Pode conter spoilers!
No Quinta de série de hoje apresento a série documental da Globoplay, A vida depois do tombo. Lançada pela Globoplay em 29 de abril de 2021, a série foi dirigida por Patrícia Carvalho e Patrícia Cupello; produzida por Anelise Franco; editada por Mauro Adamczyk, Tina Saphira, Rafael Fernandes e Felipe Andrade; e roteirizada por Valéria Almeida e Malu Vergueiro. A docusérie contou com uma temporada e 4 episódios, sendo que cada um deles teve em média 35 minutos.
A vida depois do tombo funciona como uma biografia da cantora, rapper e ex participante do BBB 21, Karol Conká. Aliás, é quase uma biografia em que mostra os momentos posteriores de Karol após sua participação e eliminação com rejeição do Big Brother Brasil desse ano (Ela saiu do reality com 98,76% dos votos). O que Karol teria que fazer para retomar sua carreira e vida, após ter recorde de rejeição?! Como agir após o cancelamento? Seria possível que ela fosse descancelada? A docusérie humaniza a rapper, mas sem menosprezar seus erros. Assim, na série conhecemos a personalidade complicada da cantora, suas atitudes intrigantes, a dificuldade relacional e familiar, a rejeição paterna, entre muitos outras facetas. O fato é que Karol Conká tornou-se uma das participantes mais odiadas do Big Brother Brasil e a Globoplay não faz nenhuma questão de esconder isso.
O objetivo da emissora não é passar pano para a Karol, mas humanizá-la, afinal antes dela ser famosa, rapper e ex BBB, ela é mulher, mãe e filha. Enfim, um ser humano com falhas, qualidades, que trabalha, cuida da família, fica feliz, triste, irritada e que, acima de tudo, tem momentos explosivos. Com esse intuito, a docusérie traz entrevistas não só de Karol Conká, mas de sua mãe e seu filho, ex marido, empresários, ex colegas e amigos. O objetivo foi o de mostrar uma visão de pessoas próximas sobre a cantora.
Embora o documentário tenha como foco a rapper, ele não exclui quem a cantora ofendeu ou magoou dentro do reality. Foram convidados para dialogar com Karol e colocar diversas situações em pratos limpos, os ex brothers do reality: Lumena, Lucas Penteado, Bil Araújo, Carla Diaz e, acredito, Juliette Freire (mas não tenho certeza). Mesmo todas essas pessoas sendo convidadas para o documentário, apenas uma delas aceitou comparecer. Isso demonstra os efeitos nocivos das atitudes de Karol Conká dentro da casa.
A produção nos ensina que todos merecem uma segunda chance, serem ouvidos, continuarem suas vidas apesar dos deslizes e erros e serem perdoados. Claro que para isso acontecer, a pessoa deve se autorreconhecer como humana, falha e estar disposta a se tornar melhor. E é exatamente essa a estratégia da docusérie: colocar Karol Conká de frente com os seus fantasmas, erros, vergonhas, nem que para isso cause dor na cantora, constrangimento, momentos dramáticos e de choro, como os que ocorreram na série. Somente quando a pessoa se depara com sua própria personalidade e seus defeitos, ela pode se reconhecer como carrasca, vilã e até mesmo como humana.
Em quatro episódios, a docusérie aborda uma série de assuntos, como alcoolismo do pai de Karol, infância difícil, preconceito e racismo, carreira, sucesso, cancelamento, entre outros. Os capítulos são os seguintes: O cancelamento, Realidade, Ruptura e O pai.
No primeiro episódio, o foco é nas consequências da atitude de Karol no BBB fora do realiy. Bil foi convidado para falar do relacionamento com a rapper e se a perdoaria.
Em Realidade, a cantora questiona sua equipe que durante o reality não trabalhou de forma ideal suas redes sociais. Polêmicas ressurgem e a dúvida se há outra Karol nos bastidores também. A convidada do episódio é Lumena.
Os abalos provocados em sua família durante o BBB e conflitos com ex produtores é o foco de Ruptura, terceiro episódio da docusérie. Carla Diaz é chamada para passar a limpo a briga com Karol no tempo de confinamento.
O último episódio, O pai, apresenta lembranças do passado de Karol que explicariam as agressões verbais ao ex participante do BBB 21, Lucas Penteado. Com o intuito de ter um sentido para a vida, Karol pede perdão para Lucas e fica cada vez mais abalada com os rumos que a docusérie toma.
Os episódios iniciais tem o intuito de mostrar uma redenção pouco convincente de Karol Conká. O documentário muda de figura a partir do terceiro episódio, quando pontua-se o início da carreira da cantora com polêmicas, revelações e desafetos no meio artístico. Uma mudança de enredo promissora, pois os bastidores conturbados da vida de uma figura pública prendem mais à atenção dos telespectadores, do que um pedido de desculpas fake.
