Pode conter spoilers!
E se o fim não fosse o último episódio, mas o começo de tudo?! É isso que a série Fim da Globoplay, baseada no livro homônimo de Fernanda Torres, se propõe. Lançada em 25 de outubro de 2023, a produção é uma criação de Fernanda Torres; com direção artística de Andrucha Waddington; direção de Andrucha Waddington e Daniela Thomas; e roteiro de Maria Camargo e Fernando Rebello. O elenco conta com Bruno Mazzeo, Débora Falabella, Emilio Dantas, Fabio Assunção, Fernanda Torres, Heloísa Jorge, Marjorie Estiano, Thelmo Fernandes, entre outros. A série possui 10 episódios, de em média 40 ou 50 minutos cada um e faixa etária de 18 anos, por possuir conteúdo sexual, drogas e violência.
Fim é centrado em cinco amigos e cinco formas de encarar o fim - da juventude, amor, ilusões... e da própria vida. Esses amigos acreditam que a existência não se limita a encontrar o amor e ser feliz para sempre. A produção é uma estória sobre a vida, mas a partir da ótica de quem acaba de deixá-la.
Ela se passa num período entre 1968 e 2012 e é dividida em quatro fases que compreendem a juventude, a maturidade e a velhice dos personagens. Para retratar isso, os serviços de maquiagem e caracterização foram impecáveis. Há uma utilização de maquiagens para envelhecer ou avivar a idade fenomenal, enquanto a caracterização e o uso de figurinos também fazem jus às idades representadas. Veja o que o ator Emilio Dantas falou sobre isso:
"A gente passava umas duas, três horas antes para fazer toda a maquiagem. Eu ainda precisava tampar todas as minhas tatuagens, em qualquer fase, desde o jovem até o mais velho. E, como os personagens chegam numa idade bastante avançada, ainda tem a coisa comportamental, de respirar, andar, fazer tudo mais devagar e sentir essa fraqueza da velhice".
A série vai e volta na linha do tempo, passando por diferentes anos e décadas, que podem ser facilmente identificados por conta da caracterização dos personagens, fotografias e trilhas sonoras. Ao longo de cada uma das décadas, os personagens compartilham amores, traições, mágoas, alegrias, manias, loucuras e frustrações. É proposto uma narrativa que caminha de trás pra frente, bagunça a linha do tempo e nos lembra que a vida tem a ver com morrer um pouco a cada escolha, abandono, mentira não contada.
A produção é emocionante, reflexiva, visceral e não economiza no drama. Você passa a ver primeiro os personagens como cadáveres e depois como seres humanos, com suas angústias, medos, frustrações, alegrias e conquistas. Possui um elenco de peso, um roteiro com diálogos que ferem mais que um tapa na cara, trilha sonora existencial com bossa, silêncio e angústia e uma fotografia melancólica, com o Rio de Janeiro como pano de fundo... e de ilusões.
O grupo de amigos do vídeo faz parte de uma geração que tinha como pilares a proposta de "família tradicional", mas que foi atropelada pela revolução de costumes dos anos 1970. Os personagens começam a se divorciar, a trair... como é de costume na vida. Os personagens são repletos e podem ser identificados pelas pessoas que assistem... Tem o casal ideal; o da mulher que acredita ter casado com um cara inferior que ela; a mulher que se separa e que tem que trabalhar e criar os filhos; o solitário... entre outros.
As locações são de tirar o fôlego. Cerca de 290, com praias, cemitérios, ruas do Centro da cidade, entre outros locais, foram locadas. A série, também, tem uma fotografia exuberante, que conversa com as décadas trabalhadas.
Enfim, a série do Globoplay desconstrói o típico drama nacional com uma sinceridade crua e sem filtros. Não é necessário nenhum spoiler aqui, porque você se depara com a morte dos personagens já de cara, a cada novo capítulo. O verdadeiro gancho é o que pega a gente de jeito e o que levou até ela. A série pode ser adulta demais, existencial ou lenta demais. Mas crescer é encarar o tempo como uma roleta emocional. E Fim joga isso na cara com talento, acidez e poesia amarga. Pode parecer que Fim é sobre a morte, mas é mais que isso: é sobre viver até tudo ficar sem sentido, e ainda, assim, continuar indo ao bar com os mesmos amigos de sempre. Ela choca, seja por meio dos xingamentos, nudes e pessoas nuas, assim como todo o conteúdo que ela apresenta. Não é uma série tranquila e feita para aqueles que amam uma boa comédia romântica. Então, fica aqui o alerta. J-J
Parece ótimo, não? Abraço!
ResponderExcluirhttps://lucianootacianopensamentosolto.blogspot.com/
Parece ser um filme interessante.
ResponderExcluirExcelente partilha!
Abraço e bom fim de semana!
Mário Margaride
http://poesiaaquiesta.blogspot.com
https://soltaastuaspalavras.blogspot.com
Olá
ResponderExcluirMinha esposa viu essa série mas eu não acompanhei mas acabei vendo umas cenas e achei a temática muito interessante. Pretendo ver.
Bom dia:- Tudo o que acaba, um dia, se reinicia. Pode ser noutros moldes mas... na essência é igual.
ResponderExcluir.
“” Feliz Fim de Semana ““
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Belas sugestões.
ResponderExcluirAbraço,
SOL da Esteva