é um rap que funciona como um desabafo, trazendo histórias de depressão, das minorias, tudo em prol da vida daqueles que mais sofrem no dia a dia. Com delicadeza, o cantor buscou nos versos incentivar as pessoas a ultrapassarem barreiras e obstáculos da vida. “A ideia é que elas observem ao redor e se enxerguem maiores do que os seus problemas, independente de quais sejam”, explica o cantor.


Música


É um rap com uma letra muito forte e inteligente. 


Esse foi o Entre frames de hoje. Espero que esse clipe tenha te deixado mais feliz, caso esteja passando por momentos difíceis. Também espero que essa análise tenha te feito vibrar! Saiba que a depressão é só um estágio e uma fase. Se você precisa de apoio ou possui pensamentos suicidas disque para o Centro de Valorização da Vida (CVV) por meio do número 188. As ligações são sigilosas e, desde 2018, gratuitas. J-J












Por: Emerson Garcia

12 comentários :

  1. Oi Emerson, bom dia!
    Assim como na época atual em tempo do COVID, o que infelizmente ainda ouvimos bastante são frases descabidas de "negacionismo", assim também tem sido desde sempre com a depressão, muitos ainda se referem a doença como "isso é falta do que fazer, isso é mimimi, isso é frescura". Que pena né?
    Bjsss querido

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  2. Óptima iniciativa.
    Bom fim-de-semana

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  3. Amei essa iniciativa do setembro amarelo.
    Abraços.




    https://www.parafraseandocomvanessa.com.br/2021

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  4. Muito interessante, não tinha assistido ainda. Gostei. E dá analise e explicação de vocês também, como sempre!

    www.vivendosentimentos.com.br

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  5. Eu não só conheço como eu própria já passei por um momento muito díficil!
    xoxo

    marisasclosetblog.com

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  6. Reconheço que não li tudo.
    Mas o que li, gostei

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  7. Bem real, e muito importante, bem detalhado também. Obrigado.Bom final de semana.

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  8. Não conhecia esse clipe, mas gostei do tema da música. É importante alertar sobre o suicídio e a depressão. O setembro amarelo deve ser divulgado sempre para que as pessoas se conscientizem e parem de ver essa doença como um simples mimimi.
    Bjus!!!

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  9. É sempre bom chamar a atenção para este problema da depressão, mesmo repostando acho que vai chegar a outros públicos! Bom fim de semana JJ!

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  10. Muito interessante esta iniciativa de Setembro amarelo.
    Gostei da postagem.
    Bom fim de semana

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  11. Oie!
    Ainda não tinha ouvido, mas é uma ótima mensagem, super necessaria!
    beeeijos
    http://estante-da-ale.blogspot.com/

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  12. Oi
    primeira vez que escutado a música e gostei da mensagem transmitida.

    http://momentocrivelli.blogspot.com/

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Obrigado por mostrar seu dom. Volte sempre ;)

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