terça-feira, 16 de abril de 2019

Desabafo: e quando escolhemos não decepcionar quem amamos, mas somos infelizes em nossas escolhas?





“Deixa, deixa eu dizer o que penso dessa vida. Preciso demais desabafar.” - MD2


Há muito tempo sinto algo que não conseguia descrever. Era um sentimento que, a princípio, parecia besteira e foi se agravando e, na maioria das vezes, acontecia sempre com o mesmo gatilho.

Ao entrar na universidade, aprendi muitas coisas, inclusive a ser mais sociável. Mas, como um professor do primeiro período disse: “O meio acadêmico não é para todos”. No começo não entendia, ou fingi que não entendi, mas passado algum tempo, essa frase se repetiu na minha cabeça.

Ingressei na universidade porque me parecia uma boa opção. Estudaria, me formaria e sairia de lá com uma profissão comprovada por um pedaço de papel. Mas quando entrei, percebi que não é bem assim que funciona. Na vida real o buraco é muito mais embaixo.

Ao começar a estudar, me questionei se era aquilo mesmo que queria, porque não me via atuando na área escolhida. Mas daí insisti. “Não pode ficar muito pior que isso”, pensei. Não sei quando, mas em algum momento ficou e o sofrimento surgiu.

Mas que sofrimento? Em estudar? Não. O sofrimento não era o estudar pela própria ação. Ele vinha por parte de mim mesmo. Estava infeliz e em negação. O famoso “empurrando com a barriga”. Era exatamente isso que estava fazendo. Com medo de decepcionar as pessoas que amava, decidi que valia a pena continuar por elas.

Amo a minha tia (moro com ela desde criança). Ela me apoiou quando ninguém mais o fez, me ajudou quando ninguém mais ajudou e acreditou em mim quando ninguém mais acreditou. E a única coisa que queria é deixá-la orgulhosa, e isso acabou sendo muito doloroso quando se está no estado psicológico que me encontro. Você sabe que a pessoa acreditou, colocou a esperança dela, gastou tempo, dinheiro, conselhos e você não consegue cumprir isso. 

Então, tenho os seguintes problemas (os mais evidentes, quero dizer): não estou mais satisfeito da maneira que estou fazendo o que faço, mas também não consigo me desvencilhar desse sentimento de decepção por não estar conseguindo seguir. E o pior de tudo é que ele não parte nem de decepcionar a mim mesmo, mas as outras pessoas.

Fiquei, por muito tempo, acreditando que esses sentimentos eram passageiros. Achava que a tempestade ia acabar porque, afinal, nada dura para sempre. Agora, como minha amiga disse em uma conversa, “o copo que estava vazio, começou a encher até transbordar”. Isso aconteceu porque a tempestade não parou. Eu teria que virar o copo para esvaziá-lo ou trocar por outro. Mas fico pensando: “será que trocá-lo vai terminar com a tempestade?”.






“Calma, vai passar. Deixa a tempestade clarear.” - Supercombo



A gente sempre pensa no tempo quando decidimos fazer algo. E quando acontece de “gastar” os anos e não ter algo concreto a partir disso? “Gastar” entre aspas porque não é com o sentido de desperdício, porque sempre há um tipo de aprendizagem, mas sim no de que o tempo passou. Ele é cruel e não espera você tomar suas decisões. Enquanto você pensa, ele passa.

Acho que essa unilateralidade do tempo é algo que deva incomodar muita gente, não só a mim. Desde que comecei a me sentir desconfortável, comecei a pensar: “mas e o tempo que passou e podia estar fazendo outra coisa?”. Isso pesa. Pesa e muito. 

O que fazer quando estamos numa situação delicada, com medo de decepcionar quem colocou expectativas e esperanças em você, mas não nos sentimos mais satisfeitos com nada? O psicológico já não é mais o mesmo. Houve cansaço, muitas perdas e a insistência numa coisa que não era mais do meu interesse. Tudo isso me fez perder ainda mais o controle dos meus próprios pensamentos, que começavam a se tornar cada vez mais sombrios a ponto de chegarem a lugares que nunca achei que chegariam.

Uma mistura de sentimentos sempre se intensifica. INGRATIDÃO, RAIVA, TRISTEZA, MEDO e ARREPENDIMENTO surgem. No meu caso, a INGRATIDÃO se dá pelo fato de sentir ser ingrato com a pessoa que me ajudou por muito tempo (e ainda ajuda). Ela colocou muitas expectativas e eu vou destruí-las com minha escolha. A RAIVA porque tudo é muito incerto, então metemos a cara na escolha que achamos melhor para gente, mas... sempre há consequências. Além disso, ela é gerada dos dois lados porque quando se há grandes expectativas, a decepção aumenta e quando estamos assim há uma grande chance dela se mostrar dessa forma. Depois da raiva, a TRISTEZA é algo que toma conta. Ela chega sem pedir licença e se espalha como uma bactéria, de modo que em poucos minutos você está muito pior do que achava a princípio. O MEDO de fazer escolhas erradas é sempre constante, mas como você sabe que a escolha é certa? Se você está infeliz é um indício não ser de fato a escolha certa. O ARREPENDIMENTO é algo recorrente, principalmente em pensamentos do tipo “e se”. Esses são sempre os piores. “E se há 3 anos atrás tivesse decidido não fazer isso?”. “E se tivesse parado antes?”. “E se tivesse escolhido mudar quando tivesse tal oportunidade?”.

