Agora é a nossa vez, Clark Kent. | Divulgação
Essa vai para os que estão envolvidos com o mundo jornalístico – estudantes, recém-formados, profissionais em vigor, freelancers e outros adjacentes. Você que não é da área também pode ler, isso o atinge de qualquer forma. O jornalismo brasileiro não informa o cidadão e faz um jornalismo suicida.
Recentemente, o Grupo Estado mandou para a rua mais de 50 profissionais da Rádio Estadão, e como consequência sua programação foi modificada. Os jornalistas Eduardo Grillo (GloboNews) e Rodrigo Constantino (Veja) não trabalham mais em suas antigas respectivas empresas. A Rede Globo remanejou seus jornalistas por conta do alto valor do dólar.
Quem ficou, terá trabalho dobrado; quem saiu, está desempregado ou, por milagre divino, conseguiu sobreviver nesta nefasta nuvem de escassez de emprego. Motivos econômicos, e principalmente políticos, norteiam esse cenário, e posso dizer que parte disso tudo tem como parcela de culpa... os jornalistas. “Os jornalistas?” Sim, infelizmente.
Fator mais político do que econômico
Isso não é um fato novo. Falei em en passant que não há mais muitos Jornalistas com “J” maiúsculo porque eles são e/ou foram preparados para serem “agentes de mudança”, do que apenas relatores de fatos do seu bairro, do país e do mundo. Aqui no Jovem Jornalista, no dia 26 de agosto de 2015, falei do silêncio da mídia brasileira a respeito da ameaça do presidente da Bolívia Evo Morales fez em invadir o Brasil caso Dilma Rousseff sofra impeachment. Um ato militar estrangeiro contra a soberania nacional.
A maioria das redações está constituída de pessoas com viés esquerdista e jamais vão publicar uma notícia segundo os critérios noticiosos. A régua destes ditos ‘jornalistas’ é a ideologia. É mais que uma omissão de informação, é um crime de lesa-pátria pelo fato de que a população não está a par disso tudo.
O jornalismo suicida em nome da “causa”
Depois de ver um Luiz Inácio Lula da Silva “domesticado” (graças ao marqueteiro João Santana) a imprensa em 2002 teve papel fundamental para passar uma imagem do candidato “tão normal” quanto os outros. Lembremos que naquele tempo o dólar estava quase na casa dos R$ 4,00 por conta do risco de ter um sindicalista no cargo mais alto do Brasil.
Desse modo, a mídia se mobilizou. O então presidente FHC colaborou para limpar a imagem do “barba” – seu codinome de alcaguete nos tempos do Regime Militar segundo Romeu Tuma Jr. – e a famosa “carta aos brasileiros” que prometia manter a política econômica que estabilizou o Brasil desde o início dos anos 1990.
Depois de alcançar o poder, Lula e companhia mantiveram tudo, mas quem conhece a estratégia das esquerdas sabe muito bem que é preciso se comportar como capitalista e democrata para alcançar o tão desejado – e fracassado – sonho socialista e autoritário. Hoje, o jornalista brasileiro paga caro por ter dado guarida. Olha aí o Lula comemorando a demissão dos profissionais da informação:
BEM FEITO! E ainda eles querem enfiar goela abaixo o “Conselho de Jornalismo” para monitorar a nossa atividade e perseguir os colegas que não rezam a regra do jogo do governo. No Caderno de teses do PT estão todos os planos para reerguer o partido e apertar o cerco à imprensa. Lembre-se que o conceito de “democracia” para eles é um ambiente de pensamento único:
“34. Nos marcos desta articulação, é necessário relançar a campanha pela reforma política e pela mídia democrática [...] O PT precisa exercer mais do que um papel de figurante na luta pela democratização da mídia: deve engajar e orientar seus quadros e militantes a ajudar na construção das mobilizações que os movimentos sociais a duras penas têm construído no país nos últimos anos.”
Caderno de teses: um partido para tempos de guerra (p.7-8)
Os “quadros de militantes” do partido estão nas redações e fazendo de tudo para nada escapar. E o PT por trás disso tudo sem levantar suspeitas, conforme dito nesta citação:
“183. Continuamos trabalhando para que o PT assuma um papel de vanguarda, não apenas na luta pelo governo, mas também na luta pelo poder; não apenas na luta pelo desenvolvimento, mas também na luta por reformas estruturais e pelo socialismo.”
Caderno de teses: um partido para tempos de guerra (p.35)
Imprensa subserviente e com coleira (parte1)
Você (ainda) acredita que a mídia brasileira é “de Direita”? HAHAHAHAHAHAHAHA-HA- HA- HA- HÁ! (risos de Mr. Catra). É nada! O que seria o “quarto poder” contado nas teorias da Comunicação é mais que uma ilusão de trouxa e papo de enganador.
