segunda-feira, 30 de setembro de 2019

Setembro verde: esperança de prolongamento e qualidade da vida


Hoje (30) encerra-se a campanha Setembro Verde que tem o intuito de estimular a doação de órgãos, tecidos e medulas. O evento coincide com o Dia Nacional da Doação de Órgãos comemorado no último dia 27. Durante todo o mês foram realizados eventos para conscientizar a sociedade sobre a importância da doação, por meio de debates e reflexões.

Para a enfermeira e coordenadora da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante do HRC (Hospital Regional de Ceilândia - localidade em que moro), Cíntia Lima, tornar o Setembro Verde conhecido é primordial:

"A conscientização da população é a nossa principal ferramenta para aumentar o número de doações."

A chefe da Comissão Intra-hospitalar de Doação de órgãos e Tecidos (CIHDOTT) do Hospital de Base de Brasília, Viviane Marçal, vê a doação de órgãos como benéfica e a conscientização importante (com grifos):

A doação de órgãos é um ato de caridade e amor ao próximo. A cada ano, muitas vidas são salvas por esse gesto altruísta. A conscientização da população sobre a importância da doação de órgãos é fundamental para melhorar a realidade dos transplantes no país. O transplante pode salvar vidas, no caso de órgãos vitais como o coração, ou devolver a qualidade de vida, quando o órgão transplantado não é vital, como a córnea.”


Em 2019 o Hospital de Base de Brasília (HBB - região em que resido atualmente) obteve números recordes no que diz respeito às doações de órgãos. Houveram 74 transplantes de pacientes (13 de rim e 61 de córnea) e 187 órgãos foram disponibilizados para doações (32 corações, 70 rins, 46 córneas e 39 fígados). Os números demonstram que a população brasiliense entende e abraça a causa da doação de órgãos. 

CURIOSIDADE: O Hospital de Base de Brasília é considerado o maior sistema público de transplantes do mundo. 




Esse post, portanto, tem o objetivo de informar ainda mais sobre o Setembro Verde e ressaltar os seguintes tópicos: a cor verde; o Dia Internacional do Doador de Órgãos e Tecidos; como ser um doador?; tipos de doadores; e ações, eventos e plataforma


A cor verde

Por que a cor VERDE foi escolhida? Bem, ela significa esperança e fé e casou muito bem com a ocasião, pois a doação de órgãos é uma ESPERANÇA a mais para os transplantados de prolongamento e qualidade da vida.


Dia Internacional do Doador de Órgãos e Tecidos


A data foi sancionada em 27 de setembro de 1997 por meio da Lei 9434/97 pelo governo da época. Em 2019, o Dia Internacional do Doador de Órgãos e Tecidos completou 22 anos de instituição.



Como ser um doador?



Talvez desde o início desse texto você se pergunte: eu quero ser doador! Como faço para isso?! Bem, para ser um doador basta comunicar à família, pois a doação de órgãos só é autorizada mediante o consentimento desta. O médico Caio Quintas detalhou como deve ser esse diálogo:


"O esclarecimento entre os familiares e o amadurecimento das ideias em relação à doação de órgãos, não no momento de calor da emoção, claro, mas é preciso que as famílias conversem sua vontade de ser doadoras."



Ainda de acordo com o médico para ser doador é preciso declarar em vida esse desejo, não sendo necessário nenhum tipo de documento ou oficialização burocrática. 

No Brasil podem ser doados os seguintes órgãos: rins, coração, pulmões, fígado, pâncreas e também tecidos (ossos, tendões, pele, córneas e válvulas cardíacas. Isso significa que um único doador pode salvar até 10 vidas! Esse fato me lembrou o personagem de Will Smith em Sete Vidas, em que ele pôde salvar 7 vidas com seus órgãos.




Após o diagnóstico de morte encefálica ou falecimento por parada cardíaca a família pode autorizar a doação dos órgãos. No caso de morte encefálica, cada doador tem a possibilidade de salvar até 8 vidas. Viviane Marçal explica quais órgãos podem ser doados em cada tipo de morte:

“A doação pode acontecer com pacientes que tiveram parada cardíaca para córneas, pele e ossos. Já em caso de morte encefálica, é possível doar coração, fígado, pulmões, pâncreas, intestino, rins e vasos.”


A doação de órgãos no Brasil é burocrática, processual, mas totalmente segura. No caso de morte encefálica do doador, ele é avaliado por três médicos, sendo realizado três exames obrigatórios para constatar a morte cerebral. Após o diagnóstico, a família é informada por uma equipe capacitada e é nessa hora que ela deve informar o desejo da doação de órgãos do familiar. Por último, os receptores que aguardam no Sistema Nacional de Transplantes são avisados sobre os órgãos disponibilizados. 



