As mães solo, mães que criam seus filhos sozinhas, tem crescido e estão espalhadas pelo Brasil. O tempo passa, mas a responsabilidade na criação dos filhos permanece mais com as mães. E os desafios aumentam com as mães solo: elas devem dobrar a jornada de trabalho; trabalhar fora; arcar com diversas responsabilidades, inclusive a financeira; além de lidar com peconceitos, julgamentos e com o impacto psicológico. Ser mãe solo não é fácil!
Há algum tempo as mães solo eram chamadas de mães solteiras, o que era totalmente perjorativo e preconceituoso. Ser mãe não tem a ver com o estado civil, mas com a relação de sobrecarga financeira e psicológico em torno dessas mulheres. Essas mulheres criam seus filhos sozinhas, daí a configuração de mães solo. Esse é o novo jeito de dizer que a mãe cria, educa, ama e é a única responsável pelo filho.
As mães solo não contam com o apoio do pai da criança, se tornando provedora do filho em todos os sentidos. Mesmo sem a presença paterna, essas mães podem namorar. Então, o termo mãe solteira fica totalmente em desuso.
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2020, há mais de 11 milhões de mães solo no Brasil. E a realidade dessas mães ficou mais difícil com a eclosão da pandemia do novo coronavírus. Em 2020, também, mais de 8,5 milhões de mulheres ficaram desempregadas.
Esse post é dedicado por tratar de assuntos relacionados à mães solo, como: políticas para mães solos; desafios e impactos psicológicos; a importância de possuir uma rede de apoio; e 9 coisas que mães solo gostariam de te falar.
Políticas para mães solos
O Projeto de Lei 3717/21 assegura, por 20 anos, benefícios para as mães solo. O projeto já foi aprovado no Senado e texto tramita agora na Câmara dos Deputados. Entre os benefícios estão: pagamento em dobro de benefícios (Inclusive do salário mínimo), a prioridade em creches, cotas de contratação em grandes empresas (100 ou mais empregados), licença-maternidade de 180 dias e subsídio no transporte urbano. O projeto é do senador Eduardo Braga (PMDB-AM).
Essas medidas compreendem mulheres provedoras de família monoparental registradas no Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico) e com dependentes de até 18 anos de idade. Para mães com filhos dependentes com deficiência não há limite de idade.
A Lei dos Direitos da Mãe Solo é direcionada tanto para as mães quanto para os dependentes nas áreas do mercado de trabalho, assistência social, educação infantil, habitação e mobilidade. Uma das alterações na educação é fornecer prioridade aos filhos de mãe solo na distribuição de vagas nas escolas públicas de educação infantil (creche e pré-escola). Além disso, serão destinadas percentual mínimo do seu orçamento para ações voltadas à mãe solo, que será ampliado anualmente até alcançar 5% em 2030.
Na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), o projeto insere um artigo que prevê regime de tempo especial para as mães solo, com maior flexibilidade para redução da jornada e uso do banco de horas.
Um projeto de lei desses é de grande ajuda para as mães, que precisam ser beneficiadas devido as inúmeras adversidades que passam.
Desafios e impactos psicológicos
Criar um filho sozinha é uma difícil missão que está sob essas mães. As mães solo sofrem e precisam se reinventar para poder realizar tanto a si mesmas, quanto aos seus filhos. Seu psicológico é posto à prova com tantas demandas, desafios, julgamentos e preconceitos.
Já parou para pensar o quanto é difícil para uma mãe lidar com responsabilidades que poderiam ser divididas? Ela fica com ansiedade, depressão e estresse. Com pensamentos do tipo: "Como vou criar o meu filho sozinha?".
O estresse feminino é visto como normal, mas não é. As mães solo também são seres humanos e podem se sentir esgotadas física e pisicologicamente. Sua jornada dupla de trabalho pode desencadear em síndromes, como a de Bournout.
A mãe criar um filho sozinha é motivo de inúmeros julgamentos da sociedade, pois o normal é que uma mulher se case e tenha filhos. Elas são alvos de comentários maldosos, como: "Mas você não se cuidou?" ou "Como pode deixar isso acontecer?", culpando-as por terem sido irresponsáveis e inconsequentes, como se gerar um filho fosse tarefa para uma só pessoa.
Há inúmeros desafios envolvidos como deixar o trabalho, sobrecarga, divórcio, abandono dos estudos, sem tempo de lazer e festas, dificuldade para conciliar casa, filho, profissão, vida social, sonhos e planos. Sem contar ainda com a responsabilidade financeira que recai sobre os ombos das mães solo. Mães solo e filhos de mães solo passam um perrengue danado e tem mais chances de viverem na linha da pobreza.