Apesar dessa diferença de enredo, A vida depois do tombo tem um formato interessante. Nos primeiros momentos, a equipe de filmagem acompanha a rapper no hotel e na volta para casa após sua eliminação do reality. A cantora relata sua experiência pessoal para lidar com o cancelamento no ambiente familiar e no dia a dia de atividades rotineiras.
Já num segundo momento, Karol encontra-se em uma espécie de estúdio cercado por telões que mostram as cenas mais marcantes do programa atreladas à frases impactantes. Funcionava como se fosse um jogo interativo, em que Karol podia continuar, pausar ou voltar atrás. Além disso, poderia completar frases que apareciam no telão, como "Me desculpe por..." e "Se eu pudesse voltar atrás eu...". Até que é um formato interessante pela dinamicidade e facilidade oferecida à Karol para desabafar, pedir desculpas e reconhecer seus erros, mas não avança muito menos gera aprofundamento das questões apresentadas, como a grosseria, mal humor, prepotência, umbiguismo e ar de superioridade de Karol. Quando voê precisa de um joguinho ou de uma frasezinha no telão para pedir perdão existe um problema aí. Parece que o perdão e a desculpa não são de coração ou sei lá!
É claro que por trás de descancelar Karol Conká por meio desse documentário, a Globo queria promover-se em cima da cantora e criou todo um marketing para o lançamento da produção. A Globo lançou a série no intervalo da Supercopa esse ano, com a frase dita por Karol: “Depois do tombo, a gente faz o quê? A gente levanta!”. A Globo queria lançar logo a produção e trabalhou nisso desde a saída de Karol no programa. Ela foi produzida em apenas 25 dias para ir ao ar em tempo recorde. O intuito da Globoplay é fazer com que seus realitys tenham mais pano para manga por meio de séries e documentários. Exemplo disso são as produções A vida depois do tombo, Você nunca esteve sozinha - o doc de Juliette e o documentário que está sendo desenvolvido sobre o ex BBB Gil do Vigor (Os três documentários originários do BBB 21). O objetivo é diluir os espectadores em diferentes produtos.
O docusérie gera reflexões sobre vários temas atuais e polêmicos, tais como: internet, alcoolismo, rejeição, ódio, efeito manada, cancelamento e diversas questões complexas que envolvem relações humanas. A vida depois do tombo mostrou na prática como criar um instrumento com o objetivo de reconstruir a imagem pública de alguém.
A produção foi realizada às pressas, trazendo as questões de forma superficial e rasa. Isso porque ela foi enxuta, com episódios de pouca duração. Sendo assim, o telespectador logo percebe que falta algo na narrativa e no enredo. Contudo, o objeto principal do documentário é mostrar que por trás da vilã que todo o Brasil odeia, existe um ser humano e, a princípio, esta meta é alcançada. De onde veio aquela Karol Conká que decepcionou fãs e amigos? A docusérie mostra isso, além de apresentar a rapper frágil, chorosa e arrependida. O produto tenta justificar (Não sei se com uma justificativa plausível) que existe uma origem para a amargura, frieza, dissimulação e prepotência de Karol. E, de certa forma, isso é passar pano sim! Atitudes escrotas do presente não podem ser justificadas por uma rejeição do passado! Os seres humanos podem se ressignificar e fazer do caos que vivem, bençãos! Apesar disso, a docusérie vale a pena ser assistida. É uma produção curta (Você mal vê o tempo passar!), com curiosidades, pontos altos, polêmicas, humanidade e reflexão. J-J
Por: Emerson Garcia
Olha, não conhecia, quem sabe um dia não vejo! :) Continuação de boa semana.
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Na real? Preguiça de assistir esse documentário...
ResponderExcluirEu gostava bastante da Karol ainda mais por ela ser de Curitiba, mas aff perdi total a graça nela.
https://www.heyimwiththeband.com.br/
Parece um enredo bastante interessante, e capaz de cativar.
ResponderExcluirBom dia Emerson. Prefiro nem comentar sobre essa figura.
ResponderExcluirAchei bem interessante sua resenha e postura crítica sobre a docusérie. Mostrou uma postura crítica sobre esse produto e as posturas da artista.
ResponderExcluirAbraço,
www.oguardiaodehistorias.com.br
Não consigo comentar sobre essa pessoa. Esse documentário eu passo.
ResponderExcluirbig beijos
www.luluonthesky.com
Assumo que fujo de assistir isso, ela foi uma péssima pessoa e dizem que ela sempre foi assim e nunca mudou, essa audiência não vou dá
ResponderExcluirBeijos
www.pimentadeacucar.com
Não costumo assistir ao BB também por estes lados... mas já deu para ver, que alguém causou bastante polémica, enquanto participou em tal programa!
ResponderExcluirAbraço!
Ana