Viviane Marçal disse que o processo de transplante é uma verdadeira maratona e que os órgãos mais difíceis de encontrar doadores aptos a receber é o rim e a medula óssea, pois é necessário observar compatibilidade genética (com grifos):

É uma corrida contra o tempo para salvar outra vida, porque os órgãos devem ser implantados, como é o caso do coração, que só pode ser implantado no prazo máximo de quatro a seis horas.”


Existe algum impedimento da pessoa declarar-se doadora, Emerson?! Sim, há. Pode acontecer da família do doador não aceitar que ele seja por uma série de motivos (religiosos, políticos, etc) e também ela pode não autorizar a doação de órgãos. Daí a necessidade de informação e incentivo por meio do Setembro Verde, não só para os doadores mas também para suas famílias. 


Tipos de doadores


Há dois tipos de doadores: o doador vivo e o doador falecido. Explico cada um deles abaixo:


Doador vivo: indivíduo que concorda com a doação de um dos seus rins ou parte do fígado, da medula óssea e parte do pulmão.

Doador falecido: indivíduo com diagnóstico de morte encefálica ou por parada cardíaca, com doação autorizada pela família, como explicado no tópico anterior. 


Ações e plataforma


Ações e plataforma foram apresentadas durante o mês de setembro. Em pesquisas pela internet, selecionei algumas delas.

Workshop

No último dia 27 o HBB promoveu o II Workshop: Quantas vidas cabem em um SIM? Doe órgãos, doe vida com o objetivo de sensibilizar a população quanto à necessidade de abertura de protocolo para doação de órgãos. No evento foram distribuídos materiais sobre o Setembro Verde


Panfletos e folders

A Secretaria de Saúde do governo da Bahia promoveu o Setembro Verde com uma série de eventos, além de panfletos e folders temáticos. O resultado foi incrível que eu divulguei uma arte no meu Whatsapp e Instagram falando que sou doador de órgãos. Veja outras artes logo abaixo:









Conheça mais das ações do governo da Bahia e baixe conteúdos temáticos aqui.


Painel móvel


No Hospital Miguel Arraes (PE) um painel móvel passou a rodar o ambiente com orientações sobre doação de órgãos. Além do painel móvel, fitas verdes foram distribuídas para os funcionários. 


Curso temático


Já no Hospital São José (SC) um curso de Determinação de Morte Encefálica foi direcionado aos médicos da área.


Hotsite: Doe órgãos





O Governo do Distrito Federal (GDF) veiculou no último dia 27 o hotsite Doe órgãos, com o fim de conscientização sobre o transplante de órgãos. O secretário de saúde do DF, Osney Okumoto, destacou a interface e o conteúdo da plataforma (com grifos):

O hotsite disponibiliza informações importantes com a intenção de desmistificar mitos sobre a doação de órgãos e trazer segurança para possíveis doadores e para as suas famílias. Com isso, sensibilizamos a população sobre a necessidade de dialogar com a família e deixar clara a vontade de se tornar um doador de órgãos.”


O site é dividido por vários menus, que explico a aplicação e utilidade de cada um agora:


Agradecimentos: são apresentados vídeos depoimentos e propagandas com o tema de doação de órgãos. 

Depoimentos: o site abre espaço para que pessoas enviem depoimentos por email.























Declare-se um doador: essa decisão cabe a própria pessoa, mas os familiares devem estar a par dela. O tópico apresenta um texto explicativo, além do link "quero ser doador", em que a pessoa preenche seus dados pessoais, declaração de doação e dados de contato.


Quais órgãos podem ser doados: há uma explicação didática de quais órgãos podem ser doados, inclusive de medula óssea em vida (clique aqui e saiba mais).




Em quais situações acontece a doação: explica quando a doação ocorre de fato. Um pouco do que já conversamos nesse post.

A família é parte do processo: há um reforço em o doador informar a família que deseja doar seus órgãos. 




Mitos e verdades: são apresentadas várias afirmações e você pode descobrir se ela é mito ou verdade clicando em um quadradinho verde e vendo a explicação para isso. É bem interativo.

Perguntas frequentes: são apresentadas perguntas comuns sobre a doação de órgãos e suas respostas. 

Faça sua parte: há uma reiteração na doação de órgãos e um link que também leva para o preenchimento de dados pessoais. 


O site também possui uma área médica, em que os profissionais de saúde tem acesso aos principais documentos de comunicação de um doador em potencial à Central de Transplante do DF. 

De acordo com a diretora da Central Estadual de Transplantes, Joseane Vasconcelos, o site é mais para a família do doador que para o doador:

“O site tem um caráter maior de sensibilização da família, que é quem determina a doação.”


Doar órgãos salva vidas. Eu já me declarei doador, e você já se declarou? O que acha do Setembro Verde? Já conhecia essa campanha? Diga nos comentários! 

Finalizo esse post com uma propaganda bem fofa sobre a doação de órgãos, tecidos e medulas. J-J




Por: Emerson Garcia

5 comentários :

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