Em abril, o vice-presidente do Grupo Globo, João Roberto Marinho pediu “moderação” aos políticos e disse que está muito preocupado com o atual cenário político. Entenda-se que – PRESTE ATENÇÃO! – o Grupo Globo não está muito interessado no impeachment de Dilma Rousseff. Até porque "o" da família Marinho e suas empresas estão na reta do PT:
“7. A Esquerda Marxista, logo após o resultado do 2º turno, lançou uma Carta Aberta à Lula, Dilma e a Direção do PT onde apontava:
f) Estatizar a Rede Globo, que é concessão pública e abri-la para os movimentos sociais! É público e notório que a Globo se construiu sob o manto da ditadura e com dinheiro público, sonega impostos e deve mais de R$ 1 bilhão aos cofres públicos. Estatizar todas as redes, TVs e rádios religiosas, de qualquer confissão[...]”.
Caderno de teses: abaixo a política de austeridade (p.4)
Não bastasse isso a Rede Globo de Televisão está mandando de volta ao Brasil os considerados “medalhões do jornalismo” (via o site OPlanetaTV):
“Quatro anos depois de se despedir da apresentação do Bom Dia Brasil e assumir a função de correspondente internacional, Renato Machado volta ao Brasil e não vem sozinho: Roberto Kovalick - parceiro de trabalho dele em Londres -, André Luiz Azevedo - há três anos em Lisboa -, e Helter Duarte - há três em Nova York - também estão de malas prontas.
O quarteto faz parte do primeiro time de jornalistas da Globo, o que significa custos mais altos para a emissora, que optou por trazê-los de volta e substituí-los por rostos menos conhecidos, que ganham cerca de 30% do salário de Machado. Como o pagamento dos correspondentes acontece na moeda local, a alta do dólar - que chegou a 4 reais na última semana - seria uma das razões para a movimentação, segundo informa Daniel Castro (UOL). Machado e Kovalick recebem em libra esterlina, moeda que chegou a valer R$ 6,00 dias atrás.
De volta ao Brasil, Renato Machado será exclusivo do Globo Repórter.”
Como havia dito Lula no vídeo mostrado, a Editora Abril alugou parte seu prédio para pagar dívidas. Segundo a Radiovox a empresa da família Civita ganhou mais de R$ 460 milhões do governo petista. Não seria estranho uma mídia declaradamente anti-petista receber mais dinheiro do que as mídias amigas, como a Carta Capital, por exemplo?
O site da webrádio mostra a evolução dos repasses que a revista recebeu. Outra coisa é que a empresa na qual é publicada a revista Veja está sediado num prédio cuja propriedade é do Banco do Brasil. Ainda mais, a revista semanal faz parte da Project Syndicate, a maior associação de mídia opinativa esquerdista do mundo. E você ainda acredita que a Abril é de... Direita?
As falas dos jornalistas Carlos Chagas, Denise Campos de Toledo, José Nêumanne Pinto e Rachel Sheherazade estavam incomodando o governo federal. Pressionada por todos os lados governistas, o SBT teve que demitir os três colunistas e calar a boca de Rachel sob pena de perder a concessão do canal de televisão. Aqui tem mais a respeito.
Detalhe: no mesmo ano em que a concessão do SBT foi renovada, essa “reforma no jornalismo” foi feita. Entra no lugar um jornalista mais palatável ao partido que nos governa: Kennedy Alencar.
Concessão a custa da liberdade de imprensa do
SBT. | RADIOVOX
Consequências e direções
O jornalismo de verdade dá lugar a um mero papel com notícias mais convenientes, e isso prejudica a população no sentido de que ela tem o direito de saber a verdade. Quando o dinheiro fala mais alto, o trabalho fica prejudicado e se perde a qualidade. Um dos sinais patentes disso é a abertura da programação a igrejas evangélicas (vide o caso da Rede 21 de Televisão, por exemplo).
Nesse cenário de crise econômica como se pode falar no desligamento do sinal de TV analógica no Brasil? Como está a população do município de Rio Verde (Goiás) preparada ou não para ver televisão apenas em HDTV? Assim relata Flávio Ricco:
“Os prazos fixados pelo Ministério das Comunicações permanecem os mesmos e o desligamento das transmissões analógicas continua mantido. Vai começar com Rio Verde, em Goiás, no dia 29 de novembro. Mas será que vai? O que se sabe é que as principais redes de televisão, dentro de mais alguns dias, irão se posicionar sobre o assunto. Já existe este movimento. No entender delas e das entidades que as representam será impossível manter os prazos estabelecidos, porque isso implicará em tirar, da maior parte da população, a única opção de lazer gratuita que existe. Não tem como fazer isso agora. Vamos esperar pelos próximos capítulos.”
Na real, é preciso jamais ceder aos caprichos dos poderes dominantes. Como está a expectativa dos estudantes de Comunicação sabendo que vão sair da faculdade e ir parar em casa, ou em um emprego não desejado só para pagar as contas?
