sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Mitos do sexo

acreditar, desacreditar ou “ficar em cima do muro”?


*Por Emerson Garcia e Laís Marinho


Alunos de psicologia participaram nesta quinta feira, 22/10, das 14h às 18h, da Oficina de Sexualidade Humana, evento que fez parte do último dia da 6ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia na Universidade Católica de Brasília (UCB).

A palestrante e “terapeuta” foi a psicóloga e sexóloga Rosenita Moura da Silva, que fez da sala 313, do bloco S, um verdadeiro consultório, quebrando vários tabus acerca dos mitos que envolvem as práticas sexuais.

Os estudantes – 15 mulheres e apenas um homem – foram participantes ativos. Rosenita da Silva desenvolveu, logo no início, uma dinâmica em que várias perguntas eram feitas e os alunos optavam por acreditar, desacreditar ou “ficar em cima do muro”. Eles tiraram suas dúvidas de forma leve e desinibida. “Os psicólogos não podem ter vergonha de falar de nada”, disse a aluna Rita.

Conceitos – A sexóloga procurou diferenciar os conceitos de mito, crendice e tabu. Segundo ela, “mito é uma forma de pensamento oposta à ciência e à lógica”. A crendice “é quando se crê em algo, e isso expressa o pensamento do grupo”. Por fim, o tabu está relacionado “a proibições vinculadas ao divino”.

Crenças como “homem que possui pênis grande é sexualmente mais potente”, “urinar depois do coito evita a gravidez” ou “a menopausa determina o fim da vida sexual da mulher” foram debatidas e desmentidas. Já idéias como “travesti e transexual não são a mesma coisa”, “homens podem sentir orgasmo e não ejacular”, “o desejo sexual decresce sensivelmente com a idade”, foram confirmadas.

O ponto G, famoso entre as mulheres, mas que até então é considerado um mito, foi um grande destaque da discussão. Afinal, ele existe ou não existe? A psicóloga afirmou: “ainda não encontrei o meu, mas tem gente que acredita que ele exista”.

Tabus envolvendo a masturbação também foram esclarecidos. De acordo com a psicóloga, se um rapaz decidiu não se masturbar, isso está ligado a valores que ele adquiriu. Essa manifestação pode ser um tabu, ou seja, a pessoa não realiza tal prática porque é contra as leis divinas.

Diferenças – A sexualidade humana, na concepção da doutora, é constituída de três aspectos: o papel sexual, que possibilita entender como a sociedade interfere na a sexualidade; a identidade sexual, que determina se a pessoa se sente como homem ou como mulher; e a orientação sexual, que diz respeito a como o individuo se direciona sexualmente (se pertence ao heterossexualismo, homossexualismo, bissexualismo, transexualismo, entre outros).

A psicóloga enfatizou a necessidade de entender o mundo a partir de um novo ângulo que passe pela compreensão das diferenças. “Todo processo de mudança passa pelo respeito; e o respeito pelo outro”. Daí a necessidade de se trabalhar com os mitos, as crendices e os tabus. De acordo com a sexóloga “é importante entender o que diferencia cada coisa, e não ser preconceituoso”.

A oficina, nesse ponto, pode esclarecer como o sujeito se relaciona sexualmente e como ele age psicologicamente. Muitas vezes o problema é mais psíquico do que corporal. É primordial investigar as causas para solucionar problemas.

Unidade conjugal - Outro tema polêmico foi a questão do desempenho sexual: se o parceiro falhar, de quem é a culpa? A sexóloga deixou claro que o problema muitas vezes é conjugal, e que os parceiros devem manter a mente aberta sempre, para tentar resolver qualquer adversidade.

Nas relações sexuais deve-se levar em consideração o respeito ao outro e procurar entender o próprio corpo. A doutora trabalhou com o conceito de unidade conjugal, que diz que cada pessoa precisa se compreender e assumir as próprias falhas. O profissional da psicologia precisa entender o unitário para harmonizar o conjunto.

Rosenita explicou também as fases das respostas sexuais (o desejo, depois a excitação, os orgasmos e, por fim, a resolução ou o relaxamento), além de explanar os distúrbios que podem existir nos homens (disfunção erétil, ejaculação precoce, bloqueio ejaculatório e ejaculação retrógrada) e nas mulheres (anorgasmia, vaginismo, dispauremia e frigidez) que na maioria das vezes, 80% dos casos, podem ser de “causa psíquica”, explica a sexóloga. (JJ)


*Depois de um bom tempo sem postar matérias que produzo para a faculdade, hoje trouxe uma notícia que fiz com a Laís Marinho para a OPN.

5 comentários :

  1. Noossaaa que diferente, não sabia que tinha acontecido isso =]
    Mas a imagem ficou liiinda JJ, parabéns!

    Beeijo!

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  2. Oi
    Ahh, que legal! Até quem fim alguém tomou a iniciativa de falar dessas coisas, que algumas pessoas tem vergonha.
    Legal!

    :*

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  3. sinceramente eu gostaria muito de esta na hora desse bate papo... eu adorei, serio mesmo, parabens

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  4. Acho que ainda existem muitos tabus a serem quebrados em relação ao sexo, a maioria das pessoas o vê como algo feio, como papo de gente indecente. Grande besteira.
    Ah, poxa, muito obrigada mesmo pelo selinho, fiquei feliz demais pela consideração. É a primeira vez que venho aqui, mas achei a proposta do blog muito interessante e virei mais, com certeza!
    beijos

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  5. Nossa, parece que foi bem legal..muito tema bom e abordado de forma aberta, sem medos ou vergonhas! Precisamos de mais momentos assim, quanta gente querendo ssaber mais sobre si, né verdade!!

    Muito bom o texto, parabéns!

    Por Samara Correia

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