segunda-feira, 27 de agosto de 2018

Áudio original, legendado ou dublado: quando um ou outro é o conveniente em um programa de TV, reality show ou série?



De um lado, programas de TV e realities shows prezam pela originalidade das falas dos apresentadores estrangeiros - sem dublá-las e utilizando o recurso de legenda; do outro, preferem dublá-las. Exemplos disso, são os apresentadores francês e americano, Erick Jacquin e Buddy Valastro, respectivamente, dos programas Master Chef Brasil e Master Chef Profissionais e Batalha dos Confeiteiros.  

O fato que optar por dublar um apresentador, com a premissa de aproximar o programa dos telespectadores brasileiros, nem sempre é uma boa saída. Quer dizer, muitos até se distanciam de suas versões dubladas por considerarem superficiais e fakes. Eu, por exemplo, desinteressei-me de assistir Batalha dos Confeiteiros justamente devido à dublagem de Buddy Valastro. 

Ao dublá-lo, perde-se metade da essência do que o apresentador quis dizer, além dele não possuir a credibilidade devida. De acordo com o blog Fabio TV, na versão original o chef dos confeiteiros é mais incisivo e tem até mesmo um ar ríspido com os participantes. Na dublagem, parece que é um velho camarada ou um amigo íntimo. Em segundo lugar, o fato do dublador ser o mesmo que o do Goku do Dragon Ball Z cria uma linha tênue entre ambas as dublagens (É difícil não associar o Buddy ao Goku) e tira do programa o tom sério e de competição, deixando-o inverossímel. 




Essas questões geram um ruído no programa acrescido de um outro fator. Por que dubla-se o apresentador e não os participantes estrangeiros? Quando esses últimos se comunicam é utilizado o recurso de legenda. Ou seja, fica um programa dublado e legendado ao mesmo tempo. Por que não tornar um programa dublado ou legendado por completo? Tal atitude trouxe, também, um ar artificial ao reality show. 

Que bom que a ideia de dublar as falas de Erick Jacquin não foi em frente, pois incorreria nos mesmos erros da dublagem de Buddy Valastro. Outrossim, prezou-se pela originalidade da fala do apresentador, sem esconder até mesmo seu sotaque. Os telespectadores se divertem e não reclamam quando o chef francês fala "tômpero" ou tem algumas frases truncadas e enroladas. A legenda está ali, em respeito à personalidade e a língua de Erick. Aliás, ela aparece em vários momentos, seja quando se fala algo "inaudível", "incompreensível" ou em "tom baixo". Se existe um programa que sabe utilizar a legenda é o Master Chef Brasil e Master Chef Profissionais.



















Daí me pergunto: Por que o Batalha dos Confeiteiros não legendou as falas de Buddy Valastro? Ah, porque quer deixar o programa mais próximo dos telespectadores brasileiros. E quem disse que legenda afasta estes últimos? Pelo contrário, conheço diversos brasileiros que preferem ver programas, realityes shows e séries em seus áudios originais e com legenda, por alguns motivos como esses: não perde a essência da fala do personagem, é mais verossímil e verdadeiro, além de não "cobrir" nenhum tom de voz mais acentuado, uma pausa, um sentimento ou uma interpretação na voz. 

Acontece que quando dublamos, perdemos a grande magia da interpretação do personagem, apresentador ou ator. Quando se dubla, parece que o dublador está lendo um texto e passando por cima da interpretação do personagem - não há sentimento, fôlego ou pausas na voz. Nenhum dublador está preocupado com o tom de voz e interpretação do personagem. O intuito é só colocar uma voz que preencha o áudio original. 

O chef Erick Jacquin tem um sotaque tão carregado, cheio de interpretação e de termos em francês que fica difícil alguém dublá-lo. Seria como se perdesse sua essência mais criativa e admirável. Buddy Valastro também tem um sotaque americano bem carregado, além de uma interpretação caricata, e ao dublá-lo perde-se todas essas características. 

É necessário fazer um balancete: É conveniente dublar sempre? Legendar não seria melhor? Deixar o áudio original é mais interessante? Esses questionamentos me lembram a participação do chef dos chefes, o francês Laurent Suaudeau (Lê-se Laurénce Suádor), na quinta edição do Master Chef Brasil. Devido ao seu português mais fluente que o de Erick Jackin optou-se por deixar o áudio original, sem legendas. A minha percepção é que o chef possui um português bem afiado, não sendo necessário dublar ou legendar sua fala.

Esses são três exemplos que mostram que a dublagem nem sempre é o melhor caminho. O melhor mesmo é legendar e deixar o áudio original, pois isso traz originalidade às falas dos artistas. J-J



Por: Emerson Garcia

9 comentários :

  1. Adorei a análise... eu detesto ver as coisas dubladas, só vejo legendado
    Blog Entrelinhas

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  2. Adorei a matéria!
    Eu só assisto filmes dublados quando são de animação pois não fica muito forçado, tenho muita preguiça de programas e filmes dublados pois na maioria das vezes fica bem artificial, quando eu via Cake Boss com o Buddy também era dublado, e era bem ruim! hahaha

    Obrigada pelo carinho. Volte sempre!
    Um super beijo :*
    Claris - Plasticodelic

    ResponderExcluir
  3. Oi Jovem
    Eu também prefiro as legendas, dobrar é uma péssima solução a não ser que seja para crianças.
    Xoxo

    marisasclosetblog.com

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  4. Eu acho legendado bem melhor. Ás vezes o dublado não traduz o equivalente à expressão idiomática.

    Ótimo sábado!

    www.vivendolaforanoseua.blogspot.com

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