Olá ouvintes da Rádio Bagaralho FM (Rádio Bagaralho, a rádio do... povo). Aqui quem fala é o locutor Arthur Claro, aquele que é igual porém diferente. Com o oferecimento do salão de festas Tua Fiesta és Loca começa agora o programa Discografia. Hoje vou apresentar as obras do cantor carioca Chico Buarque.
1966 - Chico Buarque de Hollanda - A banda
Esta música foi composta pelo cantor para competir no II Festival de Música Popular Brasileira na TV Record (atual RecordTV). Foi com ela que Chico Buarque e Geraldo Vandré, com a música Disparada, dividiram o prêmio, porém este empate não foi bem esclarecido.
1966 - Morte e Vida Severina - Disco Completo
Eu (Arthur Claro) resolvi colocar o disco completo, pois achei melhor. Ele é a poesia homônima do poeta João Cabral de Melo Neto que o Chico Buarque musicou-a.
1967 - Chico Buarque de Hollanda Volume 2 - Morena dos Olhos d'Água
Chico Buarque iria disputar o II Festival da Música Popular Brasileira na RecordTV com esta música porém decidiu mudar para A Banda.
1968 - Chico Buarque de Hollanda Volume 3 - Roda Viva
Esta música foi escrita para a peça de teatro de mesmo nome, também de autoria de Chico Buarque. Ela também participou do III Festival da Música Popular Brasileira da RecordTV.
A peça não tinha a ver com política, mas com a trajetória de um cantor massificado pelo esquema da televisão. Em julho de 1968 ela foi montada em São Paulo quando o Comando de Caça aos Comunistas (CCC) invadiu o teatro, depredou o cenário e espancou os atores. Chico Buarque suspeitou, na ocasião, que o CCC pretendia invadir a apresentação do espetáculo dirigido por Augusto Boal, Feira Paulista de Opinião que acontecia em outra sala do mesmo teatro.
A peça não tinha a ver com política, mas com a trajetória de um cantor massificado pelo esquema da televisão. Em julho de 1968 ela foi montada em São Paulo quando o Comando de Caça aos Comunistas (CCC) invadiu o teatro, depredou o cenário e espancou os atores. Chico Buarque suspeitou, na ocasião, que o CCC pretendia invadir a apresentação do espetáculo dirigido por Augusto Boal, Feira Paulista de Opinião que acontecia em outra sala do mesmo teatro.
1970 - Chico Buarque de Hollanda Nº 4 - Gente Humilde
É uma das músicas que o Chico Buarque retrata as pessoas humildes. O disco foi feito durante o exílio na Itália.
1971 - Construção - Construção
A letra foi composta em versos dodecassílabos, que sempre terminam numa palavra proparoxítona. Os 17 versos da primeira parte (quatro quartetos, acrescidos de um verso-desfecho) são praticamente os mesmos dezessete que compõem a segunda parte, mudando apenas a última palavra.
A letra contém uma forte crítica à alienação do trabalhador na sociedade capitalista moderna e urbana, reduzido a condição mecânica e, ainda assim, Chico declarou, em entrevista concedida à revista Status, em 1973, que a música não era para ele de denúncia ou protesto.
A letra contém uma forte crítica à alienação do trabalhador na sociedade capitalista moderna e urbana, reduzido a condição mecânica e, ainda assim, Chico declarou, em entrevista concedida à revista Status, em 1973, que a música não era para ele de denúncia ou protesto.
1972 - Quando o Carnaval Chegar - Partido Alto
A música retrata a realidade de vários brasileiros e enfatiza uma vida sofrida, com muitas dificuldades financeiras e discriminação.
1973 - Chico Canta - Cala boca, Bárbara
Chico Buarque apresenta neste disco a trilha sonora da peça teatral Calabar: o elogio da traição que retrata a figura emblemática de Domingos Calabar, acusado de traição pela coroa portuguesa por ter auxiliado os holandeses na conquista de alguns Estados do Nordeste brasileiro. A peça foi censurada.
Chico, por meio de Calabar, procurava exaltar o capitão do exército (hoje Coronel) Carlos Lamarca, acusado de traição pela “Redentora” (nome dado pelos golpitas de 1964 ao movimento que tomou de assalto o poder soberano do povo). A referência a Calabar, na verdade, era ao próprio Lamarca.