Com isso, você tem que lidar com suas expectativas, sentimentos ruins e ainda assim, com as expectativas de outras pessoas. 




Viver é difícil. 

Como devo resolver isso?

Muitos sentimentos. 

Devo sentir isso tudo mesmo? 

Como faço para sentir menos?

Isso tudo é invenção minha?

Estou ficando maluco?

Os sentimentos de culpa são normais? 

Isso é tudo besteira?

E a vontade de deixar de existir? É besteira também?

Dói, mas não sei explicar como. Deveria ser assim?



Não estou feliz. Mas gostaria de ser. Talvez precise resolver isso para que consiga sê-lo. Mas haverá consequências? Obviamente. Mas vou sofrê-las sendo feliz pelo menos?

Isso é tudo o que queria. Não sentir essa dor, essa culpa. Não achar ser tudo invenção da minha cabeça, tudo besteira. Não ter essa vontade de deixar de existir. 

Eu queria ser feliz. Acho que nem que fosse por pouco tempo. Gostaria de me sentir bem e que ao me perguntarem “tudo bem?”  eu respondesse com sinceridade: “está tudo bem, sim”. Acho que em 22 anos nunca respondi essa pergunta desse jeito e com sinceridade.

Eu só queria...

Eu só...

Eu...





Chega a parecer até um pouco egoísta esse pensamento em mim, principalmente levando em consideração que não é só em mim que pensei para chegar nessa situação. Antes fosse.

Devo não pensar no que já foi, mas sim no que pode ser, mas também sem criar muitas expectativas para não decepcionar ninguém, sempre com muita cautela e regras de segurança.

São diversos os sentimentos.

Eu não quero sentir.

Mas sentir é humano.

Errado também é humano.

Mas por que parece ser algo tão imperdoável?

Decepcionar alguém que ama, sabendo que a pessoa também te ama. Por que isso é tão difícil?

Como resolverei esse problema?

Isso é de fato um problema?

Pensamentos perdidos.

Dores diversas.

Sentimentos confusos.

Lágrimas.

Tensões.

Decisões.

Culpa, decepção, ingratidão, raiva, tristeza, arrependimento, infelicidade, vazio, medo, sobrecarga. Estou preso na minha própria mente, com a luz apagada, procurando uma solução. Será que encontrarei? J-J





Por: Thiago Nascimento

8 comentários :

  1. Muita calma nessa hora...
    Acho que todos nós em algum momento da vida, nos sentimos exatamente assim...
    Primeiro precisamos acalmar a turbulência e vozes dentro de nós... De posse do nosso reequilíbrio vamos dando ordens as coisas uma de cada vez!

    Lembre-se em sua vida, quem precisa saber o que é melhor para VOCÊ, é você mesmo!Precisando de algo, estou aqui!
    Um abraço carinhoso

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  2. Infelizmente um hora ou outra passamos por estes momentos em nossas vidas,mais é extremamente importante mantermos a fé e em especial cuidarmos de nos mesmas(os).

    www.paginasempreto.blogspot.com.br

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  3. Não desista de vc em primeiro lugar. Tem horas que parece tudo perdido, mas uma hora as coisas se alinham, vai por mim. Beijos Monalise www.dividindoexperiencias.com

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  4. O universo reserva-nos sempre alguma coisa necessitamos é procurar e nunca desistir
    Abraço

    Kique

    Hoje em Caminhos Percorridos - Fumar Ganzas

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  5. Nunca desista a vida é assim mesmo e coisas boas estão sempre por vir.

    Beijos
    www.pimentadeacucar.com

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  6. Aprendi ao longo da minha vida que a felicidade existe em pequenos momentos e quando esses momentos acontecerem, agradeça. Impossível agradar a todos, por isso valorize quem está sempre ao seu lado, mesmo em dias de tempestade.
    big beijos
    www.luluonthesky.com

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  7. Me senti muito próxima desse post por ter passado por algo parecido. É completamente complicado como temos que lidar com nossos sentimentos e com os de pessoas que gostamos. Mas a coisa mais valiosa que temos que aprender é priorizar nossa saúde mental, pois se fizermos tudo para agradar aos outros, acabamos ficando infelizes.

    Temos que respeitar os outros, mas acima de tudo, respeitar a nós mesmos
    beijos
    lolamantovani.blogspot.com

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  8. Cada caso é um caso, mas existem sim momentos que parece estarmos no caminho errado...

    Feliz Páscoa 😉
    Olhar D'Ouro - bLoG
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