A importância de ter uma rede de apoio
A mãe solo já está abandonada pelo pai da criança, mas já parou para pensar a enorme diferença que uma rede de apoio faz?! À exemplo, temos a série Maid que aborda a vida de uma mulher que sai de casa e passa a criar a filha sozinha. A produção mostra os diversos desafios vividos pela protagonista, como não ter com que deixar a filha para trabalhar. Sem uma rede de apoio, em alguns momentos, a personagem se vê perdida. A história retratada é baseada na realidade e não ocorreu no Brasil, mas poderia. Isso porque, somente no primeiro semestre de 2020, 80.904 crianças tiveram registrado apenas o nome das mães nas certidões de nascimento.
Isso faz pensar em como é importante que se crie uma rede de apoio formada pela família e por amigas, principalmente pela mãe e irmãs. As mães solo devem se sentir amadas, protegidas e apoiadas. Deve haver uma união para que o filho também seja protegido. Veja o que especialistas falam sobre o tema:
"A rede de apoio é fundamental em todas as fases, não apenas quando os filhos são recém-nascidos, visto que a ansiedade, os estresse e a depressão podem surgir quando essas mulheres não são amparadas de modo adequado."
Essa rede deve ser composta por pessoas que auxiliem nos cuidados com o bebê, nas atividades da casa e que oferecem suporte emocional.
9 coisas que mães solo gostariam de te falar
1- Um termo melhor para chamar uma "mãe solteira" que cria os filhos sozinha (ou pratimante sozinha) é "mãe solo"
É um dos primeiros aprendizados desse post. "Mãe solteira" destaca o fato da mãe não estar mais em um relacionamento como característica mais importante do que lidar com a maior parte da responsabilidade de criar um filho.
2- Mães não são criaturas imaculadas, puras e santas
Toda mãe já fez sexo, e isso não é surpresa para ninguém. Mães são seres humanos e continuam tendo desejos e vontades, iguais a qualquer pessoa.
3- Uma mãe solo não é uma mulher que não se cuidou
A mulher pode engravidar, sim, sem querer e ela não pode ser achincalhada por isso. Algumas mães não imaginavam que a matenidade iria virar solo. O amor entre os pais pode se findar. E nenhuma pessoa pode ser taxada de descuidada por causa disso.
4- E é tão boa mãe quanto qualquer outra
O estado civil não diz nada sobre a capacidade de uma mulher ser uma boa mãe. Mas pode mostrar sua falta de empatia e expectativa sobre as mães. Nenhuma mãe é perfeita e sobrenatural.
5- Não leve para o lado pessoal se uma mãe solo não falar de cara sobre o(s) filho(s) dela
Mãe solo alguma é obrigada falar de sua vida íntima e pessoal. Essa é uma informação que não diz respeito a todo mundo.
6- Uma mãe solo não é uma "mulher fácil", nem está desesperada por um relacionamento
Há mulheres que querem relacionamentos e outras que querem só algo casual. Algumas tem filhos, outras não. O importante é lembrar que o fato de ser mãe não diz sobre o que uma mulher quer de um relacionamento, mas sua opinião diz um pouco sobre os seus preconceitos.
7- Pare de achar que elas estão procurando um pai para seu(s) filho(s)
Não tenha o pensamento que falta algo para a mãe solo ser feliz ou realizada. Ela pode ter sofrido muito nessa vida para se preocupar com um realacionamento que pode vir a se quebrar novamente no futuro.
8- Parem de glorificar de pé o pai que não faz mais do que sua obrigação
Qualquer ajuda é bem vinda, mas parceria é algo bem diferente. Ser pai é dividir as obrigações igualmente, não só ser o provedor ou pai somente no papel. Não jogue confete para qualquer coisa que um pai venha a fazer.
9- Parem de crucificar qualquer coisa que uma mãe solo faça por ela não ser uma mãe de propaganda de margarina
Mãe solo é falha como qualquer outra mãe. Nenhuma poderia ser comparada à outra, pois são estilos e criações diferentes.
Mães solos possuem inúmeros desafios à frente, mas que tornam elas mais resilientes, fortes e capazes. Ter uma rede de apoio e políticas públicas é fundamental. J-J
É realmente importante falar sobre este assunto!
ResponderExcluirOs meus parabéns pela publicação!
Bjxxx
Ontem é só Memória | Facebook | Instagram | Youtube
É um grande desafio, principalmente na sociedade moderna a correria necessita de tantas obrigações
ResponderExcluirAbraços,
Alécia, do Blog ArroJada Mix
Oi
ResponderExcluirmães solos são mulheres muito forte, por lidar com tudo sozinha, eu conheço mulheres que são mães solos e que se viram sozinha, em que os pais não dão nem sinal de vida.
http://momentocrivelli.blogspot.com/
Gostei demais, Emerson!
ResponderExcluirE assino embaixo, pois concordo demais com o texto!
Minha sobrinha é mãe solteira, mas ela teve apoio de minha irmã e meu cunhado o tempo todo, e o pai sempre foi presente.
(✿◕‿◕✿)
Assunto importante de ser abordado. Abraço!
ResponderExcluirhttps://lucianootacianopensamentosolto.blogspot.com/