A perspicácia de Chico é descortinada logo na música Cala a boca, Bárbara!. Calabar, preso pelos portugueses, foi morto e teve seu corpo esquartejado. Posteriormente, a Coroa portuguesa proibiu até que seu nome fosse pronunciado. Por causa desse fato, o seu nome nunca é pronunciado na música. Mas Chico esconde no título e refrão, o nome Calabar. Perceba ao ouvir CALA a boca, BARbara. Se juntarmos as sílabas maiúsculas, teremos o nome Calabar.
Bárbara era viúva de Calabar e na música uma metáfora da pátria.
Chico, por meio de Calabar, procurava exaltar o capitão do exército (hoje Coronel) Carlos Lamarca, acusado de traição pela “Redentora” (nome dado pelos golpitas de 1964 ao movimento que tomou de assalto o poder soberano do povo). A referência a Calabar, na verdade, era ao próprio Lamarca.
A perspicácia de Chico é descortinada logo na música Cala a boca, Bárbara!. Calabar, preso pelos portugueses, foi morto e teve seu corpo esquartejado. Posteriormente, a Coroa portuguesa proibiu até que seu nome fosse pronunciado. Por causa desse fato, o seu nome nunca é pronunciado na música. Mas Chico esconde no título e refrão, o nome Calabar. Perceba ao ouvir CALA a boca, BARbara. Se juntarmos as sílabas maiúsculas, teremos o nome Calabar.
Bárbara era viúva de Calabar e na música uma metáfora da pátria.
1974 - Sinal Fechado - Acorda Amor
Esta música aparece assinada pela autoria de Julinho da Adelaide, este não era só um pseudônimo adotado por Chico Buarque para driblar a censura, então implacável ao perceber seu nome nos créditos de uma música. Para completar a farsa e dar-lhe ares de veracidade, Julinho da Adelaide chegou a ter cédula de identidade e até mesmo concedeu entrevista a um jornal da época. A música mostra o temor que a população tinha da "Dita dura" que estava acontecendo.
1976 - Meus Caros Amigos - Meu Caro Amigo
O Brasil vivia um período de promessas de abertura política, mas muitos brasileiros continuavam no exílio.
De Portugal, o teatrólogo Augusto Boal reclamava notícias e Chico, em parceria com Francis Hime, atendeu o apelo do amigo utilizando o refrão "a coisa aqui tá preta" para informar sobre a situação do país ao amigo distante. A mãe de Boal foi portadora da "carta", entregue durante um almoço com amigos também em exílio, dentre eles Darcy Ribeiro e Paulo Freire, na casa onde morava em Lisboa no Campo Pequeno. Reunidos durante a sobremesa, os amigos ouviram as "notícias de casa". Atualmente a música representa uma das mais importantes obras criticando a ditadura no Brasil.
De Portugal, o teatrólogo Augusto Boal reclamava notícias e Chico, em parceria com Francis Hime, atendeu o apelo do amigo utilizando o refrão "a coisa aqui tá preta" para informar sobre a situação do país ao amigo distante. A mãe de Boal foi portadora da "carta", entregue durante um almoço com amigos também em exílio, dentre eles Darcy Ribeiro e Paulo Freire, na casa onde morava em Lisboa no Campo Pequeno. Reunidos durante a sobremesa, os amigos ouviram as "notícias de casa". Atualmente a música representa uma das mais importantes obras criticando a ditadura no Brasil.
1978 - Chico Buarque - Cálice
A música foi composta para o show Phono 73, que a gravadora Phonogram (atual Universal) organizou no Palácio das Convenções do Anhembi, em São Paulo, em maio de 1973. O evento reuniria em duplas os maiores nomes de seu elenco, onde deveria ter sido cantada por Gil e Chico. No dia do show, quando os dois começaram a cantar Cálice tiveram os microfones desligados. De acordo com Gil, a canção havia sido apresentada à censura e eles foram recomendados a não cantá-la. Os dois haviam decidido, então, cantar apenas a melodia da canção, pontuando-a com a palavra "cálice", mas isto também não foi possível. Segundo o relato do Jornal da Tarde, a Phonogram resolveu cortar o som dos microfones, para evitar que a música, mesmo sem a letra, fosse apresentada. Irritado, Chico tentou os microfones mais próximos, que também foram cortados em seguida
A canção tem muitas metáforas nas quais Chico Buarque e Gilberto Gil usaram para contar sobre a situação em que vivia a sociedade durante a ditadura militar. O desejo expresso é o de se livrar das desigualdades sociais no Brasil nesse período. Eles abordaram, ainda, a questão do envolvimento de políticos com mortes ocorridas no período, denunciaram os métodos de tortura e repressão que eram submetidos às vítimas para conseguir o silêncio das mesmas e o desejo de libertar-se das imposições feitas pelo governo militar.