É vital rechaçar o partidarismo nas redações em troca do bem mais precioso: a liberdade. Um dos erros da imprensa em 2013 foi glorificar os vândalos dos black blocs. Olha o resultado dessa glorificação:
Outra demonstração vergonhosa foi o silêncio e a deturpação de fatos nas manifestações antigoverno (desde novembro de 2014, sabia?). Por enquanto a internet é o meio de informação viável. Em vez de reverberar as vozes das ruas e do povo (e não um arremedo de gente paga com R$ 35 e um pão com mortadela) se esconde tudo para não ficar de mal com o governo e sofrer represálias.
Não é só pelos jornalistas, mas é pela população brasileira que não tem na imprensa sua porta-voz, e que agora serve de agente desinformante propagando o discurso de “reconciliação” a um governo que trabalha em prol de uma narcoditadura chamada Foro de São Paulo.
Quem avisa amigo é! Falou, pessoal. J-J
Por: Pedro Blanche
Existem muitos que realmente estão numa situ difícil, em um país livre de expressão, não se deveria existir isso, pois todos nós já sabemos as crises que enfrentamos.
ResponderExcluirhttp://cheiadetrama.blogspot.com.br/
Oi, tudo bem? Concordo com maior parte de seu texto. Infelizmente a crise atingiu diversos meios de comunicação.
ResponderExcluirhttp://www.blogmemories.com.br
Olá,
ResponderExcluirEu já quis cursar jornalismo, mas desisti e algumas das razões você mesmo comentou. Ando bem desapontada com a mídia em geral e não me vejo mais nesse meio, triste.
Beijos.
Memórias de Leitura - memorias-de-leitura.blogspot.com
Concordo em partes, vivemos tempos difíceis em todos os lugares .
ResponderExcluirwww.cherryacessorioseafins.com.br
Como estudante de Jornalismo e futura profissional de Comunicação eu me sinto muito preocupada, muitos não valorizam o curso, quando entrei nele ouvi comentários do tipo: Jornalista ganha pouco... É um curso caro... Poucas oportunidades de empregos. Porém como eu sempre digo o mercado tem espaço para todo mundo basta ser o diferencial. Assim que entrei no curso tive a difícil escolha de continuar no mercado de trabalho ou investir no meu curso, decidi arrumar estágios na área, uma vez que sempre ouço que quem não tem experiência quando termina a faculdade começa a estagiar por não ter curriculum! Estou no meu terceiro estágio sendo o segundo na ASCOM e tive um na Redação, aqui no meu estado fiquei chocada com o fim da Revista Veja Brasília, era tradição ver matérias de grande importância nesse veículo. A crise está assolando os profissionais da nossa área, outro fator que me deixou entristecida foi a "desvalorização" da Folha de S. Paulo, que lançou um treinamento ensinando a ser jornalista, até ai tudo bem o foda é que não é necessário ter formação na área. Eu fiquei tipo besta kk sério, tive que rir porque achei uma piada isso, nós passamos 4 anos numa faculdade, um curso com uma das mensalidades mais altas. O jornalismo atual vive num cenário de dituadura ou silêncio a força como prefiro chamar, prova disso é a jornalista do SBT a Rachel. Enfim o Jornalismo é muito lindo na sua teoria, mas aqui no Brasil, estamos vivendo um jornalismo mascarado.
ResponderExcluirSiga no insta: @blogcaprichadissimas
http://www.caprichadissimas.com.br/
Hoje em dia falar de politica, tanto da direita quando da esquerda e tudo bosta! enquanto não ocorrer uma reforma politica, vamos ver coisas assim!
ResponderExcluirhttp://acidadeliteraria.blogspot.com.br/
to seguindo se puder me seguir ficarei muito agradecida
Resumir como "solução" uma "reforma política" sabendo quem manda de fato no jogo é tão simplista quanto perigoso.
ExcluirInfelizmente grande parte dos jornalista são comprados, a opinião e a até mesmo a falta dela, não existe mais.
ResponderExcluirrasgadojeans.blogspot.com
Oi
ResponderExcluirNo Brasil pode se comprar tudo, até a opinião dos jornalistas,
http://viciadaporlivro.blogspot.com.br/
Notou que proibiram a propaganda do cigarro, de brinquedo e querem banir a de cerveja? O fator econômico influencia uma autocensura no jornalista.
ExcluirQue situação difícil que estamos
ResponderExcluirbeijos http://www.blogdaxavier.com.br/
Meus professores, vira e mexe, falam sobre essa louca instabilidade da área jornalistica, que na semana do dia do jornalista este ano, a abril demitiu vários jornalistas ... não tá fácil, tem que ter muito amor pela profissão mesmo.
ResponderExcluirwww.1001rolesemsp.com
Por amor e alerta a esse ofício e sacerdócio fiz esse texto. Ou recuperamos o Jornalismo ou vamos virar apenas escrevinhadores.
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