Cálice expõe a realidade do regime militar nas entrelinhas. Gil havia composto o refrão "Pai, afasta de mim este cálice / de vinho tinto de sangue", uma óbvia alusão à agonia de Jesus Cristo no Calvário, tendo a ambiguidade (cálice / cale-se) tendo sido imediatamente percebida por Chico.
A canção tem muitas metáforas nas quais Chico Buarque e Gilberto Gil usaram para contar sobre a situação em que vivia a sociedade durante a ditadura militar. O desejo expresso é o de se livrar das desigualdades sociais no Brasil nesse período. Eles abordaram, ainda, a questão do envolvimento de políticos com mortes ocorridas no período, denunciaram os métodos de tortura e repressão que eram submetidos às vítimas para conseguir o silêncio das mesmas e o desejo de libertar-se das imposições feitas pelo governo militar.
Cálice expõe a realidade do regime militar nas entrelinhas. Gil havia composto o refrão "Pai, afasta de mim este cálice / de vinho tinto de sangue", uma óbvia alusão à agonia de Jesus Cristo no Calvário, tendo a ambiguidade (cálice / cale-se) tendo sido imediatamente percebida por Chico.
1979 - Ópera do Malandro - Geni e o Zepelim
É uma canção que fez parte do musical Ópera do Malandro, de Chico Buarque, lançado em 1978, do álbum, de 1979, e do filme, de 1986, todos com o mesmo nome.
A letra descreve, em versos heptassílabos metrificados e rimados, a longa história que define o episódio ocorrido com Geni, uma meretriz (segundo representado na Ópera do Malandro), que era hostilizada na cidade. Diante de uma ameaça de ataque de um Zepelim, o comandante se encanta com os dotes de Geni, que acaba sendo provisoriamente tratada de um modo diferenciado pelos seus detratores. Passada a ameaça, ela retorna ao seu dia a dia normal, no qual as pessoas a ofendiam e excluíam, revelando o caráter falso-moralista e hipócrita da sociedade.
A canção teve tal relevância que o refrão "Joga pedra na Geni" se transformou numa espécie de bordão, indicando como Geni pessoas ou até mesmo conceitos que, em determinadas circunstâncias políticas, se tornam alvo de execração pública, ainda que de forma transitória ou volátil.
A letra descreve, em versos heptassílabos metrificados e rimados, a longa história que define o episódio ocorrido com Geni, uma meretriz (segundo representado na Ópera do Malandro), que era hostilizada na cidade. Diante de uma ameaça de ataque de um Zepelim, o comandante se encanta com os dotes de Geni, que acaba sendo provisoriamente tratada de um modo diferenciado pelos seus detratores. Passada a ameaça, ela retorna ao seu dia a dia normal, no qual as pessoas a ofendiam e excluíam, revelando o caráter falso-moralista e hipócrita da sociedade.
A canção teve tal relevância que o refrão "Joga pedra na Geni" se transformou numa espécie de bordão, indicando como Geni pessoas ou até mesmo conceitos que, em determinadas circunstâncias políticas, se tornam alvo de execração pública, ainda que de forma transitória ou volátil.
1980 - Vida - Bye Bye Brasil
O cineasta Cacá Diegues pediu ao músico Roberto Menescal que compusesse a trilha sonora de seu filme Bye Bye Brasil e sugeriu o compositor Chico Buarque como letrista. Sem nunca terem trabalhado juntos, Menescal e Buarque não definiram obrigações para o início da composição. Menescal começou a trabalhar sua melodia após ter uma ideia enquanto voltava em um vôo da Ponte aérea Rio-São Paulo. Depois que concluiu a melodia, o violonista a entregou a Buarque, mas o compositor demorou tanto para fazer a letra que esta não havia ficado pronta na data da gravação original e só pode ser acrescentada na mixagem final do filme. Como Chico Buarque havia preparado uma letra muito maior do que se poderia encaixar no filme, Cacá Diegues decidiu sobre o corte final da canção. O diretor chegou a pedir que o compositor fizesse pequenas alterações, entre as quais, o verso "tem um japonês trás de mim" - o diretor receava que pudesse aludir a Shigeaki Ueki, ministro das Minas e Energia do governo Geisel. Sem jamais ter confirmado tampouco negado a suposta referência, o compositor manteve o verso.
A letra de Bye bye Brasil narra basicamente a história de um personagem que conta suas aventuras errantes para a namorada por um telefone público.
A letra de Bye bye Brasil narra basicamente a história de um personagem que conta suas aventuras errantes para a namorada por um telefone público.
1981 - Almanaque - Angélica
É uma música em homenagem a estilista Zuzu Angel que era conhecida nacional e internacionalmente não apenas por seu trabalho inovador como estilista de moda mas também por sua procura pelo filho Stuart Angel, um militante, assassinado pelo governo e transformado em desaparecido político. Zuzu enfrentou as autoridades da época e levou sua busca a se tornar conhecida no exterior.
A busca da estilista por explicações, culpados e pelo corpo do filho só terminou com sua morte, ocorrida na madrugada de 14 de abril de 1976, num acidente de carro na Estrada da Gávea, à saída do Túnel Dois Irmãos (Estrada Lagoa-Barra), Rio de Janeiro, hoje batizado com seu nome. O carro, dirigido por ela, um Karmann Ghia TC, derrapou na saída do túnel e saiu da pista, chocando-se contra a mureta de proteção, capotando e caindo na estrada abaixo, matando-a instantaneamente.
Uma semana antes do acidente, Zuzu deixara na casa de Chico Buarque de Hollanda um documento que deveria ser publicado caso algo lhe acontecesse, em que escreveu: "Se eu aparecer morta, por acidente ou outro meio, terá sido obra dos assassinos do meu amado filho".
Uma semana antes do acidente, Zuzu deixara na casa de Chico Buarque de Hollanda um documento que deveria ser publicado caso algo lhe acontecesse, em que escreveu: "Se eu aparecer morta, por acidente ou outro meio, terá sido obra dos assassinos do meu amado filho".
1984 - Chico Buarque - Vai Passar
A letra da música foi escrita em meados da década de 80, num período conturbado da história brasileira que foi o fim da ditadura militar.
A música faz uma crítica veemente ao Estado e ao período colonial brasileiro. Tem um enredo sobre a história do Brasil desde tal período com o “descobrimento” até a ditadura militar em 1984.
A música faz uma crítica veemente ao Estado e ao período colonial brasileiro. Tem um enredo sobre a história do Brasil desde tal período com o “descobrimento” até a ditadura militar em 1984.
1987 - Francisco - O Velho Francisco
A letra é sobre um ex-escravo idoso muito adoecido, que conta suas lembranças, suas experiências de vida, acontecimentos do qual participou e de todos os bens que conquistou e que perdeu, sendo que no momento da canção ele está tão velho que nem sua memória lhe resta mais.
1989 - Chico Buarque - Futebol
É uma música que o cantor, que é amante do futebol e torcedor do time carioca Fluminense, fez em homenagem ao esporte que é paixão nacional.
1993 - Paratodos - Paratodos
É uma música que Chico Buarque faz analogia entre a sua vida, seus ancestrais e vários artistas brasileiros.
1998 - As Cidades - Carioca
É uma música em homenagem a Cidade Maravilhosa, terra natal do cantor.
2006 - Carioca - As atrizes
É uma música em homenagem as atrizes que fazem teatro, cinema e televisão.
2017 - Caravanas - Tua Cantiga
Esta música causou polêmica, pois em um verso, Chico Buarque diz: ''Largo mulher e filhos e de joelhos vou te seguir''. Pela frase, Buarque foi acusado de machismo. Ele relatou em seu Facebook oficial ter ouvido numa fila de supermercado o seguinte diálogo: ''- Será que é machismo um homem largar a família para ficar com a amante? - Pelo contrário. Machismo é ficar com a família e a amante'', ironizando a polêmica.
Queridos ouvintes, quero agradecer a todos e espero que que continuem ouvindo a Rádio Bagaralho. Um bom fim de semana repleto de felicidades. Beijos e abraços. J-J
Por: Arthur Claro
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